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Institucionalistas

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CAPÍTULO 2 MARCO TEÓRICO

2.3 Institucionalistas

Hodgson (2004), diferentemente de muitos economistas liberais, defende que o desempenho de economias e mercados depende tipicamente de estruturas institucionais ou restrições. O autor define instituições “como sistemas duráveis de regras sociais estabelecidas e embutidas que estruturam interações sociais”. Já para Douglass North (1990), instituições são descritas como “as regras do jogo em sociedade ou os constrangimentos humanamente inventados que amoldam interação humana”.

O termo “regra” é amplamente compreendido como uma proibição ou disposição que em circunstâncias X fazem o Y. Conseqüentemente inclui normas de comportamento e convenções sociais, como também regras legais ou formais. Pela natureza deles/delas, têm que envolver instituições alguns compartilharam concepções, idioma, dinheiro, lei, sistemas de pesos e medida, convenções de tráfico, modos de mesa, empresas (e todas as outras organizações).

O argumento a favor de Instituições fortes decorre do ambiente complexo e de elevada incerteza que ocorre no mundo econômico contemporâneo. Na verdade em um mundo de informação incompleta e imperfeita, assimétrico, os agentes mais organizados tendem a levar vantagem sobre os mais fracos.

Todos estes pontos são pertinentes para problemas de desenvolvimento econômico. Além de reconhecer a importância de instituições e regras, é importante entender os modos nos quais regras são apropriadas, estabelecidas e seguidas. A discussão sugere que regras nunca seriam estabelecidas completamente, simplesmente por proclamação ou decreto. Até mesmo quando elas são essenciais, como na proteção de direitos de propriedade e a execução de contratos, têm de ser sancionadas nos sentimentos e práticas cotidianas das pessoas.

Parte do problema de desenvolvimento econômico é estabelecer uma administração estatal justa e efetiva, e um sistema eficiente de direitos de propriedade que são contínuos em cultura informal e regras legais formais.

Vários estudos de caso de subdesenvolvimento econômico atestam à dificuldade de estabelecer regras sociais, a menos que eles tenham uma presença efetiva em esferas formais e informais.

Por outro lado, economias desenvolvidas prosperaram precisamente porque eles superaram estes problemas, muito embora exista uma tensão entre formalidades legal e a prática, especialmente quando as leis e as relações econômicas se apresentem mais complexas.

Uma política séria de desenvolvimento econômico necessariamente teria que envolver a construção de instituições fortes, envolvendo uma combinação de legislação cuidadosa com esforços simultâneos para encorajar o desenvolvimento de hábitos e outras características culturais informais consistentes com as metas de política econômica.

Pela definição de North (1990), as instituições seriam as “regras do jogo” e as organizações os “jogadores” sendo assim, o autor procuram mostrar a importância da abordagem institucional para explicar a inovação no mundo contemporâneo. Também procuram explorar as inter-relações entre instituições e organizações, como também o papel da empresa dentro de sistema de inovações sociais.

Ana Célia Castro(9) a partir da leitura de(Hodgson, 2004). Define assim “As instituições são sistemas duradouros de regras sociais estabelecidas e enraizadas que estruturam as interações sociais”

Com relação à “regras do jogo” seria importante destacar a importância delas para o ambiente empresarial e na aceitação delas pelos agentes, pois reduziriam incertezas. Neste caso poderiam ser observados dois tipos:

1) As regras impostas, tais como: direitos de propriedade, transferência de bens e contratos. 2) Os contratos ou convenções oriundos de estratégias ou de ações coletivas e autônomas dentro do ambiente institucional.

Os autores institucionalistas procuram mostrar a importância do papel das instituições na definição de sistemas de inovação, destacando:

- A arquitetura organizacional diferente;

- A natureza de tipos diferentes de organização;

- Agências envolvidas e no modo de coordenação entre elas.

Neste contexto, trabalham o conceito de infra-estrutura de conhecimento que incluiria universidades, laboratórios de pesquisa, sistemas de treinamento, além de agências que administram a padronização e a propriedade intelectual.

Para Coriat e Weinstein (2002), na dimensão organizacional as escolhas organizacionais seriam determinantes nas estratégias inovadoras e nas vantagens competitivas das firmas. Embora levando em consideração que as empresas ao lidar com a informação e o conhecimento, acabam por aprendizagem, coordenando vários interesses presentes no ambiente, esta abordagem ignoraria o contexto institucional na qual estariam inseridas, limitando-se as suas próprias ações.

Os autores procuram avançar na compreensão de inovação, penetrando na “caixa preta” das estruturas organizacionais, tentando capturar os determinantes do processo de inovação empresarial e posteriormente analisam as principais características da estrutura global dos sistemas econômicos e das interações entre os diversos atores envolvidos o que eles chamam do papel das instituições.

9 Texto dado em sala de aula, CONSTRUINDO PONTES: INOVAÇÕES, ORGANIZAÇÕES E ESTRATÉGIAS COMO ABORDAGENS COMPLEMENTARES.

Eles também trabalham o conceito de inovação pelo lado da rotinização do processo, concentrados em grandes firmas. Para eles os processos seriam focados nas atividades de P&D nos grandes laboratórios que responderiam aos grandes problemas definidos como lócus de competências com vistas a gerar tecnologia. Assim sendo todo o processo de inovação seria estruturado em duas dimensões:

¾ Nos modos de distribuição e circulação de conhecimento dentro da empresa; ¾ Na ligação complexa entre as atividades de pesquisa e o processo de inovação.

Assim sendo:

¾ A grande firma seria o agente central do processo inovador;

¾ Arranjos organizacionais definiriam rotinas específicas no nível da firma; ¾ Estas competências definiriam as vantagens competitivas;

¾ As competências estariam enraizadas em “mecanismos cognitivos”, reagindo heuristicamente, dando soluções aos problemas;

¾ Firmas são os instrumentos primários em economias capitalistas para a produção e distribuição de bens e serviços;

¾ As estruturas e estratégias empresariais estariam no coração dos regimes de inovação;

¾ As firmas teriam capacidade através de suas escolhas organizacionais de criar vantagens competitivas;

A tese proposta por Coriat e Weinstein, apesar de deslocarem importância central a grande empresa como fez Schumpeter, traz importantes reflexões sobre o papel da informação, do aprendizado e dos arranjos institucionais para os estudos sobre inovação.

Em seguida o trabalho apresenta outras contribuições, examinando a influência do aprendizado tecnológico e da mudança técnica no processo de inovação.

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