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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ATUAÇÃO DAS ENTIDADES DA SOCIEDADE

4.1.3 Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola

O Imaflora é uma organização brasileira, sem fins lucrativos, criada em 1995, em Piracicaba/SP, para gerar transformações socioambientais, sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e a uma gestão responsável dos recursos naturais.

Nessa perspectiva, o Imaflora acredita que a certificação socioambiental é uma das ferramentas que respondem a parte desse desafio, com forte poder indutor

do desenvolvimento local, sustentável, nos setores florestal e agrícola. Da mesma maneira, o Instituto tem como objetivos: a) influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola; b) colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público; e c) fazer, de fato, a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em outros municípios, regiões ou biomas do País.

Atua em quatro principais áreas, que são complementares e necessárias para o alcance de sua missão e objetivos estratégicos: a) Certificação Socioambiental – trata-se do estímulo a melhorias ambientais, sociais e econômicas nos setores florestal e agropecuário, reconhecendo que atuação responsável contribui para a conservação dos recursos naturais, proporciona condições dignas e justas para os trabalhadores e promove boas relações com a comunidade próxima à área, propriedade ou empresa certificada; b) Desenvolvimento local – trata-se da busca por práticas inovadoras de gestão e uso da terra, que aliem conservação dos recursos naturais, geração de renda e garantia dos direitos às populações locais e trabalhadores, pretendendo fortalecer as comunidades que vivem na região e suas relações com os poderes públicos, empresas e entidades privadas; c) Políticas públicas – trata-se do desenvolvimento de ações para influenciar a elaboração e a implementação de políticas de interesse público relacionadas a práticas sustentáveis de produção florestal e agropecuária, seja por meio da produção e da análise de estudos técnicos ou da influência nos sistemas de certificação FSC e RAS ou nos códigos de boas práticas no âmbito da Iseal Alliance; e d) Cadeias produtivas – que trata do apoio à evolução das políticas e práticas que levem órgãos públicos, empresas privadas, cooperativas e associações para uma posição de melhoria contínua e liderança em sustentabilidade, por meio de análises, construção de soluções, desenvolvimento e implementação de ferramentas e treinamentos que visam melhorar a gestão, o desempenho socioambiental e produtivo e aumentar a transparência e a comunicação com a sociedade.

Na esfera federal, a entidade participa de diversas coalizões nacionais, como o Observatório do Clima, o Observatório do Código Florestal e a Coalizão Pró-UCs (Unidades de Conservação), que buscam contribuir coletivamente com a efetividade, o controle social, o monitoramento e a integridade de diferentes políticas socioambientais. Na esfera internacional merece destaque a participação da

instituição no processo de construção do acordo latino-americano sobre o Principio 10 (acesso à informação, à participação e à justiça em questões ambientais), que pode dar um novo impulso na democracia ambiental no Brasil, na região e na rede “The Access Initiative”, rede formada por organizações de mais de 50 países que atuam com democracia ambiental.

Entre seus principais projetos destacam-se:

1. Observatório Cidadão de Piracicaba – trata-se de uma iniciativa do Imaflora e parceiros, lançada em 2012. O Observatório elabora indicadores, análises e propostas de políticas públicas e realiza capacitação da sociedade civil, em diversos temas como: participação social, transparência pública, meio ambiente e mobilidade

2. Origens Brasil® – idealizado e articulado em parceria com o Instituto Socioambiental, com participação de vários outros atores da sociedade civil, comunidades e empresas. Trata-se de um sistema de garantia, que surgiu para dar mais transparência às cadeias de produtos da floresta, e ajudar os consumidores a identificar empresas e produtos que valorizam e respeitam, em suas práticas comerciais, as populações e seus territórios;

3. Desenvolvimento de aplicativos, em parceria com o IPEF, que visam auxiliar o produtor a identificar as adequações pedidas pelo novo Código Florestal, necessárias àquela propriedade; assim como a elaboração do “Guia para aplicação da nova Lei Florestal em propriedades rurais”, que traduz a complexidade do Código Florestal, favorecendo sua implementação pelos produtores;

4. Estimativas de emissões do setor agropecuário brasileiro - em parceria com o Observatório do Clima, o IMAFLORA realizou as estimativas das emissões do setor agropecuário brasileiro de 1970 a 2013. Os resultados estão na plataforma Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Outro produto desta parceria é o Relatório de análise das emissões e o impacto das políticas agropecuárias no Brasil que é produzido anualmente e traz recomendações para um desenvolvimento de baixas emissões de carbono.

O Imaflora calculou também o Potencial da Agropecuária para Redução das Emissões que podem contribuir com as novas metas brasileiras no acordo de Paris; e

5. Programa Novo Campo – em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV), o IMAFLORA colabora com o desenvolvimento do sistema de monitoramento e verificação das boas práticas em campo e o cálculo das emissões de GEE na pecuária.

O IMAFLORA mantém uma Plataforma de Uso do Solo, que usa diversas bases de dados para produção de mapas e análises sobre o uso do solo no Brasil.

Utiliza a base de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) voltada à análise do Código Florestal (AGENTE SOCIAL 1, 2017). Além disso, desenvolve pesquisas para gerar índices e indicadores que visam subsidiar decisões para elaboração de políticas, assim como monitoramento e acompanhamento da gestão governamental com o intuito de aprimorar a política ambiental no âmbito brasileiro, em consonância com indicadores internacionais (AGENTE SOCIAL 14, 2017).