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INSTITUTO NACIONAL DO LIVRO Ministério de Educação e Cultura, 1966.

MACABRO- do fr. Macabre (G. Viana, Apost.,II, 87). A. Coelho deriva do lat. Choria Machabaerum (sic), nome de uam cerimônia ou pintura, imaginada na idade media para representar a igualdade na morte (v. Du Cange, Gaston Paris, Mélanges Linguistiques, 513, M.Lübke, REW, 5253, Stappers). Este ultimo autor explica a alusão aos Macabens ou por se lhes assimilar algum papel nessas representações, ou por que elas se realizassem no dia comemorativo destes mártires. O esp. Também tem macabro, que se deriva do ár. Makabir, plur. De makbara, cemitério, ossuário, segundo Devic, Eguilaz, Academia Espanhola, Lammens, Remarques sur les mots français derivés de lárabe, 149, Lokotsch), cfr. Port. almocávar.

“ Os melhores etimologistas, diz João Ribeiro, Curiosidades verbais, 81, até há pouco diante do

Macabro, adj. do fr. macabre, tirado da expressão danse macabre alteração recente, devida a erro de leitura, de danse Macabre (no séc. XV), antes Macabré La danse, I376, de origem incerta. « On trouve à La fois La forme Judas Macabré « Judas Machabée »au XIIe s. Et l‟expression latine chorea Macchabeorum « danse des Macchabées » au sens de « danse macabre »en I453 ; mais le rapport de la figuration dite danse macabre avec les deux légendes bibliques des Macchabées, d‟une part celle des quatre chefs asmonéens et de l‟autre celle des sept frères martyrisées sous Antiouchus Épiphane, n‟est pas éclairci. Par allusion plaisante aux personnages de la danse macabre, macabé, d‟où macab, a été pris dans l‟argot des étudiants en médicine, d‟où il a passé dans le fr. pop., au sens de « cadavre » ... », em Bloch- Wartburg, s.v. macabre. Séc. XIX, D.V.

vocábulo macabro (dansa macabra) imaginaram a chorea macchabaeorum, pura invenção, porque nas dansas macabras que se conhecem os macabeus brilham pela ausência. Tem razão o P. Lammens em derivá-las de chorea macchabaerum a não ser nos miolos dos etimologistas”.

Eu porém estou quási convencido de que pos franceses mudaram o nosso macaréu, primeiro, na forma mais aproximada macrée, e, depois, na mais culta mascaret do mesmo modo que de pateca (melão) fizeram pastèque; de mordexim, mort-de- chien; de bicho-de-mar, biche-de-mer; e de pau de águila, bois d‟aigle. Jancigny não escreveria em 1854 maquerie, se as outras formas estivessem vulgarizadas no seu tempo.

Se atentarmos bem nos termos de Gaspar Correia e Castanheda, veremos que êles não chamam precisamente macaréu ao fenômeno, mas tão somente lho relacionam. A explicação que eu daria disto é que a gente de Cambai teria dito aos portugueses, curiosos de saber a sua progem, que a ocorrência era devida ao makaró (forma vulgar em guzarate), que vinha devorar barcos e homens, pois nos contos populares se lhe atribuem fatos análogos”.

Maçagem, s.do fr. massage, der. do v. masser, “submeter o corpo à maçagem” (já documentável em I779), do ar. mass, “tocar, palpar”; realmente a prática da maçagem provém das regiões orientais. Vj.: Dalgado, Glossário, I, p.28, s.v. amaçar, e II, p.3, s.v. maçar. No voc. port. houve influência gráfica do v. maçar (q.v.). Em I890, Morais 8. Como disse, Dalgado dá notícia de amaçar e maçar, com a mesma base arábica, que documenta respectivamente em I866 e I886.

MACEDÔNIA- do fr. Macédonie (Figueiredo). Macedónia, s. Adaptação culta do fr. Macedoine, “conserva de diversas frutas”, em I77I, derivação imprópria do top. Macédoine (=port. Macedónia), em alusão ao facto de nesta região se encontrarem diversos povos.//[...]

MACIS- do fr. Macis. Macis, s. do fr macis, este do lat. Tardio macis, qe parece ser lapso de escriba em vez de clássico macir, “casca aromática de árvore exñtica”. Séc. XIV.- “...filha a noz da India e a noz moscada e a mirra e o cravos girofos e a canela e a frol da canela e o macis e o mastiz...”, Pero Menino, Livro de Falcoaria, p.58, Ed. de I93I.//Macina no séc. XIX, D.V.

MACIS- do fr. Macis.

MACLA- do fr. Macle. Maclura, s. de W. Maclure, antr., nome de célebre geólogo, pelo fr. maclure Em

I890, Morais8. MAÇOM- do fr. Maçon, pedreiro . Franc-maçon,

como pedreiro-livre, são denominações hoje simbolicas, mas cujo valor na idade média era o de membro de uma associação de arquitetos e lavrantes de pedra, espécie de comunidade internacional, a que hoje definitivamente se atribuem os planos e execução de grande parte das igrejas de estilo chamado gótico (G. Viana, Apost., II, 253-4).

Maçom, s. do fr. maçon, este do frâncico *makio, latinizado em machio por S. Isidoro, derivado do verbo *makon, “fazer”. Séc. XIX, D.V. Também há a var. mação².//Maçonaria1, obra de talha, do fr. maçonnerie; séc. XV: “Como quer, Senhor, nom levom maçonaria nem floreamentos, mas dizendo soomente o necessário...”, no Livro dos Ofìcios de Marco Túlio Ciceram, p.2 ed. de I948; maçonaria², associação secreta, também do fr. maçonnerie; em I8I7, no título da Atalais contra os pedreiros-livres, trad. De Joaquim José Pedor Lopes.

MAÇOM- do fr. Maçon.

MAÇONARIA- do fr. Maçonnerie, alvenaria, porque associação, segundo uns se filia aos construtores do templo de Sal? V.Maçom.

MAÇONARIA- do fr. Maçonerie.

MACRAMÉ- do fr. Macramé (Figueiredo). Macramé, s. do fr. macramé. MACRAMÉ- do fr. Macramé.

MADAMA- do fr. Madame, minha senhora. Madama, s. do fr. madame (de ma+dame), já documentável no séc. XII. No séc. XIII, a reproduzir tìtulo fr.: “...o qual como foy Rey Leixon...molher a cõdesa madama mãthilde...”, trad. Da Crñnica Geral de Espanha, em Crñnica de Cinco Reis de Portugal, PP. 352-353, Ed. de I945. Vj., porém, na Cena Policiana de Henrique Lopes: “Pois, madama, yreis ao inferno”, VS. 49I; em I5I9: “Madama Dona Maris/yraa sobre cherubins/n~ua roupa dalegria...”, Gil Vicente, Cortes de Júpiter, na Copilaçam, f. I67 b.//Madamismo, de madama, em I890, Morais8.//Do fr. mademoiselle (de ma+demoiselle, este do lat. Pop. *dom(i)nicella, vj. Donzela), temos em port.: madamisela e madamusela, este no séc. XVII: “...por lhe trazerem em secreto recado que estava no próprio paço real parindo do mesmo Henrique, Madamusela do Foseuse...”, D. Francisco Manuel de Melo, Carta de Guia de Casados, p.97, Ed. de [I945]. Notar, porém, madamoesela em I8I3, Morais².; mademoasella em D.V. e, finalmente, mademoiselle (hoje a forma mais corrente, se

bem que por muitos condenada) também em D.V.

Magdaleano, s. do fr. magdalénien, adaptação alatinada do top. Madeleine, em Tursac (Dordonha), onde se encontra a gruta que guardava vestígios da fase da pré- história que passou, a partir de então, a denominar-se magdaleana.

Magazine, s. do fr. magazine, com origem no ingl. magazine, este, por sua vez, provém do fr. magasin, tendo, entretanto, tomado outro sentido. O fr. magasin representa o ar. makhazan, “botica, celeiro, sñtão; entreposto”; vj. Armazém, de que é divergente. Séc. XIX.- “...juntem-se-lhe os artigos dos Semanários, dos Quinzenários, das Revistas e dos Magazines...toda essa colossal literatura que nestes últimos meses tem tomado por assunto a Irlanda”, Eça de Queirñs, Cartas de Inglaterra, P.87.

Magnésia, s. do fr. magnésie que, primitivamente (em I554), designava a magnésia negra ou peróxido de manganês; esta palavra serviu depois, no séc. XVIII, para denominar, com nome de magnésia branca, o óxido de magnésio, desde então preconizado e usado como medicamento. No primeiro sentido provém do lat. Medieval magnesia, na mesma acepção, derivado do lat. Magnes (lápis), “(pedra) de imã”(do Gr. μάγνης λίθος, pròpriamente “pedra da Magnésia”, cidade da Ásia Menor, que se encontra em região abundante em imãs naturais)”; a magnésia negra cabou por ser também assim deniminada por se assemelhar, na forma e na côr, à pedra imã”. Em I8I3, Morais² (Bloch-Wartburg, s.v. magnésie).//Magnésio do fr. magnésium, do anterior; séc. XIX, D.V.; magnesite de magnésia + -ite; séc. XIX, D.V. [...] magnético do fr. magnétique, por sua vez do lat. Tardio magneticus, “da natureza da pedra imã”; o sentido figurado sñ surgiu nesta palavra no séc. XIX; deve-se à primeira das da expressão magnetismo animal, “poder de adormecer alguém em sono misterioso”, prática qie remontava aos fins do séc. XVIII, quando estava muito em moda; em I8I3; Morais²; [...] magnetismo do fr. magnétisme; em I8I3, Morais²; magnetita, magnetite do fr. magnétite; magnetizador de magnetizar; séc. XIX, D.V.; magnetização de magnetizar, ou, talvez, antes, do fr. magnétisation; id.; magnetizar do fr. magnétiser; id.; magneto do fr. magnéto, abriviatura da designação (máquina) magnéto+électrique; magnetogenia de magneto+ -gen(o)-+-ia; séc. XIX, D.V.; magnetóide do fr. magnétoïde; id.; magnetologia do fr. magnétologie; séc. XIX, D.V.; magnetómetro do fr. magnétométro; id.: magnétóptico de magneto-+óptico; magnetopirite do fr. magnétopyrite; magnetotecnia do fr. magnétotechnie; magnetoterapia do fr. magnétothéropie.

MAGNETISMO- do fr. Magnétisme. MAGNETITA- do fr. Magnétite. MAGNETIZAR- do fr. Magnétiser. MAGNÓLIA- de Magnol, sobrenome de um

botânico francês (1638-1715), em honra do qual Linneu deu o nome à flôr, originária da Améria (Hoefer, Histoire de la Botanique).

Magnólia, s. do fr. magnolia (I752), do lat. Científico magnolia, criado por Lineu em honra de Pierre Magnol (I638-I7I5), professor fr. de medicina. Séc. XIX, D.V.

MAIÔ- aportuguesamento do fr. Maillot. MAIONESE- do fr. Mayonnaise. O vocábulo

francês está por mahonnaise. Scilet sauce, môlho assim chamado como lembrança da tomada de Mahon pelo duque de Richelieu em 1756 (Larousse, Clédat).

Maionese, s. do fr. mayonnaise, que “passe pour être tire de Mahon (ou Port-Mahon, capitale de Minorque ; aurait été ainsi nommée en souvenir de la prise de Mahon par le duc de Richelieu, en I756 ; toutefois on s‟étonne que le mot n‟ait été enregistré qu‟à une date très postérieure à cet événement », segundo Bloch-Wartburg, s.v. O voc. Fr. documenta-se em I807. Em I890, Morais8.

MAIONESE- adaptação do fr. Mayonnaise.

MAJORAÇÃO- adaptação do fr. Majoration. MAJORAR- adaptação do fr. Majorer. MAJORITÁRIO- adaptação do fr. Majoritaire. MALA- do fr. Malle, de origem franca (M. Lübke,

REW, 5265). A. Coelho tirou do germ. Malaha, saco.

Mala, s. Do fr. malle, este do frâncico *malha. Em I8I3, Morais². //Mala-posta do fr. malle-poste; séc. XIX, D.V.; maleta do fr. mallette; séc. XVI: “...e a deo aos corssarios com outra copia grande de dinheiro amoedado do que para sua despeza trazião os seus escudeiros nas maletas”, Fernão d‟Álvares do Oriente, Lusitânia Transformada, II, fl. I72, Ed. de I607; p.209, Ed. de I78I; malotão; séc. XVII nos Vestígios da Língua Arábica de Fr. João de Sousa; malote em I890, Morais8.

MALA (caixa)- do fr. Malle.

MALA-POSTA- do fr. Malle-poste. Malato², s. Quim. Do fr. malate, este do lat. Malum, “maçã”. Séc. XIX,

D.V.//Málico provém do mesmo voc. lat.; id.

MALEBRANCHISMO- de Malebranche, filósofo francês (1638-1715), e suf. Ismo.

Malebranchismo, s. do antr. Nicolau Malebranche, filósofo fr. (I638-I7I5). Em I890, Morais8.

MALFORMAÇÃO- adaptação do fr.

Malformation.

MALGAXE- do vernáculo de Madagáscar, através do fr. Madécase, malgache.

MALHA (laçada)- do lat. Macula “malha de rêde”, através do fr. Maille.

MALÔNICO- do fr. Malonique.

MALVERSAÇÃO- adaptação do fr.

Malversation.

MAMELÃO- adaptação do fr. Mamelon. Mamute, s. do fr. mammouth (em I727), este de idioma ostíaco, do grupo fínico, na

Sibéria ociedental (iacute mamma, “campo, terra”), pelo russo mammont. OS Iacutes julgavam que os mamont viviam debaixo da terra como toupeiras. O voc. foi introduzido na terminologia científica por Ludloff, cerca de I696. Em I890, Morais8.

MANCHETE- adaptação do fr. Machette. Mandora, s. do fr. mandore, pertencente à família de bandolin (q.v.). MANDORA- do fr. Mandore.

MANDRIL- 1 (ferrementa): do fr. Mandrim (A. Coelho), M. Lübke, REW, 5278).

MANDRIL (peça)- do fr. Mandrin.

Manequim, s. do fr. mannequin, este do médio neerlandês *mannekijn, diminutivo de manne, variante de mande, certo tipo de cesto. Séc. XVIII.- “...e já me lembro/ De varios Maniquins empanturrados,/ Que passeião as ruas de Lisboa...”, Correia Garção, Obras Poéticas, p.276, Ed. de I778.

MANEQUIM- do baixo alemão mannekin “homenzinho”, pelo fr. Mannequin.

Manganês, s. É adaptação do fr. manganèse, denominação tirada, para designar o corpo descoberto pelo químico sueco Scheelé em I774, de manganése, ant. nome da magnésia negra, recebido neste sentido no séc. XVI do it. manganese, alteração ainda

mal explicada do lat. Magnésia; a grafia medieval magnésia só explica a primeira sílaba (Bloch-Wartburg, s.v.). Este voc. estará, provàvelmente, relacionado com magnésia. Séc. XIX, D.V. A mesma origem tem manganésio, também em D.V.[...]

MANGUSTO- do concani-marata mongus, influenciado pelo fr. Mangouste.

MANICURO- do fr. Manicure. Figueiredo tirou do lat. Manu, mão, e cura, cuidado.

MANICURA- adaptação do fr. Manicure.

MANIGÂNCIA- do fr. Manigance (Figueiredo). MANIGÂNCIA- do fr. Manigance.

Manilha², s. Jogo. Do fr. manille, « terme de divers jeux de cartesm I696; Le jeu pratiqué aujourd‟hui sous ce nom est récent. Empr. De l‟esp. Malilla avec dissimilation de l‟l ; malilla est dér. De mala, qui a le même sens, et qui est le fém. De malo « méchante » ; malilla signifie donc littéral. « petite méchante , malicieuse » ; ainsi nommée pour une raison incertaine ; Le Duchat dit que c‟est parce que, dans l‟ancien jeu de l‟hombre « elle est moindre de sa couleur, quand elle n‟est pas triomphe » ; mais les dict. Esp. ne donnent pas cette explication ; par contre, on y voit que la malilla est dans plusieurs jeux la deuxième de celles qui ont le plus de valeur ; à ce titre on pouvait aussi bien l‟appeler « la malicieuses »... », Bloch- Wartburg, s.v. Séc. XVI, segundo Morais².

MANILHA (jôgo)- do fr. Manille.

MANIVELA- do fr. Manivelle (Constâncio, Lacerda, Cortesão, Figueiredo). Fr. Domingos Vieira filiou ao it. Manovella, o que Cortesão achou aceitável. Cortesão rejeita a derivação de manubiae, de manus e vertre (A. Coelho). O esp. Tem manivela que Toro y Gómez considera galicismo.

MANIVELA- do fr. Manivelle.

MANJAR- do fr. Manger (Figueiredo); M.Lübke, REW, 5292, não cita o port. mas a formação não pode deixar de ser francesa (V. Branchet).

MANJAR (verbo)- do fr. Manger “comer”; ou do it. Mangiare.

MANJUA (comida). Talvez do fr. Ant. Manjue. MANJUA (sardinha)- talvez de manjua (comida), q.v.

MANJUBA (comida)- de manjua (comida), q.v. MANJUBA (peixe)- de manjua (sardinha), q.v. MANJUVA- variante de manjuba, q.v. MANOBRA- adaptação do fr. Manoeuvre. MANOBRAR- do fr. manooeuvrer (M.Lübke, REW,

5336). A. Coelho tirou de manobra, do b. Lat. Manupera.

MANOBRAR- adaptção do fr. Manoeuvrer.

MANOCA- este brasileirismo já se vai adotando em Portugal na industria do tabaco. Entende Figueiredo que poderia vir do fr. Manoque, cuja origem os franceses desconhecem; mas dêste desconhecimento infere o mesmo autor que o fr. Manoque terá vindo do port. manoca, que neste caso será da mesma origem que manhoco e manolho.

MANSARDA- do fr. Mansarde, derivado de Mansard, sobrenome de um arquiteto francês (1598- 1666) (Diez, Dic. 633, M.Lübke, REW, 5310).

Mansarda, s. Do fr mansarde, por sua vez tirado da expressão comble à La mansade, feita sobre o nome do arquiteto Francisco Mansard ou Mansart (I598-I666), a quem se atribui a invenção das mansardas (ou águas-furtadas), o que parece não ser exacto, pois se limitou a desenvolver o seu emprego. Em I8I3, Morais².

MANTELETE- do fr. Manetelet. MANTÔ- do fr. Manteau. [...]manipulação de manipular1, ou talvez adaptação do fr. manipulation; em I80I,

segundo Morais8; manipulador de manipular1, ou, talvez antes, adaptação do fr. manipulateur; se;c. XIX, D.V.; manipular1, v. do fr. manipuler, der. de manipule, termo de farmacologia, do lat. Manipulus, “punhado”(do cit. Manus); séc. XIX, D.V. [...]manivela do fr. manivelle, de origem controversa (vj. Bloch-Wartburg, s.v.); séc. XVIII, segundo Morais²; [...] manobra é adaptação do fr. manoeuvre; vj. Manobrar; séc. XIX: “assim tem servido a maioria dos deputados inocentemente às interessadas manobras dos que caminham direitos a seu fim...”, Garrett, Discursos Parlamentares, p.I63; manobrar é adaptação do fr. manoeuvrer (do lat. Gaulês manu operare); séc.

XIX, D.V.; manoebreiro de manobrar; séc. XIX, D.V.; manobrista de manobrar; id.; manoca provàvelmente do fr. manoque, de origem port.; vj. Manhoco e manolho; em I890; Morais8;[...] manufactor, adaptação de manufactura; séc. XIX: “famìlias inteiras de obreiros agrícolas e de manufactores morriam de fome”, Rebelo da Silva, História de Portugal, V, I0, cap. 4, p.565; manufacturar do fr. manufacture, tirado do lat. Medieval manufactura, “trabalho manual”, daì “fabrico”; em I794, no tìtulo da obra: “Segredos Necessarios dos Officios, Artes, e Manufacturas, e para muitos objectos sobre economia domestica...” (vj. Catálogo do leilão No II5 de livreiro Arnaldo Henriques de Oliveira, lote No 2454); manufacturar do fr. manufacturer, em I783, segundo Morais8; manufactureiro é adaptação do fr. manufacturier; séc. XIX, D.V.[...]

MANUCURO- v. manicuro.

MAOMETISMO- do fr. Mahométisme. Maquete, s. do fr. maquette, este do it. macchietta, “pequena mancha”, donde

“esboço (de desenho)”; é der. de macchia, “mancha”<lat. Macula. A forma maqueta em I890, Morais8.

MAQUETA- adaptação do fr. Maquette.

MAQUI- do fr. Maquis.

MAQUILAGEM- do fr. Maquillage. Maquilhar, v. do fr. maquiller, de origem duvidosa. Séc. XIX.//Maquilhagem do fr.

maquillage; séc. XIX: “...uma velha e malhosa actriz que, por hábito de camarim e de maquilhagem...sobrecarrega à pressa com grossas pinceladas de púrpura e ouro”, Eça de Queirós, Cartas Familiares, p.2I4.

MAQUILAR- do fr. Maquiller.

[...] maquinismo é adaptação do fr. machinisme; séc. XIX, D.V.; maquinista é adaptação do fr. machiniste; em I8I3, Morais².[...]

MAQUINISMO-do fr. Machinisme.

MAQUINISTA- do fr. Fr. Machiniste. MARABUTO- Figueiredo considera s.v. marabito

uma forma afrancesada e Cortesão deriva marabu do fr. Marabout. Loktsch deriva do ár. Marbut, propriamente ligado, part. Pass. Do verbo rabata, ligar, ser piedoso, depois asceta, santo, ermitão. A.

MARABU (asceta)- do fr. Marabout.

Marabu (ave)- de marabu (asceta). Pelo aspecto sério.

Coelho tirou do ár. Marabath. V. Dozy, Devic, Eguilaz. Cortesão tirou do it. Ou do esp. Ant. Marabutu.

MARAU- Figueiredo compara com francês maraud (Dicionário, Estrangeirismos, I, 9). Rui Barbosa considerava de origem francesa (Réplica, 555).

Marau, adj. e s. do fr. maraud, “homem femeeiro”, provàvelmente de origem onomatopaica.

MARAU- do fr. Maraud, segundo Figueiredo.

MARCHANTE- A. Coelho tira do fr. Marchand, negociante. Figueiredo acha que está por um arcaico marchante, que se encontra em Fernão Mendes Pinto, Perigrinação, cap. CVII, e viria do lat. Mercante provavelmente. Pacheco e Lameira, Gram. Port., 99, são da mesma opinião. O latim mercante tem dificuldade da transformação fonética do c. Em qualquer caso houve especialização de sentido.

MARCHANTE- do fr. Marchand “negociante”, com especialização de sentido de para “negociante de gado, forncedor de açougues”.

MARCHAR- do fr. Marcher, andar, de origem germânica (M. Lübke, REW, 5357). A. Coelho derivou de marcha e êste do fr. Marche. A Academia Espanhola dá idêntica origem ao esp. Marchar e Petrocchi ao it. Marciare.

[...] marchar provém do fr. marcher, introduzido quando este último já se usava com sentido actual, que parece datar do séc. XV; a origem do voc. fr. está no frâncico markôn, “marcar, imprimir (o passo)”; séc. XV: “...e marchando assi com boa ordem se foram alojar aquela noite dali seis léguas num campo bem descoberto”, Francisco de Andrada, Crónica de D. João III, IV, cap. 3I, p.I29; marcha derivado regressivo de marchar; séc. XVII: “Deixaram nos quartéis as tendas, bastimentos e bagagens, e ainda as viandas, já quase cozinhadas, que foram para o trabalho da marcha, necessário e suave despojo”, Jacinto Freire de Andrade, Vida de D. João de Castro, IV, 64, p.266; [...] marquise do fr. marquise, “depuis Le XVIIIe s. “tente de toile tendue au-dessus de La tente d‟un officier”, ainsi nomée parce qu‟elle se distingue des autres (marquis a pris um sens légèrement défavorable que n‟ont pás les autres titres de noblesse), d‟où, au XIXe s., “sorte d‟auvent”; séc. XX.

MARCHAR- do fr. Marcher.

Marcassita, s. do fr. marcassite de origem arábica, transmitido pelo lat. Medieval.

MARCHÊTA- variante de marchête, q.v. MARCHETAR- A. Coelho derivou do fr. Marqueter

mas Cortesão duvida dêste étimo por causa da palatal ch, cuja origem fonética não poderia ser o qu francês.

MARCHÊTE- deverbal de marchetar, q.v. MARÉ- do fr. Marée (A. Coelho, G. Viana, Apost.II,

281, 453). Barcia deriva do latim o esp. Marea. M.Lübke, REW, 5349, tira do it. Marea o fr. Marée. O timbre o e leva a preferir o étimo italiano; não seria o primeiro termo de marinha de origem italiana. Maximino Maciel, Gram. Descr. 115, aceita o francês.

[...] maré do fr. marée; séc. XVI: « ...e se erramos os meios da conseguir acusamos a fortuna, da que nos as mais das vezes somos causa, por leh errarmos a maree”, Jorge Ferreira de Vasconcelos, Eufrosina, V, cena I0, p.294, Ed. de I9I9[...]

MARÉ- do fr. Marée.

Marechal, s. do fr. marechal, este do frâncico *marhskalk, “cirado (skalb) encarregado de tratar dos cavalos (marah), donde também o lat. Da Lei Sálica mariscalcus. Em Fernão Lopes, referindo-se a factos do séc. XIV: “Britiz Pereira, filha de Alvoro Pereira, marichall, já finado, molher que foy de Martim Vasquez de Resende”, Fernão Lopes, Crñnica de D. João I, 2ª. parte, cap. 96, p.225, Ed. de I949. No séc. XV existia a forma mariscal, galicismo evidente, pois aparece também em Fernão Lopes, mas agora em referência a personalidade francesa: “...e o mariscal Dandemar, mariscal de França...”, Crñnica de D. Pedro, cap. 36, p.II0, Ed. de I932; “...antre os quaaes veho o mariscal de França, homem de saseemta anos e mais...e o

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