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3.2 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CÁDMIO EM TECIDOS VIA

3.2.6 INSTRUMENTAÇÃO

Um espectrômetro de absorção atômica com atomização eletrotérmica com forno de grafite (AAS5 EA, Carl Zeiss, Alemanha) com auto-amostrador (MPE50, Carl Zeiss, Alemanha) foi usado para realizar as determinações. A absorbância foi medida em modo de área e um corretor de fundo de deutério foi utilizado ao longo das determinações. Uma lâmpada de cátodo oco de Cd foi utilizada como fonte de radiação, operando com comprimento de onda de 228,8 nm, corrente de 5,0 mA e fenda de 0,8 nm.

O volume de injeção adotado foi sempre de 16 µL de amostra e 4 µL de modificador químico constituído por Pd(NO3)2 0,2% m/v e Mg(NO3)2 0,5% m/v. Algumas curvas

de calibração foram construídas no modo de adição padrão para reduzir os efeitos de matriz sobre a determinação, visto que em alguns tecidos há interferência da matriz na quantificação do cádmio (VESCOVI, 2010).

Por razões de se ter metodologias diferentes para determinação, sabe-se que programas de aquecimento distintos são adotados, sendo que estes foram otimizados em um estudo prévio (VESCOVI, 2010). O programa de forno aplicado às amostras de sangue é dado pela Tabela 2. Segundo esta, na presença de matriz bruta é possível estabilizar o Cd a uma temperatura de 700°C.

Diferentemente do sangue, o programa de aquecimento proposto para a análise de tecidos (Tabela 3) tem um tempo de pirólise menor, já que, com a digestão da matéria orgânica encontrada nos tecidos, é possível maior eliminação da matéria orgânica, reduzindo assim, as interferências da matriz.

Tabela 2. Programa térmico do GFAAS para a determinação de Cd em sangue.

Etapa Tipo Temperatura (°C) Rampa (°C/s) Patamar (s)

1 Secagem 100 10 15

2 Secagem 170 17 20

3 Pirólise 700 40 30

4 Atomização 1800 2500 2

Tabela 3. Programa térmico do GFAAS para a determinação de Cd em tecidos.

Etapa Tipo Temperatura (°C) Rampa (°C/s) Patamar (s)

1 Secagem 90 5 15 2 Secagem 110 2 10 3 Pirólise 700 250 10 4 Atomização 1800 1400 4 5 Limpeza 2400 500 4 3.2.7 ASPECTOS METROLÓGICOS

Ao se utilizar um método de análise, é necessário executar a validação do mesmo, ou seja, fazer a confirmação por ensaios e fornecimento de evidência objetiva de que os requisitos específicos para um determinado uso pretendido são atendidos (ALBANO e RODRIGUES, 2007).

Se um método existente for modificado para atender aos requisitos específicos, ou um método novo for desenvolvido, o laboratório deve se assegurar de que as características de desempenho do método atendem aos requisitos para as operações analíticas pretendidas, ou seja, realizar um estudo de validação do método (ALBANO e RODRIGUES, 2007).

O protocolo de validação analítica depende dos objetivos da análise e da técnica a ser empregada. Dentre os parâmetros analíticos que podem ser conhecidos no processo de validação destacam-se os limites de detecção, limites de quantificação, linearidade, especificidade, seletividade, exatidão e recuperação (DELLA ROSA e RIBEIRO-NETO, 1999).

A especificidade e a seletividade são a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto específico independente da matriz da amostra e de suas impurezas. Estes parâmetros estão relacionados ao evento de detecção. A especificidade refere-se a um método específico para um analito e a seletividade refere-se a um método utilizado para vários analitos com capacidade de distinção entre eles (ALBANO e RODRIGUES, 2007).

O limite de detecção (LD) é a menor quantidade do analito presente em uma amostra que pode ser detectada, com certo limite de confiabilidade, porém não necessariamente quantificada, sob as condições experimentais estabelecidas. O

limite de quantificação (LQ) é a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas. O LD e o LQ podem ser calculados através das equações abaixo.

= e =

Onde SD é o desvio padrão de 10 medidas do branco de reagentes, e m a inclinação da curva de calibração (SKOOG, 2006).

A linearidade é obtida através de regressão linear, a qual é usada para o cálculo da concentração do analito a ser determinado na amostra real. O coeficiente de regressão linear (R2) é frequentemente usado para indicar a adequabilidade da curva como modelo matemático. Um valor maior que 0,99 é usualmente requerido (ALBANO e RODRIGUES, 2007).

A exatidão do método é verificada quando são obtidos resultados muito próximos em relação ao valor verdadeiro, a exatidão é calculada como porcentagem de recuperação da quantidade conhecida do analito adicionado à amostra, ou como a diferença percentual entre as médias e o valor verdadeiro aceito, acrescida dos intervalos de confiança (ALBANO e RODRIGUES, 2007).

3.3 MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA VIA TÉCNICA DE PLETISMOGRAFIA DE CAUDA

De maneira indireta, a pressão arterial sistólica (PAS) dos animais de ambos os grupos foi verificada via método de pletismografia de cauda (IITC Life Science non-

invasible blood pressure, versão 1.35). Este protocolo foi efetuado com a finalidade

de avaliar os efeitos da exposição ao cádmio sobre os valores pressóricos dos animais acordados, ou seja, sem possíveis efeitos depressores dos anestésicos.

Seguindo as recomendações do fabricante, antes do início das medidas pressóricas, os animais eram submetidos a um período de climatização de três dias. Esta adaptação era efetuada colocando-se os animais no aparelho e mimetizando a técnica de medida da pressão arterial. Essa climatização é necessária para reduzir o estresse do animal durante seu confinamento no cilindro de acrílico para a aquisição de dados e, consequentemente, suavizar possíveis interferências ambientais nos valores pressóricos obtidos dos animais.

Após o período de climatização foi realizado o registro pressórico, os animais eram colocados em cilindros de acrílico (holter). A cauda dos animais era conectada ao sensor de pressão do manguito (cuff) que por sua vez estava conectado ao amplificador e este ao computador, para obtenção dos resultados. Os cilindros contendo os ratos eram alocados no interior de um aquecedor a 37° C, no intuito de promover a dilatação da artéria caudal permitindo a medida da PAS. Alguns quesitos eram verificados para condição ideal de medida entre eles: posição, adaptação e relaxamento do animal; temperatura e posição do cuff e ausência de evacuação durante o procedimento. Depois de confirmada a adequação, três medidas eram realizadas e era calculada a média aritmética da PAS de cada animal.