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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário estruturado, o qual é definido por Gil (2010) como uma técnica de investigação composta por um número relativamente elevado de questões que tem por finalidade conhecer seus perfis, as opiniões, crenças, sentimentos, expectativas e situações vivenciadas pelos indivíduos. O questionário, composto por quarenta e uma questões, foi dividido em nove blocos que serão explicados a seguir. O Quadro 1 apresenta um resumo das questões abordadas na pesquisa contendo o tema de cada bloco, a quantidade de variáveis ou componentes e as referências utilizadas para elaborar o instrumento de coleta de dados.

Quadro 1: Síntese do instrumento de coleta de dados

Tema Variáveis Referências

Perfil dos respondentes considerando variáveis

socioeconômicas e demográficas

Gênero

Elaborado pela autora. Idade

Curso matriculado Semestre corrente

Estado Civil

Dependência financeira dos pais ou familiares

Ocupação

Renda média mensal familiar Forma de pagamento e uso do

cartão de crédito 2 questões Elaborado pela autora. Conhecimento sobre regras do

cartão de crédito pessoal 3 questões Elaborado pela autora. Comportamento de risco

utilizando o cartão de crédito 4 questões

Adaptado de Mendes-da-Silva, Nakamura, e Moraes (2012). Percepções sobre a influência

do uso do cartão de crédito no comportamento

4 questões Elaborado pela autora. Conhecimento sobre a lei do

cartão de crédito 1 questão Elaborado pela autora. Planejamento, controle

financeiro, alocação de capital 5 questões

Adaptado de Mendonça, e Daltoé A. H. (2018).

Hábitos de compras 1 questão Adaptado de Mendes-da-Silva, Nakamura, e Moraes (2012). Alfabetização financeira 13 questões Adaptado de Potrich, Vieira, e

Kirch (2014). Fonte: Elaborado pela autora.

O primeiro bloco buscou identificar o perfil dos respondentes, com perguntas de gênero, idade, estado civil, curso matriculado no Centro Socioeconômico, semestre que está cursando predominantemente, se é dependente financeiramente de pais e ou/familiares, ocupação e renda familiar. Este primeiro bloco foi composto por oito questões do tipo múltipla escolha, sendo todas elaboradas pela autora.

O segundo bloco é formado por duas questões múltipla escolha, elaboradas pela autora, e tem o objetivo de identificar como os estudantes realizam suas compras. A primeira tinha como objetivo identificar a forma de pagamento utilizada predominantemente pelos respondentes, e a segunda tinha como objetivo verificar se o respondente possui cartão de crédito, dividindo os respondentes em dois grupos para as análises posteriores. Esta questão também contou com alternativas que especificavam o número do cartão de crédito por respondente.

Os três blocos seguintes têm por objetivo verificar, nos respondentes que possuem cartão de crédito, os seus conhecimentos sobre as regras do seu próprio cartão de crédito (terceiro bloco), se possuem comportamentos de risco utilizando o cartão de crédito (quarto bloco) e quais são as suas percepções sobre a influência do cartão de crédito no

seu comportamento financeiro (quinto bloco). O terceiro bloco é formado por três questões do tipo múltipla escolha elaboradas pela autora, com base nos dados disponibilizados no relatório disponibilizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito em março de 2018, titulado “Inadimplência e recuperação de crédito no Brasil” (SPC, 2018), sobre a falta de conhecimento dos brasileiros sobre a taxa de manutenção do cartão de crédito, taxa de juros e data de pagamento da fatura mensal.

O quarto bloco é formado por quatro questões múltipla escolha, originalmente elaboradas por Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012) em seu artigo sobre o comportamento de risco utilizando o cartão de crédito com estudantes universitários. O quinto bloco contém quatro questões elaboradas pela autora do tipo likert de cinco pontos (1= discordo totalmente; 2= discordo; 3= indiferente; 4= concordo; 5= concordo totalmente), e busca identificar a percepção do respondente quanto ao seu comportamento financeiro utilizando o cartão de crédito, sendo que, para as duas primeiras questões, quanto mais os respondentes concordam com as afirmações, melhor será o seu comportamento, e, para as duas últimas questões, o contrário: quanto mais os respondentes concordam com as afirmações, pior o seu comportamento utilizando o cartão de crédito.

O sexto bloco é formado por uma questão que verifica o conhecimento financeiro dos respondentes quanto ao percentual mínimo de pagamento da fatura do cartão de crédito, que teve a sua regra alterada este ano (BANCO CENTRAL, 2018). Diferente dos últimos três blocos, que são formados por questões diretamente relacionadas as regras do cartão de crédito individual do respondente conforme a política da instituição financeira que emitiu o cartão, a questão neste bloco não conta com a opção “Não possuo cartão de crédito” para ser assinalada, considerando que não é preciso possuir cartão de crédito para ter conhecimento das regras estipuladas pelo Banco Central às instituições financeiras.

O sétimo bloco é formado por cinco questões e tem como objetivo identificar o nível de planejamento e de controle financeiro dos respondentes. Este bloco conta com questões do tipo múltipla escolha adaptadas do questionário aplicado por Mendonça e Daltoé (2018) e evidencia, além dos objetivos apresentados, se os respondentes têm economizado dinheiro e onde costumam aplicar o dinheiro economizado, possibilitando a análise do perfil de investidor dos estudantes do Centro Socioeconômico da Universidade Federal de Santa Catarina.

O oitavo bloco conta com uma questão adaptada do artigo de Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012) onde o respondente poderia assinalar um número livre de

alternativas, incluindo a alternativa “Outros”, onde os respondentes puderam especificar a informação, adicionando itens não citados pela autora, ou para informar quando se a questão não era aplicável.

O nono e último bloco é formado por treze questões adaptadas de Potrich, Vieira e Kirch (2016) e tem como objetivo classificar os estudantes com alto ou baixo nível de alfabetização financeira. O Termômetro Financeiro, denominado assim o indicador criado por Potrich, Vieira e Kirch (2016), utiliza três questões do tipo likert de cinco pontos para medir a atitude financeira, cinco questões também do tipo likert de cinco pontos para medir o comportamento financeiro, e treze questões de múltipla escolha para mensurar o conhecimento financeiro, sendo que as treze questões de conhecimento financeiro elaboradas por Potrich, Vieira e Kirch (2016) são compostas por questões de conhecimento financeiro básico e avançado.

Para a construção do questionário, considerando a quantidade e a densidade das perguntas, optou-se por trazer apenas as questões de conhecimento financeiro avançado. Esta decisão está pautada nas descobertas das pesquisas realizadas por Chen e Volpe (1998) de que indivíduos com maior nível de escolaridade possuem maiores níveis de educação financeira, e por Amadeu (2009) de que o contato, durante a graduação, com disciplinas ligadas à área financeira influencia positivamente no nível de educação financeira, ou seja, de conhecimento financeiro.

As questões de conhecimento financeiro básico foram consideradas, portanto, irrelevantes para este questionário, uma vez que os respondentes são estudantes do ensino superior no Centro Socioeconômico, onde são ofertadas disciplinas de cunho financeiro da Universidade Federal de Santa Catarina. Das treze questões de conhecimento financeiro do Termômetro de Alfabetização Financeira, apenas as cinco de conhecimento financeiro avançado foram adicionadas ao questionário, todas do tipo múltipla escolha.

Por fim, destaca-se que o questionário inicial apresentava as mesmas 41 questões do questionário final, porém, antes de aplicar o questionário com a amostra mínima calculada, o mesmo foi validado com uma especialista no assunto e aplicado a dez graduandos em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina, selecionados de forma aleatória para respondê-lo. Através das dúvidas levantadas pelos estudantes respondentes, questões e alternativas foram adaptadas, o que auxiliou na elaboração de uma versão final mais clara e completa do que a original.

No que tange a aplicação do questionário, ressalta-se que o mesmo foi aplicado de duas formas: online (utilizando a plataforma Google forms e divulgado em redes sociais

da autora) e presencial (questionário impresso disponibilizado para estudantes no Centro Socioeconômico durante as aulas, com a devida autorização prévia dos respectivos professores). Na primeira modalidade, disponibilizado através da plataforma Google Forms, foram obtidas 132 respostas, na qual 120 foram consideradas válidas. O tempo de resposta de cada estudante foi um dos critérios utilizados para validar as respostas, sendo considerado válido o tempo de resposta segundo estimativa da autora em relação ao tempo de leitura de todas as questões.

Outro critério utilizado foi o curso em que o estudante está matriculado, sendo considerado apenas os estudantes matriculados de maneira regular em um dos cinco cursos do Centro Socioeconômico. A segunda modalidade teve um total de 271 respostas, na qual 244 foram consideradas válidas e 27 inválidas. Além dos critérios citados anteriormente, para esta modalidade foi considerado, também, os questionários com questões em branco, que impossibilitam a análise completa. Destaca-se que este critério não foi considerado para a modalidade online, pois a plataforma em que o questionário foi disponibilizado utiliza um recurso em que o respondente não consegue submeter o envio dos dados do questionário se alguma questão for deixada sem resposta, obrigando o respondente a se posicionar nas 41 questões.

A soma das respostas válidas nas duas modalidades, um total de 364 questionários, atingiu o número de questionários mínimos na amostra que foi de 344, conforme explicado anteriormente.

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