INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Em um estudo de caso, a coleta de dados ocorre após a definição clara e precisa do tema, enunciado das questões orientadoras, colocação das proposições, levantamento do material que irá compor a plataforma do estudo, planejamento de toda a pesquisa, incluindo detalhado protocolo, bem como as opções por técnicas de coleta de dados (MARTINS, 2006).

O protocolo desta investigação está dividido em cinco partes: 1) A visão geral do estudo busca situar o leitor perante as informações mais basilares do estudo; 2) Os procedimentos adotados no trabalho de campo com os aspectos metodológicos, a organização e sujeitos pesquisados; 3) As questões do estudo de caso; 4) Roteiro de entrevista e 5) Informações referentes à análise dos dados.

Yin (2010) cita seis diferentes fontes de evidência que servem para a coleta de dados em um estudo de caso: documentação; registros em arquivos; entrevistas; observações diretas; observação participante e por último, artefatos físicos. Para atingir os objetivos propostos neste estudo, foram utilizadas fontes evidenciais para a coleta de dados: documentos, entrevistas semiestruturadas e observação direta. A Figura 12

relaciona os objetivos específicos do estudo com as fontes de coleta de dados, bem como com os sujeitos pesquisados.

Figura 13 - Objetivos específicos do estudo com as suas fontes de coleta de dados e os sujeitos pesquisados

Objetivos Específicos Fonte de coleta de

dados Sujeitos pesquisados

a) Investigar as percepções dos atores quanto a promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável de Santa Maria/RS por meio do

Santa Maria Tecnoparque

Documentos, entrevistas e observação

Residentes no Parque, Diretores e parque Membros das Instituições

Fundadoras

b) Averiguar os possíveis fatores contributivos e restritivos identificados entre os atores do Santa Maria Tecnoparque considerando a promoção do

Desenvolvimento Regional Sustentável de Santa Maria/RS;

Entrevistas e observação

Residentes no Parque, Diretores e Membros das

Instituições Fundadoras

c) Verificar o processo da aprendizagem social para o DRS entre os atores que compõem o Santa Maria

Tecnoparque;

Entrevistas e observação

Residentes no Parque, Diretores, Membros das Instituições Fundadoras e

Ex-Residentes

d) Identificar os possíveis efeitos da aprendizagem social entre os atores do Parque, na promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável de Santa

Maria/RS;

Entrevistas e observação

Residentes no Parque, Diretores e Membros das

Instituições Fundadoras

Fonte: Elaborado pelo autor.

A primeira fonte de coleta de dados utilizada neste trabalho foram os documentos, que podem tomar várias formas e devem ser objeto de planos explícitos de coleta de dados (YIN, 2010). Gil (2010) considera a pesquisa documental imprescindível em qualquer estudo de caso, e podem auxiliar na elaboração de pautas para entrevistas e dos planos de observação.

A pesquisa documental fez parte de um estudo exploratório, a respeito do organograma e também das empresas residentes no Parque, e serviram de base para a seleção de pessoas que foram entrevistadas. Outros documentos que também foram verificados neste estudo, a priori estabelecidos, são atas de reuniões, estatuto do

empreendimento, contratos e recortes de notícias impressa e digital, como por exemplo o conteúdo do Blog do Santa Maria Tecnoparque.

As entrevistas constituem uma das mais importantes fontes de informação para um estudo de caso (YIN, 2010). Marconi e Lakatos (2010, p.178) afirmam que a entrevista é um “procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social”.

As entrevistas foram semiestruturadas, o que permite que o respondente aborde o tema em pauta sem a necessidade de obedecer a condições ou elementos pré-fixados pelo pesquisador (MINAYO, 2004). Os roteiros com as perguntas foram elaborados com o apoio dos três professores doutores que fizeram parte do processo de qualificação da investigação, em momentos anteriores à coleta dos dados.

A questão e os objetivos da pesquisa bem como o suporte teórico foram utilizados para a elaboração das perguntas, assim como o auxílio de um professor especialista. Utilizou-se um roteiro composto por dois blocos que buscavam o aprofundamento das percepções dos entrevistados (Diretores, Residentes e membros das Instituições Fundadoras) em relação ao DRS e à aprendizagem social para o DRS, e também o histórico das relações dos entrevistados com o Santa Maria Tecnoparque, assim como um roteiro simplificado para os Ex-Residentes. Os roteiros estão nos Apêndices.

As entrevistas foram realizadas no período de 16/08/2018 a 22/11/2018 e apresentaram uma duração média de 37 minutos. Os locais escolhidos foram de acordo com a conveniência dos entrevistados, como por exemplo, no Santa Maria Tecnoparque, cafés no centro de Santa Maria/RS e nas Instituições Fundadoras do Parque. As entrevistas foram gravadas em aplicativo do celular e posteriormente foram transcritas na sua integralidade.

Desta forma, as entrevistas foram fundamentais para possibilitar o atingimento dos objetivos deste estudo. Os representantes dos quatro grupos de sujeitos da pesquisa foram entrevistados, de modo que se pudesse investigar a promoção do DRS do Santa Maria Tecnoparque, bem como a existência de características do processo de aprendizagem social entre os atores sociais analisados.

Por sua vez, Martins (2006) salienta que a observação não deve ser desconsiderada em um estudo de caso. O autor diz que a mesma já se faz presente no início do estudo, com a observação do caso que será investigado. As observações podem variar entre formais e informais, e podem envolver observações em reuniões, atividades da rua, trabalho em fábrica, salas de aulas e outros (YIN, 2010). Neste estudo foram realizadas

observações dentro do Parque, tanto nas reuniões quanto nas áreas de convivência do mesmo, de modo a buscar obter informações sobre a promoção do DRS. De forma geral, foram realizadas nove visitas ao Santa Maria Tecnoparque, que totalizaram 19 horas de observação. Estas visitas incluíram visitas as instalações do parque, conversas com os Residentes e Diretores e uma reunião realizada para apresentar as ações previstas para 2019.

O Quadro 9 apresenta uma relação entre os objetivos, argumentos e autores utilizados nos roteiros de entrevistas.

Quadro 9 - Relação entre os objetivos, argumentos e autores utilizados no roteiro de entrevistas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A seção 3.4 apresentará os procedimentos de análise de dados.

Objetivos Argumentos Autores

a) Investigar as percepções dos atores quanto a promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável de Santa Maria/RS por meio do Santa Maria Tecnoparque;

Argumento 01: Os Parques Científicos e Tecnológicos têm a capacidade de gerar benefícios para a promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável das localidades em que estão inseridos.

Barbosa (2011); Inácio et al (2013); Jocovic et al (2017).

b) Averiguar os possíveis fatores restritivos/contributivos identificados entre os atores do Santa Maria Tecnoparque considerando a promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável de Santa Maria;

Argumento 02: Os Parques Científicos e Tecnológicos enfrentam um número maior de fatores restritivos frente a contributivos, no que diz respeito à promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável.

JOCOVIC et al (2017)

c) Verificar o processo da aprendizagem social para o Desenvolvimento Regional Sustentável entre os atores que compõem o Santa Maria Tecnoparque;

Argumento 03: Os ambientes dos Parques Científicos e Tecnológicos são apropriados para a presença de elementos da Aprendizagem social para o Desenvolvimento Regional Sustentável.

Glasser (2007); D’Angelo e Brustein (2014); (Orsato, Campos e Barakat (2018); Amaral e Brunstein (2017); .

d) Identificar os possíveis efeitos do processo de aprendizagem social entre os atores do parque, na promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável de Santa Maria/RS.

Argumento 04: A aprendizagem social para a sustentabilidade tem a capacidade de contribuir para a promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável.

Muro & Jeffrey (2008) ; Cincera et al( 2017)

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