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Foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados durante a realização do estudo: o questionário e o guia adaptado para aplicação da Escala para Identificação da Competência do Diabético para o Autocuidado (ECDAC).

3.6.1 Questionário

O questionário (APÊNDICE 1) consta de três partes. A primeira parte inclui dados sociodemográficos e clínicos dos idosos e registro das alterações nas capacidades físicas, mentais e motivacionais que podem interferir na competência para o autocuidado. A segunda parte refere-se a instrumento de apoio à aplicação do Mini Exame de Estado Mental (MEEM). A terceira parte desse instrumento foi utilizada para o registro dos erros encontrados na autoadministração de insulina pelos idosos, a partir de vinte erros previamente definidos, incluindo as fases: Pré-aplicação, Técnica de aplicação e Pós-aplicação.

3.6.2 Testes

Os testes utilizados foram o Mini-exame de Estado Mental, (ANEXO 1) (FOLSTEIN, FOLSTEIN e MCHUGH, 1975) e a ECDAC no ANEXO 2 (NUNES, 1982).

3.6.2.1 Mini-exame de Estado Mental

Criado em 1975, o MEEM inclui onze perguntas relacionadas a aspectos cognitivos de funções mentais. Prático de utilizar, ele requer de 5 a 10 minutos para ser administrado. O

teste é dividido em duas secções, a primeira requer apenas respostas orais e abrange orientação, memória e atenção, com o máximo de 21 pontos. A segunda parte inclui capacidade de definir nomes, seguir comandos verbais e escritos, escrever uma frase de forma espontânea e copiar um polígono, o valor máximo è de 9 pontos (FOLSTEIN, FOLSTEIN e MCHUGH, 1975).

A fim de reduzir os resultados falsos positivos, são necessários valores de referência específicos para variados níveis de escolaridade. Um estudo com o objetivo de avaliar a influência da idade e escolaridade no desempenho cognitivo, entrevistou 530 adultos usando o MMSE. Os escores totais não foram significativamente diferentes entre os grupos etários e foram estabelecidos pontos de corte para diferentes escolaridades: analfabetos, 13; fundamental e médio (até 8 anos de escolaridade), de 18; e alta (mais de 8 anos de escolaridade), 26 (BERTOLUCCI et al., 1994). Os referidos pontos de corte foram utilizados no presente estudo.

3.6.2.2 Escala para Identificação da Competência do Diabético para o Autocuidado

Desenvolvida e validada por uma enfermeira, a ECDAC foi criada em 1982 na Universidade Federal de Santa Catarina com o objetivo de avaliar a competência para o autocuidado em DM, utilizando como suporte teórico o conceito de competência para o autocuidado da teoria de Orem. A fim de determinar a confiabilidade, o instrumento foi aplicado a 81 adultos com diabetes, de 18 a 65 anos, em seus domicílios ou em instituições de saúde que atendem indivíduos em regime de internação e em regime ambulatorial (NUNES, 1982).

O conteúdo abordado pela ECDAC encontra-se dividido em três subescalas: A - capacidades físicas: visão, sensibilidade nas mãos e pés e destreza manual;

B - capacidades mentais: leitura, atenção e memória, discriminação e classificação de acontecimentos referentes a DM, julgamento de certas situações referentes ao diabetes e conceptualização de um sistema de ações para atuar em certas situações referentes ao tratamento;

C - capacidades motivacionais e emocionais: autoestima, autovalorização, motivação para desenvolvimento de autocuidado e aceitação da situação de diabético (NUNES, 1982).

Apesar de ser um instrumento construído e validado em 1982, os autores que utilizaram a escala ECDAC em uma pesquisa para avaliação da capacidade do idoso para o autocuidado, consideraram a ECDAC um instrumento relevante para a avaliação da

capacidade física, mental e motivacional e recomendam pesquisadores e profissionais de saúde a utilizarem em todos os níveis de atenção à saúde (MARQUES et al., 2013).

3.6.3 Guia adaptado para aplicação da ECDAC

Considerando que a ECDAC original não disponibiliza pontos de corte para diferenciar os indivíduos competentes ou não para desenvolver atividade de autocuidado, optou-se pela utilização das adaptações e pontos de corte estabelecidos por uma pesquisa realizada com o objetivo de avaliar as competências de idosos diabéticos para realizar práticas de autocuidado acompanhados nas unidades básicas de Fortaleza-CE (MARQUES et al., 2013).

Dentre as adaptações propostas por esse trabalho incluem a substituição do quadro optométrico pelo cartão de Jaeger na avaliação da acuidade visual e da prova de Holgreen pelos cartões de cores básicas, além da retirada da prova de sensibilidade térmica pela falta de viabilidade para realização do teste.

Além dessas mudanças já propostas pelo referido estudo, foi realizada uma adaptação da linguagem utilizada a fim de promover um melhor entendimento dos idosos ao longo da realização da aplicação da escala e a modificação do teste de sensibilidade dos pés para a sensibilidade das mãos, adaptando à realidade de autoaplicação de insulina por todos os indivíduos da pesquisa.

A escala propriamente dita e o guia para aplicação da ECDAC foram unificados em um único documento que originou no Guia adaptado para a aplicação da ECDAC. Dessa forma a aplicação do instrumento tornou-se mais prática e rápida, visto que em cada item da escala constava a explicação de como aplicá-lo, evitando assim a diferenciação na forma de aplicação do instrumento entre os pesquisadores.

Para cada questão da ECDAC foram oferecidas quatro opções de respostas, podendo variar a pontuação de 1 (pior grau de desenvolvimento) a 4 (melhor grau de desenvolvimento) pontos para cada uma delas (MARQUES et al., 2013). Segue a pontuação de acordo com as capacidades analisadas:

- Limitações físicas:

Relacionadas às questões de 1 a 5 da ECDAC: visão (questões 1 e 2), tato (questões 3 e 4) e habilidade manual e destreza (questão 5).

Pontuação: 11 a 16 pontos (apto para o autocuidado) e abaixo de 11 pontos (não apto). - Limitações mentais:

Relacionadas às questões 6 a 16 da ECDAC: capacidade de leitura (questão 6) e conhecimento sobre DM (questões 7 a 16).

Pontuação: 25 a 44 pontos (apto para o autocuidado) e abaixo de 25 pontos (não apto). - Limitações motivacionais:

Relacionadas às questões 7 a 17 da ECDAC.

Pontuação: de 11 a 30 (déficit de motivação), de 31 a 39 (com motivação) e de 40 a 44 (motivação altamente positiva).

- Competência para o autocuidado:

Soma dos pontos referentes a todas as limitações encontradas.

Pontuação: até 77 pontos (competência para o autocuidado insatisfatória) e 78 pontos ou mais (competência para o autocuidado satisfatória)

Foi realizado um treinamento para aplicação dos instrumentos de coleta de dados com todos os pesquisadores para a unificação da linguagem e compreensão dos instrumentos e testes.

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