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Instrumentos de apoio ao processo RVCC profissional e sua sequência

3. Reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais

3.5. Instrumentos de apoio ao processo RVCC profissional e sua sequência

A fase de reconhecimento de competências, como referido anteriormente, tem como objetivo evidenciar e demonstrar competências do candidato no âmbito deste processo. Este trabalho é desenvolvido pelo Profissional RVC, que apresenta o referencial de competências profissionais e explora, de uma forma mais detalhada, toda a informação anteriormente trabalhada pelo candidato na etapa de diagnóstico e encaminhamento. Este trabalho de exploração é desenvolvido em articulação com o preenchimento da Ficha de percurso profissional e de formação de forma a sistematizar toda a informação considerada relevante e igualmente complementada através de diversos documentos comprovativos que vão sendo reunidos. Este procedimento permite ao Profissional RVC listar

21 documentação relativa ao candidato que permita comprovar fidedignamente o domínio de determinadas tarefas ou competências.

A partir da ficha de percurso profissional e de formação, o candidato, de uma forma mais organizada e objetiva, estrutura o seu Portefólio de forma a este refletir as suas competências e as tarefas que sabe realizar.

No desenvolvimento do processo, a entrada do Tutor RVC é marcada pelo preenchimento da Grelha de autoavaliação pelo candidato. A Grelha de autoavaliação é de utilização obrigatória, e compõe o primeiro instrumento do ―kit de avaliação‖ utilizado no âmbito dos processos de RVCC profissional. Nesta fase, o Tutor tem como função apoiar o candidato no preenchimento da Grelha de autoavaliação, na medida em que vai esclarecer o sentido da linguagem técnica nela utilizada.

Nesta fase, a partir da informação obtida através da Ficha de percurso profissional e de formação, dos conteúdos do Portefólio, e do preenchimento da Grelha de autoavaliação, o Tutor preenche a Ficha de análise do Portefólio, que é o segundo instrumento do ―kit de avaliação‖ a ser utilizado. A ficha de análise do Portefólio deve ser aplicada apenas nas situações em que a informação e os respetivos comprovativos que constituem o Portefólio possam conduzir inequivocamente à validação de competências. Nesta, são assinaladas, pelo Tutor, quais as competências validadas através da análise dos comprovativos que completam o Portefólio, e juntamente com o candidato organiza a entrevista técnica, baseando-se no Guião de entrevista. A entrevista é considerada um momento essencial no processo RVCC profissional do candidato.

O guião de entrevista técnica é o segundo ou terceiro instrumento de avaliação, dependendo do preenchimento ou não da Ficha de Análise do Portefólio, a ser utilizado no âmbito dos processos RVCC profissionais e é de aplicação obrigatória. Todavia, poderá não ser aplicado na sua totalidade, se a informação e os respetivos comprovativos constantes do Portefólio forem suficientes para a validação de determinadas competências.

O Tutor, baseando-se na informação que vai obtendo acerca do candidato, apoia este último na reorganização do Portefólio, evidenciando os pontos significativos, tendo em consideração o referencial de RVCC profissional, promovendo simultaneamente a recolha de mais evidências que certifiquem o desempenho de determinadas tarefas. Concomitantemente e em função da reorganização do Portefólio, a Ficha de análise do mesmo vai sendo atualizada.

Nesta fase, caso o Portefólio e a entrevista técnica não se revelem suficientes para ser possível ao Tutor concluir o domínio de determinadas tarefas/competências por parte do candidato é necessário desenvolver outras formas de verificação, nomeadamente a observação direta no posto de trabalho e/ou pelo desenvolvimento de exercícios em contexto de prática simulada. A classificação e o registo dos resultados podem ser considerados comprovativos satisfatórios na fase de validação.

Na fase da validação, a equipa (Tutor RVC, Avaliador RVC e profissional de RVC) reúnem para, com base na análise do Portefólio, validar as unidades de competência e respetivas tarefas. No

22 caso de ser necessário verificar se o candidato sabe executar determinadas tarefas ou se detém determinadas competências, mobilizam-se, novamente instrumentos do ―kit de avaliação‖ considerados mais indicados, de acordo com a natureza de cada tarefa e das condições de contexto. Ou seja, desenvolve-se uma entrevista técnica que pode focar uma ou mais partes do Guião de entrevista ou uma prova prática, que pode passar por observação direta no posto de trabalho ou a realização de exercícios em prática simulada. Tanto a Grelha de observação direta do desempenho em posto de trabalho como os exercícios práticos a desenvolver em contexto de prática simulada são dois instrumentos facultativos, que são utilizados no caso da entrevista técnica ser inconclusiva relativamente à possibilidade de validação/não validação de determinadas tarefas/competências. Apesar de ambas as formas de proceder à avaliação das tarefas serem de demonstração prática, deve ser privilegiada a observação direta no posto de trabalho, recorrendo-se aos exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada apenas nos casos em que não seja possível realizar-se a observação direta no posto de trabalho.

Na sessão de certificação, que obrigatoriamente é registada em ata própria, o júri certifica as unidades de competência e as respetivas tarefas, baseando-se no Portefólio produzido pelo candidato. Nesta sessão, o candidato pode recorrer à exposição oral ou à demonstração prática do domínio de uma ou outra competência sua.

No caso da sessão de júri resultar uma certificação parcial, é definido um PPQ, que conduz ao ―encaminhamento‖ do candidato para um percurso formativo com vista à aquisição de competências profissionais.

Após a realização de uma sessão de júri de certificação é emitido um documento comprovativo da certificação de competências, que pode ser de dois tipos, um Diploma, quando o candidato obtém um nível de qualificação profissional e de escolaridade, ou um Certificado de Qualificações, quando são certificadas unidades de competência, quer estas correspondam à totalidade ou apenas a parte das unidades de competência que totalizam o referencial de RVCC profissional. Tanto o Diploma como o Certificado de Qualificações são emitidos pelo Diretor do CNO, à luz da ata da sessão de júri de certificação.

CAPÍTULO III – METODOLOGIA