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3. INOVATIVIDADE E INOVAÇÃO: HIPÓTESES E PROPOSIÇÃO DE UM

4.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a realização desta pesquisa, foi elaborado um questionário, cujas questões foram escolhidas de forma a atenderem aos objetivos propostos para este estudo. Assim, a elaboração do questionário seguiu os procedimentos propostos por Marconi e Lakatos (2007), que apontam para necessidade de realização de um estudo piloto, de forma a garantir uma compreensão homogênea das questões pelos respondentes, validade dos dados coletados para atender aos objetivos da pesquisa, e operatividade, com a construção de um vocabulário claro e acessível para as características dos respondentes. Dessa forma, foi elaborada a primeira versão do questionário a partir da adaptação de dois instrumentos de pesquisa, que foram utilizados nesta tese para captar a inovatividade e as inovações.

Para captar a inovatividade, foi realizada uma adaptação ao modelo de MEG (FNQ, 2014; 2017), o qual, em sua versão final para aplicação nesta tese, foi composto por 31 variáveis, mensuradas por uma escala intervalar de Likert (COSTA, 2011), que se propõem a captar o efeito da inovatividade a partir dos princípios da TQM. O segundo questionário utilizado na presente tese foi uma adaptação ao instrumento elaborado por Bachmann e Destefani (2008) a partir do modelo do radar da inovação proposto Sawhney, Wolcott e Arroniz, (2006) e por Chen e Sawhney (2010). Assim, o instrumento final utilizado na presente tese para mensurar as múltiplas possibilidades de inovações presentes em MPE’s, foi constituído por 34 variáveis, mensuradas por uma escala intervalar de Likert (COSTA, 2011). Foram acrescentadas ao formulário final 6 questões que permitem identificar as características gerais das MPE’s estudadas, com o objetivo de caracterizar o perfil da organização e do empresário, bem como estabelecer variáveis de controle para os modelos de análise multivariada que serão utilizados para atender ao objetivo desta tese (ver quadro 16).

Quadro 16: Estrutura do questionário

Parte Descrição Número

das Questões

Tipo de Escala

1 Características gerais das MPE’s: perfil da organização e do empresário.

1 – 6 Nominal e de Razão

2 Inovatividade, a partir das dimensões da TQM. 7 – 37 Intervalar Likert 3 Radar da inovação, identificação das múltiplas possibilidades

de inovações.

38 – 71 Intervalar Likert Fonte: Elaborado pelo autor.

A definição do MEG (FNQ, 2014; 2017) como instrumento para captar o efeito da inovatividade nas MPE’s estudadas se deu a partir das evidências teóricas e empíricas de pesquisas já realizadas, que demonstraram evidências de que os elementos de TQM presentes no MEG são fortes indutores da inovação e, consequentemente, constituem a inovatividade organizacional, ou seja, as capacidades ou as competência que uma organização tem para introduzir inovação (FORSMAN, 2011; DOTZEL; SHANKAR; BERRY, 2013; SILVA; DI SERIO, 2017; ALVES et al., 2017; SANTOS et al., 2018). Assim, com base na pesquisa desenvolvida por Santos et al. (2018), bem como nas variáveis presentes no modelo de excelência em gestão (FNQ, 2014; 2017), foram realizadas adaptações ao MEG (FNQ, 2014; 2017), com a finalidade de gerar uma maior aderência aos objetivos teóricos propostos pela tese. O instrumento final é constituído por 31 questões (Apêndice A), que caracterizam a inovatividade no âmbito da MPE’s, sendo mensuradas por uma escala intervalar de Likert com 7 pontos que “fornece a mensuração em um contínuo na forma de uma linha com âncoras numeradas” (COSTA, 2011) com variação de 1 a 7, no qual o ponto 1 do contínuo significa “não se aplica em minha empresa” - ÑA e o ponto 7 significa “se aplica sistematicamente em minha empresa” - AS (HAIR JÚNIOR et al., 2009).

A escolha do modelo do radar da inovação se deu baseado em pesquisas já realizadas que demonstraram a aceitação do modelo teórico escolhido para compor o presente estudo (SILVA NÉTO; TEIXEIRA, 2011, 2014; CAPELEIRO; DE ARAÚJO, 2013; PAREDES; ALVES; DE ALBUQUERQUE, 2014; DE OLIVEIRA et al, 2014; GOMES et al, 2015; PAREDES et al, 2015; DANJOUR; et al, 2015; DE CARVALHO et al, 2015; PAULA et al, 2015; SIMÕES et al, 2015; GONÇALVES et al, 2015; 2017; SILVA et al, 2016). Desta forma, ao se analisar o repositório SPELL/ANPAD, observa-se que o modelo teórico elaborado por Sawhney, Wolcott, Arroniz (2006) é o único utilizado para estudar as múltiplas possibilidades de inovações em MPE’s do Brasil, não tendo sido observado autores nacionais que tivessem citações neste repositório no período de 2003 a 2018, um outro instrumento de mensuração de múltiplas inovações em MPE’s. Assim, a escolha deste instrumento se deu por sua aderência aos objetivos propostos pelo presente estudo uma vez que contribui para preenche as lacunas teóricas que justificam o objeto de estudo desta tese. O instrumento final foi constituído por 34 questões que buscam identificar múltiplas possibilidade de inovações no âmbito das MPE’s,

sendo mesuradas por uma escala intervalar de Likert com 7 pontos que “fornece a mensuração em um contínuo na forma de uma linha com âncoras numeradas” (COSTA, 2011) com variação de 1 a 7 no qual o ponto 1 do contínuo significa “não se aplica em minha empresa” e o ponto 7, significa “se aplica sistematicamente em minha empresa” - AS (HAIR JÚNIOR et al., 2009). A adoção da escala de Likert para mensuração dos instrumentos de coleta de dados, apesar de não possuir propriedades intervalares perfeitas, justifica-se para este estudo, por já terem demonstrado resultados de confiança em estudos de simulações, quando atendido aos os requisitos de que o número de classes das variáveis ordinais seja igual ou superior a 7 e que sua distribuição se aproxime da normal (COSTA, 2011). Assim, o presente estudo adotou a escala de 7 pontos, na qual foram associados números para classificar eventos de modo que foi garantida que a distância entre estes estivessem equiespaçada, bem como buscou-se garantir que a que a transformação arco seno realizada, tenham tornado os dados homocedástico, ou seja, que estes tenham variações uniformes, tendendo a sua normalidade.

Com a estruturação da primeira versão do questionário, este foi submetido a realização de um estudo piloto, de forma a garantir a fidedignidade das respostas com a geração de uma compreensão homogenia das questões pelos respondentes, validade dos conceitos aplicados a realidade brasileira de forma a atender aos objetivos da pesquisa, e operatividade, com a construção de um vocabulário claro e acessível as características dos respondentes (MARCONI; LAKATOS, 2007; COSTA, 2011; BARBOZA et al., 2013). Assim, o instrumento de pesquisa inicialmente foi submetido a uma validação tendo sido retificado por um conjunto de juízes de notória competência acadêmica, os quais avaliaram a adequação semântica dos indicadores propostos para os dois construtos, tendo sido avaliados por 15 (cinco) alunos de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado em administração (PPGA/UFRN), com o objetivo de analisar a compreensão, adequação e dimensionalidade dos construtos. Esta verificação foi realizada, através de um avaliação e debate da adequação da apresentação das variáveis para os construtos de inovatividade e do radar da inovação (COSTA, 2011). A segunda etapa se deu com a aplicação do questionário com grupo um de 25 micro e pequenos empresários, os quais na oportunidade preencheram o questionário e apresentaram as principais dúvidas, em relação as variáveis do instrumento. Esses questionamentos e contribuições foram incorporadas pelo pesquisador para adequação das questões na versão final do questionário que foi utilizado na presente tese (COSTA, 2011). Na próxima seção será apresentado como foram os procedimentos práticos de coleta dos dados no campo.