• Nenhum resultado encontrado

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.5 Instrumentos de coleta de dados

Antes de descrever os instrumentos de coleta de dados do presente estudo se destaca que este trabalho obedeceu às exigências da Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (2016), que impõe a todos os experimentos com seres humanos a submissão ao Conselho de Ética em Pesquisa (COEP) da Instituição na qual se desenvolve o trabalho23.

O primeiro instrumento de coleta de dados deste trabalho foi um questionário inicial com objetivo de identificar o perfil tecnológico dos aprendizes, suas formas de acesso à rede e suas expectativas na participação do grupo. Os demais instrumentos de coleta foram uma entrevista24 e um questionário final, que tinham por objetivos buscar maior compreensão sobre as contribuições e sobre as restrições dos dispositivos e aplicativos móveis no trabalho com a oralidade.

23 Número de registro: CAAE 18990019.2.0000.5149.

24 Disponíveis na íntegrado no link:

https://drive.google.com/drive/folders/1r4uitzD2FDbl79EWT6bqxUsgpP4vGx7W (acesso em 12 de outubro de 2019)

Nesse processo de coleta de dados, a entrevista é um procedimento definido por Gil (2019) como uma forma de interação social, cujo objetivo é a busca de informações sustentada pela relação assimétrica entre o entrevistador e o entrevistado. O autor acrescenta que:

Enquanto técnica de coleta de dados, a entrevista é adequada para a obtenção de multiplicidade de informações como características demográficas, conhecimentos, comportamentos, opiniões, sentimentos, valores, expectativas e reações sensoriais dos participantes (GIL, 2019, p. 126).

A menção feita por Gil (2019) sobre a utilidade de tais procedimentos na busca de comportamentos, de opiniões e de valores demonstra que este mecanismo se comunica com os objetivos que norteiam o presente estudo.

A modalidade de entrevista semiestruturada foi a escolhida para este trabalho em função do componente exploratório desta investigação. Conforme Gil (2019), as entrevistas semiestruturadas apresentam a vantagem de o pesquisador poder definir, de acordo com o fluxo da interação com o entrevistado, a ordem em que as questões serão dispostas. Para o autor, a reordenação das questões possibilita que a interação ocorra de forma natural e cumpra as demandas exploratórias do estudo em andamento. Duarte (2004, p. 220) demonstra que através das entrevistas:

[...] o pesquisador oferece ao seu interlocutor a oportunidade de refletir sobre si mesmo, de refazer seu percurso biográfico, pensar sobre sua cultura, seus valores, a história e as marcas que constituem o grupo social ao qual pertence, as tradições de sua comunidade e de seu povo. Quando realizamos uma entrevista, atuamos como mediadores para o sujeito apreender sua própria situação de outro ângulo, conduzimos o outro a se voltar sobre si próprio; incitamo-lo a procurar relações e a organizá-las. No contexto da presente investigação, as entrevistas aqui aplicadas se voltam de forma benéfica para os pesquisados como uma reflexão acerca das estratégias, mais especificamente, das apropriações que fazem de seus dispositivos e aplicativos móveis, em destaque o WhatsApp, em prol de seu trabalho com a oralidade em PLA. As discussões propostas a partir da análise de entrevistas poderão jogar luz aos professores, aos pesquisadores e, de forma direta, aos aprendizes de línguas, acerca das oportunidades de aprendizagem que podem emergir, de maneira informal, em contexto de grande força dos dispositivos móveis.

Sobre a exposição de conteúdo das entrevistas se ressalta que, no presente estudo, as mesmas foram transcritas de acordo com as normas do trabalho de Pretti (1999), intitulado O Discurso Oral Culto da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).

Também foram utilizados questionários em dois momentos da pesquisa: no início, um questionário contendo questões abertas e questões fechadas para identificação do perfil tecnológico e geral dos aprendizes e, ao final, com questões abertas para complementar o levantamento de dados da pesquisa e recolher informações sobre a avaliação dos participantes acerca da experiência de aprendizagem que envolve este estudo. As definições deste instrumento de coleta, nas palavras de Gil (2019, p. 137), indicam que:

Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado, etc.

Construir um questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos da pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população pesquisada ou testar hipóteses que foram construídas durante o planejamento da pesquisa.

É importante esclarecer a natureza dos questionários elaborados. A esse respeito Gil (2019) apresenta duas naturezas deste instrumento de coleta, o fechado e o aberto. Para o autor, o questionário fechado é um recurso de coleta amplamente aderido pelos pesquisadores e corresponde ao instrumento que o autor chama para a seleção de informações relevantes à pesquisa nas alternativas dispostas. Para Gil (2019), o modelo aberto deste recurso oferece maior liberdade ao pesquisado a respeito do conteúdo a ser respondido e, por essa razão é necessário que o pesquisador tenha habilidade de elaborar questões que viabilizem nas respostas a contemplação dos objetivos de pesquisa.

Finalmente, ressalta-se que o empenho de formulação de questionários com um alto nível de esclarecimento nas questões foi seguido do acompanhamento da pesquisadora aos aprendizes ao longo da aplicação desses instrumentos de coleta, uma vez que poderiam deparar- se com dúvidas de vocabulário na compreensão das perguntas.

Documentos relacionados