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1 INTRODUÇÃO

1.3 Percurso metodológico

1.3.3 Instrumentos de construção dos dados

Delimitamos as fontes de evidências possíveis para a construção da coleta de dados: a observação participante, a entrevista semiestruturada e o diário (fonte pessoal do pesquisador). Essas fontes foram as mais apropriadas e ofereceram segurança e garantia para a análise e interpretação dos dados.

Observação participante

Baseando-se em proposições teóricas para realizar as etapas das coletas de dados, a primeira fonte de evidência adotada foi a observação participante, pois nos estudos de caso essa fonte é fundamental para a sistematização dos dados, visto que analisa a realidade pelo ponto de vista do outro, ou seja, de alguém de "dentro" do estudo de caso, e não de um ponto de vista externo. (YIN, 2001, p.116).

Observar requer estar atento, requer entender esse ponto de vista, considerando o contexto e os elementos temporais e espaciais, assim Yin (2001) avalia que

O ato de ouvir envolve observar e perceber de uma maneira mais genérica e não se limita a uma modalidade meramente auricular. Ser um bom ouvinte significa ser capaz de assimilar um número enorme de novas informações sem pontos de vista tendenciosos. (p.82)

Ouvir, escutar com os olhos e ouvidos, nos leva a articular o contexto com as experiências e prática de quem vivencia. Portanto, as informações significativas irão concatenar com os teóricos, mostrando com mais detalhes o processo de análise, de interpretação, compreendendo a necessidade sobre prática dos saberes e fazeres, como a sistematização dos conhecimentos da linguagem das Artes Visuais. A técnica da observação participante se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para

obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos. (Minayo, 2010. p.59).

Dessa forma, analisando o problema pelas fontes de evidências já citadas, vislumbramos observar participativamente as aulas de Artes Visuais para compreender como ocorre o ensino de Artes Visuais numa instituição pública de Educação Infantil. Para a pesquisa, a relação com os possíveis sujeitos no campo de pesquisa contribui para conhecer mais sobre a escola e o sujeito da pesquisa. O acesso às situações pela observação participante no estudo possibilitou na investigação do caso interpretações importantes.

Entrevista semiestruturada

Na pesquisa a entrevista foi semiestruturada com questões predefinidas e abertas, com liberdade para realizar outras questões cujo interesse surgiu no decorrer da entrevista. Essa fonte de evidência possibilitou explorar o sujeito criando um acesso mais próximo às informações como no discurso.

A entrevista permite o entrevistador ser flexível, solicitar novos esclarecimentos, como retomar aspectos não esclarecidos durante a entrevista. Yin (2001) discorre,

Uma das mais importantes fontes de informações para um estudo de caso são as entrevistas. Pode-se ficar surpreso com essa conclusão, por causa da associação usual que se faz entre as entrevistas e o método de levantamento de dados. As entrevistas, não obstante, também são fontes essenciais de informação para o estudo de caso. As entrevistas podem assumir formas diversas. É muito comum que as entrevistas, para o estudo de caso, sejam conduzidas de forma espontânea. Essa natureza das entrevistas permite que você tanto indague respondentes-chave sobre os fatos de uma maneira quanto peça a opinião deles sobre determinados eventos. Em algumas situações, você pode até mesmo pedir que o respondente apresente suas próprias interpretações de certos acontecimentos e pode usar essas proposições como base para uma nova pesquisa. (p.112)

A entrevista deve ser bem conduzida e demonstrar clareza. O pesquisador necessita ser paciente e motivador do entrevistado, sendo adequado um espaço, um tempo e que tenham pontos importantes a serem

discutidos e respondidos, especificando os dados e as perguntas, sendo elaboradas com antecedência. O desenvolvimento da entrevista deve estar relacionado com o objetivo e conter estratégias adequadas para obter o máximo de informações. A presença do pesquisador deve ser de auxiliar e conduzir sem constrangimento para evitar desconforto entre as partes. As informações fornecidas pelo pesquisador devem auxiliar para umas respostas coerentes, que contribuam com a pesquisa. Ter os objetivos em mente é fundamental para que os processos dos dados sejam alcançados e as respostas possam atender à pesquisa. Assim, é necessário adequar os horários e a disponibilidade do entrevistado.

Diário de campo

Para realização da pesquisa, especialmente da observação, a utilização do diário de campo foi necessária, identificado como instrumento de trabalho do pesquisador e que consiste em um material para o registro de informações que emergem do trabalho de campo e que posteriormente serão utilizadas pelo pesquisador ao fazer a análise dos dados.

Nesta pesquisa, o diário foi usado nas observações participantes e razoavelmente na entrevista. Durante o processo da pesquisa de campo registramos o que era possível e necessário. Ele foi utilizado como estratégia metodológica, conduzindo para análise, pontos para serem relembrados e assim relacioná-los com o objeto de estudo e interpretação da pesquisa. O diário de campo, segundo Minayo, et al (2010, p.63), é um apoio ao qual o pesquisador pode recorrer em qualquer momento da rotina do trabalho realizado. Quanto mais rico for em anotação o diário, maior será o auxílio que oferecerá à descrição e a análise do objeto estudado.

Dessa forma, o diário de campo registra os pontos positivos e as dificuldades encontradas, sendo utilizado como recurso orientador nas descrições das aulas.

Portanto, situando a pesquisa na metodologia estudo de caso, enveredemos na pesquisa de campo definindo o perfil do sujeito e o local. A escola atendia a demanda da pesquisa por ser de Educação Infantil, atender

um público de crianças de 1 a 5 anos de idade, ser da rede pública do município de Natal, podendo atender à pesquisadora no turno vespertino.