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Instrumentos de programação, acompanhamento e avaliação entre 2010 a 2015

CAPÍTULO III – O SISTEMA DE PLANEAMENTO NACIONAL E AS IMPLICAÇÕES

3.3 Instrumentos de programação, acompanhamento e avaliação entre 2010 a 2015

O PMIDRCP é uma estratégia do titular da Presidência da República que emite o despacho presidencial em outubro de 2011. A Constituição de 2010, define que esta forma de acto presidencial é um acto administrativo. A actualização em 2013, não veio a alterar este contexto. No balanço da ECP (2010) o programa é assinalado como uma estratégia para reconstruir as economias rurais. O PMIDRCP não integra políticas, mas projectos e actividades multissectoriais, estando em conformidade com o artigo 2 do regulamento de 2010. O conceito de programa integrado, apesar de ter definição formal no decreto de 2003, não surge em 2010, dai que a sua utilização parece ser uma opção política estratégica para demonstrar uma visão integradora operacional. No documento do PMIDRCP (2010) a sua origem é apresentada como necessidade de uniformizar, e ampliar os vários programas sociais que decorriam no país desde 2007.

Apesar de Constitucionalmente (2010) o órgão responsável do acompanhamento e avaliação ser o MDT, de a lei do SNP validar essa competência (2011), do despacho presidencial orientar que a Unidade Técnica Nacional do PMIDRCP deveria funcionar junto do Ministério do Planeamento para que a actividade estatística e intersectorial estivesse compatibilizada e consolidada com os demais instrumentos nacionais de planeamento, tal não ocorreu. A programação, a metodologia de acompanhamento, a elaboração dos dados de execução física e financeira, foram executadas internamente no programa, o que não veio a priorizar a implementação do normativo instituído no SNP.

A Constituição (2010), promove a equidade social como princípio orientador das políticas (artigo 91). Na alínea 3, do mesmo artigo, institui a existência da Lei de Planeamento Nacional que o define e o regula e no seu artigo 104, Orçamento Geral do Estado, alínea 4, afirma que “A execução do Orçamento Geral do Estado obedece em condições definidas por lei”. Na secção III, Competência, no artigo 125 (Forma dos actos) do Presidente da República, compreendemos que o despacho presidencial é um acto administrativo. Uma das consequências da nova constituição é que o Conselho de Ministros passa a ser um órgão auxiliar do Presidente da República quando anteriormente era um órgão com poderes legislativos. Deste modo a resolução que institui a ECP tinha força de lei, o que significa que a estratégia era uma lei que vinculava os sectores às suas linhas orientadores quer programáticas quer no processo de planeamento e mecanismos de monitoria e avaliação. A Constituição vincula a monitoria como parte integrante do sistema de planeamento nacional. A avaliação não consta do referido documento.

A lei Base SNP (2011) noseu artigo 4, Objetivos Específicos, alínea f, determina “Assegurar a eficiência e eficácia da produção de bens e serviços públicos e da actividade de regulação da economia pelo Poder Executivo” e na alínea h, “Colectar, tratar, apresentar e analisar informações sobre a realidade nacional, os resultados e os impactes dos planos, programas e ações do Poder Executivo”. No artigo 5, Princípios, na sua alínea h, articula estes com os instrumentos de planeamento do OGE, e na alínea j, com a participação da sociedade civil no planeamento nacional.

No âmbito da atribuição de responsabilidade pela programação do desenvolvimento do país, atribui as competências ao Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial (MPDT) e aos demais órgãos técnicos integrantes do SNP. Estes têm que assegurar o adequado funcionamento do sistema, executar, monitorizar e avaliar e ainda, definir os padrões de transparência e prestação de contas (ler artigo 24).

No estatuto orgânico do Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial (ver estatuto orgânico em anexo), no artigo 2, alínea b) são muito claras as atribuições no que concerne a responsabilidade deste definir as metodologias de acompanhamento da execução dos instrumentos do SNP e a sua avaliação. A alínea seguinte vincula-o como órgão de articulação institucional com os outros sectores na elaboração dos estudos sociais que contribuem para a caracterização do perfil e do combate à pobreza. Ainda no mesmo artigo, na alínea d) expressa a responsabilidade do MDT de desenvolver e gerir a base de dados sobre a evolução socio económica e as metas físicas e financeiras da execução do plano de médio prazo. O número 5, do mesmo artigo, refere-se ao sistema de monitoria do plano nacional, tendo a responsabilidade de estabelecer os mecanismos de recolha de dados, propor os indicadores sectoriais, alinhar todos os instrumentos de programação e monitoria e, disponibilizar a informação aos sectores, e á sociedade civil. No artigo 5º do capítulo II, vincula a dependência dos órgãos sectoriais do planeamento, à metodologia e ao acompanhamento da execução. A actividade de avaliação surge especificamente no domínio da política de população na fase de acompanhamento e avaliação. A lei do SNP estrutura um sistema de planeamento com competências e atribuições muito claras em termos de ordenamento jurídico, mas com ausência da avaliação enquanto figura desse mesmo ordenamento constitucional e jurídico.

O Plano Nacional de Desenvolvimento (2013-2017), articula os objectivos de longo prazo com os de médio prazo, Deste modo a enumeração das Políticas Nacionais e os seus objectivos específicos estão intrinsecamente ligados aos objectivos inscritos no PND. Esta hierarquia é a continuidade do que em 2007 o QMP designou como um dos 3 pilares conceptuais e instrumentos do quadro metodológico de planeamento (ver Figura 3.3).

O Sistema Nacional de Monitoria é o sistema de reportar o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) e o programa de investimento público a si associado. O órgão central mandatado como responsável da coordenação e programação do desenvolvimento Angolano é o Ministério do Planeamento e desenvolvimento Territorial (MPDT), a Direcção Nacional de Planeamento em concertação com a Direcção Nacional de Investimento Público. A monitoria de processo e o reportar são os únicos instrumentos metodológicos de planeamento nacional transversais a todos os sectores, que foram instituídos formalmente e se desenvolveram desde 2004 ao presente. Algumas questões colocadas pelo Ministério do Planeamento em 2015 espelham a necessidade de melhorar o sistema de programação e de acompanhamento: Como priorizar? O que programar anualmente? Qual a relevância de um programa no sector? Como implementar medidas da política?

Como aproximar as metas pré definidas no PND ao contexto actual? Como proceder? Como priorizar indicadores? Como definir e implementar indicadores de processo?

Em 2013 com a ajuda da União Europeia, foi elaborado o Relatório do Roteiro da Estratégia Nacional de Desenvolvimento da Estatística em Angola, onde se pode ler, que o planeamento da estratégia para o desenvolvimento assente em resultados, melhorará o “ conjunto de provas” estatísticas da pobreza. Um dos pontos fortes enunciado no documento é a oportunidade do pais para investir no sistema estatístico, motivado, pela crescente necessidade de dados para monitorizar os programas de desenvolvimento económico e social.