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4 METODOLOGIA DE PESQUISA

4.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES

As informações que serviram para a análise foram produzidas por meios dos instrumentos detalhados a seguir.

4.3.1 Perguntas dos estudantes – inicial e final

Inicialmente, foi realizada a coleta de perguntas com os estudantes (APÊNDICE B - Instrumento para coleta de perguntas dos estudantes antes da UA), sobre o tema “Alimentos”, para as quais gostariam de obter respostas e aprender. Essas perguntas tinham por finalidade, após a sua análise, criar categorias com vistas a organizar a UA sobre o tema “Alimentos”.

Após o término de cada uma das três etapas da UA, foi solicitado aos estudantes que formulassem novas perguntas (APÊNDICE C - Instrumento para coleta de perguntas dos estudantes após cada etapa da UA) sobre o tema “Alimentos”, para as quais gostariam de obter respostas e aprender.

Por meio destas perguntas foi possível identificar os interesses dos estudantes em aprender sobre o tema e também os conhecimentos, procedimentos e atitudes presentes nesses

4.3.2 Registro no diário de aula das observações dos estudantes no transcorrer da UA O Diário de aula é um instrumento de coleta de dados, que permite revelar o interesse, a participação e o envolvimento dos estudantes no andamento das atividades propostas, em relação à utilização de materiais didático-pedagógicos, à discussão e aos diálogos entre professor e estudante e entre os estudantes. Nesse sentido, Zabalza (2004, p. 13) define os diários de aula como “[...] documentos em que professores e professoras anotam suas impressões sobre o que vai acontecendo em suas aulas”.

A observação ocorreu de forma direta, o que possibilitou a aproximação da pesquisadora com o fenômeno a ser investigado. Tal tipo de observação permite ao pesquisador presenciar e visualizar os eventos permitindo compreender a perspectiva dos sujeitos e os entendimentos que esses fazem dos acontecimentos que os cercam, além suas próprias atitudes sobre esses eventos. Cabe ressaltar que algumas aulas foram gravadas em áudio e os diálogos presentes foram transcritos para o diário de aula.

Sobre a observação direta, Lüdke e André, afirmam:

[...] a observação direta permite também que o observador chegue mais perto da “perspectiva dos sujeitos”, um importante alvo nas abordagens qualitativas. Na medida em que o observador acompanha in loco as experiências diárias dos sujeitos, pode tentar apreender a sua visão do mundo, isto é, o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações. (LÜDKE; ANDRÉ, 2001, p. 26, grifos do autor).

Nesta investigação a pesquisadora, também foi participante, pois conduziu as atividades com os estudantes e ainda realizou as observações pertinentes no transcorrer do processo10.

4.3.3 Entrevista final gravada em áudio

Após a realização da UA foram realizadas entrevistas individuais, gravadas em áudio, com oito estudantes, selecionados por sorteio, com vistas a compreender as suas percepções sobre o trabalho desenvolvido durante a UA e o processo de aprender em relação ao tema “Alimentos”, objeto da UA.

10As observações da pesquisadora que fazem parte do diário de aula e estão presentes neste texto, são referenciadas como: “GALLE, 2015”, seguido de “aula do dia __/__/__”.

A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e coerente de informações desejadas, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Uma entrevista bem feita pode permitir o tratamento de assuntos de natureza complexa e de escolhas nitidamente individuais. Pode permitir o aprofundamento de pontos levantados por outras técnicas de coleta de alcance mais superficial, como o questionário. E pode também, o que a torna particularmente útil, atingir informações que não poderiam ser atingidas por outros meios de investigação, como é o caso de pessoas com pouca instrução formal, para as quais a aplicação de um questionário escrito seria inviável (LÜDKE; ANDRÉ, 2001, p. 34).

A entrevista (APÊNDICE D - Roteiro da entrevista final) possibilitou a obtenção de dados complementares sobre o processo vivenciado pelos estudantes, tais como: as constatações se as perguntas iniciais dos estudantes foram respondidas; se novas perguntas surgiram durante a atividade; de que forma o fato de os estudantes apresentares perguntas antes da UA foi relevante na sua aprendizagem ao longo das atividades; e quais as diferenças que eles perceberam entre a metodologia aplicada na UA e as aulas tradicionais. Neste caso, utilizou-se a entrevista semiestruturada. Esse tipo de entrevista (MINAYO, 2012, p. 64) constitui-se pelo acordo de perguntas “fechadas e abertas”, por meio das quais a pessoa entrevistada pode falar livremente do assunto proposto. Por sua vez, o entrevistador pode fazer adequações julgadas necessárias ao longo da entrevista, inserindo novos questionamentos.

Os registros dos dados obtidos nas entrevistas foram feitos na forma de gravação direta em áudio e após foram transcritos e analisados pela pesquisadora. Para Bogdan e Bicklen (1999) a gravação em áudio apresenta como vantagem o fato de permitir que o entrevistador tenha a possibilidade de empenhar a sua atenção no entrevistado na medida em que todos os dados da coleta são registrados. Assim, por exemplo, expressões faciais e gestos podem ser observados e anotados pelo entrevistador, complementando as informações coletadas na gravação em áudio.

4.3.4 Produções dos estudantes

Para compreender as reconstruções conceituais, atitudinais e procedimentais, foram analisadas também as produções textuais dos estudantes ao longo da UA, tais como textos, relatórios e testes. Foram analisados, ainda, seminários, vídeos, dramatizações e outras atividades produzidas pelos sujeitos sobre o tema tratado na UA.

A análise dessas produções contribuíram para mostrar avanços em relação à complexificação da linguagem, que é um modo de manifestação da aprendizagem e das reconstruções ocorridas durante a UA.