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INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

No documento Dissertação de Mestrado Carlos Carvalho (páginas 41-46)

CAPITULO III METODOLOGIA

3.2. INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

A apresentação dos instrumentos utilizados no estudo foi organizada da seguinte forma: (1) Caracterização sociodemográfica e medidas antropométricas; (2) Avaliação da atividade física; (3) Avaliação da aptidão física e (4) Avaliação da nota de tiro prático. A realização do presente estudo foi autorizada pelo Exmo. Sr.º Diretor do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, e aprovado por docentes deste mesmo estabelecimento de ensino.

A primeira parte do questionário é composta por questões gerais e características sociodemográficas, reunindo informações pessoais de cada participante (nome, idade, género, anos de serviço).

A segunda parte é composta por questionários validados para a população portuguesa: (1) O Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta (IPAQ) (anexo-D); (2) O Questionário de Jackson. (anexo-E) e (3) Registo de resultados das notas de tiro dos elementos policiais.

29 A terceira parte foi constituída pela realização dos Testes: (1) Obtenção de medidas antropométricas (peso e altura); (2) Testes de Força de Preensão Manual através do dinamómetro (Takei, TKK 5401, Japan), conforme figura 7 e (3) Teste de Força do Dedo Indicador através do mesmo dinamómetro, conforme figura 8 e 9.

A identidade dos voluntários é protegida a partir da numeração dos questionários, tornando-os anónimos e confidenciais.

É de salientar que todo o processo de recolha de dados cumpre, na íntegra, as normas éticas e requisitos formais da instituição para a realização de um trabalho científico, neste caso, uma Dissertação de Mestrado Integrado. Todos os intervenientes foram informados acerca dos objetivos do estudo.

3.2.1.

QUESTIONÁRIO

INTERNACIONAL

DE

ATIVIDADE

FÍSICA

A atividade física foi avaliada através do IPAQ, validado para a população portuguesa adulta (Craig et al., 2003; Hagstromer, 2006; Bauman et al., 2009).

Entre os métodos de medida da AF, os questionários, enquanto método indireto, por ser um instrumento de autopreenchimento, e subjetivo, por ser baseado na perceção individual na prática de AF, têm sido os mais utilizados em estudos com grande abrangência para determinar o NAF e o gasto energético (Sequeira, 2011), proporcionando um baixo custo financeiro e uma aplicação mais célere.

O desenvolvimento do mesmo esteve a cargo de investigadores da OMS, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e do Instituto Karolinska, na Suécia e foi, inicialmente, validado para 12 países, onde Portugal estava incluído (Craig et al., 2003).

Este questionário tem como objetivo obter medidas de AF padrão para todo o mundo e internacionalmente comparáveis, bem como avaliar os NAF de um determinado grupo alvo, entre os 15 e os 69 anos de idade, nos últimos sete dias.

O IPAQ está publicado em duas versões, a versão longa e a versão curta. A versão longa está estruturada num total de 27 questões. A versão curta está dividida em sete perguntas. Apesar de serem semelhantes e apresentarem uma concordância razoável entre si, a versão longa explora mais campos do que a versão curta, enquanto a versão curta é respondida de forma mais rápida (Craig et al., 2003).

Para este trabalho foi utilizado o IPAQ - versão curta. Esta versão é composta por sete questões relativas ao tempo semanal, normalmente, despendido em AF. Estas questões

30 incidem sobre níveis/tipos específicos de atividade, a duração (em minutos) e a frequência (em dias), como caminhar e o esforço físico de intensidade moderada, vigorosa, e ainda o tempo gasto na posição sentado (IPAQ, 2005; Santos et al., 2008). Os resultados podem ser apresentados de duas formas, (1) em categorias (leve, moderado e elevado), intervalos interquartis ou médias para cada um dos níveis apresentados previamente e por (2) classificação contínua, através da conversão das atividades praticadas na pontuação total de MET-minuto por semana e onde os maiores valores correspondem a maiores NAF (IPAQ, 2005). Esta pontuação total é calculada a partir de um algoritmo proposto no IPAQ (2005), como tabela infra.

Para Craig et al. (2003) este questionário tem um bom grau de fiabilidade, com bom nível de repetibilidade e apresenta uma concordância moderada entre as medidas subjetiva e objetiva de avaliação da AF.

A análise quantitativa destes resultados, relativa aos gastos energéticos, decorre dos

Guidelines for Data Processing And Analysis of the IPAQ – Short and Long Forms (IPAQ,

2005).

Após a realização dos cálculos, e apurado o resultado final, o NAF de cada indivíduo é classificado de acordo com o IPAQ (2005), dividindo a AF em três níveis:

 Baixo (nível 1): são considerados com baixos NAF ou inativos os indivíduos que não alcançam os mínimos delimitados pelos critérios dos níveis 2 e 3.

 Moderado (nível 2): são classificados neste nível os indivíduos que cumprirem com, pelo menos, um dos três critérios apresentados:

o Realização de AF moderada ≥3 dias, no mínimo 20 minutos por dia; o Realização de AF vigorosa ≥5 dias e/ou no mínimo 30 minutos por dia; Tabela 1. Método de Cotação do IPAQ – versão curta.

Questões Níveis em MET Fórmula Exemplo - 30minAF/dia, 5 dias/sem 3a e 3b Caminhar = 3.3 MET

Nível MET x

Minutos de atividade física por dia

x Dias por semana

3.3*30*5 = 495 MET-minutos por semana 4.0*30*5 = 600 MET-minutos por semana 8.0*30*5 = 1.200 MET-minutos por semana Pontuação Total = 2.295 MET-minutos por semana 2a e 2b IMod = 4.0 MET

1a e 1b IVig = 8.0 MET

Fonte: Adaptado de IPAQ (2005); Santos (2009).

Nota: IMod (Intensidade Moderada); IVig (Intensidade Vigorosa); MET=3,5 ml/kg/min; Pontuação Total de MET-

31 o Realização de AF entre qualquer combinação de andar, intensidade moderada ou vigorosa, atingindo um total de, no mínimo, 600 MET- minutos por semana.

 Elevado (nível 3): são classificados neste nível os indivíduos que alcançarem um dos seguintes critérios:

o Realização de AF moderada ≥3 dias, atingindo um total mínimo de AF de 1500 MET-minutos por semana;

o Realização de AF vigorosa ≥7 dias entre qualquer combinação de andar, intensidade moderada ou vigorosa, atingindo um total de, no mínimo, 3000 MET-minutos por semana.

De acordo com os IPAQ (2005) as questões relativas ao tempo sentado servem, somente, como um indicador adicional da variável tempo despendido em atividade sedentária e não está incluída nos cálculos totais de AF ou de qualquer categoria.

3.2.2.

QUESTIONÁRIO

DE

JACKSON

No cálculo da aptidão cardiorrespiratória foi utilizado o Questionário de Jackson, sabendo à partida que o consumo máximo de Oxigénio (VO2máx) é o indicador mais preciso da

capacidade cardiorrespiratória de um indivíduo. O Questionário de Jackson é uma forma de estimação indireta do Volume de oxigénio consumido, recorrendo a equações válidas e comprovadas cientificamente (Albuquerque et al., 2004).

Equação: [N-ExIMC = 56,363 + 1,921 (histórico de AF 0-7) - 0,381 (idade) - 0,754 (IMC)

+ 10,987 (sexo 0-1)].

3.2.3. TESTE

DEFORÇADEPREENSÃOMANUAL

Estudos indicam que as variações da posição do corpo influenciam significativamente nos resultados da avaliação da força de preensão da mão. Desta forma a American Society of

Hand Therapists (ASHT) recomenda que o avaliado esteja confortavelmente sentado,

posicionado com o ombro aduzido, o cotovelo fletido a 90º, o antebraço em posição neutra e, por fim, a posição do punho pode variar de 0 a 30º de extensão. Quando estiver pronto o sujeito aperta o dinamómetro com esforço isométrico máximo, que é mantido por cerca de 5 segundos. Nenhum outro movimento do corpo é permitido. O avaliado deve ser fortemente encorajado a dar um esforço máximo. A forma como o comando verbal é passada do avaliador também é um fator influente. Estudos sugerem que o uso de um

32 volume mais alto de voz durante as instruções pode influenciar positivamente no resultado do teste.

Recomenda-se que a média de três medidas seja usada, não havendo necessidade de estender períodos de descanso entre as medidas porque as diferenças de medidas são muito pequenas. Um aquecimento antes do teste pode aumentar a força de preensão. Além da posição da mão e do corpo do avaliado poder variar em diferentes protocolos, o protocolo que realizámos foi com o sujeito de pé, com afastamento lateral das pernas, o braço da mão dominante em extensão, paralelamente ao solo, e o outro braço esticado ao longo do corpo (conforme figura 7). O executante realizou 3 tentativas, com um tempo de 5 segundos para cada tentativa, com um intervalo de descanso de 3 minutos. O teste foi realizado nas duas mãos (direita e esquerda), tendo sido registado o melhor valor das execuções realizadas. O teste de força de preensão manual foi realizado com o dinamómetro Takei TKK 5401 (anexo-K).

Figura 7. Teste de Força de Preensão Manual.

3.2.4. TESTE DE FORÇA DO DEDO INDICADOR

O teste de força do dedo indicador foi realizado com o mesmo dinamómetro que o teste de força de preensão manual (anexo-K).

33 Figura 9. Teste de força do dedo indicador da mão

dominante (posição das mãos).

Figura 8. Teste de força do dedo indicador da

mão dominante (executante de pé).

Este teste de força isométrica foi realizado com o dedo indicador da mão dominante (mão que é usada pelo atirador), para simular a situação em que o elemento policial pressiona o gatilho e realiza o tiro prático. O executante realizou 2 tentativas, com um tempo de 5 segundos para cada tentativa, com um intervalo de descanso de 3 minutos, tendo sido registado o melhor valor das execuções realizadas.

O teste de força do dedo indicador foi realizado da mesma forma que o teste de força de preensão manual, ou seja: (1) Atirador na posição de tiro prático; (2) Perna à frente do lado oposto ao lado dominante; (3) Braço em extensão, paralelo ao solo; (4) Braço não dominante a segurar a mão dominante e o dinamómetro e (5) O único dedo que pressionava o instrumento era o indicador dominante (conforme figura 9).

No documento Dissertação de Mestrado Carlos Carvalho (páginas 41-46)

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