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3. Método

3.8 Instrumentos

Os instrumentos utilizados no estudo para a medição da amplitude articular, da perímetria, da dor/sensação de desconforto, da funcionalidade e da qualidade de vida foram o goniómetro universal, a fita métrica, a EVA (Escala Visual Analógica), o DASH (Disabilities of the Arm Shoulder and Hand) e o FACT-B (Functional Assessment of

3.8.1 Amplitude articular

O goniómetro universal foi utilizado para medir as amplitudes articulares da articulação gleno-umeral do membro superior homolateral. Segundo Brosseau, Balmer e Tousignant, (2001) este é um instrumento de medida apropriado para medir as diversas amplitudes articulares, é de fácil aplicação, de baixo custo, de fácil higienização e é não invasivo. Apresenta ainda uma fiabilidade intraobservador alta, alcançando valores de coeficiente correlação intraclasse médios de 0,83 e mais baixa, de 0,28 a 0,34 para a fiabilidade interobservador.

3.8.2 Perimetria

Para a avaliação do linfedema foi utilizada a medição dos perímetros do membro superior afetado com uma fita métrica. Não existe consenso relativamente ao estabelecimento de pontos de referência para a medição dos perímetros do membro superior. Tengrup et al. (2000) consideraram o seguinte intervalo 10 cm acima da articulação do cotovelo e 15 cm acima desta. Vignes et al. (2007) um intervalo de 5 cm entre cada segmento. Fu et al. (2009) consideraram a articulação do punho e a partir desta articulação até à axila de 4 em 4 cm. Didem et al. (2005) consideram intervalos de 10, 15 e 20 cm acima e abaixo do olecraneo e as articulações metacarpofalângicas e punho. Sakorafas et al. (2006) epicôndilo, 15 cm acima deste e acrómio.

No presente estudo foram considerados os seguintes pontos de referência: axila, 10 cm acima do epicôndilo, epicôndilo, 10 cm abaixo do epicôndilo, apófise estiloidéia do rádio e base do polegar. O fisioterapeuta deve medir cada circunferência do membro duas vezes, sendo o mesmo procedimento repetido no outro membro. Todas as medições são registadas em centímetros (Didem et al., 2005).

3.8.3 Escala Visual Analógica

A intensidade da dor e/ou sensação de desconforto foi avaliada com a Escala Visual Analógica (EVA), mais especificamente a Escala Numérica. A Escala Numérica consiste numa régua dividida em onze partes iguais, numeradas sucessivamente de 0 a 10. Pretende-se que o utente faça a equivalência entre a intensidade da sua dor e uma classificação numérica, sendo que a 0 corresponde a classificação “Sem Dor” e a

10 a classificação “Dor Máxima” (dor de intensidade máxima imaginável). A orientação da linha pode ser horizontal ou vertical (Direção-Geral da Saúde, 2003).

3.8.4 Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH)

Para avaliação do estado funcional do membro superior foi utilizado o instrumento Disabilities of the Arm Shoulder and Hand (DASH). Este instrumento pretende avaliar sintomas (tais como dor, alterações de sensibilidade, entre outros), assim como incapacidades físicas, sociais e psicológicas em utentes com disfunções a nível da região do membro superior (Santos & Gonçalves, 2006).

É um instrumento autoadministrado constituído por um questionário de 30 itens. Destas 30 questões, 21 avaliam a dificuldade de realizar atividades da vida diária quotidiana. Nestas 21 atividades, oito são bi-manuais, cinco fazem intervir unicamente a mão dominante, e oito podem ser realizadas tanto pela mão dominante como pela mão não dominante. Para as outras nove questões, três dizem respeito às relações sociais e seis referem-se a atividades e sintomas particulares: a dor (três), força (uma), a mobilidade (uma) e o sono (uma) (Santos & Gonçalves, 2006).

Para cada questão, o utente deve escolher um só valor entre 1 e 5, que corresponde a uma incapacidade crescente de completar algumas atividades durante os últimos sete dias (valor 1 – nenhuma dificuldade ou nenhum sintoma; valor 5 – incapaz de realizar qualquer atividade ou severidade de sintomas). Se o utente não teve ocasião de executar algumas destas atividades no curso dos sete dias, ele deverá responder com aquela resposta que lhe parece mais exata se ele tivesse de efetuar a tarefa. O tempo médio para o preenchimento do questionário é de 6 a 8 minutos. Pelo menos 27 dos 30 itens têm de ser completados para o resultado ser calculado, isto é, se faltarem quatro ou mais questões o questionário não é interpretável (Santos & Gonçalves, 2006).

O resultado do DASH Outcome Measure é calculado com a soma do valor, de um a cinco, de n respostas, a dividir por n, subtraindo e a esse valor e multiplicando por 25, em que n corresponde ao número de perguntas respondidas. Este valor é então transformado para um resultado numa escala de 0-100, em que o maior resultado indica maior incapacidade. O DASH Outcome Measure mede o estado de saúde funcional em função do resultado global (Santos & Gonçalves, 2006).

Segundo os mesmos autores, as propriedades psicométricas do DASH

Tarasuk e Bombardier (2001) (citado por Santos & Gonçalves, 2006). Este instrumento excede as recomendações standard para a Reprodutibilidade Teste-Reteste, com um valor de coeficiente r de Pearson de 0,96. Apresentando um valor de coerência interna (coeficiente α de Cronbach) de 0,97. A validade de construção foi avaliada pela

correlação estabelecida entre o DASH e o SF-36. Obtendo-se um coeficiente de

Pearson de 0,36 a 0,62, que demonstra a correlação entre o DASH Outcome Measure

e as subescalas do SF-36.

Segundo Dowrick et al (2004) (citado por Santos & Gonçalves, 2006) o DASH

Outcome Measure é uma escala que até à data apresenta valores maiores de validade

para medidas do estado de saúde funcional da região específica do membro superior. Foi desenvolvida e concluída a versão portuguesa do Disabilities of the Arm Shoulder and Hand por Santos & Gonçalves (2006), tendo seguido as orientações propostas pelos autores originais, tendo sido assim encontrada uma versão do DASH adaptada cultural e linguisticamente para a população portuguesa com aprovação oficial por parte do comité da American Academy of Orthopaedic Surgeons. Para além da adaptação, é possível aos autores afirmar que o DASH é uma medida de estado de saúde funcional para a região do membro superior válida e fiável, apresentando elevados valores de fiabilidade (Santos & Gonçalves 2006).

3.8.5 Functional Assessment of Cancer Therapy-Breast

(FACT-B)

Para avaliar a qualidade de vida foi aplicado o questionário Functional

Assessment of Cancer Therapy-Breast (FACT-B), está validado para a população

portuguesa e dá uma visão multidimensional (Pimentel, 2006).

Uma das vantagens de utilizar este instrumento, é que este foi construído especificamente para utentes submetidos a tratamento por cancro da mama, permitindo avaliar os efeitos imediatos do tratamento e diagnóstico (Pimentel, 2006). É também uma mais-valia para os profissionais de saúde nomeadamente o fisioterapeuta, pois dá uma maior perceção da qualidade de vida do utente, (Brady et al., 1997; Beaulac, McNair, Scott, LaMorte, Kavanah , 2002).

Pertence à coleção de questionários de qualidade de vida em patologias crónicas, FACIT (Functional Assessment of Chronic Illness Therapy). Esta versão (versão 4) consiste num total de 37 itens distribuídos em cinco subescalas: bem-estar físico com sete itens (de 0 a 28 pontos), bem-estar social/familiar com sete itens (de 0

a 28 pontos), bem-estar emocional com sete itens (de 0 a 24 pontos) bem-estar funcional com sete itens (de 0 a 28 pontos) e preocupações adicionais com dez itens (de 0 a 36 pontos). Para cada questão o utente deve escolher um só valor entre 0 e 4, que corresponde ao seu estado durante os últimos sete dias (valor 0 – nem um pouco; valor 5 – muitíssimo), com um score de 0 a 144 pontos, em que o valor maior corresponde a uma maior qualidade de vida. Este questionário apresenta como vantagens: a facilidade de administração, rapidez no preenchimento e boas qualidades psicométricas (Brady et al., 1997).

Apresenta uma elevada consistência interna (α=0,90), assim como as suas

subescalas (o alpha de Cronbach variou entre 0,63 e 0,86) e existe evidência que suporta a fidelidade, bem como a validade convergente e divergente deste instrumento (Brady et al., 1997). O FACT-B tem demonstrado uma boa validade e propriedades de fidelidade quer para a versão original, quer para as variadas traduções existentes (Beaulac et al.,2002).

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