• Nenhum resultado encontrado

Instrumentos para contratação de serviços Terceirizados

No documento Download/Open (páginas 30-34)

3.1 Gestão de Contratos Administrativos

3.1.2 Instrumentos para contratação de serviços Terceirizados

A contratação de terceirizados presume que estes sejam especializados e detentores de domínio tecnológico, além de proporcionar qualidade e produtividade a quem os contrata, aliando redução de custos e competitividade. No entanto, para que a contratação ocorra dentro dos preceitos legais, torna-se importante que o processo licitatório seja concentrado no planejamento adequado de seus atos. É nesse momento que, a Administração Pública precisa definir, por meio do conhecimento das características do objeto, o que deseja adquirir, estabelecendo todas as suas especificidades.

O Decreto 2.271/97, em seu artigo 2º, define que para a Administração Pública efetivar a contratação de serviços é preciso a elaboração de um Plano de trabalho, que consiste num documento que determina a necessidade de contratação de serviço:

Art . 2º A contratação deverá ser precedida e instruída com plano de trabalho aprovado pela autoridade máxima do órgão ou entidade, ou a quem esta delegar competência, e que conterá, no mínimo:

I - justificativa da necessidade dos serviços;

II - relação entre a demanda prevista e a quantidade de serviço a ser contratada;

31 III - demonstrativo de resultados a serem alcançados em termos de economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou financeiros disponíveis.

Após aprovação dos estudos técnicos preliminares, e, portanto, havendo declaração formal da viabilidade da contratação, o plano de trabalho é uma peça importante como documento que irá subsidiar a elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência, quando se trata de contratação de serviços, sem o qual, nenhuma contratação deverá ser realizada (VIEIRA et al. 2013).

O Projeto Básico é um documento que se baseia na descrição detalhada do objeto a ser contratado e dos serviços a serem executados, devendo contemplar o disposto na Lei 8.666/93, artigo 6º, inciso IX, e, particularmente, no caso de serviços contínuos, artigo 15 da Instrução Normativa 02/20089 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O Termo de Referência é o instrumento usado na modalidade de licitação pregão presencial e eletrônico, que nas outras modalidades10 da Lei n 8.666/93 equivale ao instrumento do Projeto Básico. A regulamentação do pregão presencial está prevista no Decreto n3.555/200011.

Posteriormente, com o advento do Decreto n 5.450/200512, foi regulamentado o pregão eletrônico, utilizado pelo INCA para a contratação de serviços, que passou a definir os critérios a serem seguidos para elaboração do Termo de Referência, no inciso I e parágrafo 2 do artigo 9, in verbis:

I - elaboração de termo de referência pelo órgão requisitante, com indicação do objeto de forma precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou sua realização;

§ 2o O termo de referência é o documento que deverá conter elementos capazes de propiciar avaliação do custo pela administração diante de orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado, cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto, deveres do

9

IN n02/2008 - dispõe sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não.

10 Lei 8.666/93, artigo 22. São modalidades de licitação: I – concorrência. II – tomada de preços; III – convite; IV – concurso; V – Leilão.

1111 11

Decreto nº 3.555/2000 - Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.

12

32 contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara, concisa e objetiva.

O que difere o Projeto Básico do Termo de Referência na prática é a sua aplicação, pois este é utilizado na modalidade de pregão, que é empregado não apenas para a contratação de serviços, como também para a contratação de bens, na forma do artigo 1º do Decreto n 3.555/2000.

A IN n 02/2008 apresenta em única definição os termos Projeto Básico e o Termo de Referência em seu anexo I, inciso III, conforme se afirma:

O documento que deverá conter os elementos técnicos capazes de propiciar a avaliação do custo, pela Administração, com a contratação e os elementos técnicos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar o serviço a ser contratado e orientar a execução e a fiscalização contratual (IN SLTI/MPOG n 02/2008).

Observa-se ainda nesta IN n 02/2008, acerca dos requisitos que devem compor o Projeto Básico ou Termo de Referência, mencionados nos artigos 14 a 16. Entre outras orientações, o artigo 15 estabelece que o Projeto Básico ou Termo de Referência deverá conter:

I - a justificativa da necessidade da contratação, dispondo, dentre outros, sobre:

a) motivação da contratação;

b) benefícios diretos e indiretos que resultarão da contratação;

c) conexão entre a contratação e o planejamento existente, sempre que possível;

(...)

d) agrupamento de itens em lotes, quando houver; (...)

e) critérios ambientais adotados, se houver; f) natureza do serviço, se continuado ou não;

g) inexigibilidade ou dispensa de licitação, se for o caso; e h) referências a estudos preliminares, se houver (IN n 02/2008).

A pesquisa de preços é realizada como meio de estimativa de preços, observando-se que não há um rito definido a ser seguido, no qual, cada Instituição faz da sua forma, especifica o objeto e buscando estimar seu custo (VIEIRA, et al. 2013). De acordo com a Instrução Normativa n 02/2008, a pesquisa de preços é importante para efetivar a composição da planilha de custos e formação de preços, o qual trata-se da elaboração de um

33

documento que compõe o detalhamento dos componentes dos custos que incidem sobre o serviço a ser contratado.

Consoante o art. 3º da Lei nº 8.666/93, as licitações destinam-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração.

O procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato (DI PIETRO, 2009, p.325).

A licitação tem como objetivo garantir a participação isonômica dos licitantes, ou seja, empresas interessadas na execução dos serviços terceirizados, a fim de obter a proposta mais vantajosa para a Administração Pública com vistas à celebração de um contrato administrativo.

O Edital é o instrumento importante no processo licitatório para contratação de serviços terceirizados. De forma a interpretar a legislação, Meirelles (2008, p. 278) conceitua edital como sendo “o instrumento pela qual a Administração leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua realização e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas”.

Diante do exposto acima, Vieira et al. (2013) ratifica as informações apresentadas nas legislações vigentes e considera como instrumentos constitutivos do processo de contratação de serviços terceirizados, a seguinte sequência a seguir.

1. Elaboração do Plano de Trabalho;

2. Elaboração do Projeto Básico e/ou executivo;

3. Elaboração do Termo de Referência (modalidade de licitação pregão) 4. Elaboração do ato convocatório (edital de licitação); e

5. Elaboração da minuta de contrato.

Observa-se que, quando a Administração segue todas as etapas, tem muitas chances de evitar falhas na execução do contrato, em virtude da elaboração correta de cada instrumento nas etapas do processo de contratação.

34

No documento Download/Open (páginas 30-34)

Documentos relacionados