• Nenhum resultado encontrado

Como instrumentos de medida para avaliar as mudanças ocorridas na população do estudo, utilizámos 2 instrumentos: O Inventário Clínico de Autoconceito, (Anexo A) e o Questionário “Comportamentos Juvenis”, (Anexo B).

Inventário Clínico de Autoconceito

Elaborado por Vaz Serra (1986) o Inventário Clínico de Autoconceito, (ICAC) (anexo A) é uma escala de autoavaliação de aspectos emocionais e sociais do autoconceito, unidimensional, de tipo Likert, constituída por 20 questões, com cinco possibilidades de res- posta (Não Concordo, Concordo Pouco, Concordo Moderadamente, Concordo Muito, Con-

cordo Muitíssimo). As questões podem ser cotadas de 1 a 5 valores, umas vezes numa ordem

directa e outras vezes numa ordem inversa. Nas questões negativas as pontuações são reverti- das. A escala foi construída para que, quanto mais alta for a pontuação obtida, melhor é o autoconceito do indivíduo. O valor global pode oscilar de um mínimo de 20 a um máximo de 100.

A fidedignidade do Inventário foi avaliada pelo autor através do coeficiente de Spearman-Brown, que foi de 0,791 para os 920 elementos da amostra, comprovando um grau de consistência interna bastante elevado e através de «teste-reteste» que se traduziu por um coeficiente de correlação de 0,838 que para 108 elementos é altamente significativo ao nível de p<0,001 para a estabilidade temporal.

Vaz Serra, (1986, citando Jaeger, 1983), refere-se à validade de constructo como a mais importante e a mais complexa, que testa se o instrumento mede realmente o constructo que procura medir.

Para estudar a validade do Inventário o autor pediu aos 920 elementos da amostra que, após responderem à escala, classificassem simplesmente o conceito que faziam de si mesmos em muito mau, mau, razoável, bom e muito bom. Atribuiu a classificação de 1 a 5, fazendo corresponder 1 à categoria de muito mau e 5 à categoria de muito bom. Fez então

uma correlação entre a nota global obtida no autoconceito e a classificação pessoal. A corre- lação foi de 466, considerada altamente significativa para os 920 elementos.

Posteriormente, o autor efectuou uma análise dos componentes principais e de rotação octogonal que revelou a presença de seis factores, quatro deles perfeitamente bem definidos e dois factores mistos, já representados noutros factores.

Os dois primeiros, pelas suas características, podem ser denominados de Aceita- ção/Rejeição Social e de Auto-eficácia. Estes dois primeiros factores são os mais importantes, e constituem facetas muito típicas do autoconceito, relacionando-se, o primeiro, com o signi- ficado que uma pessoa pode ter para outra e, o segundo, com a competência sentida em rela- ção à resolução de problemas. O factor 3 tomou o nome de Maturidade Psicológica e o factor 4 chamou-se de Impulsividade/Actividade. A associação dos itens permite-nos assim medir o autoconceito em 4 factores:

Factor 1 - Aceitação / rejeição social – itens 1,4, 9, 16 e 17

Factor 2- Auto-eficácia – itens 3, 5, 8, 11, 18 e 20. O item 18 é de sentido negativo, por isso é cotado de forma inversa. Os valores altos indicam independência e os bai- xos indicam dependência.

Factor 3 - Maturidade psicológica – itens 2, 6, 7 e 13 Factor 4 – Impulsividade – actividade – itens 10, 15, e 19

No processo de elaboração da escala a mesma foi aplicada a quatro grupos etários: Adolescentes, jovens adultos, meia-idade e de idade igual ou superior a 60 anos, tendo-se verificado que nos índices mais altos do autoconceito registaram-se dois extremos da amos- tra, i.e. no grupo etário adolescência e maiores de 60. Também se verificou que os itens não são influenciados por género.

De acordo com o autor, o autoconceito deve ser considerado uma medida de traço de personalidade, e logo uma dimensão estável, pelo que esse aspecto deve ser salvaguardado nas instruções apostas no início da escala.

O ICAC exige um grau mínimo de escolaridade para ser respondido, e procura medir a maneira de ser habitual do indivíduo e não o estado em que se encontra naquele momento. Esta foi uma das principais razões que nos levou a optar pela utilização da mesma, conside- rando que a sua fácil leitura seria adequada às características dos respondentes, constituindo uma mais-valia.

Questionário “Comportamentos Juvenis”

“Comportamentos juvenis” é um inquérito da Escola de Criminologia da Faculdade

de Direito do Porto (versão adaptada e traduzida do International Sel-Report Delinquency

Survey 2 (ISRD-2) usado num estudo que visa a caracterização da delinquência juvenil nas

áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto para a compreensão da dimensão da delinquência, a prevalência, a frequência e as circunstâncias em que os comportamentos delinquentes ocor- rem, bem como compreender a estrutura com a análise de algumas variáveis sócio- demográficas como o género e a idade.

Os Questionários de Delinquência Auto-revelada (QDAR) estão a ser utilizados desde 1991-1992 na Europa e nos Estados Unidos da América e foram concebidos para permitir um conhecimento mais adequado da problemática da delinquência e dos comportamentos anti- sociais entre os jovens, uma vez que as estatísticas oficiais, baseadas nos relatos policiais, não reflectem a verdadeira dimensão do problema porque apenas registam aqueles que são apa- nhados pelo sistema. O método consiste em inquirir junto de uma dada população juvenil, do

seu envolvimento na perpetração de actos anti-sociais ou delinquentes, permitindo conhecer a sua natureza, frequência e dimensão.

Têm sido usados em estudos longitudinais para a compreensão de factores e processos do comportamento delinquente e estabelecimento de padrões e trajectórias da conduta delin- quente. O conhecimento assim adquirido facilita a definição de estratégias de prevenção.

O questionário usado no nosso estudo foi desenvolvido pela Escola de Criminologia do Porto, C. Agra e al. (2008) (Anexo B) elaborado com base na versão actual do ISDR 2, que em 2006 foi administrado em 30 países e que para o propósito foi traduzido e adaptado.

As questões incidem sobre um vasto leque de comportamentos, abrangendo condutas que correspondem a problemas sociais juvenis, sem contudo terem valor criminológico. Esta foi a principal razão da nossa opção por este instrumento.

São cobertas 5 grupos de variáveis: prevalência e frequência dos comportamentos considerados, circunstâncias do acto, reacções sociais, sócio-demográficas e de vinculação social.

Uma parte do questionário reporta-se à vitimação uma vez que, se por um lado os jovens são protagonistas de actos delinquentes, por outro lado são também vítimas de actos delinquentes.

A versão utilizada foi aplicada a uma população juvenil portuguesa, nas áreas metro- politanas de Lisboa e do Porto, 3000 alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico e a 1300 jovens com idade igual ou superior a 18 anos, num estudo realizado pelo Observatório de Delin- quência, cujos resultados foram apresentados nas Jornadas de Segurança Interna em 2010.

O questionário divide-se nas seguintes dimensões: Variáveis sócio-demográficas gerais; família, estrutura, dinâmica e supervisão parental; escola; comportamento, atitudes e compromisso; amigos; padrões de lazer; zona de residência; comportamento delinquente;

comportamento anti-social; contactos com as instâncias formais de controlo; experiência de vitimação; relação à lei.

São colocadas questões sobre a prática de cinco tipos de comportamentos transgressi- vos: delitos típicos da juventude, vandalismo, crimes contra a propriedade, violência e delitos relacionados com álcool e drogas. Nas respostas afirmativas o questionário desenvolve-se em árvore no intuito de apurar as circunstâncias do acto.

Dada a sua extensão e as características da população do nosso estudo, foi necessário reduzir a aplicação a questões de ordem sócio-demográfica e comportamental.

As nomenclaturas usadas neste estudo para os domínios de análise bem como as ques- tões que os compõem foram escolhidas com base na investigação (Jessor e Jessor, 1977; Cat- telino, 1999; Born, 1983; Gottfredson e Hirschi, 1990; Le Blanc e Bouthillier, 2001) referida por Born, (2005), que identifica nove escalas (Actividade sexual e consumo de álcool, con- sumo de drogas, conflitos com a autoridade na escola, na família, fraude, roubo, condução ilícita de veículos a motor, vandalismo, violência) que contribuem para 4 factores latentes, confirmando o carácter multidimensional da delinquência: comportamentos de deriva, confli- tos com a autoridade na escola e na família, delinquência covert (dissimulada, sem violência,) delinquência overt (com violência). Estes factores pertencem a uma grande categoria classi- camente chamada de desviância geral. A proposta de Born (2005, p. 42) aponta para “o reco- nhecimento de uma dimensão geral que não faz desaparecer as subdimensões que continua a ser legítimo utilizar com objectivos bem precisos de avaliação ou de compreensão de confi- gurações específicas de comportamentos delinquentes”.

A utilização de inquéritos de delinquência auto-revelada oferece algumas vantagens, entre as quais o conhecimento de um vasto leque de comportamentos delinquentes e das situa-

ções transgressivas, flexibilidade na aplicação e uma validade superior em relação a outras técnicas (Klein,1989).

De acordo com Born (2005) os trabalhos sobre a delinquência auto-revelada mostram simultaneamente a riqueza e os limites do método. No que diz respeito à validade e à fideli- dade, verificou-se através da aplicação de testes-retestes que, se o prazo é curto, verifica-se uma correlação forte, num prazo mais alongado a correlação não é tão forte mas o número de casos revelados aumenta substancialmente na segunda vez.

Nos estudos efectuados por este autor com utilização deste método sugere-se que os jovens que cometerem menos actos delituosos têm tendência para os revelar menos enquanto aqueles que cometeram mais actos delituosos e de maior gravidade têm tendência para exage- rar o relato da sua delinquência.

Registo de Presenças por Sessão

Uma vez que se pretende medir o impacto possível dos grupos de desenvolvimento pessoal, considerou-se importante verificar se existe relação entre as mudanças e o número de sessões em que os jovens participaram. Para tal criou-se um registo de presenças que nos permitisse fazer a verificação de resultados. (Anexo C).

Capitulo 3 - Procedimento

Foram constituídos 5 grupos de 6 a 10 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e os 24 anos, em três bairros da Grande Lisboa, Zona Oriental. Considerou-se que se o número de participantes fosse demasiado pequeno as faltas ou desis- tências de alguns poderiam ter um impacto negativo no sentimento do grupo e, por outro

lado, se fosse grande poderia limitar a comunicação, quer pela gestão do tempo, quer pelo alargamento de um espaço emocional que se requer íntimo e confidencial. De acordo com Guimón (2002) o tamanho ideal é de sete.

Escolhemos trabalhar com esta faixa etária porque, de acordo com a bibliografia, representa um período de crise e mudança, em que se acentua a vulnerabilidade a comporta- mentos de violência, até pela necessidade de aceitação e a importância que o grupo de pares assume. (Matos e al. 2009; Silva, 2004).

O local de realização da experiência deve-se por um lado ao facto de aí desempe- nharmos a nossa actividade profissional, o que nos permite ter um conhecimento prévio geral das problemáticas da zona e por outro lado, a bibliografia confirma que os bairros sociais são potenciadores da delinquência.

Segundo Guerra (2006), estudos indicam que a concentração de população socialmen- te homogénea, ainda que culturalmente heterogénea, traz problemas de socialização sobretu- do entre os mais novos, com reflexos no abandono escolar e prevalência de comportamentos indisciplinados, entre outras atitudes.

Optámos pela realização de grupos de desenvolvimento pessoal porque estes propor- cionam o ambiente no qual os indivíduos podem aprender a dar e a receber apoio afectivo e compreensão. De acordo com Rogers (1951/1974), no processo de grupo o Self redefine-se num contexto semelhante ao que criou a necessidade inicial de distorcer a percepção de Si, na relação com os outros. Considerámos que um ambiente de liberdade em que cada um pudesse exprimir os seus sentimentos sem medo, seria facilitador do crescimento e da mudança pes- soal, pela aquisição de uma nova compreensão de si, dos outros e dos valores conducentes a uma construção de vida positiva.

Os grupos foram organizados através de duas instituições a operar no terreno, entre os jovens utentes dos seus serviços: Projecto+Vida: Associação Vida Abundante e Pastoral dos Ciganos.

Obtido o acordo das instituições, solicitado por escrito (Anexo D), fez-se em cada local uma reunião de sensibilização para os workshops de desenvolvimento pessoal bem como para a realização do presente estudo, tendo-se colocado a todos os presentes a escolha de ser ou não ser participante. De acordo com a teoria organísmica postulada por Rogers (1951/1974; 1961/1985) a pessoa tende a auto-actualizar-se e as formas de ser que desenvol- ve são expressões desse esforço de auto-actualização. Se lhe forem dadas as condições neces- sárias encontrará dentro de si os recursos para escolher-se positivamente e tenderá a rejeitar as formas de ser menos positivas que constituíam o seu “grito” de sobrevivência. A escolha de ser participante era assim, em nosso entender, o ponto de partida fundamental para o pro- cesso de grupos.

De entre os jovens que mostraram interesse e de acordo com a recomendação dos monitores, após a devida autorização dos pais nos casos em que os jovens eram menores (Anexo D), realizou-se uma sessão prévia em que foram testados os instrumentos (CJ e ICAC) para averiguar a possibilidade de resposta quanto à extensão e ao conteúdo dos mes- mos, por estes grupos. Esta experiência revelou que a extensão do CJ tornava difícil a sua aplicação na totalidade, em auto-resposta. De acordo com Klein (1989) uma das vantagens da utilização deste tipo de questionários é precisamente flexibilidade na aplicação.

Assim, decidiu-se aplicar noutro grupo uma parte (sócio-demográfica) em entrevista e a outra parte em auto-resposta. Nesta segunda experiência verificou-se que a motivação era diminuta e que o tempo que tomava ainda era longo. Verificou-se ainda que ao perceberem que a resposta “não” diminuía substancialmente o número de questões a responder enviesa-

vam-se os resultados pelo que, tendo em consideração os objectivos do presente estudo, optou-se pela aplicação apenas da parte relativa aos comportamentos delinquentes, em auto- resposta com ajuda na interpretação das questões sempre que solicitada. Foi garantido o ano- nimato, confidencialidade e protecção de dados, de acordo com as instruções definidas pelos autores. De acordo com Born (2005) a validade do instrumento é nitidamente mais fraca quando o procedimento não é anónimo.

Para além do questionário “Comportamentos Juvenis” foi aplicado noutro momento o Inventário Clínico de Autoconceito de Vaz Serra. De acordo com as instruções de aplicação foi pedido que os jovens respondessem de uma forma rápida e espontânea a todas as ques- tões, considerando a sua forma de ser habitual.

Com a finalidade de encorajar a participação dos jovens estabeleceu-se uma recom- pensa para todos os que respondessem aos inquéritos, tendo-se no entanto esclarecido que poderiam desistir em qualquer altura. Ainda assim, foram necessárias duas sessões em cada grupo para a aplicação dos instrumentos.

A confidencialidade das respostas foi garantida através do anonimato, possível através da escolha individual de um código que, aposto a cada folha, permite o agrupamento e com- paração de resultados.

Iniciadas as sessões de grupo, verificou-se a dificuldade de manter a atenção e o inte- resse, pelo que se decidiu recompensar, no final de cada sessão, os participantes que manti- vessem uma atitude cooperante. Por atitude cooperante entenda-se aquela que preserve o res- peito pelos direitos e liberdades do outro. Da experiência relatada pelos monitores das insti- tuições relativamente à constância da população em causa e porque se verificaram de imedia- to flutuações nas primeiras sessões, decidiu-se premiar a assiduidade no final do programa.

Para prevenir o efeito negativo que a ausência ou desistência de alguns elementos teria no processo, decidiu-se manter os grupos semi-abertos.

Por constrangimentos do tempo destinado a este estudo, considerou-se que o progra- ma teria o mínimo de 20 sessões (Rogers, 1951/1974, p. 290) de 60 minutos com uma perio- dicidade semanal, entre Janeiro e Junho de 2011.

Ding (2008) efectuou uma experiência semelhante, com adolescentes, em grupo, no mesmo período de tempo, tendo no entanto realizado três sessões semanais, de 2,5h em que se verificou um aumento da estima de si em 7,9% face aos valores iniciais.

Houve mudanças no sentido dos participantes do counselling centrado no adolescente diminuírem a incongruência entre a self percepcionado e o self desejado, encontrando mecanismos mais adequados para lidarem com situações de maneira mais satisfatória, como resultado da diminuição da sua estima de si negativa e consequente aumento da sua estima de si geral. (2008, p. 113)

A equipa de facilitação foi constituída por quatro técnicos de diferentes orientações mantendo os pressupostos da empatia, da aceitação incondicional e da auto-direcção, tendo sido realizada previamente uma formação neste sentido. Em cada sessão de grupo estiveram presentes dois técnicos, um com a função de facilitação e outro com a função de co- facilitação. Elaborámos uma lista “Checklist de atitudes de facilitação” (Anexo E), de acordo com os parâmetros das atitudes definidas na literatura como facilitadoras do desenvolvimento num grupo de encontro, para utilização individual de cada técnico como auxílio de auto- monitorização da sua acção facilitadora Procurámos assim assegurar o clima facilitador do desenvolvimento inerente à filosofia do Grupo de Encontro (Rogers, 1970/1986).

Na primeira sessão de grupo foi feito um “contrato” informal de garantia da liberdade individual, respeito mútuo e confidencialidade entre todos os participantes. Este compromisso foi relembrado no inicio de todas as sessões.

Em cada sessão foi dada a liberdade ao grupo de lançar e escolher os assuntos a tratar bem como a forma como o fariam. Assim, houve sessões constituídas por uma “conversa” e outras sessões animadas por uma actividade estruturada, proposta ou escolhida pelo grupo. Frequentemente surgiram comportamentos que deram a oportunidade ao grupo de percepcio- nar e trabalhar sobre os sentimentos que estavam na sua origem, como que “em espelho”. Foi mantido um registo de temáticas abordadas como recurso de aferição interna do processo de grupo.

No sentido de fomentar a responsabilidade pelo trabalho do grupo, foram registadas as presenças em todas as sessões. Cada participante adquiria assim o estatuto de membro e per- cebia a importância que tinha para o grupo e que, reciprocamente, o grupo tinha para ele. Todas as faltas, pontuais ou habituais, foram notadas como ausências significativas.

No final de cada sessão foram feitas reuniões de avaliação pelas equipas para partilhar as dificuldades sentidas e monitorizar a presença das atitudes determinadas como facilitado- ras do processo de grupo, procurar soluções para as dificuldades que se iam levantando, sobretudo ao nível do comportamento de alguns participantes durante a sessão, e reflectir sobre as propostas que os participantes iam fazendo.

Após a realização da experiência de grupo procedemos à aplicação da parte do ques- tionário que se reporta aos comportamentos, incluindo as questões relativas aos consumos. Esta decisão foi tomada em função dos objectivos do nosso estudo – observar o movimento dos comportamentos de delinquência – e também em função das características dos jovens que impossibilitariam que estes respondessem devidamente a todo o questionário pela segun-

da vez. Nesta aplicação especificou-se que a resposta se referia aos últimos 5 meses, ou seja, desde o inicio das sessões de grupo.

Em simultâneo, foi aplicado novamente o ICAC.

Ambos os instrumentos foram aplicados em auto-resposta e foi garantida a confiden- cialidade e o anonimato.

A informação recolhida foi então tratada de acordo com as cotações atribuídas a cada item do ICAC e do Questionário CJ e os resultados da primeira observação foram compara- dos com os da segunda observação.

Determinou-se a média da cotação total do Inventário Clínico de Autoconceito e das suas dimensões e comparou-se com a média padronizada do estudo realizado por Serra quan- do construiu a escala.

Os resultados do questionário Comportamentos Juvenis relativos aos comportamentos foram confrontados com os resultados publicados (Belém, J., 2010, 28 de Novembro Diário

de Noticias; Matos, S. 2010, 25de Novembro Lusa) do estudo que lhe serviu de base.

Documentos relacionados