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INTÉRPRETE: OBRA, COMPOSITOR:

No documento Keiko Abe e a Marimba Solista (páginas 39-42)

KEIKO ABE

INTÉRPRETE: OBRA, COMPOSITOR:

Keiko Abe “Suite for Marimba: Conversation,” Akira Miyoshi

Shizuko Ishikawa “Sonatine for Marimba and Piano”, Akira Yuyama

Takuo Tamura “Serenade Marimbana”, Yuzo Toyama

Noriko Hasegawa “Structure for Marimba and Three Instruments”, Tadashi Yamanouchi

Yoshihisa Mizuno “Concertino for Marimba”, Paul Creston

Masao Yoshikawa “Conception for Marimba”, Masanobu Higure

Tabela 5: Tokyo Marimba Group, concerto em Novembro de 1962

Tendo este primeiro evento obtido uma boa aceitação por parte do público, um segundo concerto foi organizado três anos mais tarde. Para esta segunda actuação, a qual teve lugar em Outubro de 1965 no Yamaha Hall da cidade de Tóquio, o grupo encomendou mais algumas obras para marimba. Assim, decidiram dividir o evento em duas partes, reservando as novas composições para a segunda. Da primeira parte constaram as seguintes obras (Kite, 2007: 43):

INTÉRPRETE: OBRA, COMPOSITOR:

Takuo Tamura “Suite for Marimba: Conversation”, Akira Miyoshi

Yoshihisa Mizuno “Serenade Marimbana”, Yuzo Toyama

Tokuzo Yanagihara “At an Amusement Park”, Tokuzo Yanagihara

Keiko Abe “Frogs”, Keiko Abe;

“Autumn”, Isao Tomita

Tabela 6: Tokyo Marimba Group, concerto em Outubro de 1965, primeira parte

Após o intervalo foram apresentadas as seguintes composições (Kite, 2007: 43):

INTÉRPRETE: OBRA, COMPOSITOR:

Yoshihisa Mizuno “Dansho for Marimba”, Toshimitsu Tanaka; “Three Short Pieces for Marimba”, Haruna Miyake Tokuzo Yanagihara “Wave and Particle”, Tokuzo Yanagihara

Takuo Tamura Yoshihisa Mizuno

“Contrast for Two Marimbas”, Hikaru Hayashi

Keiko Abe “Torse III”, Akira Miyoshi

Tabela 7: Tokyo Marimba Group, concerto em Outubro de 1965, segunda parte

Apesar de este segundo concerto também ter merecido os aplausos do público e da crítica, questões financeiras ditaram o final do grupo. De facto, encomendar obras a compositores não era tarefa fácil, sobretudo quando nenhum dos elementos do grupo era financeiramente abastado. De qualquer das formas, a actividade do Tokyo Marimba Group atingiu os objectivos a que se tinha proposto aquando da sua formação e, sobretudo, permitiu a Keiko Abe vislumbrar com mais nitidez qual a direcção em que queria orientar a sua carreira. Nesse sentido, pouco após estes eventos Abe deixou de tocar os restantes instrumentos de percussão para se dedicar, única e exclusivamente, à

marimba. Isso implicava prosseguir na tentativa de aumentar o reportório de música séria escrita especificamente para o instrumento. Ouçamos, uma vez mais, a própria (Abe 2000, citada em Kite, 2007: 44) referindo-se a esta situação: “My purpose was to cultivate a repertoire of serious music for the marimba – similar to the music that pianists, violinists and other instrumentalists play”.

Com esse objectivo em mente, ao qual estava intimamente ligado o desejo de tornar a própria marimba num instrumento capaz de ombrear com outros já estabelecidos na arte de tocar reportório erudito, Abe pôs em marcha, em 1967, o projecto de apresentar um concerto a solo. Esta era uma idéia revolucionária na época, já que nunca tinha acontecido a apresentação a solo de um único marimbista tocando exclusivamente peças eruditas compostas para marimba. Para esse feito, Abe decidiu encomendar obras a quatro compositores: Takekuni Hirayoshi, Akira Yuyama, Minoru Miki e Teruyuki Noda. Seguindo a prática que tão bons resultados tinha dado antes, Abe trabalhou com estes autores, fazendo sugestões e mostrando-lhes as possibilidades técnicas e expressivas da marimba (Kite, 2007).

Por outro lado, todos os pormenores relativos ao concerto foram pensados para produzir um efeito especial. Nesse sentido, Keiko trabalhou com o marido (Abe tinha-se casado em 1965 com Hidetoshi Kimura, um colega seu licenciado em Gestão e que tinha trabalhado como director de Marketing da editora Columbia, antes de se tornar produtor musical. Conheceram-se durante as gravações do álbum de Abe “Marimba Music Gems”, o qual foi produzido por Kimura), que ficou encarregado de toda a parte da produção: alugar a sala para o concerto, imprimir os programas e bilhetes e tratar da publicidade. Nenhum pormenor foi descurado, desde o vestido que Abe usaria (o estilista Jun Kitura produziu um vestido branco desenhado de forma a não interferir com os movimentos da marimbista), passando pelos folhetos com o programa (os quais apresentavam uma ilustração feita por Keiko Yamanouchi na capa, para além de uma mensagem de Abe para o público e de informação sobre os compositores e as suas obras no interior) e terminando no palco em si (Keisuka Suzuki criou um ambiente teatral ao cobrir o palco com um pano preto para absorver a luz, luz essa que só viria de focos instalados por cima e à frente dos instrumentistas), tudo foi concebido para criar uma noite memorável (Kite, 2007).

Assim, um ano após a idéia inicial, Keiko Abe apresentou o primeiro recital de marimba em Outubro de 1968, no Iino Hall em Tóquio. Com o título “Keiko Abe – An Evening of Marimba”, este foi dividido em três partes, sendo que o programa apresentado foi o seguinte (Kite, 2007: 57):

PARTE: COMPOSITOR: OBRA:

Primeira Takekuni Hirayoshi “Dialogue for Marimba and Three Instruments”

Akira Yuyuma “Divertimento for Marimba and Alto Saxophone”

Segunda: Toshimitsu Tanaka “Two Movements for Marimba”

Minoru Miki “Time for Marimba”

Akira Miyoshi “Torse III”

Terceira: Teuyuki Noda “Quintetto per Marimba, 3 Flauti, e Contrabasso, 'Mattinata'”

Tabela 8: Keiko Abe – An Evening of Marimba

Num exemplo perfeito da capacidade de memorização de Abe, refira-se que Noda só lhe entregou a sua obra dois dias antes do evento.

O público de seiscentas pessoas presente no evento foi unânime na apreciação feita: o recital foi um sucesso. O editor do Ongaku-no-Tomo Monthly escreveu em 1968 (citado em Kite, 2007: 57): “Her technical flexibility, accuracy, and keen and sensible interpretation of each composition were just incredible”. Por seu lado, o crítico musical Yasushi Togashi escreveu, no mesmo ano, no semanário Ongaku Shimbun (citado em Kite, 2007: 57-58):

“I was amazed by her great and superhuman achievement, that she could perform these complex pieces from memory, including a piece that did not get finished until two days before the concert. That Abe's ceaseless effort has inspired and moved these serious composers to write new works, and that she exhibits such virtuosic skill on her instrument , marks a new epoch in the history of the marimba worldwide”.

Um mês mais tarde, o mesmo Tagashi escreveu, desta feita na revista Today's Music (citado em Kite, 2007: 58):

“As part of the Japan Fine Arts Festival held to commemorate the centenary of the Meiji Restoration, the marimbist, Keiko Abe, gave a recital of original works.

The marimba may not be familiar to general audiences, though it is a kind of xylophone that is now often used in music classes in elementary school. But in spite of its long use throughout human history, the instrument has lacked an original repertoire, and it is usually used to play arrangements of well-known pieces – until today.

Overcoming many difficulties, Keiko Abe of Japan has explored new possibilities of the marimba´s musical expression, and has developed techniques that allow it full recognition as an independent orchestral instrument. This recital was, in a sense, the culmination of her marimba crusade. The concert hall was full, demonstrating how many people wished to hear her groundbreaking recital”.

A este recital foi atribuído o Prémio de Excelência da competição Fine Arts Festival de 1968. Por outro lado, a Columbia Records decidiu registá-lo em disco, tendo sido editado em formato triplo no ano de 1969 com o título “Keiko Abe: Art of Marimba”. Neste formato juntavam-se às obras tocadas no recital a peça de Akira Miyoshi “Suite for Marimba: Conversation”, para além das entretanto compostas “Concerto pour Marimba et Ensemble à Cordes”, do mesmo Miyoshi, e “Concerto for Marimba and Orchestra”, de Minoru Miki. Este álbum, por seu lado, também foi o recipiente de um prémio, neste caso o Prémio de Excelência do Fine Arts Festival de 1969. Para além disso, foi editado nos Estados Unidos da América em 1972, com o título “Contemporary Music from Japan: Vol. I: Music for Marimba, Keiko Abe, Marimba” (Kite, 2007).

O sucesso alcançado com o primeiro recital foi tanto que Abe decidiu realizar outros dois. Assim, em 1969 foi apresentado o recital intitulado “Keiko Abe – An Evening of Marimba II: In Search of Original Works for Marimba”. Tal como o título indica, Abe continuava a busca por reportório original composto para o seu instrumento por compositores contemporâneos do seu país. Este recital teve o seguinte programa (Kite, 2007: 59):

COMPOSITOR: OBRA:

Toshiya Sukegawa “A Projection for Marimba and Four Instruments”

Hideo Kobayasha “Haiku for Marimba”

Masaharu Kikuchi “'Ji-uta' Music for Marimba and Five Instruments”

Minao Shibata “Imagery”

Akira Miyoshi “Suite for Marimba: Conversation”

Aki Ishii “Marimba-Stück mit Zwei Schlagzeuger”

Tabela 9: Keiko Abe – An Evening of Marimba II: In Search of Original Works for Marimba

Dois anos mais tarde foi a vez do recital “Keiko Abe – An Evening of Marimba III: In Search of Original Works for Marimba”, o qual foi composto pelas seguintes obras (Kite, 2007: 59-60) :

No documento Keiko Abe e a Marimba Solista (páginas 39-42)

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