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2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: ABORDAGENS, POLÍTICAS, RAZÕES,

2.2.4 Internacionalização de IES: modelos

Uma das grandes dificuldades enfrentadas por muitas IES é definir em qual modelo de internacionalização do ensino superior ela deverá basear-se. Dentre os principais modelos de internacionalização propostos na literatura específica acerca do tema, podem ser citados: Neave (1992), Rudzki (1995a, 1995b), Davies (1992, 1995), Van der Wende (1996) e Knight (1993 e 1994).

Os modelos de internacionalização em geral têm como objetivo demonstrar a importância da adoção de uma política institucional de internacionalização, além de organizar e relacionar as ligações entre os diversos elementos que caracterizam o processo nas IES.

É possível perceber que os modelos procuram contemplar o máximo de variáveis possíveis presentes no fenômeno da internacionalização e tentam de maneira condensada, esquematizar as possíveis abordagens, estratégias e revisões do processo de internacionalização.

Dentre os vários modelos para a explicação do processo de internacionalização das IES encontrados na revisão da literatura, o modelo considerado mais abrangente e, portanto escolhido como base para esse trabalho, foi o círculo da internacionalização proposto por Knight em 1993 e atualizado em 1994.

Modelo de Knight (1993): Internacionalização como um ciclo contínuo.

A grande inovação desse modelo é que a autora não considera a internacionalização como um processo linear ou estático. Para demonstrar essa idéia, Knight (1994) desenvolve um modelo cuja estrutura baseia-se num ciclo contínuo de avaliação e aprimoramento (figura 3).

Nesse modelo, ela identifica diferentes etapas do processo numa tentativa de integração da dimensão internacional na cultura e no sistema da universidade. O modelo

apresenta um fluxo de duas mãos entre cada uma das seis etapas indicando que a cada nova etapa alcançada, há necessidade de revisão da etapa anterior:

(1) consciência dos propósitos e benefícios;

(2) comprometimento da alta administração, professores e estudantes; (3) planejamento das prioridades e estratégias;

(4) operacionalização das atividades e serviços;

(5) revisão para avaliar a qualidade e os impactos do processo;

(6) reforço para incentivar e reconhecer a participação dos atores da internacionalização.

Além dos seis fatores, a autora enfatiza a necessidade de haver uma cultura organizacional que apóie a integração das ações de internacionalização.

Figura 3 - Círculo da Internacion Fonte: Adaptado de Knight(1993

No modelo do cí conscientização e o compro estratégias, operacionalizaç o melhoramento do proces etapas importantes tais com Van der Wende (1997) e enfatiza os cuidados com integração da dimensão in instituição no longo prazo.

5. Revisão avaliar e melhorar a qualidade e impacto das iniciativas e progresso da estratégia. 6. Reforço desenvolver iniciativ reconhecimento e recompensas para professores, funcionár participação de estuda onalização. 3)

círculo da Internacionalização, a autora e prometimento da alta administração em relação

ação de atividades e serviços, além de uma ade esso. Na primeira versão do modelo (1993), omo análise dos fatores externos e internos d e Davies (2001). Além da análise do conte m a implementação dos programas e a an internacional sobre o ensino, pesquisa e se o. Desta forma, Knight (1994) reformula a versã

1. Consciência das necessidades, propósitos e benfícios da internacionalização para estudantes, professores, funcionários e sociedade. 2. Comprom da adminis governos, pro funcioná estudan 3. Planeja identifi necessida recursos, pro objetivos, pr e estraté 4. Operacionalização atividades acadêmicas e serviços. Fatores organizacionais e princípios-guia. r a cto tivas, e ra ários e dantes

Cultura que encoraja a integração da internacionalização

enfatiza fortemente a ão ao planejamento das dequada revisão visando , Knight não considera da IES enfatizados por texto, Van der Wende análise dos efeitos de serviços prestados pela rsão original, agregando

metimento nistração, professores, nários e antes jamento tificar idades e ropósitos e prioridades atégias

em seu modelo os fatores considerados por Van der Wende (1997), ou seja, as etapas referentes à análise de contexto, implementação e efeitos de integração (Figura 4).

Vale ressaltar que o efeito de integração, apesar das conexões com todas as etapas, é propositalmente inserido no centro do modelo, porém, fora do círculo de internacionalização. Uma explicação para esta disposição, segundo de Wit (2002, p.137) é que em muitas instituições, a internacionalização é vista como um fim em si mesmo, ou seja, não há intenção planejada de integração da dimensão internacional nas atividades de ensino e pesquisa, como citado abaixo.

É possível ver a internacionalização como uma estratégia em si mesma, sem a preocupação deliberada e consciente de integrá-la no ensino, pesquisa e funções de serviços da instituição. Em muitos casos assume-se que a internacionalização tem um efeito de integração, porém, ela não é primariamente julgada sobre quais efeitos, mas sobre seu próprio mérito”.

Da combinação dos 6 (seis) elementos de Knight (1993) com os 3 (três) elementos propostos por Van der Vende (análise do contexto, implementação e os efeitos da integração no longo prazo, resulta a versão modificada do círculo da internacionalização proposto por Knight (1994) (figura 4). Nesse modelo, a análise do contexto, a fase de implementação e o efeito da internacionalização em todas as outras funções da instituição são incorporadas. Vale ressaltar também que, em todas as fases, ambos os aspectos, institucionais e os específicos por departamentos foram incluídos, assim como a integração entre eles.

Figura 4 - Círculo da Internacionalização - versão modificada por Knight (1994) Fonte: Adaptado de Knight (1994)

Como forma de referência e análise, este trabalho adotará a versão modificada e atualizada do modelo de Knight (1994) por entender que o mesmo fornece uma visão geral do processo de internacionalização, considerando desde a análise do contexto (externo e interno) da instituição, os cuidados na implementação dos programas e a integração entre ensino, pesquisa e serviços.

O processo de internacionalização das IES envolve várias ações, dentre elas a cooperação internacional e os programas de mobilidade acadêmica e intercâmbio docente e discente ocupam um importante papel; e é sobre esse assunto que trata o próximo capítulo.

Cultura que encoraja a integração da internacionalização

2.3 INTERNACIONAL

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