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International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA)

No documento PhD Volume I VF (páginas 47-52)

POLÍTICAS CULTURAIS, DE INFORMAÇÃO E SISTEMAS BIBLIOTECÁRIOS

1. Enquadramento Geral dos Sistemas Bibliotecários e Organismos Responsáveis Os Sistemas Bibliotecários no Contexto das Políticas Culturais

3.1. International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA)

A IFLA foi fundada no contexto de uma conferência internacional realizada em Edimburgo, na Escócia, no ano de 1927. É uma organização internacional, independente, sem fins lucrativos e não-governamental. Atualmente, tem sede na cidade de Haia, nas instalações da Biblioteca Real da Holanda, que também é a Biblioteca Nacional da Holanda. Nos nossos dias, a IFLA é a principal associação representativa dos interesses das bibliotecas, dos serviços de informação e dos respetivos utilizadores. O objetivo da instituição é, essencialmente, o de promover padrões elevados de prestação de serviços de biblioteca e de informação. A IFLA orienta-se por valores que respeitam os princípios da liberdade de acesso à informação consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948.

Estes princípios sociais assentam na necessidade do acesso universal e igualitário à informação com vista ao desenvolvimento social, educativo, cultural, democrático e económico. A IFLA, conforme sabemos, constitui uma das instituições vigilantes do cumprimento destes princípios de garantia da igualdade de acesso à informação.

Esta organização internacional agrega, como membros, as associações de bibliotecários de informação e de investigação na área da Ciência da Informação. Tem parcerias com empresas da indústria da informação, tem relações formais com a UNESCO, e possui o estatuto de associado no International Council of Scientific Associations (ICSU).

Tem igualmente estatuto de observador nas Nações Unidas, na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Organização Internacional de Normalização (ISO) e na Organização Mundial do Comércio (OMC). A IFLA é membro do Comité Internacional do Escudo Azul (ICBS), cuja missão é a recolha, difusão de informação e coordenação de ações em casos de risco de bens culturais. Desenvolve ainda o papel de consultor de instituições internacionais não-governamentais, tais como a Associação Internacional de Editores (IPA).

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A consulta da página WEB da IFLA4 dá-nos conta das principais atividades da instituição e dos programas estratégicos denominados: Ação para o Desenvolvimento através do Programa Bibliotecas (ALP)5; Programa de preservação e conservação (PAC)6, que está alojado na Biblioteca Nacional de França; UCA/IFLA – UNIMARC,7 que se encontra em Portugal, na Biblioteca Nacional de Lisboa; Livre acesso à Informação e Liberdade de Expressão (FAIFE)8; Comissão de direitos autorais (CLM)9; Comissão de Normalização da IFLA10; e ainda, a entretanto extinta Aliança para Estratégias Digitais (ICADS), alojada na British Library, Reino Unido (ICADS) IFLA- CDNL11. De seguida, passamos a apresentar de forma breve cada um dos programas estratégicos.

3.1.1. Ação para o Desenvolvimento através do Programa Bibliotecas (ALP)12 De acordo com a IFLA, a ALP tem um alcance muito amplo, reunindo um vasto leque de preocupações específicas para o mundo em desenvolvimento. É o principal instrumento da IFLA para a promoção da formação, em consonância com as suas normas e diretrizes. Os principais objetivos estão direcionados para as prioridades profissionais no desenvolvimento da atividade de bibliotecário e de documentalista. Dão preferência a projetos baseados nos materiais didáticos da IFLA, e nos que contribuam para a sustentabilidade e capacidade das comunidades locais dos países em vias de desenvolvimento, e nas economias emergentes de todo o mundo. Este programa foi colocado em marcha no ano de 1984, no Congresso Internacional da IFLA de Nairobi (Quénia) e, atualmente, colabora com outras atividades da IFLA, de entre as quais: os programas de livre acesso à informação e liberdade de expressão, o programa desenvolvido pela comissão de direitos autorais, e o programa de preservação e conservação.

      

4 International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA). Disponível em: <http://www.ifla.org/>.

5 Ação para o Desenvolvimento através do Programa Bibliotecas. Disponível em: <http://www.ifla.org/alp >.

6Programa de preservação e conservação (PAC). Disponível em: < http://www.ifla.org/pac>. 7 Disponível em: <

http://www.ifla.org/unimarc>.

8 Livre acesso à Informação e Liberdade de Expressão (FAIFE). Disponível em: <http://www.ifla.org/faife>.

9Comissão de direitos autorais (CLM). Disponível em: <

http://www.ifla.org/clm>.

10 Comissão de Normalização da IFLA. Disponível em:<http://www.ifla.org/standards-committee>. 11 Conferência de Diretores de Bibliotecas Nacionais (CDNL). Disponível em: <http://www.ifla.org/icads>.

12 Ação para o Desenvolvimento através do Programa Bibliotecas (ALP). Disponível em: < 

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3.1.2.Programa de Preservação e Conservação (PAC)13

O Programa de Preservação e Conservação foi criado em 1984, na Conferência de Nairobi, e lançado oficialmente em Viena, em 1986, numa reunião organizada em cooperação com a UNESCO, para tratar as questões de preservação, e dar início ao projeto de cooperação em todo o mundo para a preservação de fundos bibliográficos. Assenta nos princípios de que a preservação é essencial para a sobrevivência e desenvolvimento da cultura e erudição, e que a cooperação internacional é um princípio fundamental.

Em consonância com estes desígnios cada país deve aceitar a responsabilidade para a preservação das suas próprias publicações. Este programa desenvolve ações de sensibilização, publica edições, promove formação e investigação sobre o tema da preservação e conservação. Este grupo tem a particularidade de se organizar em rede, com um centro em Paris, e centros regionais por todo o mundo. Existem centros regionais em Washington (E.U.A.), Caracas (Venezuela), Rio de Janeiro (Brasil), Cidade do Cabo (África do Sul), Camberra (Austrália), Moscovo (Rússia), Almaty (Cazaquistão), Tóquio (Japão), Seul (Coreia do Sul), Pequim (China), entre outros. O Centro Internacional e os Centros Regionais são parte de uma rede, cujas principais regras de funcionamento são definidas por "acordo", assinado anualmente entre a IFLA e cada centro. Estes são independentes uns dos outros, e agem em consonância com as prioridades definidas para a sua área geográfica.

3.1.3. Comité de Normalização - IFLA14

O Comité de Normalização da IFLA tem origens muito recentes, datando de janeiro do ano de 2012. O seu objetivo é o de contribuir para o aumento da visibilidade da normalização dentro e fora da IFLA, relacionando-se, regra geral, com todas as organizações internacionais de normalização, mormente a International Organization for Standardization (ISO), como organização de referência internacional na área da normalização; mas também com outras organizações de grande importância e peso internacional, tal como o Instituto Alemão de Normalização (DIN) e a Associação Francesa de Normalização (AFNOR). Os seus principais objetivos incidem igualmente sobre o controlo, tradução e procedimentos para a criação, desenvolvimento, validação e

      

13Programa de Preservação e Conservação (PAC).Disponível em: <

http://www.ifla.org/pac>. 14Comité de Normalização (IFLA). Disponível em: < http://www.ifla.org/standards-committee >.

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publicação de padrões de normalização, bem como em todos os assuntos que possam ter impacto nas normas da IFLA.

3.1.4. Comissão de Direitos Autorais (CLM)15 e questões relacionadas

Esta instituição de salvaguarda dos direitos autorais foi criada para assessorar a IFLA, e ser voz da comunidade internacional de bibliotecas quanto aos assuntos de direitos de autor e de propriedade intelectual. No âmbito das suas atribuições, compete-lhe zelar pelo cumprimento dos direitos legais de autor quanto à utilização dos recursos das bibliotecas e, regra geral, todas as questões relevantes para as bibliotecas e para a biblioteconomia. A CLM mantém relações com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), com a Organização Mundial do Comércio, especialmente com o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS)16 , e em alguns casos, no reforço de posições, com outras organizações bibliotecárias como o Secretariado Europeu das Associações de Bibliotecas, Informação e Documentação que trataremos no ponto 4.2 (European Bureau of Library, Information and Documentation Associations [EBLIDA]).17

3.1.5. Comissão de Liberdade de Acesso à Informação e Liberdade de Expressão (FAIFE)18

A Comissão de Liberdade e Acesso à Informação e Liberdade de Expressão é uma comissão da IFLA, que tem por objetivo sensibilizar para a correlação essencial entre o conceito de biblioteca e os valores da liberdade intelectual.

Em benefício da proteção da liberdade intelectual e liberdade de expressão, a sua atividade compreende a publicação de relatórios, a participação em conferências e a organização de workshops. O programa visa também controlar o estado de liberdade intelectual dentro da comunidade de bibliotecas em todo o mundo, e responder às violações de livre acesso à informação e à liberdade de expressão. Promove ainda o

      

15Comissão de Direitos Autorais (CLM).Disponível em: <

http://www.ifla.org/clm>.

16 Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS). Disponível em: <http://www.ifla.org/clm>. 17 European Bureau of Library, Information and Documentation Associations (EBLIDA). Disponível em: <http://www.eblida.org/>.

18Comissão de Liberdade de Acesso à Informação e Liberdade de Expressão (FAIFE). Disponível em: <http://www.ifla.org/faife>.

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desenvolvimento de políticas de cooperação da IFLA com outras organizações internacionais de direitos humanos19.

3.1.6. UNIMARC core activity (UCA)20

A IFLA conta igualmente com um núcleo de atividade UNIMARC que, muito significativamente para Portugal, está instalado na Biblioteca Nacional de Lisboa. Este núcleo foi criado e instituído em 2003 no nosso país, e corresponde seguramente à importância e ao peso institucional que Portugal desde então possui no quadro dos organismos internacionais da organização e da produção de políticas bibliotecárias. Tem por missão coordenar as atividades destinadas à manutenção e desenvolvimento do formato original e universal MARC que, no contexto europeu, veio a assumir diferentes formatos, designadamente o UNIMARC. A sua tarefa é desenvolvida em conexão com a Comissão Permanente do UNIMARC (PUC), que existe desde 1991. A par da ligação aos organismos da IFLA, o núcleo de atividade UNIMARC assegura igualmente o vínculo a organizações internacionais, referindo entre outras a ISO, o ISBN e ISSN, Comissão de Normas de Descrição (ICA/CDS) e o Consórcio de Bibliotecas Europeias de Investigação (CERL)21.

3.1.7. IFLA/CDNL - Aliança para Estratégias Digitais (ICADS)22

O ICADS foi criado em 2003, na sequência de uma aliança conjunta da IFLA e da Conferência de Diretores de Bibliotecas Nacionais (CDNL). Este grupo dedicava-se ao desenvolvimento de modernas estratégias digitais. O produto do seu trabalho foi muito profícuo, designadamente pelo incremento do ambiente digital nas bibliotecas, facto que levou o Conselho Consultivo do ICADS a encerrar as suas atividades no ano de 2011. A razão deve-se essencialmente ao grau de maturidade digital implantado na comunidade das bibliotecas. Foi com extraordinária rapidez que se operou a mudança e a introdução das tecnologias digitais nas bibliotecas. Daí ter deixado de fazer sentido a existência de um grupo especificamente vocacionado para a sua promoção. Porém, a promoção e o

      

19 De entre as quais se conta, nomeadamente, a Comissão de Liberdade de Acesso à Informação e Liberdade de Expressão (FAIFE). Disponível em: <http://www.ifla.org/faife>.

20 UNIMARC core activity (UCA). Núcleo de Actividade Unimarc. Disponível em:

<http://www.ifla.org/unimarc>. 21 

Consórcio de Bibliotecas Europeias de Investigação (CERL). Disponível em: < http://www.cerl.org/>. 22 Aliança para estratégias digitais <http://www.ifla.org/icads>.

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desenvolvimento continuam a fazer-se nos diversos grupos e secções de trabalho da IFLA.

3.2. UNESCO - United  Nations  Educational,  Scientific  and  Cultural 

No documento PhD Volume I VF (páginas 47-52)