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5 RESULTADOS E ANÁLISES DOS DADOS

5.3 INTERPRETAÇÃO DOS FATORES

5.3.1 Interpretação Estatística

Os fatores extraídos frequentemente apresentam dificuldades de interpretação. Para facilitar, a solução inicial é rotacionada através da rotação ortogonal VARIMAX, fazendo com que os fatores latentes calculados sejam não correlacionados (HAIR et al., 2005, p. 91, 104-106, 117-118). Neste estudo foi utilizada a rotação ortogonal, pois a sua utilização é mais simples e abrangente (HAIR et al., 2005, p. 107). O método de rotação ortogonal VARIMAX simplifica as colunas da Matriz Fatorial e proporciona transparência dos fatores. Foi adotado

um ponto de corte de 0,40 para cada questão, ou seja, cargas fatoriais menores que 0,40 foram automaticamente excluídas da AFE. Este ponto de corte se baseia no fato de que quanto maior o valor absoluto da carga fatorial, mais importante é a carga na interpretação da Matriz Fatorial. A carga fatorial é a correlação entre o fator e a questão (HAIR et al., 2005, p. 107); então é desejável que tal valor seja alto.

Na Matriz de Cargas Fatoriais não-rotacionada (e rotacionada também), deve-se observar os valores acima de 0,40 em ambos os fatores e excluir as variáveis que violam esse limite (HAIR et al., 2005, p. 107-108). Por exemplo, se você tem dois fatores e nove variáveis, deve-se excluir da análise as variáveis que apresentam cargas fatoriais acima de 0,40 em ambos os fatores. Adota-se 0,40 como limite aceitável da contribuição da questão na criação do fator com o objetivo de evitar o problema da indeterminação da relação entre variáveis e fatores.

Quanto ao padrão de correlação entre as variáveis, a Matriz de Correlações deve exibir a maior parte dos coeficientes com valor acima de 0,30 (HAIR et al., 2005, p. 98) para aplicação da AFE. No Apêndice C, na Tabela 11, é apresentada a Matriz de Correlações entre as variáveis e no Apêndice D, na Tabela 12, suas respectivas significâncias estatísticas. Há alguns poucos casos de variáveis estatisticamente independentes (correlação igual à zero) das demais, o que não é desejável para a AFE, pois tais variáveis não contribuem para a construção do fator comum.

As comunalidades (variância comum) indicam a proporção da variância para cada questão incluída na análise que é explicada pelos fatores e geralmente o valor mínimo aceitável é 0,50. Caso algum fator apresente comunalidade abaixo desse patamar, a questão deve ser excluída da análise e ser rodada novamente a AFE. Baixa comunalidade entre um grupo de questões indica que elas não são linearmente correlacionadas e, sendo assim, não devem fazer parte da análise. Esse procedimento é semelhante à análise dos MSA's nos quais são desejáveis valores acima de 0,5. Para entender o conceito de comunalidade são necessários dois novos conceitos: a) variância comum; b) variância específica. A variância total de uma questão possui dois componentes: a) a variância comum com outras variáveis; b) a variância específica, que diz respeito somente àquela questão. Comunalidade diz respeito á proporção de variância comum presente na questão.

“Quando se elabora um questionário esse deve ser aplicado a uma amostra significativa e heterogênea”, no entanto, quando elaborado para especialistas a confiabilidade pode não ser possível de ser apurada, pois os especialistas poderiam tender a responder da

mesma forma, situação na qual deveriam então ser utilizados outros métodos estatísticos para apuração da confiabilidade (HORA, MONTEIRO e ARICA, 2010, p. 90).

Hair et al. (2005, p. 103) diz que há 3 etapas para selecionar e interpretar os fatores. A Matriz Fatorial rotacionada auxilia na indicação do número de fatores a serem extraídos, que é a combinação linear das questões envolvidas. O primeiro fator representa a melhor combinação linear das questões. O segundo fator, a segunda melhor combinação linear, e assim por diante. Lembrando que os fatores foram extraídos levando em consideração que eles são ortogonais entre si. Dessa forma, o segundo fator possui a variância não captada pelo primeiro fator. A segunda etapa consiste no emprego da rotação, levando-nos á fatores simples e significantes. As cargas fatoriais cumprem esse papel, atribuindo importância de cada variável para construção do fator (HAIR et al., 2005, p. 90, 103). A terceira e última etapa consiste na interpretação dos fatores e a rotação fatorial é a ferramenta que nos auxilia a cumprir esse objetivo.

5.3.2 Modelo Final de Pesquisa

O Apêndice E, na Tabela 13, apresenta na coluna Perspectiva os nomes atribuídos a cada fator resultante da AFE; as cargas fatoriais associadas às questões dos dez fatores extraídos ou seja, identificando quais contribuem para a composição de cada fator, conforme estabelece Hair et al. (2005, p. 90, 103); as comunalidades das variáveis finais da AFE, vinculado aos dez fatores extraídos. Conforme sugere Hair et al. (2005, p. 92), todas as comunalidades são maiores que 0,5; e os coeficientes do Alfa de Cronbach encontrados em cada questão se retiradas do estudo. Como exemplo, o primeiro fator é composto das questões: Q03, Q06 e Q07. Em outras palavras, essas questões são estatisticamente significantes para explicar o primeiro fator.

Foram excluídas as questões Q15, Q16, Q19, Q21 e Q30, respectivamente relativas às práticas Definição da Necessidade, Participação dos Clientes, Complexidade da Organização Avaliada, Equipes Multidisciplinares e Especialização de Equipes. As demais 25 questões, representando 25 práticas metodológicas das MDS, foram utilizadas da apuração do GF deste estudo, conforme adiante demonstrado. Importante ressaltar que a exclusão dessas cinco questões não significa dizer que as respectivas práticas metodológicas inexistem, mas sim que não foi possível utilizar as respostas dadas à essas questões pelo fato dos pressupostos estatísticos relativos não terem sido atingidos. No Quadro 9 constam as práticas relativas às

25 questões resultantes da análise estatística.

Quadro 9 - Práticas validadas estatisticamente

Práticas relativas às questões validadas estatisticamente

Dimensões Perspectivas / Fatores Práticas metodológicas / Questões

Administração

Estilo Uso de Metodologia (Q01) Flexibilidade Metodológica (Q05) Foco Incentivo ao Aprendizado (Q22) Motivação ao Aprendizado (Q24) Crença em Documentação (Q25) Hierarquia Retenção de Profissionais (Q02) Autonomia para o Planejamento (Q18) Subordinação à Normativos (Q20)

Conhecimento

Característica dos Profissionais da TI

Orientação para o Trabalho (Q27) Rodízio dos Profissionais (Q28) Controle do Trabalho (Q29)

Gestão do Conhecimento Documentação de Softwares (Q09) Desenvolvimento Ad Hoc (Q12)

Processos

Ciclo dos Projetos Revisão de Metodologias (Q04) Projetos com Indefinições (Q11)

Contexto de Negócios Automação de Negócios (Q17)

Participação de Clientes em Projetos (Q23)

Processo de Solução de Problemas Desenvolvimento Incremental (Q13) Atendimento de Prazos (Q14) Processo de Trabalho Cultura Metodológica (Q03) Trabalho em Equipe (Q06) Incentivo à Colaboração (Q07) Requisitos

Flexibilidade para Revisão de Escopo (Q08) Rigor na Definição de Requisitos (Q10) Equipes Multidisciplinares (Q26) Fonte: O Autor.

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