• Nenhum resultado encontrado

Os itens que possuem maior correlação com o primeiro fator são: a, b, c, d, e, f, g, h, i. São as variáveis que representam obrigações de cada adolescente; portanto, este fator pode ser chamado de “aprendizagem autorregulatória”. O segundo fator é identificado pelos seguintes itens: j, k, l e m. Todos estas variáveis representam atitudes do adolescente com relação ao outro; assim, este fator pode ser chamado de um tipo “eficácia autoassertiva”. Os três itens carregados no terceiro fator (n, o e p) representam atitudes dos jovens com relação à família. Portanto, este fator pode ser chamado de “eficácia suporte social”. Os dois últimos fatores são representados por apenas quatro e três itens, respectivamente, o que pode explicar a baixa fidedignidade dessas subescalas em relação ao primeiro fator. Então, pode ser que, numa revisão final, mais itens necessitem de ser adicionados. É

3.5. Interpretação dos fatores 39

interessante notar também que as variáveis i, no primeiro fator, e m, no segundo, foram as que tiveram as menores estimativas de comunalidades, as cargas fatoriais mais baixas e os menores coeficientes alfas, em relação às demais variáveis. Assim, isso pode ser um indício de que seja necessária a realização de uma nova análise desconsiderando-se tais itens.

Ressalva-se que a exclusão das variáveis i e m não depende exclusivamente dos resultados apresentados nesse estudo. Há necessidade de uma avliação teórica desses itens e a importância dos mesmos dentro do construto mensurado. Além também de uma decisão do próprio pesquisador envolvido; já que, uma vez que ele é quem confecciona o instrumento, cada variável tem um determinado peso, para ele, nesse processo.

41

4 Conclusão

O presente estudo objetivou-se por contribuir com a avaliação da fidedignidade e validade de um instrumento que mede autoeficácia. Conforme mencionado, esse construto é muito explorado na área educacional, contribuindo para boas avaliações do comportamento de crianças e adolescentes. Os resultados obtidos pelas técnicas de Análise Fatorial e obtenção do coeficiente de fidedignidade, aqui empregadas, basearam-se em decisões pautadas em fundamentos teóricos e metodológicos bastante explícitos, dando maior veracidade aos resultados. No entanto, vale salientar que esses fundamentos andam em constante atualização.

Os resultados presentes indicam que há evidências de validade de construto suficientes quanto à qualidade do instrumento para avaliação de autoeficácia. Por meio da Análise Fatorial Exploratória, identificou-se uma solução com três fatores que representam três dimensões da autoeficácia: aprendizagem autorregulatória, eficácia autoassertiva e eficácia suporte social. Por outro lado, os valores dos coeficientes de consistência interna obtidos demonstraram evidências satisfatórias de fidedignidade somente para uma subescala, enquanto que para as outras duas, os valores obtidos são apenas aceitáveis. Além disso, para a avaliação da fidedignidade dos resultados, dando maior robustez ao trabalho, no estudo de Freitas (2011), o valor do alfa para as dimensões de aprendizagem autorregulatória e eficácia autoassertiva foram, respectivamente 0,84; e 0,68.

Por fim, salienta-se que este foi um estudo inicial, no qual os resultados aqui obtidos foram coerentes com estudos anteriores. Entretanto, é válido ressaltar que em estudos futuros pode-se utilizar uma abordagem mais aprofundada a respeito dos tópicos abordados nesse relatório.

43

Referências

[1] ALMEIDA, D.; REIS DOS SANTOS, M. A.; COSTA, A. F. B. Aplicação do coeficiente alfa de Cronbach nos resultados de um questionário para avaliação de desempenho da saúde pública. Encontro Nacional de Engenharia de Produção, São Carlos, p. 1-12, 2010.

[2] AMARAL, J. C. Auto-eficácia, auto-regulação e desempenho na realização de tarefas

cognitivas. 1993. 144 f. Tese (Mestrado em Psicologia) - Departamento de Psicologia,

Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa, 1993.

[3] ANASTASI, A.; URBINA, S. Psychological Testing. 7. ed. Michigan: Prentice Hall, 1997. 721 p.

[4] BARROS, M.; BATISTA-DOS-SANTOS, A. C. Por dentro da autoeficácia: um estudo sobre seus fundamentos teóricos, suas fontes e conceitos correlatos. Revista

Espaço Acadêmico, v.10, n. 112, p. 1-9, Setembro, 2010.

[5] CROCKER, L. M.; ALGINA, J. Introduction to Classical and Modern Test Theory. 6. ed. New York: Holt, Rinehart, Winston, 1986.

[6] DAMÁSIO, B. F. Uso da análise fatorial exploratória em psicologia. Avaliação Psico-

lógica, Itatiba, v. 11, n. 2, p. 213-228, 2012.

[7] ENDERS, C. K. Applied Missing Data Analysis. 1. ed. New York: The Guilford Press, 2010. 377 p.

[8] FILHO, D. B. F.; PARANHOS, R.; ROCHA, E. C.; SILVA JR., J. A.; MAIA, R. G. Análise de componentes principais para construção de indicadores sociais. Rev. Bras.

Biom., São Paulo, v. 31, n. 1, p. 61-78, 2013.

[9] FREITAS, E. L. Alguns Aspectos da Linguagem Científica.Sitientibus, Feira de Santana, v. I , n. 12, p.101-112, 1994.

[10] FREITAS, M. F. R. L. Autoeficácia: evidências de validade de uma medida e seu

papel moderador no desenvolvimento de dotação e talento. 2011. 163 f. Dissertação

(Mestrado em Psicologia) - Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Juíz de Fora, Juíz de Fora, 2011.

[11] HAIR JR., J. F.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.; BLACK, W. C. Análise

Multivariada de Dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. 688 p.

[12] HOGAN, T. P. Introdução À Prática de Testes Psicológicos. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 540 p.

44 Referências

[13] JOHNSON, R. A.; WICHERN, D. W. Applied Multivariate Statistical Analysis. 6. ed. New Jersey: Pearson, 2007. 800 p.

[14] LAROS, J. A.; REIS, R. F.; TELLEGEN P. J. Indicações da validade convergente do teste Não-Verbal de Inteligência Son-R 21/2 − 7[A]. Avaliação Psicológica, Porto Alegre , v.9, n. 1, Abril, 2010.

[15] LAROS, J. A. O Uso da Análise Fatorial: Algumas Diretrizes para Pesquisadores. In: PASQUALI, L. (Org.). Análise Fatorial para Pesquisadores. Brasília: UnB, 2005. p. 163-184.

[16] MANLY, B. F. J. Multivariate Statistical Methods: A Primer. 3. ed. Florida: Chapman and Hall/CRC, 2004. 208 p.

[17] MAROCO, J.; GARCIA-MARQUES, T. Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões antigas e soluções modernas? Laboratório de Psicologia, Braga, v. 4, n. 1, p. 65-90, 2006.

[18] MARTINS, G. A. Sobre Confiabilidade e Validade. RBGN, São Paulo, v. 8, n. 20, p.1-12, jan./abr. 2006.

[19] MIRANDA, A. A. V. Prevenindo o uso abusivo de drogas: uma análise da difusão

do Programa Famílias Fortes no Brasil. 2016. xv. 167 f. Dissertação (Mestrado em

Psicologia Clínica e Cultura) - Departamento de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

[20] MOONEY, C. Z. Monte Carlo Simulation. 116. ed. California: Sage Publications, Inc, 1997. 112 p.

[21] O’CONNOR, B. P. SPSS and SAS programs for determining the number of compo- nents using parallel analysis and Velicer’s MAP test. Behavior Research Methods,

Instrumentation, and Computers, New York, v. 32, n. 13428, p. 396-402, 2000.

[22] OSBURN, H. G. Coefficient Alpha and Related Internal Consistency Reliability Coefficients. Psychological Methods, Houston, v. 5, n. 3, p. 343-355, 2000.

[23] PASQUALI, L. Psicometria: Teoria dos Testes na Psicologia e na Educação. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. 400 p.

[24] PASQUALI, L. Psicometria. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 43, n. esp, p. 992-9, 2009.

[25] SILVA, N. C. N.; FERREIRA, W. L.; CIRILLO, M. A.; SCALON, J. D. O uso da análise fatorial na descrição e identificação dos perfis característicos de municípios de Minas Gerais. Rev. Bras. Biom., São Paulo, v. 32, n. 2, p. 201-215, 2014.

Documentos relacionados