• Nenhum resultado encontrado

Áreas de Intervenção do profissional de Relações Púbicas Entre os académicos especializados em Relações Públicas, é consensual que os profissionais de

2. P ROFISSIONAL DE R ELAÇÕES P ÚBLICAS

2.4. Áreas de Intervenção do profissional de Relações Púbicas Entre os académicos especializados em Relações Públicas, é consensual que os profissionais de

RP intervêm em diversas áreas (Grunig & Hunt, 1984; Cutlip, Center & Broom, 1999; Steyn & Puth, 2000; Eiró-Gomes & Nunes, 2013; Raposo, 2013). O facto de os profissionais possuírem competências técnicas de diferentes áreas científicas contribui para este cenário pluralista (Edwards, 2006; Pritchard, Fawkes & Tench, 2006; Raposo, 2013).

Relativamente às áreas de intervenção da atividade profissional de RP, a literatura especializada em Relações Públicas apresenta diferentes propostas (Fawkes, 2004; Wilcox, Cameron & Xifra, 2006; Freitag & Stokes, 2009; Eiró-Gomes & Nunes, 2013; Johnston & Zawawi, 2014; Rolim, 2014). Isto ocorre porque os académicos especializados na área basearam-se nas suas experiências profissionais aquando da definição das áreas de intervenção (Fawkes, 2004; Pritchard, Fawkes & Tench, 2006; Raposo, 2013).

Neste sentido, iremos apresentar, através da tabela 4, algumas propostas que validam as afirmações anteriores.

Autores Áreas de Intervenção do profissional de RP

(Fawkes, 2004)

Assuntos Públicos; Business to Business; Comunicação Estratégica; Comunicação Interna; Gestão de Assuntos; Gestão de Crise; Gestão de Eventos; Relações com a Comunidade / Responsabilidade Social Corporativa; Relações com os Media; Relações com os Investidores; RP Corporativa.

(Wilcox, Cameron & Xifra, 2006)

Angariação de Fundos; Assessoria; Assuntos Governamentais; Assuntos Públicos; Comunicação de Marketing; Eventos; Investigação; Publicidade; Relações com os Colaboradores/Membros; Relações com a Comunidade; Relações com os Meios de Comunicação; Gestão de Conflitos; Relações Financeiras; Relações Multiculturais; Relações Setoriais.

(Freitag & Stokes, 2009)

Assuntos Corporativos; Comunicação de Marketing; Gestão de Assuntos; Gestão de Crise; Gestão de Eventos; Gestão de Patrocínios; Gestão de Relações; Relações com a Comunidade; Relações com os Colaboradores; Relações com os Media; Relações Governamentais; Relações com Investidores; Relações Públicas Internacionais e Globais; Responsabilidade Social Corporativa.

26 (Johnston & Zawawi, 2014)

Angariação de Fundos; Assessoria ou Oficial de Informação Pública; Assuntos Públicos ou Lobbying; Comunicação Integrada de Marketing; Diplomacia Pública; Gestão de Assuntos; Gestão de Crise; Gestão de Eventos; Minority Relations; Patrocínio; Press Agentry; Promoção; Publicidade; Relações com a Comunidade; Relações Financeiras e com os Investidores; Relações Industriais; Relações Internas; Relações com os media; Relationship Marketing.

Tabela 4: Áreas de Intervenção do profissional de Relações Públicas

Fontes: (Fawkes, 2004; Wilcox, Cameron & Xifra, 2006; Freitag & Stokes, 2009; Eiró-Gomes & Nunes, 2013;

Johnston & Zawawi, 2014)

Independentemente do número de áreas de intervenção que identificaram, há áreas que foram mencionadas pela maioria dos académicos anteriormente referenciados (Fawkes, 2004; Wilcox, Cameron & Xifra, 2006; Freitag & Stokes, 2009; Johnston & Zawawi, 2014). Ressalva-se que estas são as áreas comummente associadas à atividade profissional de Relações Públicas, sendo que existem diferentes conceitos para denominar uma mesma área de intervenção. As áreas de intervenção em questão são:

 Angariação de Fundos: área de intervenção na qual o profissional de Relações Públicas

comunica com os stakeholders da organização com o intuito de angariar recursos monetários, serviços e/ou bens em espécie para a organização ou para terceiros;

 Assuntos Públicos: trabalhar com os líderes de opinião do setor em que a organização

desenvolve atividade e com os poderes executivo e legislativo, por forma a monitorizar as suas ações e influenciar as decisões, tomadas pelos mesmos, que podem alterar o status quo da organização;

 Comunicação Interna / Relações com os Colaboradores / Relações Internas:

comunicação com os colaboradores da organização;

 Gestão de Crise: gestão da comunicação, por forma a identificar e colmatar as situações

problemáticas que podem afetar negativamente a reputação e a imagem de uma organização junto dos seus stakeholders;

 Gestão de Eventos: organização e gestão de eventos complexos e de grande dimensão;

 Patrocínios / Gestão de Patrocínios: patrocínio de uma atividade ou doação de bens

27

 Relações com a Comunidade: gestão estratégica da relação estabelecida entre uma

organização e a comunidade do ambiente social em que a organização está inserida;

 Relações com os Investidores / Relações Financeiras e com os Investidores: gestão da

relação entre a organização e os seus investidores, acionistas, analistas financeiros e

organismos financeiros nacionais e internacionais26 que regulamentam a atividade

financeira das organizações;

Relações com os Meios de Comunicação / Relação com os Media: comunicação com

os meios de comunicação de social;

 Responsabilidade Social Corporativa: desenvolvimento de estratégias e ações de cariz

social, com o objetivo de atenuar um problema e/ou consciencializar a sociedade da existência da problemática (Fawkes, 2004; Wilcox, Cameron & Xifra, 2006; Freitag & Stokes, 2009; Eiró-Gomes & Nunes, 2013; Johnston & Zawawi, 2014; Rolim, 2014).

A existência de diferentes propostas sobre as áreas de intervenção do profissional de Relações Públicas expõe uma problemática – a dificuldade em delimitar a área de atuação dos profissionais de Relações Públicas (Kitchen, 1997; Cutlip, Center & Broom, 1999; Fawkes, 2004). Por exemplo, Fawkes (2004) perceciona as áreas de intervenção ‘Relações com a Comunidade’ e ‘Responsabilidade Social Corporativa’ como sendo uma só área (Fawkes, 2004). No entanto, para Freitag e Stokes (2009), estas duas áreas são distintas (Freitag & Stokes, 2009). De acordo com Johnston e Zawawi (2014), a área de intervenção ‘Assuntos Públicos ’

pode igualmente ser denominada por ‘Lobbying’27. Porém, há académicos especializados em

Relações Públicas que analisam de forma isolada estas áreas de intervenção28 (Cutlip, Center

& Broom, 1999; White & Mazur, 1995 apud Eiró-Gomes & Nunes, 2013). Por conseguinte, algumas áreas de intervenção de RP são enquadradas em outras áreas profissionais (Coombs & Holladay, 2010). Por exemplo, a área Relações Públicas Internacionais e Globais (Freitag & Stokes, 2009) é frequentemente associada à Diplomacia Pública (Coombs & Holladay, 2010).

26 Como alguns exemplos de organismos financeiros nacionais e internacionais temos: Banco de Portugal,

Ministério das Finanças, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, s.d.).

27 Lobbying enquanto atividade que visa a promoção e a defesa dos interesses de um grupo ou organização junto

dos decisores políticos – poder executivo e legislativo (Eiró-Gomes & Simão, 2013).

28 Neste trabalho, posicionamos as áreas de intervenção Relações com a Comunidade, Responsabilidade Social

28

Segundo Moreira e Eiró-Gomes (2015), as Relações Públicas Internacionais nem sempre são percecionadas como sendo uma área independente. A revisão da literatura que aborda esta temática, maioritariamente desenvolvida por académicos norte-americanos, não é consensual. Há académicos que não reconhecem a existência das Relações Públicas Internacionais e denominam as atividades desta área por Diplomacia Pública. De forma idêntica, existem académicos que defendem a existência das RPI, todavia, para os mesmos, estas são uma mera ferramenta da DP (Moreira, 2015; Moreira & Eiró-Gomes, 2015).

Neste trabalho, posicionaremos as Relações Públicas Internacionais e a Diplomacia Pública como sendo áreas de intervenção autónomas. Inclusive, estas áreas serão objeto de estudo no âmbito desta dissertação.

29

CAPÍTULO

II

-

RELAÇÕES

PÚBLICAS

INTERNACIONAIS E