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Introdução aos Agentes Físicos e ao Calor

No documento Higiene no Trabalho (páginas 31-35)

3 2 Métodos de coleta de agentes biológicos

Aula 5 Introdução aos Agentes Físicos e ao Calor

Nosso objetivo, no estudo dos agentes físicos, é compreender como estas formas de energia podem afetar os trabalhadores, em que atividades labo- rativas estão presentes, como avaliá-las e como controlá-las.

5.1 O que são os agentes físicos?

Você lembra o que são agentes físicos? Para responder a esta pergunta, vejamos o que define a NR-9, que trata do Programa de Prevenção de Ris- cos Ambientais:

“Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pres- sões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom”.

5.2 Temperaturas extremas

Temperaturas extremas são condições térmicas rigorosas sob as quais podem ser realizadas atividades profissionais (OLIVEIRA et al., 2011). Dentre estas condições, destacamos o calor e o frio intenso. Nesta aula, iremos aprender sobre o calor e, futuramente, sobre o frio.

5.2.1 Conceitos fundamentais sobre o calor

O calor constitui um fator de risco relevante do ponto de vista da saúde ocupacional. A exposição a este agente físico pode ocorrer em diversos am- bientes de trabalho, tais como: siderúrgicas, fundições, indústrias têxteis, padarias, entre outros (SALIBA, 2011).

Nesta aula, daremos início ao estudo dos agentes físicos. Primei- ramente, faremos uma breve revisão para você relembrar quais são os elementos que pertencem a este grupo. Na sequência, apresentaremos as temperaturas extremas, mais especificamente o calor, que será nosso primeiro agente físico a ser apreendido.

As pessoas que trabalham em ambientes onde a temperatura é muito alta estão su- jeitas a sofrer de fadiga, ocorrendo falhas na percepção e no raciocínio, e sérias per- turbações psicológicas que podem produzir esgotamento físico e prostrações (BREVI- GLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). Desta forma, é importante que você, futu- ro técnico em segurança do trabalho, saiba como ocorre a interação térmica do nosso organismo com o meio ambiente. Vamos, então, conhecer este processo?

Uma pessoa, quando exposta a diferenças de temperatura, pode:

ganhar ou perder calor por condução, convecção e radiação, dependen- do se a temperatura da sua pele está mais alta ou mais baixa que a tem- peratura do ar;

ganhar calor por metabolismo (gerado pelo seu próprio organismo, de- pendendo da atividade física que está realizando);

perder calor por evaporação (por meio do suor).

Assim, para que o corpo humano se mantenha em equilíbrio térmico, a quan- tidade de calor ganha pelo organismo deve ser igual à quantidade de calor perdida para o meio ambiente. (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). Então, as trocas térmicas entre o corpo e o meio ambiente podem ser des- critas pela seguinte expressão matemática (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPI- NELLI, 2012):

Prostração significa desânimo, depressão e abatimento.

M ± C ± R - E = S Onde:

M = calor produzido pelo metabolismo

C = calor ganho ou perdido por condução – convecção Figura 5.1: Exposição de trabalha-

dores ao calor em uma fundição.

Fonte: Figura cortesia de Victor Habbick/Free Digital Photos.net

Na disciplina de Controle de Riscos e Sinistros, você estudou as três formas básicas de transferência de calor: condução, convecção e radiação, e aprendeu que para haver troca de calor entre dois corpos ou sistemas é preciso ter uma diferença de temperatura entre eles. Caso você tenha alguma dúvida sobre esses mecanismos, consulte seu material didático impresso ou o virtual, que está disponível no nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem.

R = calor ganho ou perdido por radiação E = calor perdido por evaporação

S = calor acumulado no organismo. Assim, se:

S > 0: o corpo está em hipertermia (elevação da temperatura corporal) S = 0: o corpo está em equilíbrio térmico

S < 0: o corpo está em hipotermia (diminuição da temperatura corporal)

É importante ressaltar que as trocas térmicas são influenciadas por inúmeros fatores, mas dentre esses, cinco são os de maior relevância e devem, portan- to, ser considerados na quantificação da sobrecarga térmica: a temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a velocidade do ar, o calor radiante e o tipo de atividade exercida pelo trabalhador (SALIBA, 2011).

5.2.2 Mecanismos de defesa do organismo

frente ao calor e doenças do calor

Quando o organismo humano está submetido ao calor intenso, ele apresen- ta dois mecanismos de defesa (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012): a) Vasodilatação periférica: é o aumento da circulação (fluxo) de sangue

na superfície do corpo para permitir maior troca de calor entre o orga- nismo e o ambiente, pois o fluxo de sangue transporta calor do núcleo (interior) do corpo para superfície, onde ocorrem as trocas térmicas. b) Sudorese: é a ativação das glândulas sudoríferas, permitindo a perda de

calor por meio da evaporação do suor. O número de glândulas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente.

Mas, se estes dois mecanismos forem insuficientes para promover a perda adequada de calor (de forma a manter a temperatura do corpo em torno de 37°C), uma fadiga fisiológica poderá ocorrer, manifestando- se na forma das seguintes doenças (SALIBA, 2011):

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a) Exaustão do calor: com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor, há insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultando em queda de pressão (baixa pressão arterial).

b) Desidratação: em seu estágio inicial, a desidratação atua principalmente na redução do volume de sangue, promovendo a exaustão do calor. Mas, em casos mais extremos produz distúrbios na função celular, ineficiência muscular, redução da secreção (especialmente das glândulas salivares), perda de apetite, dificuldade de engolir, acúmulo de ácido nos tecidos, febre e até mesmo a morte (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). c) Cãibra do calor: durante a sudorese, ocorre perda de água e sais mi-

nerais, principalmente do cloreto de sódio. Com a redução desta subs- tância no organismo, poderão ocorrer espasmos musculares e cãibras (SALIBA, 2011).

d) Choque térmico: ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal que põe em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcio- namento (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).

Muitos são os sintomas destas doenças, dentre os quais podemos destacar: dores de cabeça, tonturas, mal-estar, franqueza etc.

Nesta aula, vimos como ocorrem as trocas térmicas entre o organismo e o meio ambiente, os fatores que as influenciam, os mecanismos de defesa do corpo e as doenças do calor.

Resumo

Nesta aula, você relembrou o que são agentes físicos e aprendeu conceitos básicos acerca do calor, nosso primeiro agente físico a ser estudado.

Atividade de aprendizagem

Você conhece alguém, entre seus amigos e familiares, que já teve desi- dratação ou alguma outra doença resultante do calor? Caso não conhe- ça, pesquise entre seus colegas de classe se algum deles já vivenciou esta situação, seja por eles mesmos ou com conhecidos. Anote no espaço abaixo os relatos, sintomas e queixas a respeito deste assunto.

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