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A atual economia e ordem mundial, a da globalização, impulsiona ou mesmo força um controle eficiente e eficaz da estrutura organizacional para produzir produtos cada vez mais competitivos; isto quer dizer produtos bem projetados a preços baixos e lançados no mercado no menor tempo. Para isto, utilizar-se-á o que houver de melhor quanto a equipamentos e principalmente a técnicas disponíveis.

Como destacado em capítulos anteriores, para que esta otimização toda ocorra, está-se aumentando a atenção à fase de projeto do produto; quanto a isto JO et al. (1993) descrevem essa importância, com base em estudos de vários autores:

a) Estima-se que um percentual igual ou maior de 80 a 90% do custo do ciclo de

vida total de um produto é determinado durante a fase de projeto (Gatemby e Foo).

b) Projeto do produto contabiliza apenas 5% do custo total do produto, apesar

do projeto influenciar 70% dos custos (Boothroyd).

c) Acredita-se que 40% de todos os problemas de qualidade podem ser devidos

a projetos pobres (Dixon e Duffey).

d) A influência do projeto do produto é denominada “efeito agitação” pois pode

afetar todas as áreas da empresa (Huthwaite).

e) Projetistas tomam, a cada minuto, decisões de milhões de dólares, sem

Trazendo para o âmbito deste trabalho, a construção convencional, a despeito das plantas baixas serem ou não modificadas, é sempre uma questão: organizar, correr e entregar o produto ou serviço no prazo; porém, se for permitido modificar as plantas baixas, a confusão se implanta, a menos que se implementem novas técnicas de projeto, acopladas a novos sistemas de construção, especialmente, se crie um sistema de informação.

A distância entre os profissionais na área da construção (ambos os lados: escritório e obra) e o usuário, pode ser entendido na Figura 5.1. Nesta Figura é possível ver como o projetista fica distanciado do usuário apesar de sua complexidade em números, gostos, necessidades e preferências; acima de tudo também é possível ver como o processo de construção é fragmentado e como é difícil a informação fluir entre os personagens envolvidos. Uma vez que se busca incessantemente a qualidade e o sucesso neste mundo globalizado, e na construção não é diferente, a dificuldade existe em alcançar e manter essa qualidade e sucesso. Como foi dito anteriormente, a fragmentação leva a uma linguagem entre diferentes profissionais e isto, consequentemente, leva ao desentendimento; acrescenta-se ainda: o projeto é uma disciplina subestimada no setor da construção ainda mais que o sistema de construção predominante no Brasil é o convencional, sem contar que os usuários reagem, pela natureza humana, contra inovações.

engenheiro

Programador

Cliente Institucional

projetista contratante

sub-contratados

Barreiras: Espaço

Tempo Política USUÁRIOS

Figura 5.1 : Processo de Construção: relacionamento entre os atores na fase contemporânea. (DE OLIVEIRA, 1994)

Agências Pressão dos Bancos

Segundo FOSTER (1989), a literatura diz que a maioria das causas dos defeitos e ou alterações das construções vem do projeto. A necessidade de intervenção para corrigir erros de projeto durante a fase de construção custa 100 vezes mais do que para modificar na fase de projeto (Marca & McGowan, 1988). Para proporcionar maior eficácia no processo de construção, enfoques inovativos na tecnologia de projeto têm sido aplicados. Engenharia Simultânea é o melhor enfoque para garantir qualidade, reduzir custos, e reduzir tempo (De la Garza et alli, 1994). Contudo, como fazer compreensível a “conversa” entre tantos profissionais diferentes? A figura 5.2 mostra como implementar um processo de construção desde o estágio de projeto através da Engenharia Simultânea ou Concorrente.

Figura 5..2 – Sistema de Informação – Engenharia Simultânea ou Concorrente – (De OLIVEIRA, 1999).

A figura 5.2 mostra como integrar, com sucesso, conhecimentos e disciplinas diferentes. Já a figura 5.3, mostra que o sistema de informações compõe e seleciona o fluxo de informação através de sua distribuição oportuna e precisa, possibilitando a “conversa” entre natureza distintas de atores.

Sistema de Informação Projeto do Edifício Análise de Mercado Vendas e Distribuição Projeto do Sistema de Informação Construção

Figura 5.3 – Sistema de Informação do Processo de Personalização com Atores e suas Funções – (De OLIVEIRA, 1999).

5.1.1 TERMINOLOGIA

JO et al. (1993) descrevem que muitos termos têm sido usados para descrever abordagens similares, incluindo engenharia simultânea, engenharia de ciclo de vida, projeto/manufatura integrado, fusão de projeto, engenharia paralela, projeto concorrente, etc. Na Europa tem-se usado Projeto Para Produção (DFP) e Projeto Para Manufatura Econômica (DEM).

Freqüentemente, encontram-se nos textos escritos em português, a tradução das expressões acima, como sendo engenharia simultânea e engenharia concorrente. Porém o mais freqüente, é mesmo engenharia simultânea.

Projeto do Sistema de Produção Eng. Civil Orçamento e Compras Eng. Civil Téc. de Edificações Fornecedores Construção/ Execução Mestre de obras Empreiteiro Serv. Terceirizados Sistema de Informação Planta Baixa Programa de Necessidades Cliente Projeto do Produto Personalizado Arquiteto Vendas e Distribuição Equipe de vendas

“Engenharia simultânea é tipicamente definida como integração dos processos de projeto: do produto e de manufatura. O objetivo desta integração é reduzir o tempo de desenvolvimento do produto, reduzir o custo e fornecer um produto que melhor atenda as expectativas dos clientes.” NOBLE (1993). “Engenharia simultânea: quando o desenvolvimento do projeto do produto e dos processos de manufatura ocorrem simultaneamente ou paralelamente, é melhor do que seqüencialmente.” (PDMA, 1996). “Engenharia simultânea é uma abordagem sistemática que considera todos os aspectos do gerenciamento do ciclo de vida do produto, incluindo a integração do planejamento, projeto, produção e processos relacionados.” PRASAD et al. (1998).

“Engenharia simultânea é uma filosofia e, também, um ambiente. Como filosofia, a engenharia simultânea é baseada no reconhecimento de cada indivíduo de suas próprias responsabilidades para com a qualidade do produto. Como um ambiente, é baseada no projeto paralelo do produto e dos processos que o afetam ao longo de seu ciclo de vida.” MOLLOY & BROWNE (1993).

Em todas estas definições, há a concordância de que a engenharia simultânea representa uma nova forma de realização da atividade projetual, pois considera: a formação de uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento do produto; a visualização de todo o ciclo de vida do produto, e a integração e simultaneidade dos processos. Como resultado dessa filosofia, busca-se a redução dos custos e do ciclo de desenvolvimento (ambos com a minimização de alterações durante a manufatura), além de alta qualidade dos produtos gerados, com a ausência (ou minimização) de alterações/adequações durante o processo de produção.