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INVENTÁRIO COMO METODOLOGIA UTILIZADA

CAPÍTULO 1. METODOLOGIA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1.3 INVENTÁRIO COMO METODOLOGIA UTILIZADA

Devido ao grande número de obras a ser analisado optou-se pelo método de inventário. Para inventariar os projetos de Caetano Casaretto foram utilizadas as

fichas desenvolvidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –

11 de catalogação é um instrumento que possibilita o cadastro unificado dos bens culturais para que seja construída uma base de dados sobre patrimônio. Estes bens são classificados conforme sua categoria, recortes temáticos e territoriais pesquisados em cada estudo. O sistema está focado nos bens de natureza material, reunindo em uma base única informações sobre cidades históricas, bens móveis e integrados, edificações, paisagem, arqueologia e outras ocorrências do patrimônio cultural do Brasil. (IPHAN, SICG, 2010)

O sistema é composto por três módulos de fichas e tabelas, totalizando quinze fichas e três tabelas. Sendo estas distribuídas da seguinte maneira: três fichas no primeiro módulo chamado Conhecimento, cinco fichas e duas tabelas no segundo módulo – Gestão, e cinco fichas e uma tabela no terceiro e último módulo – Cadastro. As fichas mais adequadas para o tema da pesquisa e, portanto, aplicadas neste trabalho são as três primeiras fichas do módulo 03 (M301, M302, M303). Com intuito de preservar o catálogo desenvolvido pelo IPHAN as fichas foram mantidas sem alterações, com exceção da M303, a qual foi adaptada para melhor servir a pesquisa.

Todas as fichas do SICG iniciam com os mesmos campos de preenchimento, são as lacunas destinadas ao cabeçalho de identificação do bem correspondente. Esta área está subdividida em três sub-campos, o primeiro é referente ao recorte territorial cuja base para resposta Pampa Gaúcho foi o mapa de biomas do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística – IBGE. A variante bioma foi escolhida por caracterizar melhor a região de largas extensões de terras planas e cobertas por gramíneas, a variante estado ou unidade federal não caracteriza o tipo de sítio já que esta possui diversos ambientes distintos. (IBGE, 2011)

A segunda lacuna requer a identificação do tema, que neste caso são as obras de arquitetura cuja responsabilidade foi de Caetano Casaretto, na cidade de Pelotas. O terceiro e último espaço deste cabeçalho se refere especificamente à identificação de cada bem, neste caso a escolha foi pelo endereço. Quando se identificou mudança de nome das vias ou praças ou ainda alteração da numeração das construções foram feitas as atualizações para a localização atual.

Assim como o cabeçalho padrão, todas as fichas são finalizadas com um campo específico destinado à identificação do responsável pelo preenchimento dos módulos e pela veracidade das informações, neste caso o próprio autor.

12 CADASTRO DE BENS

A primeira ficha (M301 - anexo A) é utilizada especificamente para o cadastro da edificação e traz informações sobre a localização do objeto no universo (item dois), contendo estado, município, localidade, endereço, código postal e coordenadas geográficas. (IPHAN, M301, 2010) Os projetos encontrados foram concebidos para que estivessem dentro do que hoje podemos chamar de centro histórico da cidade de Pelotas. O endereço utilizado neste campo é o existente no projeto, sem alterações para o nome atual. Apenas foram georreferenciados os prédios ainda existentes, para tal utilizou-se o programa de computador Google Earth e o ponto escolhido para fazer a medição foi o centro da testada, local que delimita a área de propriedade pública da privada e está equidistante das propriedades laterais.

Sobre a identificação do proprietário, optou-se por inserir o nome do primeiro proprietário, já que este foi o cliente responsável pela contratação que resultou o imóvel e também porque é uma das formas de pesquisar no arquivo municipal, uma vez que as construções mais antigas foram identificadas apenas com o nome da rua e do proprietário, sem constar numeração. Quanto à natureza do bem e o contexto no qual o bem está inserido, todos são bens imóveis e estão localizados na ZPPC.

As lacunas destinadas ao estado de preservação contam com íntegro, pouco alterado, muito alterado e descaracterizado. Íntegro corresponde às edificações que conservam todas as características originais da fachada; pouco alterado corresponde às fachadas que modificaram até aproximadamente 30% de sua área; muito alterado corresponde às fachadas que tiveram mais de 30% de sua área alterada; e descaracterizado corresponde àqueles prédios onde não é mais possível reconhecer a sua linguagem original. Também são considerados descaracterizadas as construções que apesar de não terem sofrido alterações em mais de 30% da fachada, encontram-se em difíceis condições para a compreensão da linguagem original.

Para o estado de conservação: bom, precário, em arruinamento e arruinado são as opções disponíveis. As edificações classificadas como boas são aquelas que estão em adequadas condições de apresentação, ou seja, não deterioradas, bem pintadas e limpas. As construções em estado precário são aquelas que se encontram com a tinta descascando e possuem alguns pontos em deterioração no reboco. Em arruinamento foi o termo utilizado para os prédios que já perderam alguma parte, como por exemplo, parte da fachada ou telhado. As edificações arruinadas são aquelas que já tiveram a maior parte demolida.

13 Depois, nos campos destinados às imagens optou-se por inserir fotografia de parte do projeto contendo informações como: proprietário, construtor, endereço e data, para servir de comprovação da obra. Foram colocadas, também, fotografias antigas e atuais das edificações localizadas. Por fim, no espaço destinado às informações históricas foi adicionada a data de aprovação do projeto pela prefeitura municipal.

CARACTERIZAÇÃO EXTERNA

A segunda ficha (M302 - anexo B) inicia com o campo destinado à implantação da

construção no lote.(IPHAN, M302, 2010) Neste campo foram inseridos desenhos de

parte da malha urbana, retirados e adaptados do Mapa Urbano Básico (MUB, 2007) da Prefeitura Municipal de Pelotas onde foram demarcados, quando possível, o lote em azul e a implantação da edificação marcada com hachura. No desenho também foram adicionados a indicação de orientação solar e uma escala gráfica.

Esta ficha traz também espaço para a imagem das fachadas, tipologia, época da construção, uso original e atual, topografia do terreno, número de pavimentos, medidas gerais da edificação, observações, fotos de detalhes, descrição arquitetônica e informações complementares quanto à divisão da fachada. O espaço destinado às fotos de detalhes foi preenchido com imagens atuais dos prédios ainda existentes. Por fim, a ficha termina com a enumeração dos desenhos do projeto, levantamento fotográfico e possíveis fontes bibliográficas e documentais.

CARACTERIZAÇÃO INTERNA

A terceira ficha (M303 - anexo C) foi modificada para melhor se adequar a pesquisa, a ficha resultante foi denominada M303_modificada (anexo D). Os campos removidos foram aqueles destinados à caracterização interna e quanto ao tipo de material utilizado, visto que o estudo de materiais está fora do recorte da pesquisa. (IPHAN, M303 e M303_modificada, 2010)

Entre as informações inseridas estão aquelas referentes ao tipo de intervenção feita pelo profissional. Os prédios foram classificados como projeto novo quando se trata de uma construção inteiramente nova; acréscimo de pavimento, quando se trata de uma construção sobre algum piso existente; acréscimo de planta, quando for referente à um aumento de área construída; e, fachadismo, quando o projeto se trata de alteração da linguagem da fachada principal.

14 Por serem as mais frequentes, as residências foram classificadas quanto à forma e quanto à disposição interna dos compartimentos da edificação. Para o subitem forma, foram utilizadas as variantes térrea, sobrado e porão-alto. Quanto à distribuição interna, as divisões são em corredor central, corredor lateral, compartimentos corridos e com sala de distribuição.

O espaço destinado ao croqui da planta baixa foi aumentado para melhor compreensão da disposição dos cômodos, facilitando a análise da circulação nas residências. Foram inseridas informações como a posição solar e legendas que indicam as partes a demolir e a construir quando os projetos foram elaborados visando reformas. Referente à implantação, a construção pode ter sido disposta no alinhamento predial, com recuo frontal, com recuo lateral, com recuo frontal e lateral, ou ainda disposta isolada no lote.

Sobre a linguagem da fachada, leva em consideração as denominações eclética, protomoderna e linguagem não observável. Ainda, em relação as fachadas foi elaborada uma ficha para especificar os elementos compositivos das mesmas (Apêndice 1).

Finalmente, após o preenchimento do inventário foram desenvolvidas tabelas para sistematizar as informações das fichas e foram elaborados gráficos de porcentagem sobre os dados que poderiam colaborar com as comparações propostas. Por fim, foi desenhado um mapa (Apêndice 2) definindo os lotes onde foi possível identificar que há ou houve obras de Caetano Casaretto.