• Nenhum resultado encontrado

A dinâmica de transmissão de doenças infecciosas apresenta características multi- paramétricas, algumas das quais mencionadas no capítulo introdutório e ao longo da tese. Assim, fatores ambientais e climáticos, sócio-econômicos, demográ…cos e imunológicos, entre outros, atuando conjuntamente, in‡uenciam a epidemiologia da doença. Elaborar modelos que contemplem todas as variáveis e reproduzam o que se observa em dados epidemiológicos envolve uma árdua tarefa de discernir quais fatores desempenham papéis essenciais e quais têm in‡uência secundária na transmissão de infecções. Se os “ ingredientes” do modelo forem dosados de forma inadequada, pode-se até reproduzir o que se observa nos dados, sem contudo revelar os atributos que, de fato, originaram tais dados.

Modelos deformulação simples apresentam a vantagem depermitir queseconsiga veri…car quais dentre os componentes considerados podem ou não ser fundamentais para a dinâmica de transmissão. O modelo de compartimentos SI R (suscetível– infectado–recuperado) adotado nesta tese parece incorporar, apesar de suas limi- tações, elementos que traduzem uma parcela signi…cativa do que se observa no cenário epidemiológico. E devemos lembrar que o principal fundamento do mo- delo de compartimentos SI R é o princípio de ação de massas entre suscetíveis e infectados.

Circunstâncias não consideradas na formulação do modelo de estado estacionário — como a possibilidade de importação regular de casos infectados (ou de indivíduos suscetíveis), de reinfecção subclínica de indivíduos imunes à doença e que se tor- nariam potenciais transmissores, da in‡uência de outros possíveis estágios (latên- cia, presença de anticorpos maternos), de indivíduos reagirem de modo diverso à mesma vacina, de falhas vacinais ou de perda de imunidade ao longo da vida — poderiam/ podem contribuir para complementar o entendimento do quadro epidemi- ológico.

Estabelecer a relação entrea proporção decobertura vacinal ea taxa devacinação (Apêndice B) é outro aspecto importante para a modelagem. Por isso, é necessário garantir a con…abilidade das estimativas das taxas de vacinação, ou confrontando-as com dados epidemiológicos (se possível), ou através de simulações.

À medida em que se aproxima da eliminação de uma doença infecciosa na po- pulação, a probabilidade de haver um contato entre um indivíduo suscetível e outro infectado passa a ter características essencialmente estocásticas, não obedecendo à lei de ação de massas, que pressupõe um efeito coletivo na interação. Esta é uma limitação de modelos determinísticos (baseados na ação de massas), em geral, e do modelo SI R, em particular. Devemos observar que a ocorrência de um contato entre um suscetível e um infectado é, por natureza, aleatória; não obstante, a lei de ação de massas não é centrada no indivíduo, mas sim na coletividade.

Pode-se dizer quea principal contribuição deste trabalho éconceitual. A simetria no número de contatos entre suscetíveis e infectados (Seção 2.2.1), com re‡exos na taxa per capita de contatos potencialmente infectantes, é essencial para a verossimi- lhança e adequação do modelo.

Deste modo, as de…nições que propusemos para a força de infecção no caso estacionário ¸ (a) = Z 1 0 da 0¯ (a; a0) I (a0) N (a0) ;

com ¯ (a; a0) obedecendo à simetria ¯ (a; a0)

N (a0) =

¯ (a0; a) N (a) , ou quando incluímos a variável distância

¸ (a; x) = Z L 0 dx 0Z 1 0 da 0¯ (a; a0; x; x0) I (a0; x0) N (a0; x0) ou com a dependência temporal

¸ (a; t) = Z 1 0 da

0¯ (a; a0) I (a0; t) N (a0; t)

re‡etem primeiros princípios na ação de massas entre suscetíveis e infectados e são adequadas para a modelagem de doenças infecciosas de transmissão direta, como, por exemplo, infecções infantis (rubéola, varicela e outras).

[1] A mak u M, Azev edo RS, Yu ALF, Cast r o RM, Al meida LM, Cout inho FAB. Monte Carlo simulation to estimate the statistical uncer- tainty of the average age at infection. [Submetido à revista Mathematical and Computer Modelling].

[2] A l meida LM, A mak u M, W er neck GL, Azevedo RS, M assad E. Force of infection by age and average age of infection of hepatitis A in Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brazil, 1997. In: Abstract Book of the 9th International Congress on Infectious Diseases; 10-13 abril 2000; Buenos Aires, Argentina. Buenos Aires: International Society for Infectious Diseases, 2000, p.191. [3] A nder son RM , M ay RM. Vaccination against rubella and measles: quanti-

tative investigations of di¤erent policies. J. Hyg., Camb. 1983; 90: 259-325. [4] A nder son RM, M ay RM. Age-related changes in the rate of disease trans-

mission: implications for the design of vaccination programmes. J. Hyg., Camb. 1985; 94: 365-436.

[5] A nder son RM, M ay RM. Infectious Diseases of Humans: Dynamics and Control. Oxford: Oxford University Press, 1991.

[6] A zev edo Net o RS. Estimativa de parâmetros de controle epidemilógico através de modelos matemáticos, com base em estudos de campo de sorologia

da rubéola em uma comunidade da Grande São Paulo. São Paulo, 1992. [Tese de Doutoramento – Faculdade de Medicina da USP].

[7] A zev edo Net o RS, Sil v eir a ASB, Nok es DJ, Yang HM, Passos SD, Car doso MRA, M assad E. Rubella seroepidemiology in a non-immunized population of São Paulo State, Brazil. Epidemiol. Infect. 1994; 113: 161-173. [8] Bail ey NTJ. The Mathematical Theory of Infectious Diseases and its Appli-

cations. 2.ed. London: Charles Gri¢ n, 1975.

[9] Bevingt on PR. Data Reduction and Error Analysis for the Physical Sciences. New York: McGraw-Hill, 1969.

[10] Cent er s f or Disease Cont r ol and Pr event ion (CDCP). Prevention of hepatitis A through active or passive immunization: recommendations of the advisory committee on immunization practices (ACIP). MMWR 1999; 48 (RR-12): 1-37.

[11] Cl if f AD, Hagget t P. Atlas of Disease Distributions: Analytic Approaches to Epidemiological Data. Oxford: Blackwell, 1988.

[12] Cout inho FAB, M assad E, Bur at t ini MN, Yang HM, Azevedo Net o RS. E¤ects of vaccination programmes on transmission rates of infections and related threshold conditions for control. IMA J. Math. Appl. Med. Biol. 1993; 10: 187-206.

[13] Cout inho FAB, M assad E, Lopez LF, Bur at t ini MN, St r uchiner CJ, A zev edo Net o RS. Modelling heterogeneities in individual frailties in epi- demic models. Math. Comp. Model. 1999; 30:97-115.

[14] De Jong MCM, Diek mann O, Heest er beek H. How does transmission of infection depend on population size? In: Mollison D, editor. Epidemic Models: Their Structure and Relation to Data. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. p. 84-94.

[15] Diek mann O, Heest er beek JAP, Met z JAJ. On the de…nition and the computation of the basic reproduction ratio R0in models for infectious diseases in heterogeneous populations. J. Math. Biol. 1990; 28: 365-382.

[16] Dr aper NR, Smit h H. Applied Regression Analysis. New York: Wiley, 1966. [17] Edmunds WJ, O’Cal l aghan CJ, Nok es DJ. Who mixes with whom? A method to determine the contact patterns of adults that may lead to the spread of airborne infections. Proc. R. Soc. Lond. B 1997; 264: 949-957.

[18] Far r ingt on CP. Modelling forces of infection for measles, mumps and rubella. Stat. Med. 1990; 9: 953-967.

[19] For at t ini OP. Epidemiologia Geral. 2.ed. São Paulo: Artes Médicas, 1996. [20] Gay NJ. A model of long-term decline in the transmissibility of an infectious

disease: implications for the incidence of hepatitis A. Int. J. Epidemiol. 1996; 25: 854-861.

[21] Gay NJ, Hesk et h LM, M or gan-Capner P, M il l er E. Interpretation of serological surveillance data for measles using mathematical models: implica- tions for vaccine strategy. Epidemiol. Infect. 1995; 115: 139-156.

[22] Gr eenhal gh D. Analytical results on the stability of age-structured recurrent epidemic models. IMA J. Math. Appl. Med. Biol. 1987; 4: 109-144.

[23] Gr enf el l BT, Ander son RM. The estimation of age-related rates of in- fection from case noti…cations and serological data. J. Hyg., Camb. 1985; 95: 419-436.

[24] Gr if f el DH. Applied Functional Analysis. Chichester: Ellis Horwood, 1981. [25] Gr oss AL, Cl ar k VA. Survival Distributions: Reliability Applications in the

[26] Hamer WH. Epidemic disease in England — the evidence of variability and of persistency of type. Lancet 1906 (17 março): 733-739.

[27] Hammer sl ey JM, Handscomb DC. Monte Carlo Methods. London: Methuen, 1964.

[28] Van der Heij den OG, Cony n-van Spaendonck MAE, Pl ant inga AD, K r et zschmar MEE. A model-based evaluation of the national immunization programme against rubella infection and congenital rubella syndrome in The Netherlands. Epidemiol. Infect. 1998; 121: 653-671.

[29] Hel f and RF, K im DK, Gar y Jr . HE, Edwar ds GL, Bisson GP, Papania MJ, Heat h JL, Schaf f DL, Bel l ini WJ, Redd SC, Ander son LJ. Non- classic measles infections in an immune population exposed to measles during a college bus trip. J. Med. Vir. 1998; 56: 337-341.

[30] I naba H. Threshold and stability results for an age-structured epidemic model. J. Math. Biol. 1990; 28: 411-434.

[31] Jíl ek M, PRµik r yl ová D. Some notes on mathematical modelling of the im- mune response. In: Ho¤man GW, Hraba T, editors. Immunology and Epidemi- ology, Lecture Notes in Biomathematics 1986; 65: 8-14.

[32] Johnson RA, Bhat t achar y ya GK. Statistics: principles and methods. 3.ed. USA: Wiley, 1996.

[33] K eiding N. Age-speci…c incidence and prevalence: a statistical perspective. J. R. Statist. Soc. A 1991; 154: 371-412.

[34] K er mack WO, McK endr ick AG. Contributions to the mathematical theory of epidemics – I. Proc. Roy. Soc. 1927; 115A : 700-721. [Reimpresso em Bull. Math. Biol. 1991; 53: 33-55.].

[36] Lopez LF. Modelos determinísticos em Epidemiologia: existência e unicidade de soluções. São Paulo, 1997. [Tese de Doutoramento – Instituto de Física da USP].

[37] Lopez LF, Cout inho FAB. On the uniqueness of the positive solution of an integral equation which appears in epidemiological models. J. Math. Biol. 2000; 40: 199-228.

[38] Lopez LF, Cout inho FAB, Bur at t ini MN, M assad E. Modelling the spread of infections when contact rate among individuals is short ranged: prop- agation of epidemic waves. Math. Comp. Model. 1999; 29: 55-69.

[39] M ar k s JS, Ser dul a MK, Hal sey NA, Gunar at ne MVH, Cr av en RB, M ur phy KA, K obayashi GY, W iebenga NH. Saturday night fever: a common-source outbreak of rubella among adults in Hawaii. Am. J. Epidemiol. 1981; 114: 574-583.

[40] M assad E. Epidemiologia matemática. Médicos 1998 (jul/ ago): 76-81.

[41] M assad E. Modelagem. In: Forattini OP. Epidemiologia Geral. 2.ed. São Paulo: Artes Médicas, 1996. p. 143-166.

[42] M assad E, Azevedo Net o RS, Yang HM, Bur at t ini MN, Cout inho FAB. Modelling age-dependent transmission rates for childhood infections. J. Biol. Syst. 1995; 3: 803-812.

[43] M assad E, Bur at t ini MN, A zev edo Net o RS, Yang HM, Cout inho FAB, Zanet t a DMT. A model-based design of a vaccination strategy against rubella in a non-immunized community of São Paulo State, Brazil. Epidemiol. Infect. 1994; 112: 579-594.

[44] M cLean A. Dynamics of childhood infections in high birth rate countries. In: Ho¤man GW, Hraba T, editors. Immunology and Epidemiology, Lecture Notes in Biomathematics 1986; 65: 171-197.

[45] M cLean AR, Ander son RM. Measles in developing countries. Part II. The predicted impact of mass vaccination. Epidemiol. Infect. 1988; 100: 419-442. [46] Noet her GE. Introduction to Statistics: the Nonparametric Way. New York:

Springer-Verlag, 1991.

[47] Nak amur a S. Applied Numerical Methods in C. Englewood Clifs: Prentice Hall, 1993.

[48] Per eir a MG. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

[49] Pr ess WH, T eukol sk y SA, Vet t er l ing WT, Fl anner y BP. Numerical Recipes in C: The Art of Scienti…c Computing. 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

[50] Schuet t e MC, Het hcot e HW. Modeling the e¤ects of varicella vaccination programs on the incidence of chickenpox and shingles. Bull. Math. Biol. 1999; 61: 1031-1064.

[51] Sl oan AW. Medical and social aspects of the Great Plague of London in 1665. S. Afr. Med. J. 1973; 47: 270-276.

[52] St r uchiner CJ, A l meida LM, Azev edo RS, Massad E. Hepatitis A in- cidence rate estimates from a pilot seroprevalence survey in Rio de Janeiro, Brazil. Int. J. Epidemiol. 1999; 28: 776-781.

[53] T r ucco E. Mathematical models for cellular systems: the Von Foerster equa- tion. Part I. Bull. Math. Bioph. 1965; 27: 285-304.

[54] Vanin VR, Gouf f on P. Tópicos Avançados em Tratamento de Dados em Física Experimental. São Paulo: LAL-IFUSP, 1996. [Edição preliminar]. [55] W il son EB, Wor cest er J. The law of mass action in Epidemiology. Proc.

[56] W il son EB, Wor cest er J. The law of mass action in Epidemiology, II. Proc. Natl. Acad. Sci., Wash. 1945; 31: 109-116.

[57] Yang HM. Directly transmitted infections modeling considering an age- structured contact rate — epidemiological analysis. Math. Comp. Model. 1999; 29: 11-30.

[58] Y or k e JA, London WP. Recurrent outbreaks of measles, chickenpox and mumps. II. Systematic di¤erences in contact rates and stochastic e¤ects. Am. J. Epidemiol. 1973; 98: 469-482.

[59] Y u ALF, A mak u M, Cost a JM, Panut t i CS, Souza VAUF, Zanet t a DMT, Bur at t ini MN, M assad E, A zev edo RS. Varicella transmission in two samples of children with di¤erent social behavior in the State of São Paulo, Brazil. In: Abstract Book of the 9th International Congress on Infectious Dis- eases; 10-13 abril 2000; Buenos Aires, Argentina. Buenos Aires: International Society for Infectious Diseases, 2000, p. 16.

[60] Y u ALF, Amak u M, Bur at t ini MN, M assad E, Azevedo RS. Varicella transmission in two samples of children with di¤erent social behaviour in the State of São Paulo, Brazil. [Submetido à revista Epidemiology and Infection].

Documentos relacionados