• Nenhum resultado encontrado

IV – Discussão e Conclusão

Este trabalho contribui para complementar e aprofundar os conhecimentos sobre a Brucelose adquiridos ao longo da Licenciatura em Análises Clínicas e Saúde Pública. Foram abordados temas como os agentes etiológicos, os sintomas mais frequentes, os métodos de detecção, o tratamento, qual o impacto no meio ambiente e quais as medidas necessárias para a prevenção da doença.

Quanto ao desenvolvimento da doença, foi descrito o género de Brucella que mais afecta o Homem, Brucella abortus, presente no gado bovino. Foi descrito também o género

Brucella melitensis, presente no gado ovino e caprino.

Os principais sintomas provocados pela Brucelose são a febre ondulante ou intermitente, sudorese profunda, cefaleias e vómitos provocando muitas das vezes lesões nos órgãos reprodutivos e nos ossos.

A transmissão da doença pode ocorrer de duas maneiras distintas, por contágio directo, contacto com a bactéria, ou por contágio indirecto através da ingestão de leite e queijos contaminados. No caso do concelho de Montalegre, entre os anos de 1992 e 2006, 78% dos casos foram por contágio directo, provavelmente devido ao elevado número de animais ali presentes.

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

___________________________________________________________________ O diagnóstico é feito precocemente através de métodos laboratoriais rápidos como são a Reacção de Wright e a Prova de Rosa Bengala. O cultivo da bactéria pode também ser feito através de uma amostra de urina do doente infectado.

Quanto à vacinação esta deve efectuar-se em todos os animais do sexo feminino em qualquer idade, usando a vacina RB51, pois esta, não provoca aborto e após 12 semanas os anticorpos já não são persistentes. Os machos não devem ser vacinados, pois podem sofrer graves lesões testiculares.

O tratamento deve ser realizado com a conjugação de dois ou mais antibióticos para assim reduzir a probabilidade de haver uma nova infecção, sendo as possibilidades estreptomicina + doxiciclina, rifampicina + doxiciclina, cotrimaxazol + rifampicina ou aminoglicosideo.

Com a análise dos dados pôde constatar-se que a Brucelose continua a afectar os animais e humanos, no concelho de Montalegre, apesar da sua incidência ter diminuído ao longo dos anos, com a evolução dos métodos de detecção precoce e prevenção do contágio.

Em Portugal, as entidades responsáveis tomaram medidas para que esta zoonose fosse controlada e, se possível, extinta. No caso do concelho de Montalegre, a Cooperativa Agrícola de Montalegre publicou folhetos com informação acerca da Brucelose, sinais e sintomas, via de contágio e prevenção. Proporcionou também a todos os agricultores, palestras acerca desta doença, para que assim todos os cidadãos estivessem informados acerca da doença.

Como foi verificado anteriormente, a partir do ano 2000, ano em que foi publicado e distribuído o folheto informativo (Anexo I), apesar do número de casos de Brucelose animal ter aumentado significativamente, o número de casos de Brucelose humana, foi praticamente nulo. Estes dados sugerem que os agricultores e as pessoas que trabalham em contacto com gado, estavam informados dos potenciais riscos e que cuidados deveriam ter, para que não ocorresse contaminação dos Humanos.

Também os serviços da ADS de Montalegre, através da vacinação e do saneamento animal, controlam a existência ou não de casos de Brucelose.

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

___________________________________________________________________ Nos últimos dois anos o número de animais abatidos com Brucelose diminuiu igualmente. Apesar desta diminuição é necessário que todas as medidas necessárias de prevenção continuem a ser tomadas, para assim, tentar que não haja animais e Humanos infectados.

V – Bibliografia

Adams, L. Garry (2002). The pathology of brucelosis reflects the outcome of the battle between the host genome and the Brucella genome. Veterinary Microbiology. 90, pp 553-561

Anglada, Rafael Rotger (2000). Microbiologia Sanitária y Clínica, Madrid, Editor Sintesis.

Baldwing, Cythia L. (2002). Immune response overview. Veterinary Microbiology. 90, pp 365-366

Bricker, Betsy J. (2002). Diagnostic strategies used for the identification of Brucella.

Veterinary Microbiology. 90, pp 433-434

Bricker, Betsy J. (2002). PCR as a diagnostic tool for brucelosis. Veterinary Microbiology. 90, pp 435-446

Brooks, Geo F. Butel Janets S. , Morse Stephen A.(2002); Microbiologia Médica, MacGraw – Hill

Castro, António. Bebalho, Beatriz. Jaramill, Heriberto (1998) Microbiologia, Atheneu

Centro de vigilância e epidemiologia. [Em linha]. Disponível em http:// www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Brucelose.htm. Consultado em [12/05/2008]

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

___________________________________________________________________ Collee J. G., Duguid J. P., Fraser A. G., Marmion B. P., (1993) Microbiologia Médica, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, capitulo 33.

Davis, D. S. , Elzer, P. H. (2002). Brucella vaccines in Wildlife. Veterinary Microbiology. 90, pp 533-544

Essenberg, Richard C., Seshadri, Rekha , Nelson, Karen, Paulsen, Ian (2002). Sugar metabolism by Brucellae. Veterinary Microbiology. 90, pp 249-261

Ferreira, Wanda F. Canas. Sousa, João Carlos F. (2000). Microbiologia, vol.2, Lisboa, Lidel

Halling, Shirley M. (2002). Paragigm shifts in vaccine development: lessons learned about antigenicity, pathogenicity and virulence Brucellae. Veterinary Microbiology. 90, pp 545-552

Louzã, A. C. (1993). Medicina Veterinária. pp 23-27.

Mafra, Paulo (2004), Impacto da Brucelose no Ambiente e Saúde Pública, www.catraios.pt/profs/salarecursos/matcn/brucelose.pd, consultado em (20/06/08)

Mims, Credic. Drockrell, Hazel M. .Goering, Richard V . Roitt, Ivant (2005), Microbiologia

Médica, Elsevier, pp

Moreno, Edgar. Cloeckaert, Axel. Moriyón, Ignacio (2002). Brucella evolution and taxonomy. Veterinary Microbiology. 90, pp 209-227

Nicoletti, Paul (2002). A short history of brucelosis. Veterinary Microbiology. 90, pp 5-9,

Nielsen, Klaus (2002). Diagnosis of brucellosis by serology. Veterinary Microbiology. 90, pp 447-459

Patrick R. Murray, Ken S. Rosenrhal, George Kobayashi, Pfaller Michael A.,(2004)

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

___________________________________________________________________ Pessegueiro, P. . Barata, C. . Correia, J. (2003); Brucelose – uma revisão sistemática,

Medicina Interna 2003, 10, n.2, pp. 91-100

Rlayfair Mims, Wakelin Roitt, Williams, (2001) Microbiologia Médica,

Schuring, Gerhardt G., Sriranganathan, Nammalwar , Corbel, Michael J. (2002). Brucellosis vaccines: past, present and future. Veterinary Microbiology. 90, pp 479-496

Startwell Philip, Maxai Kenneth, Rosenau Milton, Coelho Aloísio, Medicina Preventiva e

Saúde Publica, Lisboa, Fundação Caloust Gulbenkian, Vol 1, pp 820-827

Wilson Jean, Braunwald Eugene, Isselbacher Kurt, Martin Joseph, Fauci Anthony, Root Richard, (1994), Principles of Internal Medicine, Lisboa, Edição Internacional, 12º Edição, Vol 1, pp 119-120.

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

___________________________________________________________________

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

___________________________________________________________________

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

Prevalência da Brucelose no Concelho de Montalegre

Documentos relacionados