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Jesus era chamado rabi — "mestre" ou "professor" —, e muitas pessoas do mundo inteiro, cristãs e não cristãs, se impressionaram com ele como pregador. Seus ensinamentos podem ser divididos em quatro categorias diferentes:

Alguns estão sob a forma de pequenas máximas. Muitas destas são paradoxos (isto é, afirmações em aparente contradição), como: "Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la" (Mateus 16,25).

Uma parte importante dos ensinamentos de Jesus eram suas muitas conversas com os discípulos, com homens instruídos ou com outras pessoas que ele encontrava. Já vimos o exemplo da conversa de Jesus com o jovem rico. {Veja Mateus 19,16-26.)

Um terceiro método de instrução eram os frequentes discursos ou sermões feitos por Jesus a seus discípulos ou a grupos mais numerosos. Um dos sermões mais longos e mais significativos foi o que Jesus fez a seus discípulos pouco antes de ser preso em Jerusalém. O tema desse sermão foi "a era final" — antes que o Filho do Homem apareça no Dia do Juízo Final. (Veja Mateus 24 e 25.) * O que mais caracterizava os ensinamentos de Jesus era o uso das parábolas. Estas geralmente estão inseridas em conversas ou pregações mais longas. Uma parábola é uma comparação ou imagem que serve para exemplificar uma verdade mais profunda.

As parábolas de Jesus podem ser muito curtas, e com frequência tomam de empréstimo imagens da natureza. Veja, por exemplo, a parábola do Semeador, em Mateus 13,3-9 e 13,18-23. Mas também podem ser longas histórias que desenvolvem temas tirados da vida diária. Veja a parábola do Filho Pródigo, Lucas 15,11-32, e a dos Trabalhadores da Vinha, Mateus 20,1-16.

29 A DIFUSÃO DO CRISTIANISMO - OS PRIMEIROS CRISTÃOS

Segundo disse Jesus, os doze apóstolos formaram o núcleo do novo reino de Deus que estava para vir. Pedro foi a figura principal entre eles. Outra figura

viviam como judeus piedosos. Sua crença de que Jesus de Nazaré era o prometido Messias os diferenciava dos outros judeus. Eles foram considerados uma seita judaica separada e chamados de nazarenos, para se distinguirem dos saduceus e fariseus. No início não havia um grande abismo entre o cristianismo e o judaísmo.

De importância decisiva para a contínua difusão do cristianismo foi a conversão do fariseu Saulo (Paulo), por volta de 32 d.C. Não é exagero dizer que os muitos anos de ministério de Paulo transformaram o cristianismo numa religião mundial. Sua contribuição se deu em dois níveis: em primeiro lugar, ele viajou intensamente pelo mundo greco-romano e proclamou o evangelho de Cristo entre os não-judeus. Em segundo lugar, estabeleceu as fundações da teologia cristã em suas várias epístolas às novas igrejas. Nas epístolas de Paulo o cristianismo é tratado como uma religião independente, e Jesus Cristo, como o salvador de todos os humanos.

Uma questão fundamental na Igreja primitiva foi a relação entre os cristãos judeus e os cristãos gentios (isto é, cristãos não judeus).

Estariam os cristãos gentios sujeitos a Lei de Moisés? Deveriam eles, por exemplo, ser circuncidados antes de se tornar cristãos? Nas primeiras décadas após a morte de Cristo, muitos líderes cristãos de Jerusalém, incluindo o irmão de Jesus, Tiago, acreditavam que sim. Paulo, porém, tinha um ponto de vista diferente. Ele viajara entre os "gentios" e vira como eles adotavam a fé de Cristo sem ter um conhecimento íntimo do judaísmo.

Uma só Igreja — muitas comunidades religiosas

O cristianismo hoje está dividido em muitas comunidades eclesiásticas, com diferentes organizações, doutrinas, ordens e atitudes sociais.

Podemos dizer que a Igreja permaneceu única e indivisa até 1054, quando se dividiu em duas, católica romana e ortodoxa.

No século XVI ocorreu a Reforma protestante, quando diversas comunidades da Igreja se levantaram em protesto contra certos aspectos da doutrina e da prática da Igreja católica. Foram elas a Igreja anglicana, a reformada e a luterana.

Depois disso surgiram novas igrejas, destacando diferentes aspectos do evangelho cristão. Estas incluíam: os calvinistas, os presbiterianos, os metodistas, os batistas, os quakers (ou quacres), os pietistas etc.

Como a Bíblia não contém nenhum princípio claro de orientação sobre a organização eclesiástica, cada comunidade da Igreja escolheu uma forma própria de

se organizar. Há igrejas que dão uma ênfase particular à instituição em si; outras consideram mais importante a comunhão dos indivíduos que compartilham experiências religiosas uniformes e opiniões semelhantes sobre questões morais e religiosas. Expressões como "Igreja do povo", "Igreja livre" e "Igreja do Estado" também descrevem diferentes formas de organização. Essa multiplicidade de formas surge, em parte, de visões distintas a respeito de alguns aspectos da mensagem da Bíblia e, em parte, das condições históricas e culturais nas quais elas foram constituídas. Do mesmo modo, condições étnicas, psicológicas, sociológicas e geográficas desempenharam um papel nas cisões da Igreja.

Apesar de todos os contrastes, porém, a maioria das comunidades cristas têm um fundamento comum, que é a Bíblia. Além disso, a maioria aceita um — ou mais — dos credos que foram formulados nos antigos sínodos, o Credo niceno, o Credo atanasiano e o Credo dos apóstolos.

30 O MUNDO CRISTÃO

Em parte por causa do lugar importante que as missões tiveram no cristianismo, este se tornou a mais difundida de todas as religiões. Hoje há três ramos principais na Igreja, cada um concentrado numa área geográfica diferente. Primeiro, a Igreja católica romana, que é majoritária no Sul da Europa e na América Latina, e tem grandes minorias nos Estados Unidos e na África; em seguida vem a Igreja ortodoxa, centrada na Grécia e na Europa Oriental, e por fim as igrejas protestantes, localizadas sobretudo no Norte da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália.

31 DIFERENTES TIPOS DE COMUNIDADES DA IGREJA

Com base na doutrina das diversas igrejas acerca de questões religiosas fundamentais, podemos categorizar as diferentes comunidades cristãs ou confissões (da palavra latina confessio).

Feita essa distinção, podemos dizer que a Igreja católica romana fica no extremo de uma ala, enquanto os batistas ficam na extremidade da outra. Entre as duas estão o anglicanismo, o luteranismo e o metodismo.

Outro tipo de divisão se apoia no significado do batismo. Uma Igreja que baseia a admissão de seus membros no batismo de crianças é intrinsecamente aberta e inclusiva. Ela deseja abranger a todos, e tem sacramentos, clérigos e serviços divinos que são caracterizados em maior ou menor grau pela liturgia.

As igrejas que não praticam o batismo de crianças são por natureza excludentes e se destinam apenas aos que creem. Tornar-se membro delas depende de uma filiação voluntária e, com frequência, de um ato de confissão, do batismo na idade adulta ou de um testemunho pessoal.

Uma Igreja desse tipo geralmente não tem sacramentos nem sacerdócio. A terceira maneira de categorizar se fundamenta naquilo que cada Igreja mais enfatiza, por exemplo, a organização {constituição da Igreja), a doutrina, os serviços divinos. O luteranismo é particularmente pegado à doutrina, a Igreja católica romana destaca a constituição a Igreja, ao passo que o serviço litúrgico é o ponto focai da Igreja ortodoxa.

32 A IGREJA CATÓLICA ROMANA

A Igreja católica romana é a maior de todas as igrejas. Existem cerca de 1 bilhão de cristãos no mundo. Aproximadamente metade deles pertence ao catolicismo.

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