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JOGOS QUE AS PESSOAS JOGAM NA QUADRA

No documento O Jogo Interior Do Tênis (páginas 86-90)

8. JOGOS QUE AS PESSOAS JOGAM NA QUADRA

Para quem observa de forma casual, parece óbvio que algo mais do que tênis Para quem observa de forma casual, parece óbvio que algo mais do que tênis está sendo jogado nas quadras. Independentemente de ele estar vendo o jogo num está sendo jogado nas quadras. Independentemente de ele estar vendo o jogo num clube de campo, num parque público ou numa quadra particular, o observador verá clube de campo, num parque público ou numa quadra particular, o observador verá  jogadores

 jogadores sofrendo sofrendo de de tudo, tudo, desde desde uma uma frustração frustração menor menor até até uma uma grande grande exaspera-exaspera- ção. Ele verá as batidas de pés, a movimentação de punhos, danças de guerra, súplicas, ção. Ele verá as batidas de pés, a movimentação de punhos, danças de guerra, súplicas, promessas e orações; raquetes são jogadas em direção às telas de fundo ou para o ar, promessas e orações; raquetes são jogadas em direção às telas de fundo ou para o ar, nos momentos de raiva ou de alegria, ou são batidas contra o concreto em momentos nos momentos de raiva ou de alegria, ou são batidas contra o concreto em momentos de desilusão ou desgosto. Bolas que estão dentro serão consideradas fora e vice-versa. de desilusão ou desgosto. Bolas que estão dentro serão consideradas fora e vice-versa. Os juízes são ameaçados, os catadores de bolas são reprimidos e a integridade de Os juízes são ameaçados, os catadores de bolas são reprimidos e a integridade de amigos é questionada. Nas faces dos jogadores você poderá observar, em rápida su- amigos é questionada. Nas faces dos jogadores você poderá observar, em rápida su- cessão, vergonha, orgulho, êxtase e desespero. A complacência dá lugar à ansiedade, a cessão, vergonha, orgulho, êxtase e desespero. A complacência dá lugar à ansiedade, a insolência ao desapontamento. Raiva e agressão de intensidades variadas são expres- insolência ao desapontamento. Raiva e agressão de intensidades variadas são expres- sadas tanto de forma aberta como velada. Se um jogador estivesse observando o jogo sadas tanto de forma aberta como velada. Se um jogador estivesse observando o jogo pela primeira vez, seria difícil para ele acreditar que todo este drama poderia estar pela primeira vez, seria difícil para ele acreditar que todo este drama poderia estar presente numa simples quadra de tênis.

presente numa simples quadra de tênis.

É infinita a variedade de atitudes diante do jogo. Não apenas pode ser observado É infinita a variedade de atitudes diante do jogo. Não apenas pode ser observado na quadra o espectro completo de respostas emocionais, mas também uma ampla na quadra o espectro completo de respostas emocionais, mas também uma ampla variedade de motivações dos seus jogadores. Certos jogadores preocupam-se apenas variedade de motivações dos seus jogadores. Certos jogadores preocupam-se apenas em ganhar. Outros são surpreendentemente tenazes em evitar a derrota mas não em ganhar. Outros são surpreendentemente tenazes em evitar a derrota mas não conseguem ganhar um ponto quando este lhes é oferecido. Muitos não se preocupam conseguem ganhar um ponto quando este lhes é oferecido. Muitos não se preocupam com a maneira de jogar desde que pareçam bons, e uns poucos simplesmente não se com a maneira de jogar desde que pareçam bons, e uns poucos simplesmente não se incomodam com nada. Há os que enganam os adversários e também os que enganam incomodam com nada. Há os que enganam os adversários e também os que enganam a si mesmos; os que sempre fazem alarde de como são bons e os que constantemente a si mesmos; os que sempre fazem alarde de como são bons e os que constantemente dizem que estão jogando mal. Existem até alguns que estão na quadra movidos apenas dizem que estão jogando mal. Existem até alguns que estão na quadra movidos apenas pelo prazer de fazer exercícios.

pelo prazer de fazer exercícios. No seu livro

No seu livro Os Jogos da Vida,Os Jogos da Vida, lido por milhões de pessoas, Eric Berne descreveulido por milhões de pessoas, Eric Berne descreveu

os jogos subliminares subjacentes à interação humana. Ele esclareceu muito bem que o os jogos subliminares subjacentes à interação humana. Ele esclareceu muito bem que o que

que parece parece acontecer entre pessoas é apenas uma pequena parte da história. O mes-acontecer entre pessoas é apenas uma pequena parte da história. O mes-

mo parece ser verdade na quadra de tênis e, como para jogar bem qualquer jogo de- mo parece ser verdade na quadra de tênis e, como para jogar bem qualquer jogo de- ve-se saber tanto quanto possível sobre ele, incluo aqui um pequeno guia sobre os ve-se saber tanto quanto possível sobre ele, incluo aqui um pequeno guia sobre os  jogos que se desenrolam na quadra de tênis, seguido de um breve relat

busca pessoal de um jogo que valha a pena ser jogado. Sugiro que este guia não seja busca pessoal de um jogo que valha a pena ser jogado. Sugiro que este guia não seja lido como um exercício de autoanálise, mas como uma chave para a descoberta de lido como um exercício de autoanálise, mas como uma chave para a descoberta de uma forma mais divertida de jogar tênis. É difícil divertir-se ou se concentrar quando o uma forma mais divertida de jogar tênis. É difícil divertir-se ou se concentrar quando o seu ego está ocupado com uma luta de vida ou morte. O EGO 2 jamais expressará es- seu ego está ocupado com uma luta de vida ou morte. O EGO 2 jamais expressará es- pontaneidade e excelência enquanto o EGO 1 estiver jogando um outro jogo interior pontaneidade e excelência enquanto o EGO 1 estiver jogando um outro jogo interior importante que envolva a sua autoimagem. Mas à medida que se reconhecem os jogos importante que envolva a sua autoimagem. Mas à medida que se reconhecem os jogos do EGO 1 pode-se alcançar um grau maior de liberação. Quando esse estado for alcan- do EGO 1 pode-se alcançar um grau maior de liberação. Quando esse estado for alcan- çado, você poderá discernir objetivamente e descobrir por si o jogo que pensa valer a çado, você poderá discernir objetivamente e descobrir por si o jogo que pensa valer a pena ser jogado.

pena ser jogado.

Uma breve explicação sobre o sentido da palavra

Uma breve explicação sobre o sentido da palavra jogo. jogo. Eric Berne usa o termoEric Berne usa o termo

para significar uma interação entre pessoas envolvendo um motivo interior ou mesmo para significar uma interação entre pessoas envolvendo um motivo interior ou mesmo

íntimo.

íntimo. Num livro inspirador intituladoNum livro inspirador intitulado The Master Game,The Master Game, Robert S. De Ropp escreveRobert S. De Ropp escreve

que um jogo é "essencialmente uma prova de força ou de habilidade jogado num de- que um jogo é "essencialmente uma prova de força ou de habilidade jogado num de- terminado espaço e definida por regras". Todo jogo envolve pelo menos um jogador, terminado espaço e definida por regras". Todo jogo envolve pelo menos um jogador, um objetivo, algum obstáculo entre o jogador e seu objetivo, um campo — físico ou um objetivo, algum obstáculo entre o jogador e seu objetivo, um campo — físico ou mental, no qual o jogo é disputado — e um motivo para jogar.

mental, no qual o jogo é disputado — e um motivo para jogar.

No guia que apresento a seguir relaciono três categorias de jogos com seus obje- No guia que apresento a seguir relaciono três categorias de jogos com seus obje- tivos e motivos para jogar. Chamo a estes jogos de O

tivos e motivos para jogar. Chamo a estes jogos de O Bom, O AmigoBom, O Amigo ee Saúde e DiversãoSaúde e Diversão

e eles são jogados tanto dentro como fora das quadras. Abaixo de cada uma destas e eles são jogados tanto dentro como fora das quadras. Abaixo de cada uma destas categorias principais existem subjogos que têm sub-objetivos e submotivações, além categorias principais existem subjogos que têm sub-objetivos e submotivações, além de que cada subjogo possui numerosas variações. Ademais, a maioria das pessoas joga de que cada subjogo possui numerosas variações. Ademais, a maioria das pessoas joga formas híbridas de dois ou três jogos ao mesmo tempo.

formas híbridas de dois ou três jogos ao mesmo tempo.

Jogo 1: O Bom

Jogo 1: O Bom

Objetivo:

Objetivo: atingir a excelência.atingir a excelência. Motivo:

Motivo: Provar a si mesmo que se é bom.Provar a si mesmo que se é bom.

SUBJOGO A: O PERFEITO

SUBJOGO A: O PERFEITO

Tese: Até que ponto posso ser bom? Em O Perfeito, o "bom" é medido em compa- Tese: Até que ponto posso ser bom? Em O Perfeito, o "bom" é medido em compa- ração com um padrão de desempenho. No golfe é medido contra um "par"; no tênis, con- ração com um padrão de desempenho. No golfe é medido contra um "par"; no tênis, con-

Objetivo: Perfeição; atingir o maior padrão possível.

Motivo: O desejo de mostrar-se competente e merecedor do respeito de si mes- mo e dos outros.

Obstáculos:

Externos: A distância sempre existente entre a própria ideias de perfeição e as apa- rentes habilidades.

Internos: Autocrítica por não estar tão próximo da perfeição como se gostaria, le- vando ao desânimo, ao esforço compulsivo e demasiado e a um senso de inferioridade; medo de não estar à altura.

SUBJOGO B: O COMPETENTE

Tese: Sou melhor do que você. Aqui, "bom" é medido em comparação com o de- sempenho de outros jogadores e não contra um padrão definido. Máxima: não inte- ressa se jogo bem ou mal mas sim se ganho ou perco.

Objetivo: Ser o melhor; ganhar; derrotar todos os adversários.

Motivo: Desejo de estar no topo. Origina-se da necessidade de admiração e con- trole.

Obstáculos:

Externos: Sempre há alguém por perto capaz de derrotá-lo; a habilidade cres- cente dos jovens.

Internos: A preocupação da mente em comparar-se com os outros e assim pre- venir a ação espontânea; pensamentos de inferioridade alternando com os de superiorida- de, dependendo da competição; medo da derrota.

SUBJOGO C: A IMAGEM

Objetivo: Parecer bom, brilhante, forte, harmonioso, elegante.

Motivo: Desejo de atenção, elogios. Obstáculos:

Externos: Nunca se pode parecer suficientemente bom. O que parece bom para uma pessoa não parece tão bom para outra.

Internos: Confusão sobre quem se é realmente. Medo de não agradar a todos e de solidão imaginária.

Jogo 2: O Amigo

Objetivo: Fazer ou manter amigos. Motivo: Desejo de amizade.

SUBJOGO A: O STATUS

Tese: Jogamos no clube de campo. E mais importante onde e com quem se joga do que quão bom se é no jogo.

Objetivo: Manter ou melhorar o status social.

Motivo: Desejo da amizade de pessoas proeminentes. Obstáculos:

Externos: O custo de manter-se no nível dos vizinhos.

Internos: Medo de perder a posição social.

SUBJOGO B: JOGANDO COM OS AMIGOS

Objetivo: Encontrar ou fazer amigos. Motivo: Desejo de aceitação e amizade. Obstáculos:

Externos: Encontrar o tempo, o lugar e os amigos.

Internos: Medo do ostracismo.

SUBJOGO C: O MARIDO, A MULHER

Tese: O meu marido (ou a minha mulher) está sempre jogando, portanto... Já disse o suficiente? 

Objetivo: Ver ou estar com o cônjuge. Motivo: Solidão.

Obstáculos:

Externos: Melhorar o jogo ao ponto de o cônjuge querer jogar junto.

Internos: Dúvidas de que a solidão possa ser superada na quadra de tênis. (Veja também o item anterior obstáculos internos de O Perfeito).

No documento O Jogo Interior Do Tênis (páginas 86-90)

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