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2 PERSONIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

4.3 COMENTÁRIOS JURISPRUDENCIAIS

4.3.1 Jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça

Em pesquisa recente no site do Superior Tribunal de Justiça, constatou-se que há entendimentos favoráveis a respeito da matéria ora suscitada, havendo concordância no deferimento da desconsideração nos casos em que há a dissolução irregular da sociedade.

CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SOCIEDADE. IRREGULARIDADE. DISSOLUÇÃO. BENS. AUSÊNCIA. DÍVIDA. ARRECADAÇÃO. BENS DOS SÓCIOS. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO DOS AUTOS. ACÓRDÃO ESTADUAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. DISSÍDIO. NÃO COMPROVAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quarta Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha (Presidente), Luis Felipe Salomão, Raul Araújo Filho e Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Sr. Ministro Relator. (AgRg no Agravo De Instrumento Nº 1.058.367 - SP (2008/0125607-8), Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior, Quarta Turma, jul. em 22/07/2010, pub. em 05/08/2010) (BRASIL, 2010a).

Trata-se o acórdão acima de Agravo Regimental no Agravo de Instrumento, onde inicialmente foi interposto recurso de Agravo de Instrumento por ter sido negado seguimento ao Recurso Especial que tinha como objeto a penhora de imóvel de família, do qual entendia a recorrente ser incorreto o entendimento quanto à desconsideração da personalidade jurídica.

O Agravo de Instrumento não foi provido pelo Relator Ministro Aldir Passarinho Júnior, uma vez que este entendeu que a dissolução societária deu-se de forma irregular, não havendo bens passíveis de responder pelo passivo da empresa.

Interposto após Agravo Regimental ao Agravo de Instrumento, o que novamente foi negado provimento, por unanimidade, destacando o Ministro Relator que:

[...] a dissolução da sociedade se deu de forma irregular, ausentes bens para responder pelo passivo.

Sob tais circunstâncias, o patrimônio particular do sócio fica sujeito à constrição para fins de garantir o pagamento deixado pela sociedade desfeita, repetindo, de forma irregular.

O disposto pelo artigo 596, do Código de Processo Civil se aplica aos casos de regular dissolução da sociedade que, repetindo, não é o caso dos autos. Assim:

‘Na hipótese de dissolução irregular de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, sem subsistirem bens que respondam pelo passivo, fica o patrimônio particular do sócio-gerente sujeito à constrição, para saldar a dívida social' (Theotônio Negrão, Código de Processo Civil e legislação processual em vigor, São Paulo: Saraiva, art. 596, nota 3) Também:

'A determinação legal (art. 596, do CPC) de que os sócios não respondem pelas dívidas sociais diz respeito à regular extinção da empresa e à regularidade das obrigações sociais. A irregularidade da atuação pelo desaparecimento da empresa sem a regular quitação de seus débitos impõe

outro entendimento, ou seja, de que o art. 2, do Dec. 3.708/19 autoriza o alcance dos bens dos sócios para completar o capital social que foi diluído pela má gestão dos negócios da empresa' (RT 713/177-179).

Decorrência, inclusive, do crescente prestígio da teoria da desconsideração da pessoa jurídica (disregard docttrine, disregard of legal entity), 'que permite estender a responsabilidade além dos limites tradicionais estabelecidos entre o sócio e a sociedade em certos casos, ou além dos lindes entre duas pessoas componentes da mesma 'constelação empresarial' (Cândido Rangel Dinamarco, Execução Civil, Malheiros Editores, São Paulo, 1987, p. 245).

[...]

Quanto aos demais aspectos, tal como já afirmado pela decisão agravada, o Tribunal local, com base nos elementos informativos dos autos, afirmou que há irregularidades e inexistem bens para garantia do débito.

[...]

Por fim, correta a decisão quanto ao não preenchimento dos requisitos legais na apresentação do dissídio jurisprudencial.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto.

Desta feita, entendeu a Quarta Turma que havia sido confirmado nos autos que houve a dissolução irregular da sociedade empresária, sendo a desconsideração meio justo para saldar os débitos dos credores.

Destaca-se, ainda, o entendimento jurisprudencial abaixo, o qual será analisado logo em seguida:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - OFENSA AO ART. 535 DO CPC - INEXISTÊNCIA - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE - ENTENDIMENTO OBTIDO DA ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO - IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME - APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 7/STJ - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA – MEDIDA EXCEPCIONAL - POSSIBILIDADE, NA ESPÉCIE - PRECEDENTES - AGRAVO IMPROVIDO. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, a Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino, Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS) e Nancy Andrighi votaram com o Sr. Ministro Relator. (AgRg no Recurso Especial nº 1.088.303 - DF (2008/0206742-0), Relator Ministro Massami Uyeda, publicado em 25/04/2011) (BRASIL, 2011).

O acórdão acima relatado trata de um Agravo Regimental em Recurso Especial no qual o recorrente aduziu que houve negativa de pretensão jurisprudencial, violação ao art. 535 do Código de Processo Civil, bem como a desnecessidade de reexame da matéria do conjunto fático-probatório.

O Ministro Relator alegou em fase de prequestionamento a imprescindível necessidade de haver vícios no art. 535 do Código Processo Civil, uma vez que Embargos de Declaração não é a via adequada para compelir o tribunal a se pronunciar acerca do tema.

Destacou o Relator:

In casu, não se verifica a alegada violação do artigo 535 do CPC, porquanto

a questão referente à dissolução irregular, de fato, foi apreciada, de forma clara e coerente, naquilo que pareceu relevante à Turma Julgadora a quo. Assim, resultado diferente do pretendido pela parte não implica, necessariamente, ofensa ao artigo 535 do CPC.

No mais, ressaltou o Relator a decisão do tribunal de origem, que consignou:

Com efeito, os documentos de fls. 73 e 98 (certidão do oficial de justiça e certidão simplificada da Junta Comercial) demonstram que a empresa executada, USAM Construções e Incorporações Ltda, está em situação irregular, tendo em vista que não se localiza no local registrado na Junta Comercial.

Ademais, os sócios da executada em momento algum informa qual seria seu endereço atual, levando a crer que a sociedade foi dissolvida irregularmente.

Desse modo, não prospera o argumento dos agravantes de que a executada encontra-se ativa, simplesmente porque consta tal situação na certidão simplificada da Junta Comercial, uma vez que a inexistência de endereço e de bens da executada, conforme demonstram os documentos de fls. 84/92, demonstra que a mesma foi dissolvida irregularmente, o que enseja a desconsideração da personalidade jurídica.

(...)

Assim, tenho que há prova suficiente nos autos de que os representantes da executada fraudaram a lei e os credores, pois não regularizaram a situação da pessoa jurídica, razão pela qual deve ser aplicado ao caso em tela o disposto no no art. 10 do Decreto 3.708/19, que trata das Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada, (...).

E concluiu que respectivo entendimento da instância ordinária não deve ser alterado pelo Tribunal Superior, visto que há possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica no caso em tese, proferindo o seguinte entendimento:

Nesse contexto, é preciso deixar assente que a denominada desconsideração da personalidade jurídica, que hoje se encontra positivada em nosso ordenamento no art. 50, do Código Civil em vigor e que já anteriormente fora objeto de regulamentação no âmbito das relações de consumo, prevista no art. 28, § 5º, do Código de Defesa do Consumidor, de há muito foi reconhecida na jurisprudência e doutrina pátria, por influência da teoria do ‘disregard of legal entity’, oriunda do direito norte-americano.

Bem de ver que trata-se de um mecanismo de que se vale o ordenamento para, em situações absolutamente excepcionais, desencobrir o manto protetivo da personalidade jurídica autônoma das empresas, podendo o credor buscar a satisfação de seu crédito junto às pessoas físicas que compõem a Sociedade, mais especificamente, seus sócios e/ou administradores.

E ainda, enfatizou o Relator:

Desse modo, observa-se que, in casu, o acórdão recorrido, realmente, não destoa do entendimento desta Corte no sentido de que tal mecanismo excepcional só é admissível em situações especiais, quando verificado o abuso da personificação jurídica, consubstanciado em excesso de mandato, desvio de finalidade da empresa, confusão patrimonial entre a sociedade ou os sócios ou, ainda, conforme amplamente reconhecido pela jurisprudência desta Corte Superior, nas hipóteses de dissolução irregular da empresa, sem a devida baixa na junta comercial, consoante se observa dos precedentes abaixo colacionados:

"PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE QUAISQUER DOS VÍCIOS PREVISTOS NO ART. 535 DO CPC. REJEIÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. (RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE DISSOLUÇÃO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO DAEXECUÇÃO PARA O SÓCIO-GERENTE. POSSIBILIDADE.

1. A existência de indícios do encerramento irregular das atividades da empresa executada autoriza o redirecionamento do feito executório à pessoa do sócio (Precedentes: AgRg no REsp n.º 643.918/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 16/05/2005; REsp n.º 462.440/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 18/10/2004; e REsp n.º 474.105/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 19/12/2003). 2. In casu, consta expressamente do voto condutor do aresto impugnado a existência de inúmeros indícios que indicam a ocorrência de dissolução irregular da empresa executada.

...

6. Embargos de declaração rejeitados”. (EDcl no REsp 750335, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ 10.04.2006 p. 146).

‘EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO. PENHORA INCIDENTE SOBRE BENS PARTICULARES DO SÓCIO. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DAS EMPRESAS EXECUTADAS. CONSTRIÇÃO ADMISSÍVEL. – O sócio de sociedade por cotas de responsabilidade limitada responde com seus bens particulares por dívida da sociedade quando dissolvida esta de modo irregular. Incidência no caso dos arts. 592, II, 596 e 10 do Decreto. n. 3.708, de 10.1.1919. Recurso especial não conhecido.’ REsp 140564 / SP, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ de 17/12/2004. E ainda: REsp 401081/TO, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 15/05/2006.

Posto isto, o voto do Eminente Relator foi no sentido de manter a decisão atacada, negando-se provimento ao Agravo Regimental, o qual foi seguido por unanimidade pela Terceira Turma.

Continuando as análises dos acórdãos do Superior Tribunal de Justiça, apresenta-se abaixo:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DÍVIDA DE SOCIEDADE LIMITADA. EXECUÇÃO FRUSTRADA. REDIRECIONAMENTO AOS BENS DE SÓCIO. POSSIBILIDADE. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE.

1. Em caráter excepcional, o sócio de sociedade por cotas de responsabilidade limitada responde com seus bens particulares por dívida da sociedade, quando esta foi dissolvida de modo irregular. Precedentes. 2. Além do mais, a alegação de que inexistiu excesso de mandato por parte do ora recorrente, que firmou, conjuntamente, o instrumento de encerramento do contrato social, ficando estabelecido que eventual responsabilidade deveria recair unicamente sobre o sócio majoritário, implica o reexame do conjunto fático-probatório. Incidência da Súmula 7/STJ.

3. Em princípio, é inadmissível a penhora de valores depositados em conta corrente destinada ao recebimento de salário ou aposentadoria por parte do devedor. No caso ora em análise, contudo, não restou comprovado o caráter alimentar dos valores depositados em conta poupança, implicando o acolhimento dos argumentos do recorrente em incursão do conjunto fático- probatório. Incidência, mais uma vez, da Súmula 7/STJ.

4. Recurso especial conhecido em parte e, nesta parte, desprovido. ACÓRDÃO

A Turma, por unanimidade, conheceu em parte do recurso especial, e nessa parte, negou-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Aldir Passarinho Junior e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator. (Recurso Especial nº 586.222 - SP (2003/0151120-8), Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, publicado em 30/11/2010) (BRASIL, 2010b).

O venerado acórdão acima descrito é um Recurso Especial, no qual o recorrente alega que o sócio de uma sociedade limitada não responde com seus bens particulares por obrigações contraídas pela sociedade e afirma, ainda, que não houve excesso de mandato por parte deste, bem como sustentou outras situações que não merecem guarida.

O Relator se posicionou quanto à responsabilidade do sócio da sociedade limitada, transcrevendo estas linhas:

De acordo com o art. 10 do Decreto 3.708, de 10 de janeiro de 1919, que regula a constituição das sociedades por quotas de responsabilidade limitada, as pessoas físicas não respondem, pessoalmente pelas dívidas das pessoas jurídicas.

Contudo, os sócios passam a responder solidária e ilimitadamente pelo excesso de mandato e pelos atos praticados com violação do contrato ou da lei, conforme se verifica da transcrição do referido dispositivo:

Art. 10. Os sócios gerentes ou que derem o nome à firma não respondem pessoalmente pelas obrigações contraídas em nome da sociedade, mas respondem para com esta e para com terceiros solidária e ilimitadamente pelo excesso de mandato e pelos atos praticados com violação do contrato ou da lei.

O art. 1.080 do CC/02, por sua vez, repete a fórmula do art. 10 do Decreto 3.708/19, in verbis :

Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.' (fls. 159-162)

Verifica-se, pois, tendo em vista a moldura fática apurada pela instâncias ordinárias, que não merece acolhida a irresignação do recorrente.

A sociedade foi dissolvida irregularmente, pois, embora existentes débitos, reconhecida a dívida com o ora recorrido desde 1993 (fl. 48), a sociedade

empresária foi encerrada sem previsão quanto ao pagamento do passivo (cujo instrumento de encerramento foi protocolado junto ao Junta Comercial apenas em 1995 - fl. 67).

Destarte, o Ministro Relator destacou o art. 10 do Decreto 3.708/19, no qual o Código Civil de 2002 traz redação no mesmo sentido em seu art. 1.080, sendo que ambos tornam ilimitada a responsabilidade dos sócios, possibilitam a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade em casos onde é constatada excesso de mandato ou deliberações que infrinjam o contrato ou lei.

No presente caso, o Relator ainda ressaltou entendimentos desta Corte a respeito da dissolução irregular da sociedade, que caracteriza a responsabilidade ilimitada dos sócios com seus bens particulares, confira-se:

AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. SUSCITAÇÃO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PARA QUE SE EVITE SUPRESSÃO DE COMPETÊNCIA DO EGR. STF, NÃO É ADMISSÍVEL A APRECIAÇÃO, NA VIA ESPECIAL, DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. NÃO HÁ QUE SE FALAR EM VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL QUANDO O ACÓRDÃO DIRIME, FUNDAMENTADAMENTE, AS QUESTÕES PERTINENTES AO LITÍGIO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CONSTATAÇÃO, PELA ORIGEM, DE DE TER HAVIDO DISSOLUÇÃO IRREGULAR DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. BENS DO PATRIMÔNIO DO SÓCIO- ADMINISTRADOR. CONFORME PRECEDENTES DESTA CORTE, O SÓCIO DE SOCIEDADE POR COTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA RESPONDE COM SEUS BENS POR DÉBITO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA QUANDO É CONSTATADO QUE HOUVE DISSOLUÇÃO IRREGULAR. RECURSO MANIFESTAMENTE INFUNDADO. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NOARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO IMPROVIDO. (AgRg no Ag 867.798/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 21/10/2010, DJe 03/11/2010)

[...]

EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO. PENHORA INCIDENTE SOBRE BENS PARTICULARES DO SÓCIO. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DAS EMPRESAS EXECUTADAS.CONSTRIÇÃO ADMISSÍVEL.

– O sócio de sociedade por cotas de responsabilidade limitada responde com seus bens particulares por dívida da sociedade quando dissolvida esta de modo irregular. Incidência no caso dos arts. 592, II, 596 e 10 do Decreto. n. 3.708, de 10.1.1919.

Recurso especial não conhecido. (REsp 140.564/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 21/10/2004, DJ 17/12/2004 p. 547).

Ao final, concluiu o Relator:

Dessa forma, se a empresa é desativada irregularmente, sem cumprir as suas obrigações, os bens particulares dos sócios podem ser objeto de constrição, na forma da lei (art. 10 do Decreto n. 3.708/1919, acima mencionado), ressalvada a possibilidade de direito de regresso.

Ainda no presente acórdão na questão de excesso de mandato o Relator aduziu que necessitaria de reexame fático probatório no qual incidiria a súmula 7/STJ.

Por unanimidade, a Quarta Turma conheceu em parte o recurso e negou- lhe provimento nesta parte.

Visto isto, constatou-se que há entendimentos no Superior Tribunal de Justiça favoráveis à desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, quando esta encerra suas atividades empresariais de modo irregular.

A seguir serão apresentados os entendimentos jurisprudenciais do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina.