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A Justiça do Trabalho no Brasil como valiosa conquista na construção de uma sociedade mais justa e igualitária

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TRABALHADORES APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

2.7. A Justiça do Trabalho no Brasil como valiosa conquista na construção de uma sociedade mais justa e igualitária

O mundo inteiro caiu ao encanto das máquinas, no ditado popular há quem dizia “um dia a máquina substituirá o homem”, e assim começou a história da máquina e o homem.

No inicio da Revolução Industrial – século XVIII – com as conquistas advindas da máquina a vapor e de fiar, as grandes fabricas começaram a substituir parte do trabalho humano por maquinas, as jornadas de trabalho eram exaustivas e as condições subumanas, sem regulamentação jurídica nenhuma o trabalho não disponha de amparo legal. Começa a preocupação com a proteção do trabalhador quanto aos acidentes nas máquinas.

Segundo Martins (2006), a proteção acidentária começou mais precisamente com a Revolução Industrial, com qual, o Tear e a Máquina a Vapor eram causadores dos acidentes de trabalho em grande número, deixando os trabalhadores muitas das vezes mutilados e sem condições para outra atividade, ficavam desamparados pelo Estado e pela Empresa empregadora.

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O trabalho sempre foi à história do homem, contudo, com a evolução das sociedades se fez necessário a normatização das condutas a serem seguidas para garantir os direitos dentro das relações entre os indivíduos, principalmente aqueles que laboravam sem nada receberem.

O Estado passa então a interferir nas relações individuais e coletivas de trabalho. Surgem as primeiras leis trabalhistas na Inglaterra, França e Alemanha que regulavam os acidentes de trabalho e a proteção dos menores e das mulheres.

No Brasil, a exemplo, a primeira legislação que tratou da matéria foi o Código Comercial de 1850, que em seu artigo 78 previa um pagamento de salário ao trabalhador por três meses consecutivos pelo seu acidente, nada mais.

E foi somente no ano de 1918 que começaram a surgir as primeiras regras em favor do infortúnio laboral, um projeto lei sobre o acidente de trabalho organizado pela Comissão Especial de Legislação Social e deste projeto surgiu o Decreto 3.724, de 15 de janeiro de 1919, ao passo que, antes do seu advento os conflitos eram solucionados pelas regras do direito cível.

O Decreto nasceu com muitas falhas, não previa a seguridade social ou outros meios de garantir o pagamento de indenizações por lesões provenientes e acidente de trabalho, deixava os trabalhadores à margem de qualquer ressarcimento.

Em 1925, criou-se a Lei n. 4982/1925, ainda com tantos abusos e descaso ao trabalhador, através da imposição legal, foi concedido ao trabalhador o direito de 15 dias úteis de férias, com a ressalva, pois somente os empregados de estabelecimentos comerciais, industriais e bancários tinham esse direito.

Dois anos após, em 1927, mais um avanço se deu, foi promulgado o Código de Menores pelo Decreto n. 17934-A que trouxe a regulamentação quanto à idade mínima aos trabalhadores menores, que era de 12 anos e a proibição de jornadas noturnas e em minas.

No decurso foi-se criando novas regulamentações através de decretos até a fase da Institucionalização do Direito do Trabalho que se iniciou em 1930, liderada por Getúlio Vargas, pela primeira vez na história foi implantada uma legislação social, através da criação do Ministério do Trabalho

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e do Ministério da Educação, a maior conquista dos trabalhadores. A era de Getúlio Vargas foi de benefícios aos trabalhadores e de grande contexto social.

Segundo Martins (1997), a flexibilização do direito do trabalho vem a ser um conjunto de regras que tem por objetivo instituir mecanismos tendentes a compatibilizar mudanças de ordem econômica, tecnológica ou social existentes na relação entre o capital e o trabalho.

(...) a flexibilidade, desregulamentação ou precarização do trabalho divide o montante de trabalho economicamente compensador de forma cada vez mais desigual: enquanto uma parte dos trabalhadores trabalha mais por remuneração horárias declinante, outra parte crescente dos trabalhadores deixa de trabalhar (SINGER, 1998, p. 30).

A necessidade de proteção do trabalhador no intuito de se alcançar a justiça social sempre foi palco dos mais diversos discursos políticos. De fato, as entidades governamentais e não governamentais buscam cada vez mais encontrar saída para essa flexibilização de normas trabalhistas que possam realmente atingir a finalidade almejada, que é o alcance de empregos mais humanos para todos os trabalhadores, com dignidade e salários mais justos.

Ilustração 20

Este é um retrato extraordinário para se observar (referências, figura 20, p. 111), a cara do Brasil, a proteção e busca que sempre os trabalhadores lutaram, seus direitos como trabalhador e como cidadão hoje se tem o mínimo “sua aposentadoria”, seus direitos estão sendo buscados ao longo dos séculos.

No Brasil, algumas categorias de trabalho informal e que buscam atenuar os efeitos sociais da precarização são amparados pelas

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políticas publicas, com a criação da Lei Complementar 128/2008. A referida Lei regulamenta o microempreendedor individual que antes não era reconhecido formalmente como trabalho e seus amparos legais.

A Justiça do Trabalho ou Direito do Trabalho surgiu no Brasil pela criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT – Decreto Lei 5.452/43), que reuniu boa parte dos direitos assegurados aos trabalhadores Brasileiros, como salário mínimo, horas extras, adicional noturno e férias remuneradas. Inclusive, neste ano de 2013 no dia 1º de maio, que é considerado o Dia Internacional do Trabalho, comemora-se 70 anos da CLT.

Para tanto, a Justiça do trabalho nasceu através das lutas dos trabalhadores pelo reconhecimento da dignidade do trabalho humano e tem como foco principal o reconhecimento e aperfeiçoamento da condição humana no mercado laborativo, porém, importante aqui destacar que mesmo com as políticas sociais de proteção e idealização de justiça grande parte dos trabalhadores brasileiros está à margem da legislação trabalhista, sem garantias e submetendo-se à aceitação do mínimo para sua sobrevivência.

Em evidência, podemos afirmar que nos últimos anos, no Brasil, a atual Constituição conquistou legitimamente força normativa e efetividade na aplicação de suas normas, chegando bem próximo ao ideal dos direitos humanos, embora se tenha aqui um uma máquina judiciária que trabalha em lentidão devido as normas que atendem nosso ordenamento.

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CAPÍTULO III

Não de deve tirar e conclusão de que minhas opiniões inspiram-se em nostalgia de uma época que não pode mais voltar. Pelo contrário, minhas opiniões sobre o trabalho estão dominadas pela nostalgia de uma época que ainda não existe (BRAVERMAN, 1987, p.18).

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