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Somos sempre um “agora”, produto de um “antes” e projeto de um “depois”. Somos seres em movimento e mudança, numa sociedade em constante transformação, e é esta perspectiva que nos permite projetar uma sociedade, diferente, melhor.

Vive-se atualmente em um mundo globalizado, onde a comunicação se dá com extraordinária velocidade, no qual as evoluções tecnológicas acontecem cada vez com maior rapidez. Portanto, ao se projetar a sociedade e a escola, não se pode desconsiderar essa realidade, sobretudo porque a escola tem o compromisso com a construção e sistematização do conhecimento, para impulsionar as transformações sociais.

Ao mesmo tempo, quando se quer êxito nas ações educativas, é necessário que nas escolas elas sejam planejadas, organizadas, que não aconteçam ao acaso. Esse planejamento deve levar sempre em consideração um contexto existente e uma concepção de escola e sociedade.

As atividades que envolvem o processo educacional precisam estar organizadas. Isto não significa a obrigatoriedade de seguir uma lógica formal, mas ao contrário, deve-se considerar a possibilidade de atuar dentro de uma perspectiva dialética, fundamentalmente porque ao se pensar educação, vê-se o homem como um todo vivencial e em transformação constante.

Essas reflexões permitem afirmar que, quando se fala em educação, requer-se uma organização afim. Esta organização é definida como planejamento educacional.

Para fazer planejamento educacional, faz-se necessário conhecimento científico acerca do homem e sua realidade, para poder estabelecer caminhos com bases firmes a serem seguidos na direção dos objetivos estabelecidos.

Assim, o planejamento é essencialmente a prática articuladora do projeto pedagógico, construído e alimentado pela força da reflexão crítica coletiva impulsionadora de novas decisões e ações. *

Para Werlang (2010, p.39) o planejamento caracteriza-se pelo conhecimento da realidade, pela definição dos objetivos e a proposição de ações coerentes e concretas, para atingir o que se deseja. É uma das etapas mais importantes de um processo educativo. Dele resultarão todas as demais atividades, incluindo a avaliação, lembrando que a essência de avaliar está em comparar o previsto, o esperado, o projetado com o obtido, o alcançado. Daí a importância do planejamento na avaliação, seja qual for a organização curricular e suas estratégias de operacionalização.

Assim, esse Projeto Pedagógico foi elaborado com a participação da comunidade escolar, tendo como principais responsáveis a Direção do Departamento de Ensino e as Coordenações dos Cursos, que têm a função de planejar, acompanhar e avaliar o processo educativo, comprometendo-se com o aprimoramento do mesmo, implementando um ensino de qualidade.

Para o ano de 2018, a base filosófica do Colégio Politécnico da UFSM é a plena satisfação das necessidades dos seus educandos, orientada por sua visão, princípios e valores.

A busca permanente de uma educação de qualidade deverá permear o fazer pedagógico de todos os envolvidos e comprometidos com esse ideal.

O estudante é o centro do processo ensino-aprendizagem e os professores são os mediadores que contribuirão para a construção do saber.

O Colégio pretende contribuir para a formação de uma consciência de preservação da natureza, respeito às leis e ao semelhante, respeito à diversidade étnica e cultural, conhecimento do país, da sua geografia, da sua história, da consciência dos direitos e dos deveres.

* Texto retirado de: WERLANG, Canrobert Kumpfer. Metodologia para planejamentos escolares – Uma contribuição para elaboração de Projetos Político-pedagógicos. Santa Maria: Imprensa Universitária – UFSM, 2000.

Além dos motivos contidos no referencial acima, o presente Projeto Pedagógico foi elaborado considerando-se que, segundo Werlang (2000), a Lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional, ao abandonar as características prescritivas das legislações anteriores, assume uma característica de descentralização e flexibilidade, e assim remete para os estabelecimentos de ensino a responsabilidade da elaboração e execução de suas propostas pedagógicas, e ao mesmo tempo, determina que os professores participem na construção do projeto pedagógico da escola1, como forma de oportunizar a gestão democrática do ensino2. 3.

Também, o Parecer CNE/CEB nº 11/2012, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, traduz esse pensamento ao dizer que “a autonomia da escola se reflete em seu projeto pedagógico elaborado, executado e avaliado com a efetiva participação de todos os agentes educacionais, de modo especial dos seus docentes, portanto, deve ser democrático, caracterizando-se como “fruto e instrumento de trabalho da comunidade escolar”.

Portanto, no contexto da atual legislação, a proposta pedagógica é uma espécie de “marca registrada da escola que configura a identidade e seu diferencial no âmbito de um projeto de educação”, na medida em que se torna expressão viva de concepções, princípios, finalidades, objetivos e métodos de ação que unificam a comunidade escolar, como se refere o Parecer CNE/CEB nº 11/2012. É a identidade do estabelecimento, homólogo pelas diretrizes comuns nacionais, estaduais ou municipais e diferenciado para atender às peculiaridades de cada estabelecimento.

O projeto pedagógico e o currículo como produtos complexos resultam de um conjunto de determinações como: legislações e diretrizes educacionais; parâmetros curriculares; programa escolar; regulamentações vigentes na instituição; a formação do professor; sua postura política; as aprendizagens prévias dos alunos; o material utilizado e a sua interação com a realidade imediata, incluindo, entre outros, o ambiente físico.

Os planos de curso que tratam da organização geral de cada curso,4 e tendo como princípio um diagnóstico da sua necessidade, viabilidade e função, contém a organização curricular e, definem procedimentos didático-pedagógicos, tudo, porém, ditado pelo projeto político-pedagógico.

Os planejamentos curriculares tratam de definir funções, objetivos, metodologias, habilidades, competências, bases tecnológicas e científicas, inseridas em um contexto e em

1 (Art. 13 da Lei 9.394/96)

Os docentes incumbir-se-ão de:

I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

2 (Art. 14 da Lei 9.394/96)

Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

3 (Art. 12 da Lei 9.394/96)

- Os estabelecimentos de ensino, respeitada as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;

4 Art. 20 da Resolução CNE/CEB nº 06/12.

Os planos de curso, coerentes com os seus respectivos projetos pedagógicos, serão submetidos à aprovação dos órgãos competentes dos sistemas de ensino, contendo:

I – identificação do curso; II – justificativa e objetivos; III – requisitos e formas de acesso; IV – perfil profissional de conclusão; V – organização curricular;

VI – critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores; VII – critérios e procedimentos de avaliação;

VIII – biblioteca, instalações e equipamentos; IX – perfil do pessoal docente e técnico; X – certificados e diplomas a serem emitidos.

um espaço temporal. Nunca esquecendo que o professor é um elemento chave na construção e execução da proposta pedagógica, e para a sua ação ser coerente, ele deve inserir-se na sua construção, apropriar-se dos princípios do projeto. (WERLANG, 2000. p. 36-38).

Ao mesmo tempo, independente das questões acima, considera-se:

- a determinação regimental do Colégio Politécnico da UFSM e da Coordenadoria de Educação Básica, Técnica e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Maria, e as orientações emanadas pela legislação educacional vigente no país;

- a necessidade de planejar as ações para que estas venham a acontecer de forma sistematizada;

- a busca do atendimento aos princípios previstos na filosofia do Colégio;

- a busca de alternativas para sanar as deficiências e necessidades diagnosticadas no decorrer do ano anterior;

- a análise do desempenho da Direção, dos Departamentos, das Secretarias, Setores, corpo discente e a avaliação das ações executadas em 2017;

- o atendimento aos recursos físicos, humanos, financeiros, materiais e equipamentos necessários para o bom funcionamento do Colégio;

- a definição das prioridades do Colégio Politécnico da UFSM para o ano letivo de 2018; - a atualização do Regimento Interno do COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM;

- a melhoria da qualidade de ensino ministrado no Colégio possibilitando a oferta ao mundo do trabalho de profissionais melhor qualificados;

- as adequações a novas diretrizes educacionais emanadas pela Lei 9.394/96, pela Lei 10.639/03, Parecer CNE/CEB nº 11/2012, Resolução CNE/CEB nº 06/2012, Resolução CNE nº 01/2004, pelo Decreto 5.154/04, pelo Decreto 5.840/06, Resolução CNE/CEB 03/2008, que dispõe sobre a instituição e implantação do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos de Nível Médio e Portaria nº 870, de 16 de julho de 2008, que aprova, em extrato, o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio e Resolução CNE/CEB nº 01 de 05 de dezembro de 2014, que atualiza o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio.