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A justificativa do réu José Dirceu de Oliveira de que a empresa Jamp teria substituído a Engevix na relação contratual, além de pouco plausível, por não ser usual, não foi confirmada nem

No documento APELAÇÃO CRIMINAL Nº /PR (páginas 65-68)

mesmo pelo réu Gerson de Mello Almada, Diretor da Engevix, que quando interrogado esclareceu

ter tomado conhecimento dele pela imprensa (evento 722):

'Juiz Federal:- Por favor, só mais uma questão aqui, tem um contrato entre a Jamp e a JD Assessoria, que é a empresa do senhor José Dirceu. O senhor tem conhecimento a respeito desse contrato?

Gerson Almada:-Não tenho conhecimento.

Juiz Federal:- A Engevix em alguma oportunidade efetuou pagamentos de serviços prestados pelo senhor José Dirceu através da Jamp?

Gerson Almada:-Não. Juiz Federal:- Não? Gerson Almada:-Não.

Juiz Federal:- O senhor Milton lhe informou alguma vez a existência desse contrato? Gerson Almada:-Não, não informou.

Juiz Federal:- O senhor não tem conhecimento nenhum sobre esse contrato? Gerson Almada:-Só pela imprensa.'

4) 13 (treze) notas fiscais, emitidas em relação ao contrato referido no item anterior

(Evento 3, COMP116).

5) Transferências bancárias da Jamp Engenheiros para a JD Assessoria de R$

1.006.235,00 (evento 3, comp99), também relacionadas ao contrato referido no item 2.

6) Repasse da quantia de R$ 387.000,00 ao réu José Dirceu para aquisição do imóvel

da sede da JD Assessoria, na Av. República do Líbano, 1827, Ibirapuera, em São Paulo/SP, por meio

do escritório de advocacia Leite & Rossetti. O registro da transferência no montante de R$

387.000,00 da conta da Jamp Engenheiros em favor da Leite e Rossetti Advogados encontra-se

demonstrado no Evento 3 do processo 5005276-02.2015.4.04.7000.

7) Missiva encaminhada pela empresa JD Assessoria à Jamp Engenheiros Associados

Ltda., datada de 19/12/2011, na qual é feita a solicitação de pagamento antecipado da quantia de R$

387.000,00. Referido documento está assinado pelo corréu Luiz Eduardo.

8) Declaração de Doação n° 29021371, emitida em 10/12/2013, na qual consta como

beneficiária do montante de R$ 1.300,000,00 a pessoa de Daniela Leopoldo e Silva Facchini e como

doador José Adolfo Pascowitch.

9) As declarações da arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini, confirmando ter

sido contratada por Milton Pascowitch para realizar a reforma do imóvel de Vinhedo pelo montante

de R$ 1.814.546,00, tendo recebido R$ 1.300.000,00 em depósitos bancários e o restante em

dinheiro (evento 747), ciente de que o bem pertencia ao réu José Dirceu:

Ministério Público Federal:- A senhora pode narrar como foi feita a negociação, como foram feitos os pagamentos?

Depoente:-O Milton me chamou, em maio de 2013, a gente visitou a casa. Ele me perguntou se eu poderia fazer a reforma de uma casa em Vinhedo, a gente foi até o imóvel, era um imóvel bem danificado, era uma casa abandonada, era praticamente um esqueleto, tinha pouca coisa que pudesse ser aproveitado. Já existia um projeto dessa reforma, a gente fez algumas adequações e aí a gente foi, foi até novembro de 2013, a gente executou essa obra que foi praticamente reconstruir essa casa e deixar ela toda equipada.

Ministério Público Federal:- O valor dessa obra, o valor que foi pago pra senhora, a senhora se recorda quanto que foi?

Depoente:-O valor total da obra foi de 1.814.546,00 reais.

Ministério Público Federal:- Como esse valor foi repassado pra senhora?

Depoente:-Olha, tenho aqui no mês a mês, no mês de junho o Milton pagou 250 mil, em julho 265.367,00 reais, em agosto 258.900,00 reais, setembro 421.802,00, outubro...

Ministério Público Federal:- Mas esses valores foram transferidos pelo Milton pra senhora, é isso? Depoente:-Isso. Era feito pela Jamp, eram feitos depósitos na minha conta. Em algumas situações ele me entregou em dinheiro, cash.

Ministério Público Federal:- A senhora teve conhecimento pra quem que era destinado esse imóvel, se era para o senhor José Dirceu?

Depoente:-Na verdade o imóvel era de uma empresa chamada TGS, tanto que o Milton me passou os dados todos da TGS pra que fossem emitidas notas em nome da TGS e que seria locado para o senhor José Dirceu, essa foi a informação que eu recebi na época.

Ministério Público Federal:- Tá certo. Que seria utilizado pelo senhor José Dirceu? Já nessa época foi informado isso pra senhora, é isso?

Depoente:-Sim, sim, ia ser usado pelo José Dirceu, tanto que a casa é vizinha à casa atual do José Dirceu.

10) As declarações do colaborador Julio Gerin de Almeida Camargo (evento 687), que

confirmou o pagamento de vantagens indevidas em contratos da Petrobrás, inclusive para o réu José

Dirceu, que as recebia por intermédio de terceiros e a pedido de Renato Duque e Milton Pascowitch:

'Juiz Federal:- O senhor nessa sua atividade, o senhor chegou a pagar valores ao Senhor José Dirceu?

Júlio Camargo:- Bom, eu paguei ao Senhor José Dirceu por solicitação do Doutor Renato Duque. Juiz Federal:- O senhor pode me descrever essas circunstâncias, como que foi, em qual contrato? Júlio Camargo:- Pois não.

Juiz Federal:- Aí para esse caso sim eu queria um relato detalhado.

Júlio Camargo:- Pois não. Na verdade, Excelência, não se refere a um contrato específico, eu recebi uma solicitação do Doutor Renato Duque, nós tínhamos uma espécie de conta corrente sobre valores referentes a esses contratos e, dentro desses percentuais que narrei ao senhor, eram valores a serem pagos à área de serviço. Então, havia uma conta corrente e a cada pagamento feito isso vinha a débito dessa conta. Em um determinado momento o Doutor Duque me chamou e disse:- 'Júlio, da nossa conta corrente existente, eu quero que você destine R$ 4 milhões ao Ministro José Dirceu.', eu falei: 'Muito bem, como que vou fazer?', 'Você vai ser procurado por alguém da estrutura do ex-ministro e você se entenda com ele, faça o cronograma que seja possível de atender, porém você destine R$ 4 milhões ao Doutor José Dirceu.'.

Juiz Federal:- Essa solicitação foi feita diretamente ao senhor pelo Senhor Renato Duque? Júlio Camargo:- Diretamente a mim pelo Doutor Renato.

Juiz Federal:- Presencial, pelo telefone? Júlio Camargo:- Presencial.

Juiz Federal:- E isso foi aonde?

Júlio Camargo:- No escritório da PETROBRAS.

Juiz Federal:- E o senhor se lembra aproximadamente quando foi isso? Júlio Camargo:- Aproximadamente em 2008.

Juiz Federal:- 2008? Júlio Camargo:- 2008. (...)

Júlio Camargo:- Depois disso me procurou o Senhor Milton Pacowitch e disse:- 'Olha, Júlio, você recebeu o recado do Duque?', 'Recebi o recado.', 'Bom, então vamos fazer um cronograma e, dentro desse cronograma, eu venho apanhar algumas vezes, outras vezes virá o Roberto Marques ou outra pessoa que a gente avise que virá buscar em nosso nome.', se não me engano, Excelência, salvo alguma falha de memória foram só os dois que receberam esses valores, a maioria deles o próprio Milton.

Juiz Federal:- Como o senhor repassou esses valores? Júlio Camargo:- Sempre em cash.

Juiz Federal:- E eles iam buscar?

Júlio Camargo:- Iam buscar no meu escritório em São Paulo.

11) Pagamento de aproximadamente R$ 388.366,00 no período de 14/08/2009 a

06/05/2010 à empresa Halembeck Engenharia por Milton Pascowicht, para reforma de imóvel de

propriedade de Luiz Eduardo, irmão do réu José Dirceu, por solicitação deste. Segundo Milton

Pascowitch, tratava-se na verdade de repasse de vantagem indevida entregue em dinheiro para a

empresa Hallembeck (evento 3, arquivo comp35).

12) Contratos celebrados entre a empresa Engevix Engenharia e a empresa JD

Assessoria e Consultoria (evento 3, comp107), em que consta como objeto a prestação de 'assessoria

e consultoria institucional para atuação nos mercados latino americano e africano', conforme segue:

a) contrato de prestação de serviços nº 4000/01-MO-PJ-1090/08 celebrado em 01/07/2008, com seis notas fiscais emitidas entre 01/07/2008 a 12/01/2009;

b) contrato de prestação de serviços nº 4000/01-MO-PJ-1010/09 celebrado em 01/03/2009, com seis notas fiscais emitidas entre 09/04/2009 a 17/08/2009;

c) contrato de prestação de serviços nº 4000/01-MO-PJ-1038/09 celebrado em 01/09/2009, com oito notas fiscais emitidas entre 01/09/2009 a 05/04/2010;

d) contrato de prestação de serviços nº 4000/01-MO-PJ-1037/10, celebrado em 02/05/2010, com seis notas fiscais emitidas entre 02/05/2010 a 05/10/2010; e

e) contrato de prestação de serviços nº 4000/01-MO-PJ-1000/11, celebrado em 02/11/2010, com cinco notas fiscais emitidas entre 04/10/2010 a 01/02/2011 (em relação a este último contrato, houve distrato em 30/03/2011).

13) Transferências bancárias no montante de R$ 900.960,00, relacionadas aos

referidos contratos da Engevix com a JD Assessoria (evento 3, comp115, p. 35-37).

Segundo o colaborador Milton Pascowitch, apenas o primeiro contrato não é simulado,

No documento APELAÇÃO CRIMINAL Nº /PR (páginas 65-68)

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