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Nesta categoria objetiva-se discutir a relação existente entre as crenças dos gestores sobre o lócus de controle das pessoas e o lócus de controle dos gestores (orientam seus comportamentos com base em suas convicções pessoais e próprias, ou nas opiniões das demais pessoas/ pelas circunstâncias) conforme percepção dos subordinados. O lócus de controle constitui-se em uma das crenças sobre a natureza humana, apesar de não ter sido denominado nestes termos por McGregor (1992). Aqueles gestores que compreendem as pessoas como externamente orientadas possuem mais comportamentos de controle, pois entendem que as mesmas necessitam de controles externos para que se comportem conforme o esperado. Já aqueles gestores que compreendem as pessoas como internamente orientadas, entendem que os controles externos não são imprescindíveis para que as pessoas se comportem conforme o esperado. Consequentemente, estes gestores tendem a agir como professores e educadores de seus subordinados, incentivando que os mesmos se responsabilizem pelas consequências de seus comportamentos (MCGREGOR, 1992). Ou seja, incentivam que os mesmos percebam a relação que existe entre os eventos externos e seus comportamentos.

Visando discutir a presente categoria será apresentado, inicialmente, um quadro sintético com as crenças declaradas pelos gestores sobre o lócus de controle das pessoas e as percepções dos subordinados sobre o lócus de controle de seu gestor. Posteriormente, serão apresentadas e discutidas as relações entre as crenças declaradas pelos gestores e os comportamentos gerenciais percebidos por cada respectivo subordinado, e o grau de coerência identificado conforme explanação apresentada na seção 2.8.6.2.

Desta maneira, considerou-se haver coerência entre as crenças declaradas pelos gestores de que as pessoas são internamente orientadas simultaneamente aos comportamentos gerenciais percebidos pelos subordinados como baseados em

opiniões próprias/convicções pessoais. Também se considerou coerente as crenças de que as pessoas são externamente orientadas simultâneas aos comportamentos gerenciais percebidos pelos subordinados como baseados nas opiniões das demais pessoas/circunstâncias. A incoerência pode ser revelada nos casos em que os gestores declaram crer na orientação interna das pessoas e seus comportamentos gerenciais foram percebidos como baseados nas opiniões das demais pessoas/ circunstâncias. Ou vice-versa.

Apesar de o comportamento coerente ser, teoricamente, o mais desejado para o ambiente organizacional, a coerência entre as crenças dos gestores nos comportamentos das pessoas como externamente orientados e os comportamentos gerenciais percebidos pelos subordinados como baseados nas opiniões alheias e circunstâncias pode não ser desejada. Além de esta situação estar embasada nas pressuposições da Teoria X (MCGREGOR, 1992), há estudos cujos resultados demonstram favorabilidade à orientação interna e desfavorabilidade à orientação externa11. Portanto, considera-se desejada a coerência entre as crenças de gestores de que as pessoas são orientadas internamente e os comportamentos gerenciais percebidos pelos subordinados como baseados em opiniões/ convicções próprias.

As crenças declaradas pelos gestores sobre o lócus de controle das pessoas foram coletadas por meio de suas respostas à seguinte pergunta: “ Os comportamentos das pessoas, em geral, são determinados por suas opiniões e convicções pessoais, ou pelas circunstâncias e opinião predominante entre os demais” ? (questão 12 do roteiro de entrevista semi-estruturada com gestores - Apêndice I). O objetivo da mesma foi de verificar as crenças dos gestores sobre o lócus de controle das pessoas: eles

11 A baixa internalidade parece afetar diretamente a busca por realização,

em um sentido abrangente, de melhor qualidade de vida, de envolvimento em projetos pessoais, da busca por soluções fáceis e do rendimento acadêmico em particular (ABBAD; MENESES, 2004). Ao contrário, outros estudos demonstram uma correlação positiva significativa entre a alta internalidade, a assertividade e o grau de

as compreendem como sendo internamente ou externamente orientadas?

As subcategorias sistematizadas a partir de suas respostas foram as seguintes: “ Comportamentos das pessoas são determinados por opiniões próprias/ convicções pessoais” ; “ Comportamentos das pessoas são determinados pelas opiniões dos demais” ; “ Comportamentos das pessoas são determinados por opiniões próprias e pelas opiniões dos demais” e “ Lócus de controle depende da escolaridade” .

Já o lócus de controle do seu gestor percebido pelos subordinados foi conhecido por meio de suas respostas à seguinte questão: “ Em sua opinião, seu superior imediato comporta-se de acordo com suas convicções e opiniões próprias, ou conforme a opinião dos demais, mudando seus comportamentos conforme cada circunstância” ? (questão 20 do roteiro de entrevista semi- estruturada com subordinados – Apêndice II). Por meio desta questão objetivou-se conhecer a percepção dos subordinados sobre o lócus de controle de seu gestor, ou seja, se os mesmos demonstram se comportar com base em suas convicções pessoais, ou com base nas opiniões dos demais e circunstâncias.

As subcategorias sistematizadas a partir das respostas dos subordinados a esta questão são as seguintes: “ Comporta-se de acordo com opiniões próprias/ convicções pessoais” ; “ Comporta- se de acordo com opiniões dos demais/ circunstâncias” ; “ Comporta-se de acordo com as diretrizes da empresa” ; “ Comporta-se de acordo com opiniões próprias e opiniões dos demais” e “ Não soube responder” .

As crenças declaradas pelos gestores e os comportamentos gerenciais percebidos pelos subordinados, classificados em subcategorias, podem ser observadas no Quadro 6, apresentado a seguir.

6XE FDWHJRULDV &UHQoDV GHFODUDGDV SHORV JHVWRUHV &RPSRU WDPHQWRV JHUHQFLDLV SHUFHELGRV SHORV VXERUGLQDGRV 7UHFKR ,OXVWUDWLYR Comporta- mentos das pessoas são determinados por opiniões próprias/ convicções pessoais G6, G2, G7, G4, G3 ³HQWmRHXYHMR XPD FDUDFWHUtVWLFD PXLWRIRUWHGDV SHVVRDVpVH FRORFDUHPGH WHUHPDVVXDV LGHLDVDVVXDV FRQYLFo}HVDVXD FHUWH]D´ *  Comporta- mentos das pessoas são determinados pelas opiniões dos demais G5 ³(XDFKRTXHQR PHXVHWRU SUHYDOHFHD RSLQLmRGRV GHPDLV´ *  Comporta- mentos das pessoas são determinados por opiniões próprias e pelas opiniões dos demais G8 ³(XDFKRTXHp XPFRQMXQWRGRV GRLVDRPHVPR WHPSRHOHVHVWmR QXPDPELHQWH HOHVSURFXUDP WDPEpPVH GHIHQGHUHQWmR HXDFKRTXHpXP PLVWRGRVGRLV´ *  Quadro 6 – Síntese comparativa entre as crenças declaradas por gestores referentes ao lócus de controle das pessoas e o lócus de controle do seu gestor conforme percepção dos subordinados

6XEFDWHJRULDV &UHQoDV GHFODUDGDV SHORV JHVWRUHV &RPSRUWD PHQWRV JHUHQFLDLV SHUFHELGRV SHORV VXERUGLQDGRV 7UHFKR ,OXVWUDWLYR Lócus de controle depende da escolaridade G1 ³(XDFKRTXH QHVWDTXHVWmRp SHUFHSWtYHOR QtYHOGH HVFRODULGDGH 4XDQWRPHQRUD HVFRODULGDGH PDLVDVSHVVRDV WRPDPGHFLV}HV HWrPVHXV FRPSRUWDPHQWRV LQIOXHQFLDGRV SHORPHLR´ *  Comporta-se de acordo com opiniões próprias/ convicções pessoais S19, S2, S14, S5, S3, S7, S1, S16, S10, S9, S4, S17 ³1mRDFKRTXH HOHWHPD RSLQLmRSUySULD GHOH  $FKR TXHHOHpEHP GHFLGLGR´ 6  Comporta-se de acordo com opiniões dos demais/ circunstâncias S11, S6, S18, S8 ³(OH PXGD R FRPSRUWDPHQWR FRQIRUPH FDGD FLUFXQVWkQFLDV LVVRpXPSRQWR FUXFLDO GHOH´ 6 

Quadro 6 (cont.) - Síntese comparativa entre as crenças declaradas por gestores referentes ao lócus de controle das pessoas e o lócus de controle do seu gestor conforme percepção dos subordinados

6XEFDWHJRULDV &UHQoDV GHFODUDGDV SHORV JHVWRUHV &RPSRUWDPHQWRV JHUHQFLDLV SHUFHELGRVSHORV VXERUGLQDGRV 7UHFKR ,OXVWUDWLYR Comporta-se de acordo com as diretrizes da empresa S15 ³(X GLULD TXH HOH VH SRUWD H[DWDPHQWH FRQIRUPH D SROtWLFD GH WUDEDOKR GD HPSUHVD´ 6  Comporta-se de acordo com opiniões próprias e opiniões dos demais S13 ³(OH WHP XPD RSLQLmR GHOH EHP IRUPDGD PDVjVYH]HV VH GHL[D LQIOXHQFLDU SRU RXWUDV RSLQL}HV´ 6  Não soube responder S12 ³(X DFKR TXH TXH GHSHQGH 1mR PH OHPEUR GH QHQKXPD VLWXDomR´ 6  Quadro 6 (cont.) - Síntese comparativa entre as crenças declaradas por gestores referentes ao lócus de controle das pessoas e o lócus de controle do seu gestor conforme percepção dos subordinados

Conforme apresentado no Quadro 6, a subcategoria “ Comportamentos são determinados por opiniões próprias/ convicções pessoais” relativa às crenças dos gestores sobre o lócus de controle das pessoas foi a mais verbalizada, ou seja, aquela em que foram classificadas as respostas da maioria dos gestores (G6, G2, G7, G4, G3). As sínteses das verbalizações apresentadas a seguir ilustram esta subcategoria:

³1R FDVR GD PLQKD HTXLSH HOHV HVWmR EDVHDGRV PDLV HP FRQYLFo}HV SHVVRDLV *  ³   HQWmR HX YHMR XPD FDUDFWHUtVWLFD PXLWR IRUWH DVVLP GDV SHVVRDV p VH FRORFDUHPGHWHUDVVXDVLGHLDVGHWHUDV VXDVFRQYLFo}HVWHUDVXDFHUWH]D´ *  ³$FKRTXHDVFRQYLFo}HVVmREHPSHVVRDLV  DHTXLSHRQGHHXWUDWRDOLVmRSHVVRDV TXHWHPXPDHTXLSHWDPEpPMiWHPXPD HTXLSHSUySULDGHOHVpPDLVSRUFRQYLFomR SUySULD´ * 

Apenas um gestor declarou crer que os “ Comportamentos das pessoas são baseados nas opiniões dos demais” , assim como ilustra a síntese a seguir:

³3RGHVH GL]HU TXH DV SHVVRDV KRMH TXH WUDEDOKDP QD PLQKD HTXLSH VmR SHVVRDV MRYHQV UHFpPIRUPDGRV HVWDJLiULRV HX SHUFHER TXH PXLWDV GDV DWLWXGHV GRV SHQVDPHQWRVTXHHODVWrPXPSRXFRpGD HTXLSH 7HP XPD SHVVRD TXH WHP XP SHQVDPHQWR PDLV IRUWH p OtGHU HQWmR HOH FRQVHJXH FRQWDJLDU D RSLQLmR GHOH FRP WRGRV(XDFKRTXHQRPHXVHWRUSUHYDOHFH DRSLQLmRGRVGHPDLV´ * 

Outro gestor declarou crer que as duas situações acontecem, há pessoas internamente orientadas, e outras externamente orientadas (subcategoria “ Comportamentos são determinados por opiniões próprias e pelas opiniões dos demais” ), como pode ser observado em sua verbalização:

³(XDFKRTXHpXPDPLVWXUDGRVGRLVSRU TXH QXP FROHWLYR MRYHP FRPR SDUWLFXODUPHQWHpRQRVVRFDGDXPWHPOi VXDV IRUoDV LQWUtQVHFDV TXH R PRYHP HQWmRHXDFKRTXHpXPFRQMXQWRGRVGRLV DRPHVPRWHPSRHOHVHVWmRQXPDPELHQWH HOHVSURFXUDPWDPEpPVHGHIHQGHUHQWmR HXDFKRTXHpXPPLVWRGRVGRLV´ *  Um último gestor declarou acreditar que dependendo do nível de escolaridade, a orientação dos comportamentos mudará (subcategoria “ Lócus de controle depende da escolaridade” ). Quanto maior a escolaridade, mais internamente os comportamentos são orientados (lócus de controle interno). Segundo esta crença, o lócus de controle é dinâmico, mudando ao longo da vida e das experiências vivenciadas pelas pessoas. A síntese a seguir ilustra esta subcategoria:

³(X DFKR TXH DVVLP QHVWD TXHVWmR p SHUFHSWtYHORQtYHOGHHVFRODULGDGHVDEH" 4XDQWR PHQRU D HVFRODULGDGH PDLV DV SHVVRDV WRPDP GH GHFLV}HV H WrP VHXV FRPSRUWDPHQWRV LQIOXHQFLDGRV SHOR PHLR (QWmRVHXPDSHVVRDHVWiWUDEDOKDQGRHP XP VHWRU HOD DVVXPH D SHUVRQDOLGDGH GR VHWRU 7X FRORFDV HOD HP RXWUR VHWRU HOD DVVXPH D SHUVRQDOLGDGH GDTXHOH RXWUR VHWRU HQWHQGHX" ( j PHGLGD TXH HOD WHP XPDHVFRODULGDGHPDLRUXPDJUDGXDomR XPD FRLVD DVVLP D JHQWH SHUFHEH TXH PXGDLVVR´ * 

Foram relatados ainda fatores que, na opinião de um gestor (G6), incentivam o lócus de controle interno, tais como o estilo de gestão do fundador da empresa e a vontade de aprender. As sínteses das verbalizações deste gestor são apresentadas a seguir:



³(XDFUHGLWRTXHLVVRSRGHVHUSHORHVWLOR GH JHVWmR GD HPSUHVD D FDUDFWHUtVWLFD GHVVD HPSUHVD DWp SHORV YDORUHV GHOD R HPSUHHQGHGRULVPR D TXHVWmR GD LQRYDomR GR FUHVFLPHQWR LVVR p XPD FRLVD TXH HVWi PXLWR DUUDLJDGD QR HVWLOR GR SUySULR SUHVLGHQWH (QWmR HX DFUHGLWR TXHHOHFRQVHJXLXWUDQVIHULUFHUWDVFRLVDV WDPEpPSURVJHVWRUHVGDViUHDVHRHVWLOR GHVVD HPSUHVD p PXLWR SHFXOLDU GR PHX SRQWR GH YLVWD VH GLIHUHQFLD PXLWR GDV HPSUHVDVDTXLGDUHJLmRFRLVDVTXHSUDV HPSUHVDV QmR WHP YDORU SUD QRVVD WHP PXLWRYDORU´ * 

³8PDFRLVDTXHVHPSUHPHFKDPRXPXLWR DDWHQomRpDMXYHQWXGHDVSHVVRDV$TXL VmR PXLWR MRYHQV H HODV WrP XPD VHGH H XPD QHFHVVLGDGH PXLWR JUDQGH GH DSUHQGHU HODV VHPSUH HVWmR EHP GLVSRVWDVSRUH[HPSORDVXDSHVTXLVDVH IRVVHOiQDTXHODRXWUDHPSUHVDQmRLDVHU YLVWD FRP WmR ERQV ROKRV DTXL p YLVWD FRPRSRVLWLYRµDKTXHERPTXHDOJXpPWD ID]HQGRDOJXPDFRLVDLVVRTXHUGL]HUTXH YDLWHUXPUHWRUQRLVVRTXHUGL]HUTXHYDL VHU SURPRYLGR QR WUDEDOKR¶ HOHV QHP VDEHPRTXHHVVHUHVXOWDGRSRGHWUD]HUGH ERP SUD HOHV FRODERUDUDP EHP GH SHLWR DEHUWR´ * 

Além disso, um gestor (G7) declarou crer que as pessoas, por serem internamente orientadas, possuem convicções pessoais arraigadas que podem conflitar com os valores da organização,

caso ambos não estejam alinhados. Esta crença pode ser melhor compreendida por meio do seu relato, apresentado a seguir:



³3URILVVLRQDLV FRP EDVWDQWH WHPSR GH FDUUHLUDWrPXPSRXFRGHYtFLRVHWHQGHP D WUDEDOKDU GDTXHOD IRUPD (OHV HVWmR FRQYLFWRVTXHDTXLORpDPDQHLUDFRUUHWD SUD HOHV 3RU H[HPSOR RV IXQFLRQiULRV HOHVWrPFRQYLFomRGHTXHRWUDEDOKRGHYH VHUIHLWRGHWDOPDQHLUDHQTXDQWRTXHWRGD D HPSUHVD WRGR R UHVWR GD FRUSRUDomR TXHUGLIHUHQWH(HOHVVHQHJDYDPSRUWHU HVVDFRQYLFomRGHTXHDPDQHLUDFHUWDGH ID]HU DTXHOH WUDEDOKR HVSHFLILFR HUD GH RXWUD IRUPD (QWmR JHUD DWp DWULWRV SHVVRDLV SRU PRWLYR GH GLVFRUGDU FDGD XPGDVXDGDVXDILORVRILDYDPRVGL]HU´ * 

Por fim, um gestor (G1) declarou compreender que as pessoas externamente orientadas declaram ser internamente orientadas, ou seja, para este gestor as pessoas se comportam conforme as circunstâncias externas, porém afirmam se comportar conforme suas próprias convicções. A síntese de sua verbalização é apresentada a seguir.

³0DVQRJHUDODVVLPQRFKmRGHIiEULFD pRSHVVRDOpLQIOXHQFLDGRSHORVRXWURV SHOR PHLR p EDVWDQWH LQIOXHQFLDGRe GLItFLO SDUD DV SHVVRDV SHUFHEHUHP LVVR µ$KHXHVWRXWRPDQGRDPLQKDGHFLVmRD PLQKD RSLQLmR¶ PDV QmR p LVVR QD UHDOLGDGHHOHHVWiVHQGRLQIOXHQFLDGRSHOR JUXSRSHORWRGRQmRTXHWRGRPXQGRQmR VHMD Qp" ,QIOXHQFLDGR SHOR PHLR PDV PXGDUGHRSLQLmRWRWDOPHQWHGHXPDKRUD SUD RXWUD p  LVVR DFRQWHFH EDVWDQWH´ * 

Já com relação ao lócus de controle do gestor conforme percepção dos subordinados, a maioria (S19, S2, S14, S5, S3, S7, S1, S16, S10, S9, S4, S17) relatou perceber que seu gestor “ Comporta-se com base em suas opiniões próprias e convicções pessoais” . As sínteses dos relatos a seguir esclarecem esta subcategoria:

³$FKRTXHHOHWHPDRSLQLmRSUySULDGHOH 1mR YHMR HOH DOWHUDomR QHOH QHVVH VHQWLGR DVVLP DFKR TXH WHP RSLQLmR SUySULD  $FKRTXHHOHpEHPGHFLGLGR DVVLP FRP DV RSLQL}HV GHOH GLItFLO HOH WHPRVDUJXPHQWRVPXLWRIRUWHVHOHpEHP GHFLGLGRHXDFKR´ 6 



³(X DFKR TXH HOH WHP D SHUVRQDOLGDGH GHOH H DJH FRPR HOH p RX FRPR HOH FRPR p TXH YRX GL]HU FRPR HOH LQWHUSUHWRX XPD VLWXDomR 3RGH DWp RXYLU RXWUDVRSLQL}HVPDVDLQWHUSUHWDomRGHOH HX DFKR TXH HOH WHQWD FRQYHQFHU TXH p D FRUUHWD   $FKR TXH SUHYDOHFHP DV RSLQL}HVGHOH´ 6 

Alguns outros subordinados (S11, S6, S18, S8) relataram perceber que seu gestor “ Comporta-se de acordo com opiniões dos demais/ circunstâncias” . Os seguintes relatos elucidam esta subcategoria:



³6HJXQGD RSomR HOH p PXLWR PDOHiYHO $VVLPDJHQWHVHPSUHFRVWXPDGL]HUTXHD JHQWHWHPTXHVHUD~OWLPDSHVVRDDIDODU FRP HOH QR GLD Dt D JHQWH p Dt p FRPLJRTXHHOHYDLpDPLQKDRSLQLmRTXH HOHYDLVHJXLU(XIDOHLTXHHOHpDJHQWH FRQVHJXHLQGX]LUHOHWLSRVHQmRIRUQDGD ILQDQFHLUDPHQWH TXH WHP JDVWRV D JHQWH FRQVHJXH LQGX]LU HOH SUR QRVVR ODGR   (OHPXGDRFRPSRUWDPHQWRFRQIRUPHFDGD

FLUFXQVWkQFLDV FRP FHUWH]D LVVR p XP SRQWRFUXFLDOGHOH´ 6 



³$FKR TXH p XPD SHVVRD EHP LQIOXHQFLiYHO 7HP FRQYLFo}HV SUySULDV PDV WHP GLILFXOGDGH GH FRORFDU HODV ¬V YH]HVQmRTXHUVHLQGLVSRUFRPDVSHVVRDV IDODU DV FRLVDV TXDQGR VXUJHP   ¬V YH]HV YDL PXLWR SHOR TXH D GLUHomR TXHU SHORTXHRRXWURVHWRUIDOD´ 6  Um subordinado (S15) relatou perceber que seu gestor “ Comporta-se de acordo com as diretrizes da empresa” . Apesar das diretrizes da empresa se constituir em fatores externos que podem influenciar o comportamento do gestor, optou-se por classificar esta percepção em uma subcategoria separada daquela em que os subordinados relataram perceber que seu gestor comporta-se conforme opiniões dos demais/ circunstâncias. Isso porque o conteúdo das duas subcategorias é diferente. Enquanto na subcategoria ‘Comporta-se de acordo com opiniões dos demais/ circunstâncias’ a ênfase está na influência das demais pessoas sobre o comportamento do gestor, na subcategoria ‘Comporta-se de acordo com as diretrizes da empresa’ a ênfase está na influência das diretrizes organizacionais sobre o comportamento do gestor. A síntese do relato deste subordinado ilustra esta subcategoria:

³&DGD SHVVRD WHP XPD FDUDFWHUtVWLFD PXLWR SHVVRDO GH WUDEDOKR 0DV HOH HX GLULD TXH HOH VH SRUWD H[DWDPHQWH FRQIRUPH D SROtWLFD GH WUDEDOKR GD HPSUHVD2TXHpSUDVHUpRTXHHOHID] &RQIRUPHDVGLUHWUL]HVGDHPSUHVD&ODUR TXH H[LVWH WRGR XP ERP VHQVR HP YRFr SHJDU HVVD LQIRUPDomR H VDEHU WUDEDOKDU FRPHOD(QWmRDHPSUHVDWRPDDGLUHWUL] YDLVHUGHVVDIRUPD(HOHID]GHVVDIRUPD 7DPEpP HOH p PXLWR SURILVVLRQDO QHVVH SRQWR6HDHPSUHVDGL]TXHpLVVRpLVVR

TXH YDL VHU &ODUR TXH H[LVWH XPD IOH[LELOLGDGHSUDQmRHQJHVVDURSURFHVVR Qp"0DVHOHVHJXHDQRUPDGDHPSUHVDH SDVVDLVVRSUDQyVWDPEpP´ 6  Outro subordinado relatou perceber que seu gestor comporta-se com base tanto em opiniões próprias, como nas opiniões dos demais/ circunstâncias, dando origem à subcategoria ‘Comporta-se de acordo com opiniões próprias e opiniões dos demais’ . Seu relato, apresentado a seguir, justifica esta subcategoria:

³¬VYH]HVDVVLPHXDFKRTXHHOHpEHP HOH WHP XPD RSLQLmR GHOH EHP IRUPDGD PDVjVYH]HVHOHVHGHL[DLQIOXHQFLDUSRU RXWUDV SRU RXWUDV RSLQL}HV DQWHV GH YLU FRQYHUVDUFRPLJR(OHWHPDRSLQLmRGHOH PDVTXDQGRHXDFKRTXHpXPTXDQGR VHLOiXPDVLWXDomRGHSUHVVmRTXDQGRR SURGXWR WHP TXH VDLU TXH HVWi GDQGR DOJXP SUREOHPD HOH VH GHL[D OHYDU SRU DTXHOH IDWR H QmR FRQYHUVD FRPLJR DQWHV SUD VDEHU R TXH TXH DFRQWHFHX QD YHUGDGH´ 6 

Houve um subordinado (S12) que não soube responder, conforme relato a seguir: ³(XDFKRTXHTXHGHSHQGH1mRPH OHPEURGHQHQKXPDVLWXDomR´ (S12).

Além das subcategorias explanadas anteriormente, os subordinados relataram ainda algumas características dos comportamentos dos seus gestores embasados em opiniões próprias/ convicções pessoais. Em tais relatos foram abordadas a abertura ao diálogo (S3, S7 e S1), em que estes subordinados afirmaram que seus gestores, mesmo demonstrando convicções pessoais, são abertos ao diálogo, conforme ilustra o relato a seguir



³2OKD HOH p XPD SHVVRD EHP VHJXUD p XPD SHVVRD TXH WHP RSLQLmR GH GHOH p

XPD SHVVRD EHP WUDQTXLOD SUD DFHLWDU WDPEpP RSLQL}HV Qp" e XPD SHVVRD DWp DFHVVtYHO SUD LVVR QmR Vy FRPLJR DFKR FRPDVSHVVRDV(OHWURFDEDVWDQWHLGpLD HQWmRHOHpXPFDUDWUDQTXLORDVVLPQmR pXPFDUDWmRWD[DWLYRVDEH"´ 6  Porém, um subordinado (S16) relatou perceber que seu gestor não dá abertura para o diálogo, conforme ilustra seu relato: ³3RUTXH TXDQGR HOH GL] QLQJXpP TXHVWLRQD Qp" 7X YDL TXHVWLRQDU WX YDL HQWUDUQXPDGLVFXVVmRTXHQmRYDLOHYDUD QDGD p D SDODYUD GHOH TXH YDL JDQKDU HQWmR QmR VH IDOD -i DFRQWHFHX YiULDV YH]HV)L]HPRVRTXHHOHIDORXHFRPHoDD GDUSUREOHPD(HOHGL]TXHWHPTXHVHUGD IRUPDWDOHDJHQWHVDEHTXHVHXVDURXWUD IRUPDYDLVHUPHOKRU0DVFRPRHOHDFKD DIRUPDGHOHpTXHSUHYDOHFHHQXQFDGi FHUWR1yVMiSURYDPRVTXHGDIRUPDTXH DJHQWHID]GiFHUWR(GHSRLVTXHDJHQWH PRVWUD TXH R SURGXWR TXH HOH PDQGRX ID]HUHRRXWURTXHDJHQWHIH]SRUFRQWDD QRVVDHOHYrTXHGHXGLIHUHQoD(OHDFHLWD PDV D SDODYUD GHOH VHPSUH SUHYDOHFH´ 6 



Um subordinado (S10) relatou ainda, que às vezes há flexibilidade por parte do seu gestor, outras vezes não: ³( GHSHQGHQGRGDVLWXDomRSRGHWHUXPSRXFRGHPDLVIOH[LELOLGDGH RXQmR´ (S10).

Além disso, um subordinado (S14) relatou que seu gestor perde o controle emocional, sendo esta uma característica das convicções pessoais do gestor, conforme relatos a seguir ³e DFKRTXHQHQKXPVHUKXPDQRpSHUIHLWRQp"'HYH]HPTXDQGR HOHWHP³FKLOLTXHV´DVVLPFRPRTXDOTXHURXWURWHP´ (S14).

Outras características dos comportamentos gerenciais baseados em opiniões próprias/ convicções pessoais citadas foram: gestor possui grande capacidade de persuasão (S9), gestor muda de opinião quando percebe que errou (S14); as convicções do gestor baseiam-se em evidências (S7); e é difícil de convencer o gestor (S5, S9).

Outros subordinados citaram algumas razões que compreendem contribuir para a ocorrência de comportamentos gerenciais embasados nas opiniões dos demais. As razões citadas foram as seguintes: gestor tem dificuldade de impor sua opinião