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6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1. TEORIAS FUNDAMENTAIS

6.1.1. ESGOTO SANITÁRIO DOMÉSTICO

6.1.1.4. Tratamento do Esgoto Sanitário Doméstico

6.1.1.4.4. Lagoas anaeróbias:

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP)63 define a lagoa anaeróbia como um reator de extenso tamanho cuja conversão bioquímica é processada pela presença de micro-organismos anaeróbios. Estes micro-organismos são sensíveis às variações extremas em condições operacionais tais como o pH, temperatura e condições de mistura. Projetos deste tipo devem ser feitos de modo que essas condições sejam mantidas muito próximas a seus valores de referências, ou seja, o pH aproximadamente neutro, a a temperatura entre 15ºC e 30ºC. Para as condições de mistura, a diferença de outras lagoas, onde a força motora é a eólica, a agitação acontece pelo borbulhamento de gases que são produzidos no processo, podendo ser adicionada a recirculação do esgoto para uma melhor combinação (SABESP, 2009, p. 16).

Imagem 10: Estrutura das lagoas anaeróbias.

Fonte: BRASIL, Sabesp. Norma técnica sabesp. NTS 230. Projeto de lagoas de estabilização e seu tratamento complementar para o esgoto sanitário. [on-line]. p. 17. Disponível em: >>http://www2.sabesp.com.br/normas/nts/nts230.pdf<<. Acesso: 14/11/16 às 01:36hs.

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BRASIL, Sabesp. Norma técnica sabesp. NTS 230. Projeto de lagoas de estabilização e seu tratamento complementar para o esgoto sanitário. [on-line]. Disponível em: >>http://www2.sabesp.com.br/normas/nts/nts230.pdf<< p. 3. Acesso: 14/11/16 às 01:36hs.

Nas lagoas anaeróbias para que seja viável a captação do gás produzido, as dimensões devem ser tais que elas apresentem um área superficial menor, mas por conseguinte, a sua profundidade deve ser maior 64.

A ABNT define ao tratamento secundário como o conjunto de operações e procedimentos unitários que buscam a remoção da matéria orgânica, que ocorre depois que foi feito o tratamento primário, com uma eficácia de remoção dos sólidos em suspensão e de demanda química de oxigênio (DBO), aproximadamente de 80 a 90%65. Segundo Callado, N. H. & Das Neves, M. G. F. P. (2005), o tratamento secundário tem como objetivo principal a remoção da DBO dos esgotos que são submetidos a este tratamento. No entanto, por tratar-se de processos biológicos, o efluente final apresenta características físico-químicas, muito semelhantes. No Brasil os tratamentos secundários mais empregados são; os sistemas do lodo ativado; as lagoas de estabilização „„facultativas‟‟; as lagoas aeradas e filtros biológicos „„filtros de areia, valas de filtração, filtros aerados submersos e os filtros plantados com macrófitas‟‟66

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Por último conforme a ABNT, O tratamento terciário é o conjunto de operações e procedimentos unitários que buscam a remoção de nutrientes e micro-organismos principalmente67. Para Callado, N. H. & Das Neves, M. G. F. P. (2005) o objetivo do tratamento terciário é melhorar a qualidade do esgoto resultante do tratamento secundário, mediante a remoção de patógenos, desinfecção, e em outros casos a remoção de nutrientes (nitrogênio e fosforo). Técnicas químicas são aplicadas, como desinfecções derivados do cloro e as lagoas de maturação, abundantemente aplicadas no Brasil em processos biológicos. Na atualidade estão sendo empregados tratamentos com radiação ultravioleta para conseguir a desinfecção de micro-organismos contaminantes. Elementos de

64 BRASIL, Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Norma técnica sabesp. NTS 230. Projeto de

lagoas de estabilização e seu tratamento complementar para o esgoto sanitário. [on-line]. Disponível em: >>http://www2.sabesp.com.br/normas/nts/nts230.pdf<< p. 17. Acesso: 14/11/16 às 01:36hs.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-12.209: elaboração de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos sanitários. 2. ed. 2011, p. 7. Disponível em: >>http://www.mpf.mp.br/atuacao- tematica/ccr4/documentos-e-publicacoes/outros-

sites/122092011Elaboraodeprojetoshidrulicossanitriosdeestaesdetratamentodeesgotossanitrios.pdf<<. Acesso: 11/11/16 às 17:35hs.

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CALLADO, N. H.; DAS NEVES, M. G. F. P. Gestão das águas urbanas. Curso de aperfeiçoamento em gestão de recursos

hídricos [modalidade à distância]. UFSC/UFAL. 2005, p. 50. Disponível em:

>>http://capacitacao.ana.gov.br/Lists/Editais_Anexos/Attachments/23/08.Gestao_Agua_Urb-220909.pdf<<. Acesso: 07/11/2016 às 04:11hs.).

67ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-12.209: elaboração de projetos hidráulico-sanitários de

estações de tratamento de esgotos sanitários. 2. ed. 2011, p. 7. Disponível em: >>http://www.mpf.mp.br/atuacao- tematica/ccr4/documentos-e-publicacoes/outros-

sites/122092011Elaboraodeprojetoshidrulicossanitriosdeestaesdetratamentodeesgotossanitrios.pdf<<. Acesso: 11/11/16 às 17:35hs.

tratamento que buscam o potencial de filtrar, também são utilizados para impulsionar um polimento do esgoto tratado no nível secundário.

O Quadro 4 apresenta os principais níveis de tratamento de esgoto e águas residuárias, bem como os principais objetivos e as tecnologias empregadas em cada etapa.

Quadro 4: Níveis de tratamento, objetivos e alternativas tecnológicas empregadas.

Tratamento preliminar/primário

(afluente)

Tratamento secundário Tratamento terciário (efluente)

Objetivos:

- Remoção de sólidos.

- Digestão dos sólidos retidos.

Alternativas tecnológicas.

- Grados, peneiras, caixa de

areia, desarenadores.

- Tanque séptico.

- Reatores UASB (digestão

anaeróbia dos sólidos

retidos). Objetivo: - Remoção da DBO. Alternativas tecnológicas. Anaeróbias. - Reatores UASB. - Lagoas anaeróbias. - Filtros anaeróbios. Aeróbias. - Lodo aditivado. - Lagoas facultativas. - Lagoas aeradas. - Filtro de areia. - Vala de filtração. - Filtros percoladores. - Filtros aerados submersos.

Objetivos: - Transformação do N e P. - Desinfecção do efluente. Alternativas tecnológicas. - Lagoas de maturação. - Filtros de areia.

- Filtros plantados com macrófitas.

- Tanque de coloração. - Ultravioleta.

- Ozônio.

- Dióxido de cloro (específicos

para desinfecção).

Fonte: Sezerino & Bento, 2005 apud CALLADO, N. H. & DAS NEVES, M. G. F. P., 2005, p. 51.

Disponível em:

>>http://capacitacao.ana.gov.br/Lists/Editais_Anexos/Attachments/23/08.Gestao_Agua_Urb- 220909.pdf<<. Acesso: 07/11/2016 às 04:11hs.).