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5 PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE

5.2 LANÇAMENTO DO PROCESSO E CONSTITUIÇÃO

NUCLEO GESTOR

Em 12 de junho de 2006 através do decreto 4.215/06, o prefeito de Florianópolis inicia o processo de elaboração do Plano Diretor Participativo. Neste mesmo ano e em 2007, a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) começou a se organizar para a criação do trabalho e apresentação do que era esse novo processo de elaboração do plano diretor do município, distribuindo materiais informativos aos cidadãos (anexo B).

A gestão anterior, prefeita Ângela Amin, tentou fazer alguns anos antes, alterações no plano diretor de 1997, com o intuito de adaptar-se ao Estatuto da Cidade, aplicando alguns instrumentos, porém a participação popular não ocorreu.

A gestão de 2004, prefeito Dário Berger, em uma reunião pública no IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), em 06 de julho de 2006 (figura 6), informou a população e mobilizou para a participação popular no planejamento da cidade (figura 7), para cumprir a Lei Estatuto da Cidade. Nessa oportunidade também foi explicado o

processo participativo de planejamento da cidade e houve uma primeira proposta da PMF de composição do NGM.

Figura 6 – Primeira reunião pública em 06/07/06 Fonte: Arquivo NDCampeche.

Figura 7 – Fluxograma de trabalho apresentado para o NGM (IPUF, 2006)

Fonte: Arquivo NDCampeche.

Em 1° de agosto de 2006 houve a primeira audiência pública municipal, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), na qual foi apresentada à população como seria o Plano diretor Participativo, o cronograma das reuniões distritais (anexo C) e como seria constituído o NGM (figuras 8 e 9).

Figura 8 – Primeira audiência pública municipal (TAC – 01/08/06). Fonte: Arquivo NDCampeche

Figura 9 – Primeira audiência pública municipal (TAC – 01/08/06). Fonte: Arquivo NDCampeche.

Nesse momento, houve discordância por parte dos presentes sobre a constituição proposta para o NG que, conforme dito acima, limitava-se a membros do Poder Executivo e da sociedade civil organizada. Representantes dos movimentos sociais propuseram uma adaptação na composição apresentada pela PMF, incluindo representação de base territorial, segundo a qual cada distrito do Município teria um representante no NGM. O setor empresarial também fez uma proposta alternativa de composição, incluindo representante do setor de hotelaria e turismo. A decisão foi a votação, e a proposta dos movimentos sociais foi vitoriosa.

Foi apresentado também nesta APM, como se escolheriam os representantes dos distritos que poderiam interferir na representatividade, a divisão que o município teria em relação ao processo, para que fossem exercidos os trabalhos nos distritos, e por fim foi apresentado os assuntos que seriam discutidos.

A partir disso, houve um longo processo de definição dos representantes distritais. Em cada núcleo e subnúcleo (explicado a seguir) houve uma audiência pública distrital (APD), para que o processo fosse apresentado sucintamente e para que candidatos a representantes pudessem se identificar e defender por que gostariam de representar seu distrito. Em seguida era consensuado ou havia votação para eleger o representante, conforme a situação.

O NGM foi constituído entre agosto e novembro de 2006. Iniciou com 26 membros (proposta PMF) e após a eleição dos representantes distritais passou a contar com 39 membros titulares. Estes, distribuídos em três representações: representantes do governo (10 pessoas), representantes da sociedade e organizações (16 pessoas) e representantes distritais (são 12 núcleos distritais (ND), sendo que o distrito sede está dividido em ilha e continente), totalizando 13 ND (figura 10).

Em dois dos distritos, Centro Ilha e Pântano do sul, houve polêmica quanto à validade da audiência que elegeu o representante. Os candidatos derrotados contestaram o resultado e o processo de definição arrastou-se ainda por vários encontros do NGM. No Pântano do Sul, os moradores escolhiam o grupo com o qual mais se identificavam e participavam do processo (nesse distrito houve duas APDs de aprovação das diretrizes). No Centro Ilha, foi considerado válido o resultado original.

Figura 10 – Fluxograma de trabalho apresentado para o NGM (IPUF, 2006)

Fonte: Arquivo NDCampeche.

Este NGM passa a se reunir quinzenalmente para avaliar e obter esclarecimentos sobre o processo do PDP, e todos os apontamentos eram descritos em ata de reunião (anexo D). Os representantes assinavam uma lista de presença (anexo E) para registro e controle da PMF sobre as reuniões do NGM e, na reunião seguinte, tomavam conhecimento do conteúdo da ata, para aprovação de todos (figuras 11 - 13).

Figura 11 – Reunião do Núcleo Gestor de Florianópolis (2006) Fonte: Renato Saboya.

Figura 12 – Reunião do Núcleo Gestor de Florianópolis (2006) Fonte: Renato Saboya.

Figura 13 – Reunião do Núcleo Gestor de Florianópolis (2006) Fonte: Arquivo NDCampeche

Os núcleos distritais são: Sede (ilha e continente), Santo Antonio, Ratones, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ingleses, Rio Vermelho, Barra da Lagoa, Lagoa da Conceição, Campeche, Pântano do Sul e Ribeirão da Ilha (figura 14).

Figura 14– Divisão dos núcleos distritais para o processo do PDP (2010) Fonte: Ipuf.

Como o município e sua população são relativamente grandes, para facilitar o desenvolvimento do processo, dentro do distrito constituem-se subdistritos, como no distrito Sede Ilha, em que há subdistritos ou subnúcleos, que são: Maciço da Costeira, Maciço Central, Itacorubi e Saco Grande. E no distrito Sede Continente há os subdistritos: Jardim Atlântico, Capoeiras, Estreito e Coqueiros. Para facilitar a discussão do processo de 12 núcleos ficaram um total de 18 distritos e subdistritos (figuras 15 e 16) definidos por todos os participantes, sendo que cada distrito abrange mais de um bairro, como no exemplo do subdistrito Saco Grande, que abrange os bairros Saco Grande, João Paulo e Monte Verde.

Figura 15 – Divisão dos bairros do município de Florianópolis (2010) Fonte: Ipuf.

Figura 16 – Mapa da população por distrito com a divisão distrital (2010) Fonte: Ipuf, adaptado pela autora.

O Núcleo Distrital é um colegiado composto por moradores do distrito (cada distrito tem sua representação), representantes de entidades, associações de bairro e segmentos sociais. A escolha dessa representação foi feita através das audiências públicas distritais (APD) nos próprios distritos, com votação da melhor representação pela comunidade, conforme relatado anteriormente.

O ND tem como função, no âmbito do distrito, o que o NGM faz na esfera municipal: planejar, organizar, mobilizar a população e fomentar a discussão nas leituras comunitárias, propor e aprovar diretrizes de melhoria para o plano diretor nas comunidades, garantindo a transparência pública, a democracia e a participação ativa da sociedade civil, estimulando o planejamento democrático.

Segundo a PMF (2012), foram incorporados ao Núcleo Gestor Municipal um representante de cada distrito do município, somando mais 13 integrantes ao NGM (eram 26 membros), que totalizou 39 membros, eleitos com a finalidade de promover eventos públicos comunitários e institucionais, (fóruns, oficinas e reuniões). Estes representantes eram auxiliados pelos representantes dos subdistritos que também participavam das reuniões do NGM, entretanto sem direito a voz completamente.

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