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4. SEGUIMENTO DURANTE A FASE DE CONSTRUÇÃO

4.1 P LATAFORMA DE I NJEÇÕES

Os trabalhos de recuperação do Túnel Esquerdo começaram como previsto em projeto, pelos trabalhos de injeção (ver capítulo 3.3.5.1) uma vez executada a plataforma por cima da zona colapsada.

Os trabalhos de escavação e remoção de escombros para construção da plataforma realizaram-se nos meses de junho e julho de 2013. As perfurações para as injeções iniciaram-se no dia 15 de julho de 2013 e concluíram-se no dia 21 de outubro de 2013. As Figuras 4.1 e 4.2 mostram uma vista da plataforma durante e depois de concluídos os trabalhos de perfuração e injeção.

Figura 4.1 – Vista da plataforma durante os trabalhos de perfuração e de injeções.

PLATAFORMA LADO MÉXICO

PLATAFORMA LADO TUXPAN

Figura 4.2 – Vista aérea da plataforma posterior à finalização dos trabalhos de injeção.

Na Figura 4.3 pode-se ver uma planta com a localização das 185 perfurações executadas para os trabalhos de injeção. Em parte da plataforma, principalmente na zona localizada do lado Tuxpan, tiveram que executar-se perfurações inclinadas para poder alcançar a zona colapsada envolvendo o Túnel Esquerdo, uma vez que à superfície não foi possível conformar uma plataforma horizontal localizada exatamente por cima da largura correspondente ao Túnel Esquerdo.

Figura 4.3 – Planta com a localização da plataforma para execução dos trabalhos de perfuração e injeções.

PLATAFORMA LADO TUXPAN

PLATAFORMA LADO MÉXICO

Durante as injeções levou-se um controlo rigoroso das pressões e das admissões de calda no terreno.

Mantendo uma pressão constante de 8 kg/cm2, conseguiu-se injetar a calda de maneira adequada.

Em seguida se definem os critérios de injeção utilizados (CONNET, 2013):

• Em todas as perfurações injetar-se-á no sentido ascendente em tramos de 1,5 m, num

comprimento de 21,5 m, medidos desde o fundo das mesmas, comprimento este que cobre uma altura desde a base do túnel até 10 m por cima do túnel.

• Relações A/C em caldas e A/C/A em argamassa:

o Calda Tipo 1 – relação A:C (1:1) – caso generalizado da calda de injeção;

o Calda Tipo 2 – relação A:C (1:2) – caso específico de reinjeções em perfurações com admissões elevadas;

o Argamassa – relação A:C:A (Areia), 1:1:1.

• Começará a injetar-se a calda correspondente à Calda Tipo 1, salvo se durante a perfuração ficarem referenciadas ou se detetarem vazios de grande magnitude a uma determinada profundidade, em que, nestes casos, deverá injetar-se desde o início com argamassa.

• Como critérios de paragem nos tramos de 1,5m de injeção, fixaram-se os seguintes:

1. Critério de paragem por pressão – dentro dos 21,5 m a injetar com pressão em cada perfuração, medidos desde o fundo, estabelece-se como pressão máxima à boca de injeção 6-8 kg/cm2, 7 kg/cm2 como valor médio, para que a injeção termine num determinado

tramo de uma perfuração. Isto é, alcançando-se uma pressão entre 6-8 kg/cm2 por tramo

sem que se tenha alcançado o volume máximo previsto para cada perfuração, passar-se-á à injeção do tramo imediatamente superior.

2. Alternativas de injeção e volumes máximos na primeira fase de injeção: contemplam-se as

seguintes possibilidades:

a) Volume máximo de Calda Tipo 1 por tramo de injeção = 2400 l;

b) Em caso de se superar o limite em volume estabelecido, proceder-se-á, sem paragem

no processo de injeção, à mudança da relação A:C, passando-se a injetar Calda Tipo 2, (A:C = 1:2), até um volume máximo de 1500 l, se antes não se alcançou a pressão máxima definida.

c) Se com os volumes injetados em a) e b), que somam um total de 3900 l/tramo de 1,5

m, não se conseguir alcançar a pressão de paragem, realizar-se-á um dos dois procedimentos seguintes:

• Proceder-se-á à injeção de argamassa.

• Abandonar-se-á a perfuração nesta primeira fase de injeção e novamente se

reinjetará quando a totalidade das perfurações, primárias e secundárias, que o rodeiam estejam injetadas na sua totalidade.

• Definem-se as perfurações perimetrais e internas, do mesmo modo que as primárias e

secundárias, por forma a iniciar os trabalhos de injeção pelas perfurações perimetrais e primárias para em seguida passar às secundárias e internas.

Para cada perfuração realizaram-se partes de trabalho, para controlo das perfurações e injeções assim como da quantidade de calda total injetada por cada tramo de cada perfuração. Nos Quadros 4.1 e 4.2 podem-se ver exemplos das partes de controlo dos trabalhos de perfuração e injeção, respetivamente, para a perfuração nº 177.

Quadro 4.1 – Quadro de controlo dos trabalhos de perfuração (ex. perfuração nº 177) (CONNET, 2013)

A profundidade total das perfurações variou entre 44 e 45 m na plataforma lado México e entre 42 e 43 m na plataforma lado Tuxpan. A inclinação das perfurações com a vertical variou entre 0º e 10º na plataforma lado México e entre 7º e 18º na plataforma lado Tuxpan.

Quadro 4.2 – Quadro de controlo dos trabalhos de injeção (ex. perfuração nº 177) (CONNET, 2013)

Depois de terminados os trabalhos de injeção alcançou-se um total de 1433 m3 de calda injetada,

inferior aos 4000 m3 previstos inicialmente, apesar de ser um volume estimado no início dos trabalhos

e que podia sofrer alterações de acordo com o índice de vazios efetivamente existente no material produto do deslizamento.

Em planta, a admissão de calda distribuiu-se de forma quase homogénea com maior percentagem na plataforma do lado Tuxpan (58%) que do lado México (42%) da totalidade da calda injetada.

Em seção transversal, a distribuição da calda concentrou-se na zona correspondente à seção de escavação do túnel. Na Figura 4.4 pode-se ver um mapa de admissões de calda para a seção representativa k654+560 no qual, através de contornos de distintas cores, se indica a quantidade de calda que penetrou no terreno por metro linear.

Figura 4.4 – Mapa de admissões de calda das injeções na seção k654+560 (CONSULTEC, 2013f)

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