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CAPÍTULO IV Estágio – Apresentação e análise de dados

3. Lecionação autónoma

A lecionação autónoma foi desenvolvida em dois blocos de aulas: no 1º bloco de aulas, a lecionação foi autónoma embora a aula tenha sido construída (exercícios e seleção musical) pela professora cooperante, com exceção às duas primeiras aulas; no 2º bloco de aulas, a lecionação foi autónoma tal como a planificação e construção da aula.

1º Bloco de aulas da lecionação autónoma

Esta fase teve início após as duas últimas aulas anteriores da lecionação partilhada (4º bloco de aulas da lecionação partilhada). Os objetivos e as estratégias pedagógicas que foram utilizadas foram os mesmos.

Em seguida apresentamos uma tabela-resumo com as planificações correspondentes ao 1º bloco de aulas da fase da lecionação autónoma:

Data Conteúdos programáticos Objetivos Estratégias

pedagógicas 10/01/18 11/01/18 Walks Articulações Abdominais Pernas Costas Flexibilidade

- Objetivos técnicos: resistência, preparação física, consciência corporal e espacial, postura, coordenação, tonicidade e flexibilidade. - Objetivos metacognitivos e autorregulatórios: autoeficácia e monitorização. - Explicações verbais; - Demonstração; - Proporcionar tarefas desafiadoras; - Ensinar estratégias de aprendizagem; - Apoio positivo; - Questionamento. 17/01/18 18/01/18 24/01/18 25/01/18 31/01/18 01/02/18 07/02/18 08/02/18 21/02/18 22/02/18 - Aquecimento.

- Chão: warm up; contractions; trabalho de isolamentos; bounces com isolamentos de cabeça; exercício para trabalho de pés e rotação interna;

swings com deslocações; exercício de

subida do chão.

- Centro: plíés com curve; bounces no centro; tendus com voltas; rebounds e

drops com kicks; exercício de

pirrouettes; adagio com spiral turns e lunge com passés; saltos no centro.

- Objetivos metacognitivos e

autorregulatórios: compreensão, análise e reflexão sobre as aprendizagens na aula; trabalho de desenvolvimento da memória; promover a concentração e a atenção; monitorização; autoeficácia. - Demonstração; - Explicações verbais; - Uso de imagens visuais; - Trabalho de memória individual; - Feedback positivo; - Ajuda individual; - Questionamento; - Trabalho de pares.

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- Deslocamentos: andares; triplets

walks; triplets runs; hops a trocar e sautés; saltos e falls.

Tabela 7 – Planificação do 1º bloco de aulas da lecionação autónoma

Na primeira planificação [apêndice K], os exercícios que foram desenvolvidos nestas aulas começaram com o aquecimento, como no período letivo anterior (walks, articulações, exercícios específicos). Em seguida, desenvolveu-se um trabalho para melhorar força muscular, flexibilidade e coordenação motora. Os exercícios que foram preparados foram nomeadamente: abdominais, bicicletas, prancha, dorsais, insistências, espargatas, en-dehors, flexões, etc.

Pediu-se às alunas que usassem a respiração em coordenação com os movimentos, explicaram-se os objetivos de cada exercício e qual a sua importância, falou-se na possível ligação com outros exercícios (pliés, pirrouettes, equilíbrio, etc). Falou-se ainda na funcionalidade dos músculos envolvidos em cada exercício, na coordenação necessária, entre outras questões importantes.

Ao planearmos as aulas de acordo com os nossos objetivos (autoeficácia e monitorização) pretendeu-se ajudar as alunas a conseguirem ultrapassarem os seus maiores desafios nestas aulas e para que não desistissem nestes momentos.

Os exercícios que apresentaram mais desafios nestas aulas foram os de resistência, tonicidade e flexibilidade. No entanto, houve ainda um grupo de alunas que mostrou conseguir ultrapassar as suas dificuldades e devido ao seu próprio esforço conseguiram assim ter um bom desempenho. Este grupo de alunas nunca mostrou querer desistir tentando sempre progredir dentro das suas próprias capacidades e limites.

Nestas aulas, durante as correções e o feedback positivo, foram sendo colocadas questões à turma (questionamento) ajudando a manter os níveis de atenção e de concentração e para que o progresso pudesse ser monitorizado da melhor forma: sobre os exercícios, sobre a função de cada exercício, o que se estava a trabalhar, o que deveriam fazer para melhorar. Desta forma, pretendeu-se igualmente que a participação das alunas fosse mais ativa.

Apenas as alunas com maiores dificuldades (B, C, D, E, L), por vezes queriam desistir e queixavam-se com algumas dores. Nestas alturas foi dado apoio positivo fazendo-as acreditarem nelas próprias: “Sim consegues!”, “Respira, para descontrair!”, “Acompanha a turma!”, tentando incentivar ao esforço máximo. Nos diários de bordo [apêndice F] ficaram alguns registos sobre estes acontecimentos: “(…) apoio que foi sendo dado e à ajuda sempre

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que necessário (…)”; “Algumas mostraram cansaço (…)”; “(…) se ouviu “não consigo…”; “(…) questionamento.”; “(…) responderam de forma correta (…) autoavaliação (…)”.

Observou-se que a atenção e a concentração das alunas nestas aulas foram melhoradas. As alunas esforçaram-se bastante para conseguirem ter bons resultados e tentou-se sempre criar um bom ambiente, assegurando ainda o apoio e a ajuda individual sempre que necessário.

As aulas da segunda planificação [apêndice K], como dito anteriormente, foram preparadas pela professora cooperante e implementadas por nós. Assim sendo houve uma partilha de planificações com a professora cooperante durante esta etapa para que pudéssemos lecionar e implementar estas aulas de acordo com os nossos objetivos sobre o nosso objeto de estudo durante o estágio.

Nesta partilha de planos de aulas, houve ainda uma partilha de ideias de âmbito profissional entre colegas de trabalho, de forma a melhorar as práticas e as estratégias pedagógicas de acordo ainda com as necessidades das alunas também. Durante este período foi ainda importante refletir sobre os aspetos a melhorar em relação ao período letivo anterior, pontos fortes e pontos fracos, dificuldades nas aprendizagens, conhecimentos adquiridos, atenção, compreensão e análise dos conteúdos programáticos, sobre a reflexão realizada com as alunas durante a aprendizagem, a melhoria da consciência corporal, entre outros aspetos técnicos e artísticos.

Esta aula foi ainda apresentada no teste prático do 2º período letivo. Os conteúdos programáticos foram utilizados criando um grau maior de dificuldade. Utilizou-se bastante o uso do tronco, tanto no chão como no centro (movimento da coluna vertebral com roll, stretch, breathings, contractions e lateralidade). O usos dos braços também foram mais vezes introduzidos junto com a coordenação do movimento do tronco (enrolar, stretch, ½ voltas, pirrouettes, etc). O uso do en-dehors e da posição em paralelo foram também bastante utilizados em exercícios executados no chão, no centro e nos deslocamentos. Utilizaram-se mais vezes pliés e equilíbrios em ½ ponta. Foram utilizadas ½ voltas tanto nos tendus como nas pirrouettes, e volta inteira. Trabalharam-se direções e pontos focais. Introduziu-se a espiral, tanto no chão como no centro (no adagio com spiral turns). Nos deslocamentos os triplets executaram-se de frente e a cruzar. E nos saltos colocaram-se falls. A aula ficou mais complexa e as maiores dificuldades das alunas foram uma vez mais as mudanças de níveis e direções, os equilíbrios e o uso dos pontos focais.

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Os objetivos destas planificações foram igualmente os mesmos da lecionação partilhada: desenvolver a compreensão, análise e reflexão nas aprendizagens, desenvolver a memorização corporal, promover a concentração e a atenção nas aulas, monitorização, autoeficácia e perceção corporal. Também as estratégias pedagógicas que foram utilizadas foram as mesmas: explicação dos objetivos e planificação das aulas, demonstração, explicações verbais, pedir às alunas para lembrarem os exercícios sozinhas, correções e feedback positivo, imagens visuais, questionamento e trabalho de pares.

Nos diários de bordo [apêndice F] podemos observar o comportamento das alunas “Durante a demonstração dos exercícios (…)”; “(…) as alunas aprendiam e executavam os exercícios ao mesmo tempo que era demonstrado.”; “(…) explicações verbais (…)”; “(…) as alunas estavam atentas a ouvirem (…)”; “Foi-lhes dado feedback com algumas correções e ajuda para a compreensão dos exercícios (…)”; “(…) a estrutura dos exercícios estava bem memorizada, (…) existissem algumas dúvidas.”.

Em algumas das aulas foram utilizados objetos (bola e clip), que ajudou a reforçar as imagens visuais utilizadas. “(…) utilizados objetos para a explicação dos exercícios: uma bola para os bounces, e um clip com uma folha de papel, para o roll.”. Após as explicações através destas imagens visuais dadas, as alunas corrigiam-se tentando perceber melhor o movimento no seu corpo.

Outras estratégias pedagógicas como o caso de fazer as alunas lembrarem sozinhas os exercícios, resultou muito bem. As alunas percebiam quais as suas dificuldades e dúvidas, colocando em seguida algumas questões sobre os exercícios. No entanto, perguntou-se sempre se havia dúvidas e foram sempre dados esclarecimentos. “(…) as alunas lembraram os exercícios sozinhas (…)”; (…) (perguntaram) se ao tombar o tronco para o lado, os braços acompanhavam o movimento; se era en-dehors ou paralelo; qual a direção que virava (…)”. [Apêndice F]

Mais uma vez o trabalho de pares resultou igualmente muito bem, a atenção foi maior. As alunas entreajudaram-se e quando tiveram que executar por grupos, o grupo que esperava tinha de observar o seu par para ver se executada corretamente ou não. Desta forma, a atenção e a concentração foi maior durante estes momentos.

Foi ainda utilizado o “toque” durante as correções. Esta estratégia ajudou à perceção corporal. Ao sentirem o ponto exato onde se deviam corrigir (alongamento das costas, enrolar tronco, contractions, etc) as alunas tomavam consciência do “erro” e como deveriam proceder para melhorar.

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Os exercícios em que as alunas mais se sentiam motivadas eram novamente os exercícios com mais deslocamentos espaciais no chão, com músicas mais ritmadas, e os mais desafiantes (pirrouettes e saltos). No entanto, no geral, em todos os outros mostraram empenho e dedicação.

Reflexão final sobre o 1º bloco de aulas da lecionação autónoma

Como podemos constatar através do registo feito pelos diários de bordo [apêndice F], neste bloco de aulas, a atenção e a concentração foi maior. Para além disso, as alunas mostraram interesse e empenho, a aprendizagem tornou-se mais ativa. Apenas a aluna D demonstrou ainda dificuldades de concentração e de compreensão nas aprendizagens. A sua motivação também foi um pouco difícil de estimular para a ajudar a melhorar.

A turma no geral, esclareceu dúvidas e autocorrigiram-se mais vezes. A iniciativa para a compreensão e para melhorar o desempenho foi maior. O nível de aula era também mais difícil e desta forma exigiu maior concentração e empenho.

Em relação à memorização, pediu-se que lembrassem os exercícios sozinhas ou com um par ajudando à compreensão das suas próprias dúvidas e dificuldades. No geral, a turma mostrou um bom desempenho.

2º Bloco de aulas da lecionação autónoma

O 2º bloco de aulas teve início após o teste de avaliação prático do 2º período letivo. Existiram ainda 4 aulas de TDCON antes da pausa letiva das férias da páscoa, e que após esta pausa letiva, estas aulas tiveram continuidade durante o 3º período letivo.

Os conteúdos programáticos foram idênticos aos das planificações anteriores. Tentou-se melhorar alguns aspetos técnicos e consolidar melhor alguns conteúdos programáticos aprendidos durante este ano letivo. Acrescentaram-se mais deslocações, mudanças de níveis e direções. Desta forma, dificultou-se um pouco mais o nível de aprendizagem das alunas.

Os objetivos e as estratégias pedagógicas utilizados foram os mesmos, desta forma, apelou-se uma vez mais à compreensão, análise e reflexão nas aprendizagens, memorização corporal, monitorização e autoeficácia.

Em seguida apresenta-se uma tabela-resumo com a planificação deste último bloco de aulas da lecionação autónoma:

Data Conteúdos programáticos Objetivos Estratégias

pedagógicas 2º bloco 14/03/18 15/03/18 21/03/18 - Aquecimento.

- Chão: roll lateral, com stretch;

swings de pernas; contractions

- Objetivos metacognitivos e autorregulatórios: compreensão, análise e reflexão sobre as aprendizagens na aula; trabalho de

- Demonstração; - Explicações verbais;

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com arch-back; transferência de peso com falls a dois níveis; subida do chão.

- Centro: ½ pontas com tendus, com ½ voltas; demi e grand

pliés, com rise, e roll frontal;

isolamentos de partes do corpo (cabeça, ombros, braços, ancas e pernas); transferência de peso;

tendus com ½ volta e espiral de

tronco.

- Deslocamentos: triplets walks com diferentes direções; sautés com preparação, ½ voltas e voltas inteiras; prances com

hops e leaps; cool down.

desenvolvimento da memória; monitorização; autoeficácia. visuais; - Trabalho de memória individual; - Feedback positivo; - Ajuda individual; - Questionamento; - Trabalho de pares.

Tabela 8 – Planificação do 2º bloco de aulas da lecionação autónoma

De acordo com o nosso enquadramento teórico, o trabalho nestas aulas foi igualmente centrado no tronco e pélvis (isolamentos, contractions, mudanças de níveis, roll com stretch, curve, postura, …) uma vez que durante estas idades este trabalho é fundamental devido ao crescimento do corpo.

Os exercícios que apresentavam maiores dificuldades foram os das mudanças de níveis e de direções, nomeadamente: o exercício das falls, tendus com ½ volta e pirrouettes, contractions, arch-back, lunges, espiral e saltos. Alguns destes conteúdos embora já tivessem sido aprendidos nas aulas anteriores, precisaram ainda de serem melhor consolidados, como tal foram repetidos durante este período letivo.

Houve ainda dificuldades noutro tipo de aspetos técnicos: pliés, curve, ½ pontas, esticar joelhos, e equilíbrios.

Dos exercícios que apontamos em cima, alguns deles foram igualmente os que mais motivaram as alunas, ou por apresentarem desafios ou devido à seleção musical.

Análise da vídeo-gravação

Em seguida apresentamos uma tabela-resumo com a análise das vídeo-gravações realizada nesta etapa, durante algumas destas aulas:

Observação da

vídeo-gravação Ações da estagiária Ações das alunas

18/04/18 19/04/18 02/05/18 03/05/18 24/05/18 Demonstração dos exercícios.

As alunas executam ao mesmo tempo que a professora.

Explicações verbais (uso de imagens visuais).

As alunas observam, ouvem, algumas autocorrigem- se.

A estagiária pergunta se há dúvidas.

Por vezes as alunas não colocam questões, outras vezes, após as correções ou quando lembram sozinhas, as alunas colocam dúvidas. Os exercícios são repetidos A repetição ajuda a memorizar e a melhorar

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sem música, e com música. determinados aspetos. As alunas lembram os

exercícios sozinhas. As dúvidas surgem.

Questionamento. Algumas alunas tentam responder, outras observam. Quando são dadas correções

(feedback positivo).

Todas as alunas observam e ouvem. Algumas autocorrigem-se.

O trabalho de pares. Ajudou as alunas a melhorarem as suas sequências. Há motivação.

Motivação.

As alunas demonstram atenção, concentração e interesse. Exceto a aluna D que muitas vezes se distrai e não participa, demonstra pouca motivação.

Tabela 9 – Análise das vídeo-gravações do 2º bloco de aulas da lecionação autónoma

Nas primeiras aulas deste bloco os exercícios foram sendo demonstrados com contagens e explicações verbais. As alunas iam aprendendo os exercícios ao mesmo tempo que eram explicados e demonstrados. Após terem sido demonstrados foram executados com música e dadas correções com uso de imagens visuais. Em algumas aulas foi utilizada uma bola para explicar melhor a forma e o movimento desejado [ver vídeo 0:07:18 ou 0:08:57, apêndice G]. A utilização deste objeto (bola) ajudou ainda à compreensão das contractions, bounces e rebounds [ver vídeo 0:12:11, apêndice G].

Quando as alunas executaram os exercícios com música, foram ainda dadas correções à medida que se andava pela sala e utilizando o toque. No final, eram colocadas questões pelas alunas havendo esclarecimento de dúvidas [ver vídeo 0:15:23, apêndice G]. Desta forma houve análise e reflexão sobre os exercícios. A aluna D demonstrou desconcentração e distração, não acompanhando algumas vezes as explicações e as demonstrações.

Tal como nestas primeiras aulas em que o registo foi feito pela vídeo-gravação, também nas outras aulas o ensino e a aprendizagem foi procedido da mesma forma: demonstração, explicação verbal com uso de imagens visuais [ver vídeo 0:26:47, apêndice G], após as explicações verbais foram dadas novamente correções utilizando o toque e enquanto as alunas executavam os exercícios com música [ver vídeo 0:27:31, apêndice G], no final, no esclarecimento de dúvidas as alunas autocorrigiram-se [ver vídeo 0:29:44, apêndice G]

Um dos exercícios que apresentou maiores dificuldades foi o das pirrouettes. Para ajudar a compreender a posição da 4ª-posição foi explicado o diagrama [ver vídeo 0:46:47, apêndice G]. Também no exercício de tendus com ¼ de volta e espiral, houve determinadas dificuldades tanto no movimento da espiral como nas voltas. Este exercício por estar muito rápido, foi alterado mais tarde com duplo tempo para cada movimento [ver vídeo 0:54:41, apêndice G].

No dia 2 de maio de 2018, registou-se a troca de lugares de algumas alunas como estratégia para que a concentração e atenção fosse melhorada nas aulas. As alunas B, D, E e I,

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passaram a estar na fila da frente. Registamos nestas aulas alguns momentos em que houve questionamento [ver vídeo 1:01:39, apêndice G]. Foram igualmente dadas correções com a demonstração [ver vídeo 1:02:34, apêndice G] e após estas explicações a turma foi dividida por grupos. Os grupos executaram os exercícios por turnos para poderem fazer observação e ter mais espaço durante a execução [ver vídeo 1:04:10, apêndice G]. Houve sempre correções a dar e durante a execução também, utilizando uma vez mais o toque e andando pela sala [ver vídeo 1:07:35, apêndice G].

Para a memorização, em alguns momentos as alunas lembraram os exercícios sozinhas [ver vídeo 1:29:25, apêndice G]. Após executarem com música eram corrigidas e/ou autocorrigiam-se [ver vídeo 1:28:40, apêndice G]. Quando as alunas se autocorrigiam as dúvidas surgiam e houve sempre o esclarecimento de dúvidas às questões das alunas [ver vídeo 1:30:58, apêndice G].

Utilizou-se o trabalho de pares [ver vídeo 1:31:25, apêndice G] em que os resultados foram bastante positivos. Esta estratégia pedagógica foi ainda utilizada mais que uma vez, pois resultava em motivar ainda mais as alunas e à melhoria da compreensão devido à troca de experiências [ver vídeo 1:52:37, apêndice G].

A autocorreção aconteceu igualmente por várias vezes nestas aulas [ver vídeo 1:59:05, apêndice G] e os resultados foram igualmente bastante positivos. Tal como, com o questionamento [ver vídeo 2:03:15, apêndice G] em que as alunas tentavam responder mostrando interesse.

No entanto algumas dificuldades maiores foram ainda surgindo devendo serem melhor consolidadas no futuro: pontos focais, voltas e direções, [ver vídeo 2:17:51, apêndice G].

No geral a turma teve uma grande evolução: ao nível da concentração, interesse, comportamento, atenção, memorização, compreensão e domínio dos conteúdos, coordenação e consciência espacial. As alunas demonstraram um comportamento muito mais atento nas aulas, mais participativas e interessadas. Aprenderam os exercícios executando-os ao mesmo tempo que a demonstração era realizada não ficando apenas a observar. Nos diários de bordo [apêndice F] registamos algumas destas observações: “(…) foi feita a demonstração (…)”; “(…) as alunas aprendiam executando ao mesmo tempo.”. Colocaram dúvidas por iniciativa própria; autocorrigiram-se por iniciativa própria, tal como registamos nos diários de bordo: “Algumas alunas observavam e ouviam enquanto outras autocorrigiam-se.”; “(…) as alunas tiravam dúvidas (…)”; “As alunas autocorrigiram-se e conseguiram analisar os movimentos

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no seu próprio corpo.” [apêndice F]. Lembraram os exercícios sozinhas; repetiram após o feedback e as correções; trabalharam a pares; observaram colegas e a elas próprias.

Conseguimos assim observar que os exercícios foram sendo executados e melhorados de umas aulas para as outras devido ao empenho e esforço das aulas. Houve um trabalho de análise e de reflexão, e não apenas de imitação. Desta forma, consideramos que houve um bom ambiente de aula, em que os objetivos foram focados nos exercícios (task-involving) de forma a existir evolução no desempenho das alunas.

Em seguida apresentamos um gráfico ilustrativo sobre a evolução da turma através da comparação realizada pelos registos feitos na observação estruturada e na lecionação autónoma:

Gráfico 5 – Evolução da turma

A título individual, apenas uma aluna (D), demonstrou falta de motivação nas aulas e pouco interesse, resultando ainda em pouco esforço durante as aprendizagens. A aluna evolui muito pouco nestas aulas, foi registado nos diários de bordo [apêndice F] algumas observações: “Apenas uma aluna (aluna D) mostrou sempre dificuldade em se conseguir concentrar. A sua atenção perdeu-se em muitas das aulas, em que a compreensão e a análise dos seus exercícios só foram feitas com a ajuda da docente ou das colegas. Muitas poucas vezes esta aluna foi autónoma.”

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Em seguida apresentamos um gráfico ilustrativo sobre a evolução desta aluna com base nos registos realizados durante a fase da observação estruturada e a fase da lecionação autónoma:

Gráfico 6 – Evolução da aluna D

Reflexão sobre o 2º bloco de aulas da lecionação autónoma.

Mais uma vez as estratégias pedagógicas que foram utilizadas durante este período letivo foram bastante eficazes. Conseguiu-se obter bons resultados, em que as alunas foram progredindo com maior consciência nas suas aprendizagens.

Alguns aspetos como a atenção e a concentração, o interesse nas aulas e a autocorreção melhorou. Conseguiu-se manter um bom ambiente durante as aprendizagens. A ajuda e o

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