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Considerando a legislação brasileira para combate a fraude, temos muito a avançar para que o fraudador se sinta oprimido e desencorajado a cometer esse ato ilícito. No Código

Penal Brasileiro, a fraude está declarada sob o artigo no 171.

Abaixo, reproduzimos o conteúdo da lei que aborda o tema de fraude.

CAPÍTULO VI DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 1o - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a

pena conforme o disposto no art. 155, § 2o.

§ 2o - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria;

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor;

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa;

IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro;

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; Fraude no pagamento por meio de cheque;

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.

3.7 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA CONTRA FRAUDES 25 § 3o - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

Adicionalmente, no final de 2012, a Lei Brasileira 12.737/2012, conhecida popularmente como Lei Carolina Dieckmann, foi sancionada pela Presidente Dilma Rousseff. Essa lei pro- moveu alterações no Código Penal Brasileiro de maneira a tipificar os chamados delitos ou crimes informáticos.

Lei Carolina Dickeman

A Lei Carolina Dieckmann é o apelido que recebeu a Lei Brasileira 12.737/2012, sancio- nada em 3 de dezembro de 2012 pela Presidente Dilma Rousseff (publicada no DOU 03/12/12 PÁG 01 COL 03.), que promoveu alterações no Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848 de 7 de dezembro de 1940), tipificando os chamados delitos ou crimes informáticos.

O Projeto de Lei foi proposto diante da situação específica experimentada pela atriz, em maio de 2011, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal 36 (trinta e seis) fotos que acabaram divulgadas na internet.

A lei vem merecendo críticas de juristas, peritos, especialistas e profissionais de segurança da informação, pois seus dispositivos são amplos, confusos e ambíguos. Tais características podem gerar interpretação subjetiva, o que pode ser utilizado para enquadramento criminal de condutas triviais ou mesmo para a defesa e respaldo de infratores cibernéticos, o que tornaria a lei injusta e ineficaz. Para outra corrente, ainda, as penas são pouco inibidoras, sendo muitas situações enquadráveis nos procedimentos dos Juizados Especiais, o que poderia contribuir para a não eficiência no combate ao crime cibernético no Brasil.

A seguir, reproduzimos o conteúdo da lei.

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos e dá outras

providências.

Art. 2o O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, fica acrescido

dos seguintes arts. 154-A e 154-B:

Invasão de dispositivo informático

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de com- putadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1oNa mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo

ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.

§ 2oAumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.

26 FRAUDE EM CARTÃO DE CRÉDITO 3.7 segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.

§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulga-

ção, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.

§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: I - Presidente da República, governadores e prefeitos;

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou

IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

Ação penal

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante represen- tação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.

Art. 3o Os arts. 266 e 298 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública

Art. 266.

§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de

utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.

§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade

pública. (NR)

Falsificação de documento particular Art. 298.

Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. (NR)

Capítulo 4

Métodos de Prevenção e Detecção de

Fraudes

4.1

Definição

De maneira geral, a detecção de fraudes é um problema de previsão. O seu objetivo é maximizar a previsão correta e manter predições incorretas em um nível aceitável de custos (Al-Khatib , 2012). Para entendermos os métodos de prevenção e detecção de fraudes, temos que primeiramente distinguir o que é tido como prevenção e detecção (Bolton e Hand , 2002). Prevenção à fraude consiste em um conjunto de medidas e processos para evitar que a fraude ocorra. Essas medidas e processos consistem em ações como incluir marcas d’agua e hologramas em documentos, senhas dinâmicas, senhas para cartões de crédito, entre outras medidas. Certamente, não existe um método perfeito. No entanto, é preciso que o custo e a inconveniência para o cliente sejam ponderadas com a efetividade do método.

Por outro lado, detecção de fraude envolve ações para detectar uma fraude rapidamente uma vez que ela tenha acontecido. É definido como o processo de identificar transações fraudulentas no conjunto de todas as transações. Em outras palavras, o processo de detecção é o processo de classificar as transações em duas classes: transações legítimas e transações fraudulentas.

Prevenção e detecção estão fortemente relacionadas, já que a detecção de fraude entra em jogo uma vez que os processos de prevenção falham. É um processo em contínuo desenvolvi- mento, pois sempre que um método de detecção é conhecido ou descoberto por criminosos, esses irão adaptar as suas estratégias para tentar outros tipos de fraudes. Muitos deles não estarão cientes dos métodos de detecção de fraudes que foram bem sucedidos no passado, e irão buscar novas estratégias que levam a fraudes não-identificáveis por um tempo.

Um dos grandes problemas associados ao desenvolvimento de novos métodos de prevenção e detecção de fraudes é a ausência de literatura que forneça resultados experimentais e dados reais para que pesquisadores realizem novos experimentos. Isto acontece porque o processo de prevenção e detecção de fraudes é associado a informações financeiras sensíveis dos clientes,

28 MÉTODOS DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO DE FRAUDES 4.2 que devem ser mantidas em ambiente seguro e privado. Adicionalmente, não é recomendável que se descrevam as técnicas de prevenção e detecção de fraudes em grande detalhe no domínio público, pois isso dá aos criminosos a informação de que necessitam para evitar a detecção (Leonard , 1993).

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