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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.2 Aditivos e adições

3.3.4 Legislação Estadual aplicada ao coprocessamento de RSU

3.3.4.1 Minas Gerais – Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) – Deliberação Normativa COPAM nº 154/2010.

No Estado de Minas Gerais, foi criado o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil (PGIRCC), determinada pela Lei 18.031, de 12 de janeiro, de 2009 (Minas Gerais, 2009). Este plano tem a finalidade de apoiar a criação de consórcios intermunicipais para diminuir os custos e constituir parcerias estratégias que visem melhorar a qualidade ambiental do Estado. Além disso, também tem o objetivo de promover a inserção de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social em programas de coleta seletiva de modo a geração de trabalho e renda (MINAS GERAIS, 2009).

No caso dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a PNRS estabelece que esses devam ser sempre atualizados e/ou revisados por meio da elaboração dos planos plurianuais municipais. Além disso, também deverão indicar e identificar os métodos que resolvam problemas ambientais de áreas contaminadas e os empreendimentos que estão sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

Conforme se pode verificar, a PNRS (2010) estabelece que todo resíduo seja processado de forma adequada antes de ir para a sua destinação final. Dentre as alternativas propostas, tem-se a reciclagem, compostagem, por exemplo, para o correto processamento dos resíduos. Tudo o que não for aproveitado deverá ser enviado aos aterros sanitários, coprocessado, ou outro.

Ainda no Estado de Minas Gerais, tem-se o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), com a Lei nº 154/2010. (MINAS GERAIS, 2010). A Deliberação

Normativa Copam nº. 154 de 2010 dispõe sobre o coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer.

Esta Deliberação Normativa foi criada com itens muito sucintos, constituído por 21 artigos, nos quais, são determinados aspectos como definições, sobre licenciamento ambiental, a respeito do conteúdo do Plano de Controle Ambiental (PCA), teste de queima e monitoramento de emissões atmosféricas. Somado a isso, também versa sobre a equivalência de resíduos, padrões de concentração dos resíduos a serem coprocessados, análises do clínquer, resíduo que não pode ser coprocessado, condições de operação dos fornos de clínquer, limites quanto a utilização de resíduos como combustível ou matéria-prima fundente e, ainda, acerca do transporte rodoviário dos resíduos.

No art. 1º da Copam nº. 154/2010 estão estabelecidas as definições de conceitos como, por exemplo, de coprocessamento, fornos de clínquer e outros.

De um modo geral, as empresas consideram dentre as características dos resíduos para o coprocessamento, aqueles de baixos teores de metais pesados e de cloro. Porém, segundo a Copam n. 154/2010, não são todos os resíduos possíveis de serem coprocessados, sendo proibido que resíduos radioativos, domiciliares brutos, explosivos, de serviços de saúde, agrotóxicos e organoclorados passar pelo coprocessamento.

Como se pode notar, o Copam nº. 154/2010 versa, principalmente, assuntos relativos às emissões atmosféricas, considerado este, um dos principais fatores ambientais da atividade. Desta forma, busca-se assegurar com que as características físico-químicas do processo sejam mantidas e se possa atender a todos os padrões de emissões determinados pela legislação.

Sabe-se que a PNRS é de competência do Poder Público, tendo os Planos Estaduais de Resíduos Sólidos que disseminá-lo para todo o território nacional a partir da ideia de unidade federativa. Deve também, assegurar que todos os municípios brasileiros participem ativamente de todos os programas da PNRS, que são os Planos Regionais de Resíduos Sólidos, das aglomerações urbanas, das microrregionais e regiões metropolitanas (MALLMANN, 2013).

Sendo assim, as cidades e municípios que sejam compostos por população menor de 20 mil habitantes poderão estabelecer planos de resíduos sólidos mais simples, contendo diagnóstico e ações da situação dos resíduos sólidos que são gerados no referido território.

Contudo, aqueles municípios que escolherem por buscar soluções consorciadas intermunicipais não precisam desenvolver o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Entretanto, deve haver um plano intermunicipal que atenda o mínimo das diretrizes da Lei nº 12.305/2010, art. 9 (MALLMANN, 2013).

É importante enfatizar que a PNRS não será aplicada de forma individual, mas, sim, em conjunto com as normas e diretrizes do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO) e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). Outro fator a ser observado se refere ao fato de que a PNRS é aplicada também juntamente com as Leis no 9.974, de 6 de junho, de 2000 (Embalagens de Agrotóxicos), no 11.445, de 5 de janeiro, de 2007 (Lei do Saneamento Básico) e no 9.966, de 28 de abril de 2000 (poluição causada por óleo e outras substâncias nocivas lançadas em águas sob jurisdição nacional) (Brasil, 2010).

Uma definição importante foi introduzida por meio da PNRS (2010), que é a definição de resíduos e rejeitos, assim como a diferença existente entre eles, na qual se reconhece o resíduo sólido não como lixo comum a ser descartado, mas, sim, como um bem de valor social e econômico que pode gerar trabalho e renda, promovendo a cidadania.

Nesse contexto, a PNRS conceitua rejeitos como sendo os: “Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e tecnicamente viáveis não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada” (Brasil, 2010, artigo 3º, inciso XV).

Assim sendo, nota-se que a PNRS faz pressão sobre a cadeia produtiva, possibilitando que seja realizada a análise do ciclo de vida do produto de modo que a construção de soluções sejam inovadoras e orientadas, para otimizar a eficiência na utilização de materiais. Esta Lei apresenta o valor dos resíduos sólidos para a geração de negócios, engenharia de materiais e simbiose industrial, focando na diminuição desses e na melhoria das ações de responsabilidade socioambiental por parte das empresas (MALLMANN, 2013).