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Legislação Estadual

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2. O ORDENAMENTO LEGAL DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

2.2 Legislação Estadual

A política de gerenciamento de resíduos no Estado de Goiás tem seu marco inicial com a Constituição do Estado de Goiás, que em seu artigo 131, §1º, já disciplina sobre a necessidade de destinação final adequada aos RSS, ainda denominado lixo hospitalar e em desconformidade à PNRS, que não mais adota essa terminologia para se referenciar aos RSS.

Posteriormente, o Estado editou a Lei nº 8.544, de 17 de outubro de 1978, regulamentada pelo Decreto nº 1.745, de 06 de dezembro de 1979, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente, ao ressaltar em seus artigos 45, 57 a 62,

a questão dos resíduos.

Art. 45 - As emissões provenientes de incineradores de resíduos sépticos e

cirúrgicos hospitalares, deverão ser oxidadas em pós - queimador, que utilize combustível gasoso operado a uma temperatura mínima de 850ºC (oitocentos e cinqüenta graus Celsius), e em tempo de residência mínima de 0,8 (oito décimos) segundos, ou por outro sistema de controle de poluentes de eficiência igual ou superior.

Parágrafo Único - Para fins de fiscalização, o pós queimador a que se refere este

artigo deverá conter marcador de temperatura na câmara de combustão, em local de fácil visualização.

Art. 57. Não é permitido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou

acumular, no solo, resíduos em qualquer estado de matéria, desde que sejam poluentes.

Art. 58. O solo poderá ser utilizado para destino final de resíduos de qualquer

natureza, desde que sua disposição seja feita de forma adequada, estabelecida em projetos específicos de transporte e destino final, ficando vedada a simples descarga ou depósito, seja em propriedade pública ou particular.

Art. 59. Os resíduos de qualquer natureza, portadores de germes patogênicos, ou de

alta toxidade, bem como inflamáveis, explosivos, radioativos e outros prejudiciais, a critério da Agência Ambiental, deverão sofrer, antes de sua disposição final no solo, tratamento e/ou acondicionamento adequado, fixados em projetos específicos, que atendam aos requisitos de proteção do meio ambiente.

Art. 60. Ficam sujeitos à aprovação da Agência Ambiental os projetos específicos

de tratamento, acondicionamento, transporte e disposição final de resíduos sólidos, bem como a fiscalização de sua implantação, operação e manutenção.

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Art. 61. Somente será tolerada a acumulação temporária de resíduos de qualquer

natureza na fonte de poluição ou em outros locais, desde que não ofereça risco de poluição ambiental.

Art. 62. O tratamento, quando for o caso, o transporte e a disposição de resíduos de

qualquer natureza, de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, quando não forem de responsabilidade do Município, deverão ser feitos pela própria fonte de poluição.

E ainda disciplina sobre a obrigação de apresentação de um plano de gerenciamento de resíduos, antecipando-se à diretrizes que a PNRS traria futuramente :

Art. 99 - As fontes de poluição ficam obrigadas a submeter à FEMAGO, quando

solicitado, o plano completo do lançamento de resíduos líquidos, sólidos e gasosos. Parágrafo Único - Para efeito do disposto neste artigo, poder-se-á exigir a apresentação de detalhes fluxogramas, memoriais, informações, plantas e projetos, bem como linhas completas de produção, com esquema de marcha das matérias primas, beneficiadas e respectivos produtos, sub-produtos e resíduos, para cada operação, com demonstração de quantidade, qualidade, natureza e composição de uns e outros, assim como o consumo de água.

Em momento posterior, ao anteceder a PNRS, o Estado de Goiás institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, por meio da Lei nº 14.248, de 29 de julho de 2002, ao dispor sobre diretrizes, normas de prevenção da poluição e gestão co-participativa dos municípios.

Art. 7º. A gestão dos resíduos sólidos será feita pelos Municípios de forma

preferencialmente integrada, com a cooperação do Estado;

Art. 8º. Nas regiões urbanas, as atividades de gestão dos resíduos sólidos urbanos devem ser efetivadas mediante ação integrada do Estado e dos Municípios, com participação dos organismos da sociedade civil, tendo em vista a máxima eficiência e a adequada proteção ambiental;

Art. 9º. Constituem serviços de caráter essencial à organização e o gerenciamento

dos sistemas de manejo, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.

Com relação à problemática do presente trabalho temos a destacar ainda o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde do Estado de Goiás, produzido pela Secretaria Estadual de Saúde, através da Superintendência de Vigilância Sanitária e Ambiental e a Gerência de Desenvolvimento Técnico em Serviços e Ambientes, em Julho de 2004.

No entanto, é válido observar que tais diretrizes técnicas foram criadas exclusivamente para orientar os geradores de RSS e não à gestão pública destes resíduos, ao demonstrar que não podemos desprezar o avanço da Política Estadual de Resíduos Sólidos, mas observa-se que existem lacunas na lei quanto às diretrizes para a gestão pública dos RSS.

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No entanto, antenados aos objetivos, diretrizes e obrigações impostas pela PNRS o Estado de Goiás, por intermédio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, publicou instruções normativas, relativas ao gerenciamento dos RSS, atualizadas à PNRS, tais como:

I) INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 06 / 2011

Dispõe sobre os procedimentos para expedição de Autorização de Entrada de Resíduo Especial - AERE, no território do Estado de Goiás.

II) INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 05 / 2011

Dispõe sobre o Licenciamento Ambiental dos projetos de disposição final dos resíduos sólidos urbanos na modalidade Aterro Sanitário Simplificado, nos municípios do Estado de Goiás

III) INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 004/ 2011

Dispõe sobre a emissão do Certificado de Destinação de Resíduos Especiais no território do Estado de Goiás.

IV) INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 03 / 2011

Dispõe sobre o licenciamento para prestadores de serviços na modalidade de transporte de resíduos especiais e produtos perigosos no território do Estado de Goiás.

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