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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.2 Legislação Pertinente à Mineração

A constante necessidade de garantir para o setor mineral uma política capaz de preser- var as riquezas do subsolo brasileiro, em especial a mineração, tem sido uma das causas cons- tantes de debates em congressos e encontros promovidos pela comunidade científica. Assim, se faz necessário uma política voltada á atividade minerária para que ela seja compreendida em sua totalidade.

O Código de Minas estabelecido pelo Decreto-lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, recebeu alterações que foram introduzidas pela Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989. No en- tanto, 1996, foi fortemente modificada pela Lei nº 9.314 de 14 de novembro do corrente ano. Introduziram-se outras alterações na forma de Lei nº 9.827, de agosto de 1999. Acrescentando o parágrafo único ao art. 2º do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, com a redação dada pela Lei nº 9.314, de 14 de novembro de 1996. E a recente modificação foi a Lei nº 9.993, de 24 de julho de 2000.

Além dessas leis, a Constituição Federal especifica sobre os bens minerais - Art. 20 es- tabelece como bens da união: os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

Parágrafo 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

Conforme o art. 21, compete à união:

- estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

Compete privativamente à União, conforme art. 22, legislar sobre: - jazidas, minas, ou- tros recursos minerais e metalurgia; - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais.

De acordo com o art. 23, é de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes- quisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.

Evidentemente que as competências estaduais e municipais específicas de proteção ambiental repercutirão na atividade minerária, mesmo que a eles não lhe caiba legislar dire- tamente sobre as atividades.

Serão respeitados, porém, a aplicação de regimes de autorização, licenciamento e concessão: o direito de prioridade à obtenção da autorização de pesquisa ou do registro de licença, atribuído ao interessado cujo requerimento tenha por objeto área considerada livre, para a finalidade pretendida, à data da protocolização do pedido no Departamento Nacional de Produção Mineral (D.N.P.M.), atendidos os demais requisitos cabíveis, estabelecidos neste Código e o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da lavra.

Para Abaide (2003), o direito de propriedade de um bem imóvel, incide somente so- bre a superfície, sendo que, os minerais do subsolo são de domínio estatal, podendo o Estado

ceder à pessoa física ou jurídica o direito à exploração mineral ou o aproveitamento imediato mediante concessão de exploração por tempo determinado, a ser fixado em lei.

Segundo o Art. 3º § 2º, descrito pelo Código de Mineração (Código de Mineração, 1976), compete ao Departamento Nacional de Produção Mineral - D.N.P.M. a execução deste Código e dos diplomas legais complementares, no que se refere à pesquisa e lavra, entre ou- tros aspectos da indústria mineral.

No Art. 2º, possui a seqüência no que se refere aos regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código, são:

I - regime de concessão, quando depender de portaria de concessão do Ministro de Estado de Minas e Energia;

II - regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de autorização do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - D.N.P.M.;

III - regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em obediência a regulamentos administrativos locais e de registro da licença no Departamento Nacional de Produção Mineral - D.N.P.M.;

IV - regime de permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de per- missão do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - D.N.P.M.;

V - regime de monopolização, quando, em virtude de lei especial, depender de exe- cução direta ou indireta do Governo Federal.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos órgãos da administração direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sendo-lhes permitida a extração de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, defini- das em Portaria do Ministério de Minas e Energia, para uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, respeitados os direitos minerários em vigor nas áreas onde de- vam ser executadas as obras e vedada a comercialização, (Código de Mineração, 1976).

Esta lei repercutiu nas empresas, sendo que, as prefeituras e órgãos públicos não de- penderão delas; e, segundo Luz (1998), as entidades públicas não são obrigadas a cumprir as leis de mineração vigente, podendo explorar jazidas minerais, desde que o produto da extra- ção seja empregado em obras públicas por elas executadas diretamente, sem fins de comercia- lização ou lucrativas.

Da mesma forma, concluída a atividade de lavra, o dispositivo constitucional estabe- lece que a recuperação da área degradada pela mineração deverá ocorrer conforme a solução técnica exigida pelo órgão público competente (Fepan), na forma da lei, aprovada quando do licenciamento ambiental da atividade.

Esta matéria está regulamentada pelo Decreto nº 97.632, de 10.04.1989. Nela não existe a lei infraconstitucional específica disciplinando a recuperação de áreas degradadas pela mineração. Deste ordenamento legal destacam-se os seguintes dispositivos:

Art. 1º - Os empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente, plano de recuperação de área degrada.

Art. 3º - A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.

Como se observa do art. 3º, a recuperação da área degradada pela atividade de mine- ração objetiva estabelecer uma nova forma de utilização da área minerada, conforme um pla- no preestabelecido para o uso do solo, com vistas a alcançar a sua estabilidade ambiental, que configura a solução técnica exigida pelo órgão público competente.

Assim, ao outorgar ao minerador a licença ambiental para o exercício das atividades de lavra e beneficiamento, o órgão ambiental competente aprova o plano de recuperação de área degrada, que lhe foi submetido, previamente, por meio do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. A licença ambiental é ato administrativo vinculado, que produz efeitos específicos e individuais para o seu titular, sendo de caráter definitivo quanto a seus aspectos formais. Portanto, a licença de operação da mina outorgada pelo órgão ambiental gera direitos e obrigações ao minerador, dada à característica de ato de- finitivo e vinculado com que se apresenta.

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