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Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira

Em 1961 é formulada uma lei de diretrizes e bases para a educação brasileira - LDBEN 4024/1961. Segundo alguns estudiosos das políticas públicas brasileiras (Libâneo, Shiroma, entre outros), foi com esta lei que se estabeleceu para 1962 o primeiro plano nacional de educação para o país.

Este plano estabelecia critérios para o uso dos recursos públicos em educação e formulava um conjunto de metas a serem alcançadas em oito anos (PUIATI, 2012). O plano foi formulado pelo MEC, aprovado pelo CFE, porém não se constituiu em lei (AGLIARDI et al, 2012).

Só a partir do fim da ditadura, da abertura política e da redemocratização do país, que levou à Constituição Federal de 1988, ficou determinado que os planos de educação se tornassem leis e, portanto, com caráter autônomo em relação ao estabelecido na LDB. A educação passou a ser pauta de debates internacionais com especial atenção aos países latino- americanos, onde os índices de analfabetismo são alarmantes (AGLIARDI et al, 2012).

O Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo art. 55 da Lei n. 8069 de 13 de julho de 1990, estabelece que os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

Em 1996, no Brasil, uma nova lei de diretrizes e bases da educação entra em vigor - LDBEN 9394/1996 - e nela fica estabelecido que a União deve incumbir-se de elaborar um novo plano de educação, tarefa que ficou ao encargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP - e acabou sendo amplamente discutida por diversos setores da sociedade. O novo plano só foi aprovado em janeiro de 2001 tornando-se o primeiro Plano Nacional de Educação do país com força de lei - Lei nº 10.172/2001 (AGLIARDI et al, 2012).

Efetivamente, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira de 1996 é a primeira lei geral da educação promulgada desde 1961 e tem ampla repercussão sobre o sistema escolar. O governo Federal assume a definição da política educacional como tarefa de sua competência, descentralizando sua execução para Estados e municípios. O controle do sistema escolar passa a ser exercido por meio de uma política de avaliação para todos os níveis de ensino (PIANA, 2009).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n. 9.394 de dezembro de 1996- foi sancionada após a promulgação da Emenda 14, retoma, no art. 4º, os incisos I e II do artigo Constitucional 208, tal como se apresentam originalmente.

Porém, as disposições constantes dos parágrafos 1º e 2º desse artigo aparecem modificadas em seu art. 5º:

Art. 4º – O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão de obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; Art. 5º - O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo;

Contudo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20 de dezembro de 1996 é um exemplo da não concretização do princípio escola comum para todos.

No seu texto, no capítulo V, Art. 58 o reconhecimento da Educação Especial como parte integrante da educação geral especificada está claro: Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para discentes PNEs.

O Plano Nacional de Educação aprovado pela Lei 10.172 de 9/01/2001, avalia a situação da educação especial no Brasil e afirma que “apesar do crescimento das matrículas, o débito é muito grande e constitui em desafio imenso para o sistema de ensino, pois diversas ações devem ser realizadas ao mesmo tempo”. O referido plano afirma ainda que uma das tendências recentes dos sistemas de ensino é a integração/inclusão do aluno com necessidades especiais no sistema regular de ensino e, se isto não for possível em função das necessidades do educando, deve-se realizar um atendimento em classes e escolas especializadas (NERES, 2010).

Para o enfrentamento dessa situação, o Plano Nacional de Educação estabelece, entre seus objetivos e metas, a ampliação de programas educacionais para a oferta de atendimento desde a educação infantil até a educação profissional para os alunos com necessidades especiais, as ações

preventivas na área visual e auditiva, a formação continuada de professores, além do atendimento extraordinário em classes e escolas especiais e do atendimento preferencial na rede regular de ensino (NERES, 2010).

Nessa mesma direção, o documento Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (2001), no Art. 10, prevê o atendimento especializado para aqueles alunos que apresentam necessidades peculiares que não podem ser supridas pelas escolas comuns (NERES, 2010):

Os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais e que requeiram atenção individualizada nas atividades de vida autônoma e social: recursos, ajudas e apoios intensos e contínuos, bem como adaptações curriculares tão significativas que a escola comum não consiga prover, podem ser atendidos, em caráter extraordinário, em escolas sempre que necessário e de maneira articulada, por serviços das áreas da saúde, trabalho e assistência social.

O Código Penal Brasileiro, no seu art. 246, estabelece que deixar, sem justa causa, de prover instrução primária de filho em idade escolar constitui crime de abandono intelectual, passível de pena de detenção, de quinze dias a um mês ou de multa. Por conseguinte, de acordo com a legislação vigente, as normas legais relacionadas à educação são as seguintes: gratuidade, obrigatoriedade, direito, dever, responsabilidade.

A matrícula e a frequência são obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental. Incluem-se também as medidas de proteção à criança e ao adolescente, aplicáveis sempre que seus direitos forem ameaçados ou violados (art. 101, III).

Já a Emenda Constitucional 14, sancionada em setembro de 1996, modificou, entre outros, os incisos I e II do art. 208 da Constituição, que passaram por nova redação. A saber:

Art. 208. – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;