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INSTITUI PROGRAMA MUNICIPAL DE MICROCRÉDITO DESTINADO AOS MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

O PREFEITO MUNICIPAL DE NOVA SANTA RITA, Estado do Rio Grande do Sul.

FAÇO SABER, em cumprimento ao disposto no artigo 62, inciso IV, da Lei Orgânica do Município, que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte

LEI:

Art. 1º Fica instituído, na forma desta Lei, o Programa Municipal de Microcrédito, destinado à Microempreendedores Individuais MEI, estabelecidos no Município de Nova Santa Rita, visando o fomento e apoio ao desenvolvimento, modernização e expansão de atividades comerciais, industriais e de prestação de serviços.

Parágrafo único. É considerado microcrédito, para efeitos desta Lei, empréstimos de pequeno valor e de caráter social, inclusivo e orientado, com burocracia reduzida e juros notadamente inferiores aos praticados no mercado financeiro, visando o fomento à Microempreendedores Individuais e a democratização do acesso ao crédito e como medida econômica destinada a mitigar efeitos negativos decorrentes da Pandemia do Covid-19.

Art. 2º Os recursos do microcrédito poderão ser utilizados para os seguintes fins, conjunta ou isoladamente:

I – à expansão ou modernização das instalações ou atividades comerciais, industriais e prestação de serviços existentes;

II – à aquisição de equipamentos, veículos e máquinas;

III – à execução, ampliação ou reforma de infraestrutura (instalações prediais ou obras de qualquer natureza);

IV – ao apoio a projetos voltados à geração de emprego e renda; V – ao capital de giro e pagamento de obrigações da pessoa jurídica.

Parágrafo único. A utilização relativa ao item V sempre ocorrerá conjuntamente com as demais, sendo vedada sua utilização isoladamente.

Art. 3º Para acesso ao microcrédito, os Microempreendedores Individuais deverão formalizar o pedido através de inscrição em edital público, e devidamente acompanhado de documentação descrita no artigo 5º desta Lei.

Parágrafo único. Poderá pleitear acesso ao microcrédito somente Microempreendedores formalmente estabelecidos no Município de Nova Santa Rita há no mínimo 12 meses.

Art. 4º O Projeto de Investimento deverá conter os seguintes itens: I – descrição das atividades da empresa, citando seu histórico, ramo de atividades, produtos/serviços ofertados, seu público/clientes e demais aspectos relevantes para sua caracterização;

II – declaração do faturamento, DASN-SIMEI dos últimos 12 meses; III – declaração quanto aos itens a serem adquiridos através do microcrédito, e estimativa de valores, observado o disposto nos artigos 2º e 6º desta Lei;

IV – o valor requerido;

V – fundamentação da relevância do microcrédito para o desenvolvimento da empresa, bem como objetivos e resultados a serem alcançados;

VI – demais informações que julgue relevante.

Art. 5º A documentação a ser apresentada, conjuntamente ao Projeto de Investimento, é a seguinte:

I – prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

II – comprovante de Certificado de Inscrição como Micro Empreendedor Individual;

III – prova de regularidade junto as Fazendas Federal, Estadual e Municipal;

IV – prova de regularidade perante o INSS;

V – documentação pessoal do Microempreendedor Individual: RG, CPF e comprovante de residência (água, Luz ou declaração em cartório acompanhada de conta de água ou luz).

Parágrafo único. O Conselho Gestor do Microcrédito verificará, junto a Secretaria da Fazenda Municipal, a regularidade cadastral e fiscal do requerente, as quais são pré-condição para continuidade do processo.

Art. 6º Os financiamentos concedidos serão de, no mínimo, R$ 1.000,00 (um mil reais) e de, no máximo, R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

§ 1º O Executivo, através de Decreto e de acordo com as disponibilidades orçamentárias, poderá estipular novos valores máximo e mínimo de financiamento, observado os limites estipulados no caput.

§ 2º Fica permitida a utilização de, no máximo 50% do microcrédito para aplicação em capital de giro, podendo este percentual ser utilizado para pagamento de dívidas da pessoa jurídica.

Art. 7º Os financiamentos deverão ser quitados em, no máximo, 36 parcelas, com a possibilidade de carência máxima de 2 meses.

Parágrafo único. O valor da parcela não poderá ser inferior a R$ 60,00 (sessenta reais).

Art. 8º Sobre o valor concedido a título de microcrédito incidirão juros de 2% (dois por cento) ao ano, equivalente a 0,1666% ao mês, incidentes a contar do recebimento do microcrédito.

§ 1º Para fins de pagamento do microcrédito, será aplicado o Sistema de Amortização Price, com parcelas fixas, sucessivas e de igual valor.

§ 2º Sobre o valor de parcela vencida será acrescida correção monetária, multa e juros de mora, da mesma forma, aplicados junto aos débitos de natureza tributária, definidos no Código Tributário Municipal.

Art. 9º É obrigatória a participação, por parte do beneficiário pelo microcrédito, o comparecimento em curso de capacitação na área de gestão, oferecido pelo Município e/ou SEBRAE, com carga horária não inferior a 16 horas.

Parágrafo único. A participação deverá ocorrer em até 90 dias após a liberação do microcrédito, caso o requerente não tenha feito anteriormente, o prazo apresentado neste parágrafo ficará suspenso no período em que o Município estiver sob o protocolo de bandeira preta ou vermelha no modelo de distanciamento social.

Art. 10. Para pleitear um novo microcrédito será necessária a quitação total do financiamento existente, bem como apresentação de novo Projeto de Investimento e da documentação elencada no artigo 5º desta Lei.

Art. 11. Caberá ao agente de microcrédito as seguintes funções: I – prestar informações e esclarecimentos acerca do Programa; II – efetuar visitas junto aos estabelecimentos dos requerentes do microcrédito;

III – efetuar a pré-análise da documentação e do Projeto de Investimento apresentado;

IV – coordenar a oferta de cursos, para fins de atendimento do disposto no artigo 10º desta Lei;

V – participar do Conselho Gestor do Microcrédito;

VI – acompanhar os pagamentos das parcelas e efetuar cobranças, em situações de inadimplência;

VII – realizar tarefas afins, relacionadas ao Programa.

§ 1º A função de agente de microcrédito será exercida por servidor designado pelo Executivo Municipal.

§ 2º A função de agente de microcrédito não será de caráter exclusivo, podendo ser exercida pelo servidor em concomitância com outras atividades.

Art. 12. Fica instituído o Conselho Gestor do Microcrédito, com as seguintes funções:

I – avaliar os projetos de investimentos e documentação apresentados; II – avaliar a capacidade de endividamento e pagamento do requerente;

III – emitir parecer acerca da liberação da concessão de empréstimos; IV – emitir parecer acerca da quantidade de parcelas e montante do microcrédito liberado;

V – receber, avaliar e parecer acerca da aplicação dos recursos pelo beneficiado;

VI – propor a administração municipal alterações na Lei ou regulamentações;

VII – efetuar o controle orçamentário das dotações destinadas a este Programa;

VIII – zelar pela aplicação das disposições nesta Lei e em seus regulamentos.

Parágrafo único. O Conselho Gestor de Microcrédito será formado pelos seguintes membros (cada qual com respectivo suplente): I – Secretário Municipal de Indústria, Comércio e Desenvolvimento II – Secretário Municipal da Fazenda;

III – Agente de Microcrédito;

Art. 13. Será celebrado Contrato de Concessão de Microcrédito, entre Município e beneficiado, o qual irá prever todas as situações pertinentes a concessão e aplicação do microcrédito, bem como sanções relativas ao seu descumprimento, parcial ou total.

Art. 14. Em até 90 dias após a liberação do microcrédito, o beneficiado deverá prestar contas acerca de sua aplicação, através de documentos comprobatórios, com valor fiscal, observado o disposto no artigo 2° e § 2º do art. 6° desta Lei.

Art. 15. Em situações de inadimplência ou falta da prestação de contas expressas no artigo 14 desta Lei, deverá o Município efetuar o protesto do título vencido ou lançamento em dívida ativa, a contar do vigésimo dia após seu vencimento.

§ 1º Competirá à Secretaria da Fazenda levar a protesto o título vencido ou a Procuradoria Geral do Município ajuizar a ação executiva do título, com todos os valores devidamente atualizados.

§ 2º Uma vez quitado integralmente o débito, inclusive dos emolumentos cartorários ou custas judiciais, o Município deverá proceder a baixa do protesto ou da execução fiscal.

§ 3º O pagamento dos valores correspondentes aos emolumentos cartorários devidos pelo protesto do título, colocação, baixa, cancelamento, custas judiciais, honorários advocatícios ou qualquer outro que venha incidir, serão custeados pelo devedor, no momento da quitação do débito.

Art. 16. Os pagamentos de prestações constituirão receita orçamentária, e as despesas decorrentes da presente Lei correrão por conta de crédito especial enviado legislativo através da seguinte classificação orçamentária:

12 - SECRETARIA MUNIC. DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO

12.01 – Órgãos Subordinados

1201.28.845.1104.1.066 – Implantação e Manutenção Programa Municipal de Microcrédito

4.5.90.66 – Concessão de Empréstimos e Financiamentos--- ---R$ 500.000,00

Recurso – 01

Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA SANTA RITA, aos vinte e cinco dias do mês de março do ano de dois mil e vinte um (25.03.2021).

RODRIGO AMADEO BATTISTELLA Prefeito Municipal

REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE

JULIANO DIAS FURQUIM

Secretário Municipal de Administração e Planejamento

Publicado por: Leila Maria de Souza Código Identificador:A23776DB SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E

PLANEJAMENTO

DECRETO Nº 29/21 DE 25 DE MARÇO DE 2021