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Lenhos pertencentes à coleção da Universidade Estadual Paulista

5. ANÁLISE INTEGRATIVA DOS RESULTADOS

5.1. Análises anatômicas / taxonômicas

5.1.2. Lenhos pertencentes à coleção da Universidade Estadual Paulista

Há uma grande quantidade de lenhos nesta coleção, mas apenas 15 foram trazidas para o Rio Grande do Sul. A escolha deu-se pela melhor qualidade destas amostras. Dentre estas 15, nove foram enviadas para a laminação na UNISINOS. Apenas uma delas, TOF 263, ainda não foi entregue laminada. As outras oito foram estudadas anatomicamente e a seguir são enumeradas.

TOF 125

A preservação desta amostra foi suficiente para incluí-la no gênero Damudoxylon Maheshwari emend. Maheshwari 1972, como uma nova espécie, D. buritiranaensis Kurzawe et al.. Sua descrição, diagnose e discussão pode ser visualizada em Kurzawe et al., PII, Capítulo 2.

TOF 188

Figuras: Estampa III, figs. 7-9; Estampa IV, fig. 1. Lâminas: TOF 188 R; TOF 188 TA e TOF 188 TR. Localidade da amostra: Tocantins, Brasil.

Horizonte da amostra e idade: Formação Motuca; Permiano.

Visão macroscópica: o fóssil é composto por 10 amostras de lenho, de coloração bege a cinza (Est. III, fig. 7). O menor pedaço tem em torno de 2 cm de comprimento e o maior, 20 cm. O diâmetro varia de 3,3 cm a 1,9 cm. Visão microscópica: medula com células mal preservadas com conteúdo escuro (Est. III, fig. 9). Xilema primário muito alterado. Xilema secundário com falsos anéis de crescimento (Est. III, fig. 8). As pontoações radiais dos traqueídeos e os campos de cruzamento não ficaram preservados. Os raios lenhosos aparentam ser unisseriados e baixos, mas a preservação não está boa (Est. IV, fig. 1).

TOF 192

Figuras: Estampa IV, figs. 2-4.

Lâminas: TOF 192 R; TOF 192 TA e TOF 192 TR. Localidade da amostra: Filadélfia, Tocantins, Brasil.

Horizonte da amostra e idade: Formação Motuca; Permiano.

Visão macroscópica: o fóssil é composto por 15 fragmentos de lenho, o menor sendo menor que 1 cm e o maior um pouco menor que 30 cm (Est. IV, fig. 2). O diâmetro varia entre 1,5 cm e 2,5 cm. O fóssil tem coloração bege a marrom escuro. Visão microscópica: medula com células mal preservadas com conteúdo escuro (Est. IV, fig. 3). Xilema primário não preservado. Xilema secundário com falsos anéis de

crescimento (Est. IV, fig. 4). As pontoações radiais dos traqueídeos e os campos de cruzamento não ficaram preservados. A inclinação inadequada do corte tangencial impossibilitou a visualização dos raios lenhosos.

TOF 195

Este exemplar tem uma preservação suficiente para englobá-lo no gênero Damudoxylon, sob a nova espécie D. rosslerii Kurzawe et al.. Sua descrição, diagnose e discussão pode ser conferida em Kurzawe et al., PII, Capítulo 2.

TOF 210

Figuras: Estampa IV, figs. 5-6.

Lâminas: TOF 210 R; TOF 210 TA e TOF 210 TR. Localidade da amostra: Goiantins, Tocantins, Brasil.

Horizonte da amostra e idade: Formação Motuca; Permiano.

Visão macroscópica: pequeno fragmento de lenho de 6 cm de comprimento, com 4 cm de diâmetro maior e 3,5 cm de diâmetro menor. Coloração branca a marrom escura. Visão microscópica: a medula, as pontoações radiais dos traqueídeos e os campos de cruzamento não foram preservados. O xilema primário só é visualizado no corte longitudinal radial, como traqueídeos com espessamentos aparentemente escalariformes (Est. IV, fig. 5). Os raios lenhosos são unisseriados e baixos (Est. IV, fig. 6).

TOF 221

A preservação desta amostra é boa, e devido as suas características únicas foi possível criar um novo gênero para englobá-la, Parnaiboxylon Kurzawe & Merlotti. A descrição, diagnose e discussão pode ser visualizada em Kurzawe et al., PII, Capítulo 1.

TOF 222

Figuras: Estampa IV, figs. 7-10; Estampa V, figs. 1-2. Lâminas: TOF 222 R; TOF 222 TA e TOF 222 TR. Localidade da amostra: Filadélfia, Tocantins, Brasil.

Horizonte da amostra e idade: Formação Motuca; Permiano.

Visão macroscópica: o lenho consiste em 12 fragmentos, com coloração branca a bege e cinza (Est. IV, fig. 7). As lâminas foram confeccionadas a partir de um exemplar com 5 cm de comprimento, com diâmetro maior de 2,2 cm e diâmetro menor de 1,7 cm. Visão microscópica: a medula é heterocelular, com células secretoras. O xilema primário é endárqueo (Est. IV, fig. 9). Porém o corte radial não mostra nem medula nem xilema primário. Ocorrem falsos anéis de crescimento (Est. IV, fig. 8). As pontoações são muito mal preservadas, araucarióides, 1-2s (m = 1s, contíguas, levemente achatadas); unisseriadas contíguas a esparsas e circulares a levemente achatadas; bisseriadas contíguas, circulares a levemente achatadas e alternas (Est. V, fig. 1). Os raios lenhosos são predominantemente unisseriados, raramente parcialmente bisseriados, com 1 a 14 (m = 2) estratos celulares (Est. V, fig. 2). Os campos de cruzamento possuem 2 a 4 (m = 3-4) pontoações circulares elípticas e grandes (Est. IV, fig. 10).

Discussão: o fato de o lenho não possuir o corte radial passando pela medula e xilema primário não permite a vinculação do mesmo a nenhum gênero ou espécie. O que aparece no corte transversal como sendo células secretoras, no corte radial poderiam aparecer como dutos. Podem, ainda, ocorrer outras características não mostradas neste corte transversal, como um ninho de esclereídeos ou alguma cavidade ou septo. Além disso, o centro da medula está muito alterado e a visão radial poderia mostrar alguma estrutura.

TOF 265

Figuras: Estampa V, figs. 2-7.

Lâminas: TOF 265 R; TOF 265 TA e TOF 265 TR. Localidade da amostra: Filadélfia, Tocantins, Brasil.

Horizonte da amostra e idade: Formação Motuca; Permiano.

Visão macroscópica: o lenho consiste em um fragmento de 14,5 cm de comprimento, com diâmetro de 4 cm. Tem coloração ferrugem a marrom, e o exterior apresenta várias deformações e estrias. Visão microscópica: a medula não possui mais células, apenas um material amorfo escuro. O xilema primário não fica muito claramente diferenciado no corte transversal (Est. V, fig. 5), mas é possível visualizar

espessamentos escalariformes no corte longitudinal radial (Est. V, fig. 7). Ocorrem falsos anéis de crescimento (Est. V, fig. 3). As pontoações das paredes radiais dos traqueídeos estão preservadas apenas como resquícios, sendo possível observar pontoações 1-2s, contíguas, circulares a levemente achatadas e alternas (Est. V, fig. 4). Em alguns lugares parece haver pontoações trisseriadas, mas a preservação está ruim. Os raios lenhosos estão muito mal preservados, mas provavelmente eram unisseriados e baixos (Est. V, fig. 6). Os campos de cruzamento não ficaram preservados. Ocorrem pontoações nas paredes tangenciais dos traqueídeos, as únicas reconhecíveis são 1s, contíguas e levemente achatadas (Est. V, fig. 6).

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