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1.1. Caracterização da Escola

A Escola Secundária com 3º Ciclo de Diogo de Gouveia situa-se na sede do concelho de Beja, no centro da cidade, e foi fundada no século XIX.

Recentemente remodelada ao abrigo do programa de modernização do Parque Escolar, a sua oferta formativa vai desde o 3º ciclo, ao ensino secundário, passando pelo ensino profissional, cursos EFA de dupla certificação e cursos PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação). Exercem funções docentes cerca de cem professores dos diversos grupos de recrutamento para mais de oitocentos alunos, a maioria dos quais frequenta o ensino secundário.

Existem cerca de quarenta funcionários divididos entre Assistentes Técnicos e Assistentes Operacionais.

Apesar de estarem institucionalizadas as Associações de Estudantes e de Pais/Encarregados de Educação, no ano letivo a que se reporta o presente trabalho, a primeira não estava formada e a segunda funcionava de forma precária, apesar dos esforços da escola para promover a sua dinamização.

A escola oferece, pois, todas as condições, físicas e humanas, para o desenvolvimento das competências dos alunos e do trabalho dos docentes. Salas de aula renovadas e equipadas com a mais recente tecnologia, com computadores com ligação à Internet, projetores e muitas delas com quadros interativos. A Biblioteca Escolar é um espaço amplo, com uma grande diversidade de materiais que vão desde os livros a CDs, DVDs, jornais e revistas e há constantemente atividades dinamizadas pela mesma. As restantes áreas: pátio dos alunos, sala de professores, bar, refeitório, espaços exteriores, são todos eles amplos e agradáveis, dotando a escola de um excelente ambiente.

1.2. Prática Letiva

No ano letivo de 2012/2013 fiquei colocada pela Reserva de Recrutamento a 7 de novembro. Foram-me atribuídas quatro turmas de dois níveis diferentes: uma turma de 9º ano, com 21 alunos, e três turmas de 10º ano, com 82 alunos, num total de 103 alunos nas quatro turmas. A todas as turmas lecionei a disciplina de Português. Estas turmas

45 corresponderam a uma carga horária de 16 horas letivas e as atividades letivas foram concretizadas entre sete de novembro e catorze de junho.

O facto de ter iniciado as minhas funções só a 7 de novembro, pois substituí uma colega que se aposentou, fez com que não pudesse participar em algumas atividades que ocorrem no início do ano letivo, e que eu considero essenciais, como a elaboração das planificações anuais e a definição, por assim dizer, do caminho a seguir. Assim, as planificações anuais, tanto para o 9º ano como para o 10º ano, utilizadas por mim foram aquelas que as docentes dos respetivos anos elaboraram e que foram aprovadas pelo Conselho Pedagógico. Após uma análise das mesmas pude verificar que estavam conforme os programas em vigor, não se baseando, como por vezes acontece, nos manuais adotados pela escola, como podemos ver nas planificações em anexo (9º ano - Anexo 1 e 10º ano - Anexo 2).

Após a minha entrada ao serviço, foi-me possível reunir com a docente responsável pelas turmas até ao momento, que fez um ponto da situação o que me permitiu ter uma melhor perceção da tarefa que tinha em mãos e, como é natural, foi necessário um breve período de ajustamento ao funcionamento da escola, do departamento e das próprias turmas, após o qual as atividades decorreram com grande normalidade.

No âmbito do serviço letivo desenvolvi as ações que considerei adequadas para o desenvolvimento da aprendizagem dos meus alunos, nomeadamente: a revisão dos conteúdos lecionados previamente à minha entrada em funções; a realização de testes escritos de avaliação; testes de compreensão oral; provas de expressão oral, tal como previsto nos critérios de avaliação para a disciplina de Português, (Anexo 3), mas também oficinas de Escrita e oficinas de Conhecimento Explícito da Língua. As planificações de aula e os momentos de avaliação foram equacionados tendo em conta a promoção do sucesso educativo dos alunos e de acordo com a diversidade pessoal, social e cultural dos mesmos.

Creio que contribuí para a criação de um bom ambiente de trabalho entre os colegas e assegurei aos meus alunos um conjunto variado de aprendizagens que beneficiaram o seu desenvolvimento pessoal e escolar. Considero ter revelado, por norma, capacidade de me relacionar com os restantes membros da comunidade educativa e participei com regularidade nos projetos promovidos pela escola e pela comunidade.

Tentei, ao longo do ano letivo, desenvolver as minhas metodologias de ensino baseada nos conhecimentos científicos da minha área e tentei sempre optar pelas melhores

46 opções pedagógicas e didáticas, embora isso nem sempre seja fácil tendo em conta a complexidade inerente a cada turma.

Procurei utilizar materiais e recursos diversificados, tais como a Escola Virtual e todos os recursos que a mesma nos disponibiliza, e outros materiais audiovisuais, para enriquecer as minhas aulas e motivar os alunos numa perspetiva facilitadora do processo e elaborei também novos materiais, tais como: fichas de trabalho, fichas informativas, powerpoints, que permitissem aos alunos deter outras fontes de informação e materiais de estudo para além dos manuais.

No 9º ano o manual adotado intitulava-se Plural 9 (Raiz Editora, 2012), que vinha acompanhado de um Caderno de Atividades. Como já referi, para além do manual, tentei, sempre que considerei necessário, fornecer outros materiais que pudessem favorecer a aprendizagem dos alunos e utilizei também, com alguma frequência, os recursos da Escola Virtual, que me permitiram cativar os alunos e tornar as aulas um pouco mais interativas. Esta estratégia funcionou tendo em conta que a turma apresentava alguns problemas comportamentais. Durante as aulas com a turma do 9º ano houve a constante preocupação com a preparação para o exame, prova disso foi o facto de os alunos terem participado no projeto dos testes intermédios. Além disso, na semana que mediou o final das aulas e a semana da realização do Exame Nacional, prontifiquei-me para esclarecer as dúvidas dos alunos. Devo salientar que a maioria dos alunos compareceu nos horários combinados. Para os ajudar na área em que a maior parte deles demonstrou ter mais dúvidas, compilei os exercícios de funcionamento da língua de vários exames, de modo a pudessem fazer um treino mais exaustivo dessas tipologias de exercícios.

Para o 10º ano o manual adotado foi o Plural 10 (Lisboa Editora, 2010). Também com as três turmas de 10º ano, no que concerne os materiais, utilizei as mesmas estratégias já mencionadas para o 9º ano. Apesar de não haver problemas comportamentais nestas turmas, o número de alunos de duas delas, com 29 e 30 alunos, fazia com que houvesse constantemente um burburinho dentro da sala de aula difícil de silenciar. Assim, optei diversas vezes pela realização de trabalhos em pares ou pequenos grupos, no máximo de quatro pessoas, como estratégia para manter os alunos concentrados nas tarefas propostas. Tentei ao máximo reduzir os momentos de exposição, tentando sempre intercalar os momentos de exposição com atividades mais práticas.

Relativamente ao processo avaliativo dos alunos, procedi a uma variedade de momentos de avaliação, nomeadamente avaliação formativa e sumativa, mas também a outros

47 registos de avaliação das diversas competências dos alunos, utilizando instrumentos de avaliação adequados às novas filosofias educativas, como a avaliação por competências, de modo a elaborar uma avaliação contínua de forma estruturada e baseada em evidências, garantindo, tal como constava do Projeto Educativo, uma avaliação com coerência, equidade, objetividade e transparência. Os critérios definidos pelo Departamento de Línguas apontavam para a realização de dois testes escritos no 1º e 2º período e um teste escrito no 3º período. No entanto, quando assumi as minhas funções os alunos das turmas de 10º ano ainda não tinham realizado qualquer momento de avaliação, pelo que realizaram apenas um teste escrito no 1º período, um teste de Compreensão Oral (Anexo 4) e uma avaliação de Produção Oral de acordo com os parâmetros definidos em Departamento (Anexo 5). Os testes de compreensão oral realizados eram bastante simples quanto à sua tipologia, com questões de Verdadeiro/Falso ou de Escolha Múltipla, mas eram feitos com base em textos literários. Para a realização da prova, o professor fazia a leitura do texto duas vezes. Já as propostas para a avaliação da Produção Oral basearam-se na temática que estava a ser lecionada nessa altura, em cada um dos períodos. Assim, os alunos apresentaram oralmente temas relacionados com a poesia, com os textos de caráter autobiográfico e com a relação texto/imagem.

No 9º ano os alunos já tinham realizado um teste escrito, pelo que, no 1º período, fui responsável pela realização do segundo teste escrito e da avaliação da Produção Oral. Nesta turma os testes escritos foram elaborados de acordo com o modelo do Exame Nacional e a própria correção dos testes, no que concerne a Produção Escrita, foi feita de acordo com os critérios utilizados no exame. Quanto à Produção Oral, um dos objetivos tinha que ver com a promoção do gosto pela leitura. Assim, para avaliar esta competência, foi pedido aos alunos, em cada período, que apresentassem aos colegas um livro que tivessem lido, fazendo uma sinopse do mesmo e tentando persuadir os colegas à sua leitura.

No final de cada período procedi à avaliação dos alunos tendo para tal utilizado as grelhas de avaliação final elaboradas para o Departamento tendo em conta todos os critérios definidos e as respetivas ponderações quer para o 9º ano, quer para o 10º ano (Anexos 7 e 8). No final do 1º período, como não conhecia ainda muito bem os alunos, no que concerne a avaliação da Autonomia e Responsabilidade, baseei a mesma na autoavaliação feita pelos alunos, apelando para a sua sinceridade, honestidade e

48 responsabilidade no momento de se autoavaliarem, tendo verificado posteriormente que a maioria deles procedeu a uma autoavaliação justa e adequada.

Penso que o clima vivenciado dentro da sala de aula foi positivo. Houve, esporadicamente, alguns problemas comportamentais com a turma de 9º ano que foram prontamente resolvidos e comunicados à Diretora de Turma.

Quanto às metas dos resultados escolares dos alunos, previstas no Projeto Educativo, penso que atingi os objetivos plenamente uma vez que o número de alunos com resultados inferiores a três, no 9º ano, foi de apenas um aluno e no décimo ano os resultados inferiores a dez resultaram, essencialmente, do absentismo dos alunos e, mesmo assim, foram apenas quatro alunos nas três turmas de 10º ano.

Ressalvo ainda que cumpri quase na totalidade o serviço letivo e não letivo que me foi atribuído tendo apenas algumas faltas ao abrigo do estatuto de trabalhador/estudante, pois encontrava-me na altura a frequentar a licenciatura que me haveria de dar acesso ao presente curso de mestrado, e também algumas faltas por assistência à família.

2. Descrição e Reflexão Sobre a Lecionação de uma Unidade Temática

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