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CAPÍTULO 4 – CASO DE ESTUDO

4. CASOS DE ESTUDO

4.4. CASO DE ESTUDO 3: ACOMPANHAMENTO DE OBRA DE REABILITAÇÃO

4.4.3. Levantamento das Anomalias

Como já foi referido, o edifício é constituído por 4 pisos. Os 2 pisos inferiores estão parcialmente em contacto com o terreno na parte posterior do edifício, e do lado direito, o edifício está confinado por outro.

No piso 0, existe um antigo lagar em pedra. As paredes em contacto com o terreno são em granito, com revestimento a tinta muito degradado, devido às humidades intensas. Tanto as paredes como o nível do piso são muito irregulares. O tecto é em ripado de madeira, já degradado devido às humidades e fungos.

135 O piso 1 é constituído por 6 divisões, uma das quais são instalações sanitárias e outra um roupeiro. As restantes divisões são quartos e salas. As caixilharias e as portadas estavam bastante sujas e com a tinta a descascar, o revestimento das paredes estava degradado, as paredes que faziam divisão com a caixa de escadas estava com fissuras e “inchada”. O pavimento em traves de madeira (com caixa-de-ar) estava um pouco irregular. Os equipamentos das instalações sanitárias estavam em condições precárias, não se conseguindo aproveitar. Também em más condições estavam as redes de águas.

Figura 4.4 - Planta esquemática do piso 1 do edifício

No piso 2, localizam-se a cozinha, a sala, quartos e instalações sanitárias, num total de 7 divisões. Também as instalações sanitárias estão em más condições, tanto a nível de equipamentos como de redes de águas. As caixilharias e as portadas necessitam de reparação e o piso, para além de desnivelado em algumas divisões, precisa de ser reparado em certas zonas, nomeadamente no corredor, devido à degradação intensa das madeiras. Quanto ao revestimento das paredes, na sala e quartos está dividido em rodapé em madeira, com aproximadamente 1,10m de altura, e o restante é em papel de parede, com padrões e cores que remontam para o século passado, sendo uma mais-valia cultural e histórica do edifício. No entanto, devido ao seu elevado estado de degradação, o papel de parede deverá ser removido e substituído por outro. Já o rodapé em madeira, em boas condições, será mantido. O tecto destas divisões também tem bastante valor cultural, pelas formas, adornos e cores que o constituem, e, como se encontra em relativas boas condições, deverá ser mantido, sendo apenas sujeito a pequenas reparações e limpeza.

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Na cozinha, as paredes são revestidas a azulejo até 1,60m de altura, e a restante área tem revestimento com tinta branca. Alguns dos azulejos estão em más condições, devendo ser substituídos. Os equipamentos também precisam de substituição e as redes de águas necessitam de inspecção e possível reparação. Algumas portas precisam ser substituídas e os restantes vãos apresentam más condições mas ainda podem ser reparados.

Ao nível deste piso, do lado posterior do edifício, encontra-se um pátio com jardim, com algumas árvores e uma fonte. De momento, está a servir como estaleiro e tem bastante lixo acumulado. A fonte não está a funcionar, está bastante suja e com musgos. As quelhas estão entupidas com entulho arrastado pelas chuvas.

Figura 4.5 - Planta esquemática do piso 2 do edifício

No piso 3, existem ainda 2 instalações sanitárias, 4 quartos e um desvão com instalação sanitária privada. Os quartos, revestidos a papel de parede, apresentam inúmeras fissuras e degradação do revestimento. Um dos quartos apresenta revestimentos sobrepostos, de azulejo e camada de tinta, sendo visível nas zonas mais degradadas da tinta azulejos em bom estado. O pavimento, em ripas de madeira, está em bom estado, necessitando apenas de ser limpo, polido e envernizado. Em geral, os rodapés e caixilharias estão degradados pela acção

137 de humidade e fungos nas madeiras. As portas, janelas e portadas estão em relativo bom estado, necessitando apenas de limpeza e nova pintura. O tecto está em boas condições, apenas com sujidade.

Na zona de desvão, é visível parte da estrutura da cobertura, em vigotas de madeira. Algumas das vigotas estão em mau estado, com zonas em que a madeira está bastante degradada. O espaço está bastante sujo e em algumas zonas o pavimento, em ripas de madeira, está deteriorado. O revestimento a tinta das paredes e tecto está bastante gasto.

Nas instalações sanitárias, os azulejos e as tijoleiras estão em bom estado, no entanto os equipamentos precisam de ser substituídos.

Figura 4.6 - Planta esquemática do piso 3 do edifício

Quanto à cobertura, a estrutura de madeira precisa ser reparada em zonas críticas e o revestimento, em telhas cerâmicas do tipo Lusa, deve ser sujeito a limpeza e substituição das telhas deterioradas.

As caleiras e os tubos de queda estão em bom estado, apenas precisam de limpeza. Foto 4.6 - Piso 3 do edifício

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Figura 4.7 - Planta esquemática da cobertura do edifício

É ainda de referir que, ao longo da escadaria, em caracol, entre os pisos 1, 2 e 3, existem alguns degraus que precisam ser reparados, pois existem tábuas partidas ou degradadas. Também ao longo da escadaria existe um revestimento em azulejo, com padrão tradicional, que necessita substituição de algumas peças já partidas.

A nível térmico, o edifício não está preparado com nenhum tipo de solução de isolamento. As paredes em granito estão desprovidas de qualquer revestimento, ou então estão apenas rebocadas e pintadas. As restantes paredes exteriores, em tabique, também não têm qualquer tipo de isolamento, sendo apenas revestidas por estuque, pintura e, eventualmente, azulejos ou papel de parede. As caixilharias não são adequadas para um bom isolamento e as janelas são compostas apenas por vidros simples.

Quanto à acústica, novamente o edifício não possui nenhuma solução. Com a deterioração dos materiais, nomeadamente das traves de madeira dos pavimentos, a situação de transmissão de ruído é ainda maior.

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