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Levaram a desenvolver projectos de inovação com os meus colegas 46 Contribuíram para desenvolver as minhas atitudes de colaboração com outros

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS QUANTITATIVOS

45. Levaram a desenvolver projectos de inovação com os meus colegas 46 Contribuíram para desenvolver as minhas atitudes de colaboração com outros

professores. 2,4 10,0 11,9 8,4 5,2 7,9 25,0 34,4 29,0 24,2 58,5 50,6 49,0 56,8 66,7 31,1 14,4 4,6 5,8 3,9

Em relação à interacção entre professores/alunos, os inquiridos consideram que a formação frequentada contribuiu para estreitar esse relacionamento (58,5%), tendo levado ao desenvolvimento de projectos de inovação (73,6%). Verifica-se que a concordância nestes itens é maior por parte dos professores detentores de mestrado e/ou pós-graduação.

Relativamente ao seu contributo para estreitar o seu relacionamento com os Pais/ Encarregados de Educação, 53,1% discorda desta asserção. De igual modo, são discordantes quanto ao seu contributo para perspectivar dinâmicas relacionais entre a escola e a sociedade em geral (48,4%), (cf. quadro 27).

Quadro 27 – Interacção entre professores, alunos e outros agentes educativos (%)

ITENS DT D C CT

37. Levaram-me a desenvolver projectos de inovação com os meus alunos.

38. Permitiram-me perspectivar dinâmicas relacionais entre a escola e a sociedade (Junta de freguesia; Centro de saúde, Câmara…). 39. Contribuíram para estreitar o meu relacionamento com os Pais/ Encarregados

de Educação.

41. Contribuíram para estreitar o meu relacionamento com os meus alunos.

4,9 15,5 11,7 6,6 21,5 32,9 41,4 34,9 54,6 45,3 38,3 51,3 19,0 6,2 8,6 7,2

Confrontando estes dados com as respostas às questões abertas do questionário sobre o

maior contributo da formação contínua, creditada ou não, frequentada nos últimos cinco

anos, verificamos uma certa coerência nas respostas com os dados atrás analisados. Nesse sentido, a maioria dos respondentes destaca como maior contributo a actualização e a aquisição de conhecimentos, mais especificamente “um melhor suporte científico e bases de sustentação para apoiar e justificar a prática e as escolhas pedagógicas”. Contradizendo o resultado obtido atrás (quadro n.º25, item 26), alguns professores consideram que a formação permitiu a “compreensão das alterações curriculares e sua implementação” e “aprofundar o conhecimento sobre o sistema educativo”.

Um outro contributo referido por um elevado número de respondentes diz respeito à metodologia utilizada. Estes professores expressam, na generalidade, o seu agrado e afirmam que ela proporcionou “a troca e a partilha de experiências”, permitindo uma “reflexão sobre os problemas da educação e sobre as práticas”. Esta ideia é também realçada por outros professores que salientam que “professores e formadores reflectiram os problemas da educação e partilharam as suas experiências”. No tocante à mudança nas práticas pedagógicas, referem ainda que “permitiu a utilização das novas tecnologias na sala de aula”; “(…) a utilização de novas estratégias, técnicas e metodologias na sala de aula”, tendo contribuído “para melhorar a prática pedagógica”; sendo um “incentivo para inovar e sair da rotina”.

De uma forma mais geral, alguns respondentes salientaram como maior contributo o “desenvolvimento de competências profissionais”. Outros destacaram ainda aspectos mais pessoais como “quebrar a rotina e a estagnação e pelo convívio”.

No entanto, há a referir que houve alguns respondentes que manifestaram uma visão mais crítica e negativa sobre a formação frequentada, considerando que esta não apresentou qualquer contributo, justificando que apenas a frequentaram para a obtenção de créditos e consequente progressão na carreira, como destacam os seguintes testemunhos:“não acrescentou nada aos meus conhecimentos”; “não trouxe contributos”; “permitiu a aquisição de créditos e, assim, subir de escalão”.

Houve alguns respondentes que consideraram que não houve nenhuma formação relevante que tivesse contribuído para o seu desenvolvimento profissional, sendo frequentadas unicamente na óptica de angariação de créditos (“ultimamente não consegui frequentar nenhuma acção de formação relevante. As acções de formação começam a ser repetitivas, não trazendo nada de novo à nossa formação”; como salienta outro docente, “as acções de formação, de uma forma global, não contribuem para o desenvolvimento profissional dos docentes. Os temas até podem parecer interessantes, mas no final acabámos por concluir que pouco ou nada se aprendeu”; “ficaram bastante aquém daquilo que desejava”. Neste sentido, “as acções de formação são frequentadas para aquisição de créditos”).

No entanto, outros docentes inquiridos consideraram a formação frequentada relevante e benéfica para o seu desenvolvimento profissional destacando aquela que esteve directamente relacionada com a prática. Também salientaram que as acções possibilitaram a troca e a partilha de experiências.

Relativamente à formação mais relevante para o seu desenvolvimento profissional, os professores referiram a formação que receberam em informática e novas tecnologias, justificando a necessidade de adquirir conhecimentos na área. Por outro lado, outros inquiridos destacaram que a maior parte das acções que frequentaram foi benéfica, na medida em que foram abordadas temáticas que os próprios professores escolheram e salientam aquelas que mais se relacionaram com a prática de ensino e as atitudes (e.g. “lidar com situações em contexto escolar ou com os pais”; “novas práticas de ensino para maior motivação dos alunos”); “o enriquecimento pessoal”, no sentido em que “quanto mais se sabe sobre o modo como a criança aprende, mais facilmente podemos adoptar estratégias para melhorar as aprendizagens”.

Assim, e, como salienta um docente “umas de forma directa, outras de forma indirecta, todas elas contribuíram para o meu desenvolvimento profissional. O benefício que se tira da formação contínua depende essencialmente do empenhamento de cada um”, o que vai de encontro à afirmação de Nóvoa (1992) sobre a ideia de que a formação de professores deve ser entendida como um «formar-se».

5.2 - Representações sobre a Formação Contínua em Geral

Quanto ao modo de organização da formação contínua em geral, 65,2% dos respondentes concordam que devem ser constituídas equipas de professores para identificarem os seus problemas e os das respectivas escolas. Consideram que as acções de

formação organizadas pelas várias instituições contemplam uma diversidade adequada ao nível das áreas, temáticas e metodologias (56%) e consideram a formação contínua centrada em parcerias de escolas como a melhor forma de promover a experiência e o intercâmbio de projectos comuns ao nível de redes de escolas (65,3%). Além disso, valorizam a formação que tem em conta as especificidades das áreas curriculares (48%).

Destes dados há a salientar que uma grande percentagem de professores (53,5%) considera que a formação contínua não tem em conta as fases de desenvolvimento profissional em que cada professor se encontra. Neste sentido, e como salienta Day (2001), a fase da carreira é um factor que contribui para a qualidade da aprendizagem profissional e do desenvolvimento profissional, por esse motivo deve ser considerado nesse processo.

Formação Contínua responde mais às necessidades dos professores do que às necessidades das escolas (40,6%). Por outro lado, apresentam também alguma indefinição (35,7%), na afirmação segundo a qual a Formação Contínua contempla a abrangência e multiplicidade de funções e actividades inerentes à docência.

Quadro 28 – Modo de pensar a formação (%)

ITENS DT D ND/NC C CT

47. A F.C. deve organizar-se em função da especificidade das áreas curriculares não disciplinares.

54. A F.C. deve organizar-se em função da especificidade das áreas curriculares disciplinares.

56. A F.C. tem em conta as fases de desenvolvimento profissional em que cada professor se encontra.

57. A F.C. contempla a abrangência e multiplicidade de funções e actividades inerentes à docência.

58. A F.C. responde mais às necessidades dos professores do que às necessidades das escolas.

60. A F.C. centrada em parcerias de escolas é a melhor forma de promover a experiência e o intercâmbio de projectos comuns ao nível de redes de escolas.

63. As acções de formação organizadas pelas várias instituições contemplam uma diversidade adequada ao nível das áreas, temáticas e metodologias.

64. No âmbito da formação contínua devem ser constituídas equipas de