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LIÇÕES APRENDIDAS

No documento TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (páginas 42-47)

Diversas foram as lições aprendidas para a Artilharia Antiaérea na defesa do porto da

Antuérpia. Os relatos podem ser acessados em um documento de 7 de junho de 1945 “ETO,

Tactical Employment of AAA Units, Including Defense AgainstPilotless Aircraft (V-1)7

. Este documento serviu como fundamentos para a doutrina no que diz respeito a Artilharia Antiaérea norte americana.

O principal aprendizado foi com relação as posições das DAAe para que não houvesse interferência entre os sensores próximos e conclui-se que no tocante a defesa das principais instalações do porto da Antuérpia, o emprego do canhão 90 foi mais eficaz pois as armas automáticas como o canhão 40 mm Bofors e a metralhadora .50 não tinham um efeito muito satisfatório contra as robustas bombas V-1.

Outro fator importante para as operações foi a utilização eficiente dos novos radares no sistema de controle e alerta, que possibilitou excelentes níveis de alerta antecipado e diminuíram muito o desgaste da tropa. Este sistema foi otimizado com a utilização das novas espoletas de proximidade, o que aumentou sobremaneira os engajamentos bem sucedidos.

Quando atacados ao mesmo tempo em diversas direções, as unidades de tiro norte-americanas evitaram o caos e o desgaste desnecessário da tropa e do armamento, através de regras de engajamento bem definidas, estabelecendo setores de tiro bastante restritos para as unidades de tiro. Isso evitou a perda excessiva de munição e obteve excelentes resultados.

Finalmente, foi nesta batalha que os primeiros aprendizados para defesa de um novo tipo de ameaça aérea, o míssil de cruzeiro, se formaram. Como recomendação final na defesa contra mísseis de cruzeiro, foi sugerido o desenvolvimento de mísseis de guiamento inercial

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em substituição aos convencionais armamentos AAe, dando início a pesquisas que ocorrem até os dias de hoje.

Os novos conhecimentos adquiridos passaram a compor o manual de campanha de emprego dos canhões de AAAe (Field Manual 44-4 – Employment of Antiaircraft Artillery Guns).

Figura 17: Field Manual 44-4. Fonte: http://www.ibiblio.org/

Tabela 1: Crescimento da AAAe dos EUA. Fonte: Dissertação de Bryon E. Greenwald

5 CONCLUSÃO

O presente estudo histórico sobre a segunda guerra mundial teve ênfase na batalha de defesa do porto da Antuérpia pelas Unidades antiaéreas norte-americanas e britânicas e apresentou aspectos importantes na defesa da importante área de apoio logístico que era o referido porto.

O trabalho em questão apresentou os antecedentes históricos que desencadearam a batalha da defesa do porto, apresentou ainda como foi o desenvolvimento e introdução desta nova ameaça aérea pelos alemães e finalizou abordando os aspectos para o êxito dos Aliados na batalha.

O presente trabalho teve por finalidade apresentar os aspectos importantes para a defesa antiaérea em questão tais como a introdução de novos sensores e equipamentos radar, a correta disposição das Unidades de tiro, o desenvolvimento de espoletas de proximidade, além o exaustivo treinamento e inspeções das tropas Aliadas e ainda apresentar os fatores que permitiram o efetivo êxito na defesa do porto da Antuérpia.

Em junho de 1913 com a introdução de uma nova arma pelos alemães surgiu a necessidade de fazer frente a esta nova ameaça aérea. Porém o plano britânico de destruição das plataformas de lançamento das bombas V-1 não teve êxito e o número de ataques iam aumentando com o passar do tempo.

Centenas de quilômetros mais próximo da linhas de frente Aliada, e capaz de receber 90.000 toneladas de carga por dia, a Antuépia tornou-se um alvo prioritário para as recém criadas bombas V-1 alemãs. Surge então a necessidade de criação de um comando combinado e de planejamento específico para a defesa desta importante área de apoio logístico e em outubro de 1944 surge a “Antwerp X”, nome dado a missão desta defesa foi sem sombra de dúvidas a mais bem sucedida defesa antiaérea da segunda guerra. Valendo-se das experiências britânica em Londres contra as bombas V-1 foi tomada uma série de medidas para fazer frente a ameaça aérea alemã.

A introdução da espoleta tempo foi a maior protagonista do sucesso na defesa, porém permaneceu sem ser utilizada durante bom tempo, devido ao medo dos Aliados da tecnologia cair em mão alemãs. A eficácia a partir desta nova introdução é facilmente percibida quando compara-se os números de detecção e destruição das bombas antes e depois do advento da espoleta tempo.

Outro fator codjuvante no êxito da defesa foi as posições das plataformas de lançamento das bombas alemãs; que permitiram ao comnado Aliado prever as rotas de aproximação e diminuir o problema do alerta antecipado, estabelecendo setores de tiro para cada Unidade envolvida na defesa.

O material empregado também mostrou-se eficaz para a defesa; através dos canhões de 90 mm e de 3,7 polegadas e com os canhões automáticos de 40 mm. As características da bomba eram de grande rusticidade e a granada de 40 mm quando não a destruía forçava a queda para fora da área vital, o que era suficiente para o cumprimento da missão.

Diante do exposto foi possível verificar todos os aspectos que fizeram da defesa do porto da Antuérpia, a mais bem sucedida missão de defesa antiaérea da segunda guerra mundial e como os Aliados tornaram a “Antwerp X” um exemplo.

A defesa do porto da Antuérpia foi sobretudo, a principal batalha na segunda guerra mundial com o largo emprego de artilharia antiaérea e seus ensinamentos colhidos serviram de base para o aperfeiçoamento da doutrina norte-americana, britânica e de diversos países. Deixou como legado o reconhecimento, até os dias de hoje, que é impossível o planejamento de uma manobra sem a previsão pelo comandante, seja qual for o nível, de uma defesa antiaérea. A artilharia antiaérea norte americana, após a guerra, deixou de ser uma missão secundária do Comando de Artilharia de Costa e passou a ser um nobre meio do Comando de Artilharia Antiaérea, restando comprovado a importância desses meios no combate.

REFERÊNCIAS

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No documento TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (páginas 42-47)

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